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História Raro Amor - Jaeyong - Kai


Escrita por: DamDia

Notas do Autor


Olá, pessoas lindas!
Desculpa estar postando esse capitulo só hoje, era para ter saído ontem, mas tive uns probleminhas.
Como sempre gosto de fazer, um muito obrigado a todo apoio que vocês dão e espero que continuem gostando!

Boa leitura!

Capítulo 16 - Kai


Fanfic / Fanfiction Raro Amor - Jaeyong - Kai

"Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo". - Antoine de Saint-Exupéry.

 

Dizem que há sempre males que vem para o bem e estar ali, no quarto com Winwin, poderia muito bem significar isso. 

Lembro da primeira vez que estive com ele aqui. Tinha sido um dia de neve, e no meio do dia dos namorados, eu e Winwin tivemos nosso primeiro encontro. Um plano criado por Kai e Jennie. Mesmo depois de um ataque de pânico, ele me trouxe ao seu quarto e cuidou de mim.

Ainda conseguia sentir o cheiro do seu pijama que eu vesti emprestado. Também conseguia recordar do nosso primeiro beijo, uma das melhores lembranças desse ano conturbado. 

Winwin, ainda com seu uniforme, me trouxe até sua cama onde nos sentamos. Fazia tempo que não sentia a presença de Winwin. Seu olhar sério em meio a sua face calma me trazia uma saudade quase que palpável. 

No meio daquele silêncio, ele esperava uma resposta minha, e eu esperava poder ver um pouco mais dele.

— Acho que você podia começar. — Winwin interrompe a calmaria. Seu olhar vai ao chão e eu observo ele desviar seu rosto do meu.

— Sim. — Respondo. — Antes, eu queria te pedir mais uma vez desculpas, não queria te magoar.

Winwin me responde com um pequeno sorriso. Tento acreditar que naquele gesto de alguma forma ele possa ter me perdoado.

Estava sendo completamente sincero, magoar Winwin era uma das últimas coisas no mundo que eu queria fazer. Não só por gostar dele, mas por ele não merecer.

Voltando ao assunto de nossa conversa, Taeyong, eu começo a repassar em minha mente o roteiro de nossa história. Meu peito aperta de nervoso, porém dessa vez não daria meia voltas ou amenizaria os acontecimentos. Se era para ser sincero com Winwin, eu contaria tudo.

— Eu conheci Taeyong ainda pequeno. Ele não sabia que eu existia e só viemos a nos conhecer de fato quando passamos a estudar juntos. — Digo contando algo que imagino já ser do conhecimento de Winwin.

Ele volta a me encarar.

— Logo eu e Taeyong passamos a ser amigos. Não sei como, mas era como se desde sempre eu pudesse sentir algo muito maior que isso. Uma conexão diferente. Crescemos e passamos o início da nossa adolescência praticamente grudados. 

Dessa vez sou eu que fujo do olhar de Winwin e passo a encarar o chão. Era estranho contar tudo aquilo para alguém.

— Descobrimos muitas coisas juntos, inclusive, ele foi com ele o meu primeiro beijo. E sendo sincero, Taeyong foi sendo uma peça fundamental na minha vida. A maior parte das minhas lembranças do passado são com ele. Imaginar um futuro onde ele não está parecia impossível.

— Você continua pensando dessa mesma forma? — Winwin questiona, pela primeira vez em muito tempo sinto um pesar em sua voz.

Não respondo tão rápido. Até porque era nesse ponto que eu não tinha respostas. Taeyong antes certeza, vinha sendo vários questionamentos sem respostas.

— Acho que depois de ver ele se afastar de mim, sem ao menos dizer o porquê, me faz pensar que imaginar um futuro juntos ainda é apostar numa dúvida. Ainda não consigo confiar completamente.

— Eu não consigo entender, por que Taeyong se afastaria de você? — Algo na pergunta de Winwin me chama a atenção. Ouvir o nome "Taeyong" sair de sua boca era tão estranho quanto estarmos falando dele.

— Por muitos anos tive que viver sem essa resposta. — Confesso para Winwin. Ele coloca sua mão sobre a minha. — Sempre achei que eu era o culpado. Meu transtorno obsessivo naquela época já vinha me causando problema, e eu comecei a achar que Taeyong tinha se afastado de mim por isso. Fugido de um louco.

— Você não é um louco… — Winwin diz. — …Acho que Taeyong não acha também. Ele que não estava no juizo perfeito para se afastar de você.

Meu coração palpita, confesso. A sinceridade e o jeito de Winwin de ser direto fazia eu me sentir seguro.

— Naquele jantar… — Começo a contar os fatos mais recentes. Sinto um nervoso chegar ao sentir a mão de Winwin vacilar sobre a minha. — Eu realmente não correspondi o beijo dele e eu nem iria.

Dessa vez digo olhando em seus olhos.

— Eu sei, não foi por isso que me senti traído. Não consegui suportar que depois de termos conversados sobre sua relação com ele, você ter mentido e dito que eram apenas antigos amigos. — Winwin era resoluto. 

Balanço a cabeça concordando.

— No dia do jantar, Taeyong me contou o porquê dele ter se afastado de mim. Seu pai vinha estranhando a nossa proximidade e fez com que Taeyong se afastasse de mim. Pelo menos é isso que ele disse. — Conto para Winwin.

— E você confia nele? — Winwin questiona. Penso se ele e Jennie compartilhavam uma parte da mesma personalidade.

— Confio. — Respondo. — Mas não acho que eu consiga suportar ver essa confiança se quebrar mais uma vez. Será a última vez que confio nele.

Winwin entra em meu olhar, como uma análise.

— E eu confio em você. — Ele diz. — Não quero que você sofra. Podemos não estarmos mais juntos, mas eu gosto muito de você Jaehyun. Esses últimos dias foram horríveis. Principalmente por achar que você não se  importava comigo.

Mais uma vez a sinceridade de Winwin me impressionava. 

Queria pedir desculpas mais uma vez, gritar por perdão. Apagar de alguma forma meu erro. E é nesse momento que penso em Taeyong. "Era assim que ele se sentia quanto a mim?" questiono-me.

Meus pensamentos confusos pareciam estar finalmente começando a se fazer presente. 

No fim de nossa conversa, eu conto para ele sobre a farsa do casamento de Taeyong e jisoo; Das minha desconfianças quanto a minha mãe e o pai de kai; E o meu ódio pelo pai de Taeyong.

Ele fica chocado com tudo aquilo. Não posso culpá-lo, era como vinha me sentindo. Ficamos mais um tempo em silêncio até Winwin me pegar de surpresa ao se levantar. 

Ele oferece sua mão para eu me levantar.

— Obrigado por me contar tudo isso. — Winwin diz. Minha mão ainda com a sua e me guia até a porta de seu quarto. — Vou ter que voltar ao trabalho e acho que sua irmã já deve estar te esperando.

— Provavelmente. — Yoona devia estar coçando de curiosidade e tensão.

Resolvo sair primeiro e no momento de puro descuido, eu acabo roubando um beijo de Winwin. Ele me encara surpreso e faço o mesmo. Não entendia o porquê de eu ter dado aquele beijo. Eu acho que a lembrança trazida pelo quarto de Winwin foi a grande culpada.

Sinto-me constrangido. Eu e ele, em um acordo silencioso e firmado apenas pelo nosso olhar, resolvemos fingir que aquele beijo não havia acontecido. 

— Jaehyun, posso te fazer uma última pergunta? — Winwin diz parado entre mim e a porta de seu quarto.

— Claro. — Respondo.

— Você ainda gosta de mim?

Sua pergunta não precisava de resposta.

— Sim. — Eu respondo sincero. — Pode parecer besteira eu dizer isso, mas por gostar de você que eu não consigo te colocar no meio dessa confusão. Não quero te ver sofrer… Mais do que eu já fiz.

Vejo Winwin voltar a ficar mais sério.

— Então espero que essa confusão acabe o mais rápido possível. — Ele responde com um sorriso. — Se precisar de qualquer ajuda, com seu plano, eu estou aqui. 

— Obrigado. — Agradeço feliz por ter ele ao meu lado.

Assim, Winwin se despede de mim e eu dele. Sentia-me leve e pela primeira vez eu concordava com aquela frase... há real realmente males que vem para o bem.

 

Dias depois...

 

Mais uma noite se passou e a manhã surgiu  em meio aos meus pesadelos, esses pareciam constantes nesta última semana. Talvez pela ansiedade em saber que o casamento de Taeyong e Jisoo estava se aproximando. Ontem eu havia recebido o convite da cerimônia, a data foi definida para o fim da primavera. Teríamos menos de dois meses para tentar acabar com os planos de Hyunbin.

Desde a chegada do convite, eu estou vivendo em plena tensão. Confesso que se não fosse Winwin, eu teria zerado diversas provas da faculdade. Minha atenção estava exclusivamente voltada a Taeyong.

Saio da cama, parando de frente a janela. O sol já estava alto sobre a casa dos Lee, tento ver se consigo perceber alguma movimentação de Taeyong, mas a casa parecia calma como sempre. 

Abro a cortina e a janela, precisava sentir que não estava preso a algo.

Escuto batidas na porta que se abre em seguida. Viro-me em direção á ela. Minha mãe apressada, e sem sequer dizer um bom dia, entra no quarto procurando alguma coisa no armário de Sehun.

— Bom dia, para você querida mãe. — Respondo meio irônico. — Posso ajudar com essa vistoria?

Ela pára encarando-me.

— Bom dia, amado filho. — Sua resposta veio tão irônica quanto a minha. — Estou com pressa. Seu irmão, mais uma vez me causando problema. Parece que ele se envolveu em mais uma dessas festas de faculdade e vou precisar levar os documentos dele na reitoria. Agradeço aos céus você não ter ido morar nos dormitórios também.

Concordo balançando a cabeça.

Não sei porque mais o silêncio que chega entre nós parecia constrangedor como nunca fora. Estava sendo insuportável não poder contar para ela sobre o maluco do Hyunbin. Meu maior medo, era ela já saber e concordar com todas as atitudes.

Cerro meus pulsos tentando não coça-los. 

Enquanto minha mãe continua com sua procura, abro meu celular vendo uma mensagem de Kai. Estranho o contexto e ela ter sido mandada há quase duas horas atrás. Ele apenas escreveu, "Tenho novidades, vem para a minha casa."

Ele não devia usar a palavra "novidade" assim. Estamos em um momento que essa "novidade" pode ser qualquer coisa. Ruim ou boa.

— Vou ter que sair… — Digo para minha mãe. — Só não mexa nas minhas coisas.

Ela rir.

— Está escondendo algo de mim, Jeong Jaehyun? — Ela pergunta ainda com um sorriso no rosto.  

Apesar do seu tom de brincadeira, meu corpo gela. Imagino eu respondendo "Sim, mãe!". Para evitar que eu realmente dissesse eu logo trato de sair do quarto me limitando a ficar em silêncio.

Penso em ir na casa de Kai com o carro de Yoona, que ainda dormia. Porém acho melhor ir até a casa dele andando. Seria rápido e ainda podia aproveitar o dia ensolarado de primavera.

Ao passar pela casa de Taeyong, automaticamente, eu sinto uma repulsa ao ver o carro de Hyunbin parado em frente da casa. Agora era comum ver ele estacionado ali. Era como se Hyunbin ficasse à espreita, cuidando para que Taeyong não fugisse.

Rapidamente chego na casa de Kai. Pensar no meu ódio para com Hyunbin fez o tempo voar.

Bato na porta e para minha surpresa, quem abre era o pai de Kai, o doutor Kim. Na mesma hora sinto um desconforto. 

— Olá, Jaehyun! — Ele diz simpático. — Pode entrar, eles estam no quarto. 

"Então Jennie também estava aqui" Penso.

— Obrigado, então vou indo até lá. — Respondo já caminhando-me em direção a escada.

— Jaehyun… — O pai de Kai diz fazendo-me parar no primeiro degrau. — Não gosto de misturar vida pessoal com meu trabalho, no entanto já fazem mais de um mês que você não marca sua consulta. 

Tento não parecer tão desconfortável quanto eu estava. Qualquer gesto podia ser mal interpretado pelo doutor Kim.

— Está tudo bem? — Ele pergunta.

— Está sim. A faculdade está consumindo muito do meu tempo. — Eu respondo. Aquela era uma das poucas vezes que mentia para ele. — E agora que sou padrinho de Taeyong, tenho estado muito ocupado com os preparativos para o casamento.

O doutor Kim estreita seu olhar por trás de seus óculos, com certeza me analisando. E o conhecendo bem, ele sabia que era mentira.

— Com toda certeza vamos precisar conversar sobre isso. — Ele diz. — Mas, não se preocupe depois você marca um dia comigo. Esta semana minha agenda vai estar cheia, mas posso encontrar um horário para você.

Abro um sorriso fingindo adorar aquela ideia.

— Certo, vou marcar sim. — Digo pensando como seria essa consulta depois de tudo que descobri sobre Hyunbin. 

— Pode subir, não vou mais tomar o seu tempo. — Fala o Doutor dando uma batida em meu ombro. 

Entre meu suspiro de alívio, eu vejo ele ir em direção a cozinha.

Corro pela escada indo até o quarto de Kai, abrindo a porta sem cerimônia. 

— Estou suando de nervoso… — Confesso ao entrar no quarto. Porém, eu logo paro de falar ao ver algo no mínimo inesperado.

Estranho aquela situação.

— O que você está fazendo aqui? — Pergunto para Taeyong que me olha sem graça. 

Ele estava sentado na cama. Enquanto Kai estava sentado no batente da janela que ficava no lado oposto da porta.

— Fecha a porta, Jae. — Kai diz se levantando.

Obedeço sua ordem ainda meio surpreso.

— Descobri algo e achei melhor chamar todo mundo. Jennie não veio porque está presa com alguma coisa da faculdade. — Kai conta. — Inclusive você demorou para chegar.

— Acordei tarde, estou dormindo muito mal esses dias. — Respondo tentando não entregar que era por causa de Taeyong. Até porque ele estava ali. 

— Quem não? — Taeyong indaga. — As vezes nem quero dormir porque já sei que vai ser uma longa noite de insônia.

Sua voz parece cansada. Vou até ele, dando um abraço tímido. Sento ao seu lado e ele apoia sua mão na minha perna.

— Porque você não foi me chamar? — Eu ergunto para Taeyong.

Ele suspira.

— Meu pai parece que não sai mais de perto, não quis levantar suspeitas e ir até a sua casa, a desculpa do alfaiate já foi usada e eu não tinha outra…

— Seu pai não parece estar de brincadeira. — Kai diz interrompendo Taeyong. 

— Toda vez que olho pela janela, o carro dele está lá, parado em frente da casa. — Eu digo.

Kai se vira para pegar algo em cima da mesa.

— Ele passa mais tempo em casa que eu e Jeno. E as visitas dos pais de Jisoo ficou mais frequente. — A voz de Taeyong sai triste. — Está cada dia pior. Confesso que não odeio Jisoo, mas com os preparativos do casamento, ela está conseguindo ser insuportável.

Reviro os olhos. Como se Jisoo não fosse insuportável. Se Jennie estivesse aqui, ela daria uma lista de motivos para achar Jisoo insuportável. E eu concordaria com todos. Para não piorar o estado de desânimo de Taeyong, eu fico em silêncio.

Kai volta com uns papéis.

— O que é isso? — Eu pergunto pegando eles de sua mão.

Leio um parte dos textos enquanto Kai volta a se sentar no batente da janela. Ele fica de frente para nós.

— São mensagens de e-mail, entre meu pai e o seu. — Kai diz para Taeyong. — Eu consegui pegar no celular do meu pai. Pelas data foi pouco tempo antes de vocês voltarem.

Começo a ler uma das folhas e Taeyong lê as outras. 

As mensagens no início pareciam conversas normais, como se fosse amigos falando depois de muito tempo sem se ver. No entanto, com o passar da leitura, vou percebendo que o tom de Hyunbin começa a ficar mais incisivo, ou melhor, autoritário.

Taeyong me encara consternado.

— O que foi, Tae? — Questiono pegando o papel de sua mão.

As mensagens agora atingiam um outro nível, Hyunbin agora passava a tentar fazer o pai de Kai aceitar a sua sociedade, o tom autoritário passou a virar ameaça. Ao chegar no fim do papel, as mensagens tinham um novo assunto... Eu.

— Parece que Hyunbin vinha chantageando meu pai, ele utilizava a sociedade e o dinheiro dos pais de Jisso. — Ele diz para mim. — Hyunbin está tentando obter informações sobre você. 

Fico em silêncio tentando assimilar tudo aquilo. "Como assim, eu?" penso confuso. Minha cabeça parecia fervilhar tentando achar um motivo plausível, ou uma forma de entender.

— É óbvio! — Diz Taeyong se levantando. — Ele queria saber se iria ter alguma chance de eu voltar para você. Afinal estávamos voltando para seul e sua mãe conseguiu a casa em frente à sua.

Kai balança a cabeça concordando.

— E o seu pai disse algo, certo? — Pergunto para ele. — Afinal, agora eles são sócios da clínica. Hyunbin não iria desembolsar dinheiro se não tivesse tido informações.

— Sim, meu pai deve ter dito algo. Afinal ele aceitou o acordo da sociedade. — Kai responde, fazendo minha respiração falhar.

Concentrar-me parecia muito difícil. Foco no chão tentando manter a calma. Reparo nos passos pesados e nervosos de Taeyong. Kai pede para ele parar de andar de um lado para o outro, para não fazer barulho.

— Kai, se seu pai disse tudo que eu falei sobre Taeyong nas consultas, porque Hyunbin aceitou se mudar para frente da minha casa? — Eu pergunto enquanto reviro os papéis tentando achar a resposta.

— De duas ou uma, ou ele mentiu sobre a conversa de vocês, ou você disse que não gostava mais de… — Kai para no meio da frase ao perceber que Taeyong estava ali.

— Que não gostava mais de mim. — Taeyong completa a frase.

O silêncio dá a suas honras, mas eu resolvo quebra-lo.

— Pode ser qualquer uma das situações. — Eu digo sincero. — Eu já falei que não queria mais saber de Taeyong e na outra semana disse que ainda gostava dele.

Taeyong me encara com um pequeno sorriso satisfeito de lado. Fico envergonhado.

— Então não podemos confiar no seu pai?— Eu pergunto no fundo esperando um "Podemos sim". 

Já estava difícil conviver com minha doença dando as caras novamente. E ainda não teria o doutor Kim para ajudar. Sintia-me traído e triste ao mesmo tempo.

— Não sei se podemos confiar. — Kai responde triste. — Vou ver se tento achar algo que nos confirme o que ele falou de você para Hyunbin.

Pela primeira vez, eu penso em Kai naquela situação. Não queria imaginar que minha mãe e seu pai pudesse ter se sujeitado a Hyunbin.

— Até onde meu pai vai com tudo isso? — Taeyong pergunta baixo. Percebo seu olhar se encher de lágrima. — Como posso voltar para casa e fingir que está tudo bem? 

Levanto-me abraçando ele. 

Minha mão se apoia atrás de sua cabeça. Eu entrelaço meus dedos em seu cabelo. Com cuidado, eu faço com que ele apoie seu queixo em meu ombro. Naquele abraço, eu também queria chorar, podia desabar a qualquer momento. Mas, eu precisava me manter forte por ele. 

Lembro de Taeyong me dizer há anos atrás que o meu trabalho era ficar alegre por nós dois, e deixa que a tristeza era com ele. Dessa vez eu queria poder ficar com toda a tristeza só para mim.

— Hoje você vai dormir na minha casa. — Eu digo para ele. Inventamos algo para a minha mãe e o seu pai. Você não vai precisar voltar para casa. Vamos ficar juntos.

Interrompendo nosso abraço, sinto estar cada vez mais me envolvendo com Taeyong.

Kai, cabisbaixo, encara nós como se pedisse desculpas pelo seu pai. E tenho certeza que logo ele tentaria fazer isso. Iria assumir uma culpa que não era sua. 

— Nem ouse. — Eu digo para ele. 

Agacho-me na sua frente segurando sua mão.

— Muito obrigado por tudo. — Eu digo para Kai. — Você é o melhor amigo que eu poderia ter pedido. Nós vamos resolver tudo. Tenta não ficar cabisbaixo perto dele, ele só tem você.

Confortar os dois era o máximo que eu podia fazer mesmo eu não estando bem. Encaro a cortina atrás de mim, queria poder abri-la, como se fosse achar ali uma saída. Porém não era tão fácil assim.

— É melhor vocês não demorarem muito. — Kai diz interrompendo meus pensamentos. — Não quero fazer com que nossos pais desconfiem de algo.

Balanço a cabeça concordando.

— Vamos? — Pergunto com um sorriso para Taeyong.

Ele segura a minha mão de maneira firme. Seu sorriso fraco, parecia tentar se encher em mim. 

Despeço-me de Kai e digo que se ele precisasse de algo, era só avisar. 

— Muito obrigado, Kai. — Taeyong diz.

Faço dele as minha palavras. Naquele dia Kai havia encontrado uma peça fundamental em toda essa desventura. Entre medo e desconfianças, pelo menos estamos mais pertos de entender tudo. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado!

Jaehyun começa a voltar a se aproximar cada vez mais de Taeyong, será que os dois vão começar a se entender? E esses pais, até que ponto estão envolvidos em tudo isso? O casamento está se aproximando, eles vão conseguir acabar com tudo isso?

Vejo vocês no próximo capítulo!


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