História Raposinha - O futuro ?

Minha mãe estava na cozinha e meu pai na sala como todo dia de folga deles, eles sempre combinam as folgas, quando estão em casa agem como um casal comum, eles são muito ligados um no outro, acho isso bem bonito, é muito raro brincarem, assim que cheguei deixei as coisas do colégio em meu quarto que estava vazio, limpo e organizado, sem nenhum sinal de Zoe ou de Max, voltei para a sala e meu pai chamou para assisti um filme, minha mãe veio logo depois com pipoca, apesar de estar preocupada tive de ficar, como sempre estão no trabalho esses momentos em família são extremamente raros e eu sinto muita falta desse contato, por isso quando acontece a “folga” me esforço para ficar com eles, talvez não faça muito sentido, mas comer junto como em um jantar ou participar dessas situações bobas do dia a dia cria laços, eu não consigo compreender como hoje em dia as coisas acontecem, são absurdos, tudo bem eu tenho celular, um computador (ruim, mas faz alguma coisa), vídeo game e posso consegui outras formas de tecnologias que divertem e permitem interação, mas deixar de aproveitar um momento em família para ver a rede social, um vídeo ou conversar por aplicativos de mensagens, tenho amigos que não conversam com os pais ou parentes e já vi coisa pior do tipo a família sai para sei lá um Zoológico, ou melhor, comer naquele fast food famoso com uma enorme letra em amarelo, se preocupam de tirar fotos felizes, só que não conversaram, não aproveitaram os “momentos” juntos, é não sei como dizer... Certo o objetivo da foto é guardar o momento feliz para depois de anos se ver e recordar, porém não há o que se recordar, não foi um “O momento em família”, pior que isso é sai com a galera, todo mundo tira os selfies e fica postando ou no smartphone com a boca aberta, ah eu vou embora já só sozinha mesmo que se F... Bem como estava falando antes dessa historinha triste que a humanidade se ver desprovida de sentimentos “verdadeiros”, o filme acabou e eu deixei os dois em seu momento de casal (serio amo eles), foi para o meu quarto, procurei alguma pista ou um bilhete deixado pela Zoe ou por Max, mas nada se não fosse o quarto esta arrumado eu iria achar que tudo foi ilusão de minha cabeça (que já não é normal), dei uma olhado no diário... Foi fazer o dever de casa e minha mãe me avisou que a janta tava quase pronta, resolvi tomar banho primeiro, quanto abri o meu guarda roupas percebi que no fundo, havia uma espécie de fechadura? Dei uma olhada melhor, mas não consegui achar nada, achei que era minha criatividade novamente, então desiste ao voltar me assustei com a Zoe sentada em minha cama, ela estava com outra roupa shorts e camiseta, cabelo amarrado em rabo de cavalo e sua tiara e correntinha, ela se esforçou para conter o riso, entre rápido e traguei a porta.

- onde você estava, fiquei preocupada.

- tava todo esse tempo aqui mesmo

- como assim Zoe?

- Venha (ela se levantou, bateu palmas, um estalo e após abriu as portas do guarda roupas uma porta no estilo grego apareceu e entramos no guarda roupas).

- Nossa como consegui fazer isso Zoe?

- Isso é bem complicado de explicar, logo conto eu prometo.

Não era muito grande, mas ao entrar pelo guarda roupas se sai em uma sala que é a realização de meus sonhos, uma enorme TV com vídeos games e outros brinquedinhos de nerds, após um corredor também estilo grego com quatro portas uma escrito “Não entre”, Zoe, Max e uma com o nome do Erick.

Parei de frente a porta escrito o nome do rapaz, uma sensação estranha se apossou de meu estômago, uma ansiedade tão crescente que acabei por deixar escapar minhas orelhas de raposa e logo veio à cauda e por fim fiquei vermelha, Zoe estudou minha reação e só disse para abrir a porta, ao abri sentado em uma escrivaninha estava ele ao seu lado um mordomo, a cientista me deu um empurrãozinho e fechou a porta, logo após o mordomo saiu deixando eu sozinha com ele.

- Erick?

- Sim, raposinha finalmente conseguiu sua cauda e orelhas (ele ria muito, e eu fiquei muito constrangida, não sabia como explicar).

- Calma, Zoe me contou tudo e sinto te dizer que eu não sou o original.

- Como assim original?

- Zoe me criou, sou digamos um irmão de Mille e Leon.

- Nossa serio? Como pode, é perfeito deixa eu te ver?

- Claro, foi feito para te obedecer em tudo.

- Em tudo? (minha cabeça começou com algumas ideias ruins as quais espantei rapidamente).

Ele disse que sim e permitiu eu o verificar, era igual sem nenhum possível defeito a não ser uma marquinha que o original tinha, porém não tive coragem de verificar se Zoe tinha sido tão perfeita em sua obra.

- Então aquele homem que saiu é o Leon?

- Sim

- Uau Zoe é incrível, preciso saber qual tecnologia usada!

- Claro Karen, tecnologia usada no ano de 2050 em androides...

- Serio?

- Sim

Saímos do quarto e Zoe estava sentada jogando um jogo, sentei ao seu lado e joguei uma partida com ela, deu empate e ela puxou conversa.

- Então o que achou do Erick?

- Simplesmente perfeito, não consigo imaginar que em 2050 teremos algo assim em todas as casas (ela riu e com um olhar triste disse).

- A tecnologia é uma benção e uma maldição para a humanidade, principalmente nesse universo principal, uma doença que afetou a todos, Karen o futuro não é nada promissor, homens e mulheres deixaram de se casar e ter filhos, para ter um androide como o Erick ou uma versão mais simples como a Mille e os que ainda desejam o modelo “natural” se usa de meios para criar a criança perfeita, é algo como a criação de um avatar em um jogo.

Ela disse as palavras olhando em meus olhos, havia mais que tristeza em suas palavras, isso fez com que não conseguisse comentar um silencio se fez e ela disse – “Só mais uma partida”.  

- Zoe...

- Sim Karen?

- Por qual motivo isso aconteceu?

- Devido o esfriamento em todos os corações, que se deu pela falta de sentimentos bons, os espectros se apossaram e se alimentam desse tipo de coisa e fazem congelar o coração.