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História Rapto por amor - A carta


Escrita por: Elisynoir

Notas do Autor


Oi gente!

Aqui têm mais um capítulo!

Espero que gostem!
Boa leitura!

Capítulo 7 - A carta



Pov. Marinette

No dia seguinte escolhi um vestido de noiva. Era muito diferente do meu vestido quando ia casar com o Adrien. Não queria que nada me fizesse lembrar dele. Quanto mais depressa eu o esquecesse melhor.


 -Nath. – chamei. Ele andava a insistir em passar mais tempo comigo e eu tinha perdido as minhas forças para lutar contra ele. – Posso escrever uma carta para a minha família e dizer-lhes que está tudo bem comigo?


 -Não até ao casamento, meu anjo. – disse ela com a sua voz doce, porém autoritária


-Mas eu tenho saudades deles. Só para eles saberem que eu estou bem, meu amor. – senti nojo de mim própria, mais uma vez.


-Está bem, mas eu tenho de ver a carta antes de ser entregue. – eu já tinha pensado em muitas maneiras de dizer a minha localização aos meus pais, mas nunca funcionaria se ele visse a carta primeiro.


-Tudo o que quiseres Nath. – desde que eu tinha começado a entrar no jogo dos fingimentos, ele tinha sido muito dócil e amoroso comigo. É claro que isso vindo de uma pessoa obcecada não é um bom sinal, mas eu preferia que ele estivesse assim do que como estava antes.


Ele sorriu ao ouvir aquela frase e levou-me à extensa biblioteca do palacete. Desapareceu uns momentos para me trazer papel, tinta e uma pena.


-Aqui tens, meu anjo. Queres que fique aqui contigo? Esta biblioteca é muito obscura e grande para estares aqui sozinha.


-Eu preferia se pudesse ficar sozinha, mas eu compenso-te depois. – disse num ápice. A desculpa que usava sempre que queria ficar sozinha era aquela. Ele aceitava sempre.


-Claro. Eu volto daqui a meia hora. Até já, meu amor.


Ele deu-me um beijo na mão e ausentou-se. Apressei-me a limpar a minha mão ao vestido. Que nojo.


Olhei para o papel e para a tinta. Eram totalmente comuns. Não havia nada neles que se distinguissem de todos os outros.


Os meus sentimentos esperançosos, que nessa altura tinham atingido o máximo, começaram a rebaixar-se.


“Porque é que ainda continuas com esperança Marinette?”


Se eu tentasse contactar o Adrien de alguma maneira e o Nath descobrisse, ele mandaria matá-lo. A melhor maneira de o manter seguro era afastá-lo de tudo aquilo. Eu preferia viver para sempre com o Nath do que a morte do Adrien por minha causa.


Tratei de começar a escrever a carta, não mencionando nada sobre ele ser o príncipe, nem o palacete onde estávamos. Nem me atrevi a mencionar o Adrien, com medo do que o Nath podia pensar ao ler a carta.


Ao acabar a carta, li o resultado. O Nath devia estar mesmo a chegar.


“Queridos pais, daqui é a vossa filha, Marinette. 
Fui levada de vocês, mas agora estou bem e vou casar com outra pessoa. Não me procurem ou tentem alguma coisa.
Não estou triste com o que aconteceu e espero que em breve também possam perdoar-me por tudo.
Se tudo correr como esperado, eu mandarei outra carta para casa depois de estar casada, dentro de um mês. Talvez aí possa estar convosco outra vez.
Tenho muitas saudades vossas e espero que não cortem relações comigo. Sei que não vão poder responder de volta, por não saberem o endereço de onde a carta vem, mas acreditem que é um sítio seguro onde estou melhor do que alguma vez estive.
Com muito amor, Marinette.”


Acabei de ler a carta a chorar. Tudo o que tinha dito era mentira. Eles saberiam que era mentira. Mas para a carta passar pelo Nath, era preciso haver muitas mentiras. Montes delas, só para o agradar.


-Meu amor, estou de volta! – ouvi a voz dele ecoar por toda a biblioteca e congelei. Já tinha passado a minha meia hora solitária?


-Já passou meia hora? – perguntei, não acreditando que o tempo tinha passado.


-Até passou mais tempo, mas eu deixei-te ficar mais tempo sozinha. – ele olhou para a carta nas minhas mãos. – Posso ler?

 


Acenei que sim e ele tirou-me a folha das mãos. Para piorar tudo, ele leu em voz alta.


O Nath sorriu desde o início até ao fim da carta. Ao contrário de mim, que só conseguia chorar.


-Porque choras, meu anjo? É difícil para ti estares longe deles?


Não lhe respondi, odiando-o em silêncio.


-A carta não tem nada de mal, por isso vou mandar enviá-la ainda hoje. E mais uma coisa, meu amor. Não te esqueças da minha recompensa por isto.


Eu só consegui olhar para ele com fúria. Recompensa pelo quê? Ele tinha-me raptado. Se calhar era ele que me devia recompensar por algo, mas não sei bem.


O Nath deixou-me na biblioteca por mais um tempo. Tive tempo por fim para admirar a vastidão dela. Tantos livros, tantas prateleiras, tanta sabedoria num sítio só.


Retirei um livro de uma estante perto de mim e olhei para o título. A capa estava coberta de pó, por isso passei-lhe a mão por cima.


“A história do guardião da noite”


Uma súbita vontade de ler o livro apareceu na minha alma e eu escondi-o debaixo das largas saias do meu vestido.


O Nath chegou pouco tempo depois. Se eu lhe tivesse pedido, era mesmo provável que ele me deixasse lê-lo, mas eu gostava de pensar que ainda tinha poder decisão em alguma coisa. Mesmo que fosse só ler um livro.

 

Pov. Chat Noir


Foi um dia muito doloroso para mim. A luz do dia matava-me se lhe tocasse e tive de ficar o tempo todo numa masmorra horrível.
Ainda não me tinha habituado ao meu horário novo. Nunca tinha trocado o dia pela noite e era uma sensação estranha estar acordado quando todos estavam a dormir.


Pelo menos, conseguiria salvar a Mari das mãos do seu raptor.


Quando tive a certeza de que a luz do dia se fora completamente, saí da masmorra. A noite era mais curta que o dia, mas teria de ter tempo suficiente para a procurar.


A luz do luar adaptou-se rápido aos meus olhos. Era como se fosse a minha rotina diária.


Tinha feito uma lista de possíveis sítios onde a minha noiva poderia estar. Eram mais de cinquenta lugares, e muito afastados uns dos outros. Tinha adicionado à minha lista todas as propriedades reais, pois aquele ruivo devia ter alguma coisa haver com tudo aquilo.


Durante toda a noite consegui verificar duas propriedades inteiras, contando com todas as passagens secretas e caves. Não havia nada.
O meu coração parou por alguns segundos. A esperança estava a morrer.


“Não Adrien, tu não te tornaste nisto para perderes a esperança no dia seguinte. Tu não podes desistir dela.”


A minha visão melhorada fazia com que eu visse melhor que nunca. Conseguia ver as coisas mais apuradas e no escuro.
Sem muito mais tempo antes de o sol nascer, agarrei em alguns mantimentos para comer e beber durante o dia.


Eu estava cansado e tinha de dormir, mas tinha tantos pesadelos com o que eu estava a passar que preferia ficar acordado.
As horas foram passando e o dia estava a chegar ao fim de novo. Achei que era seguro sair do meu esconderijo.
Não tinha conseguido pregar olho todo o dia. 


Saí da masmorra e passei pelo meu escritório. Poderiam haver quaisquer mensagens da Mari. Em cima da mesa estava uma carta reencaminhada da mansão dos Dupain-Cheng.


Apressei-me a abrir a carta. Deparei-me com a perfeita caligrafia  da Mari. Ela não gostava muito de escrever em cartas, a não ser que fosse alguma coisa de muito importante.


O conteúdo da carta partiu-me o coração, mas lá no fundo eu sabia que não era verdadeiro. Ela nunca escreveria alguma coisa daquele género e sem sequer mencionar o novo noivo.


Ao pé da assinatura, porém, consegui ver uma coisa não muito normal. Nunca teria conseguido ver aquilo se não fosse o Chat Noir. Marcas. De lágrimas.


O que é que aquele idiota que a tinha levado de mim estava a fazer com ela? Ela não escreveria uma carta a dizer que estava feliz e depois chorava.


Eu sabia! Tinha sido o bastardo que a tinha obrigado. Só podia!


Tinha de ser rápido a encontrá-la. Ela não podia casar com outro. Nós tínhamos um amor que mais ninguém podia ter. Não poderia ser quebrado por um homem qualquer.


“Tenho de a encontrar. Ou pode ser tarde de mais...”


Notas Finais


Espero que tenham gostado!

Eu tenho outras fanfics se alguém quiser ler:

https://www.spiritfanfiction.com/historia/reviravoltas-amorosas-6637730 - Reviravoltas Amorosas, minha primeira fanfic
https://www.spiritfanfiction.com/historia/joaninha-de-fogo-14045687 -Minha fanfic mais recente


Ainda tenho mais histórias, mas são muitas mesmo.

Até à próxima!


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