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História Raro Amor - Jaeyong - WinWin


Escrita por: DamDia

Notas do Autor


Olá, pessoas!
Sim, chegou terça-feira e mais um capítulo de Raro Amor!
Boa leitura e espero que gostem!

P.S.: Obrigado a quem comentou!!! É sempre bom saber o que estão achando <3

Capítulo 4 - WinWin


Fanfic / Fanfiction Raro Amor - Jaeyong - WinWin

"Esconder é fácil, difícil é deixar de sentir. O tempo ameniza, mas não cura. A novidade preenche, mas não substitui." - Martha Medeiros.

 

Ponto de Vista – Jaehyun.

Acordei-me com um frio insuportável, penso que talvez o aquecedor tenha parado outra vez. Sento na cama coçando meus olhos. Olhei para o relógio do celular me surpreendendo com a hora marcada, 07h25. Eu deveria estar saindo de casa a essa hora. 

Ao levantar da cama vejo que Sehun não estava no quarto, provavelmente dormiu no dormitório da faculdade. 

Esses dias têm sido difíceis, um turbilhão de acontecimentos parecia me atingir. 

Lembro de um dia depois do fatídico jantar, minha mãe dizer que teve de se desculpar com os convidados pela minha repentina fuga. Retruquei falando que depois de tudo, como ela teve coragem de chamar o pai de Taeyong e ele para o jantar de natal. Meio resoluta, ela se desculpou dizendo que já fazia muito tempo que tudo aconteceu e que eu estou muito melhor.

Lembro de questionar se o aparecimento deles era sinal de que eles voltariam a morar no bairro, mas ela respondeu que não sabia. Óbvio que contei tudo para Kai e Jennie que pareciam tão tensos quanto eu.

Segundo o doutor Kim, eu deveria fazer o possível para cortar qualquer pensamento repetitivo sobre Taeyong. E mesmo eu me forçando a parar de pensar em tudo isso, Taeyong parecia fazer sua visita diária em meus devaneios. Pergunto-me se ele sabia o quanto ele havia me magoado.

Corro para o banho, não demorando para me arrumar.

Tomo os quatros comprimidos de vez, tentando rapidamente sair de casa. Para tornar o dia mais comum, a neve ainda ocupava um bom pedaço das ruas e das casas. Apesar de acordar tarde, meu atraso foi recompensado, pois consegui seguir todos os onze passos da minha rotina matinal. 

"Acordar, abrir a janela, ir ao banheiro, tomar banho, trocar de roupa enquanto arruma a cama, comer o resto do jantar de ontem, escovar os dentes, tomar os remédios, pegar as coisas da faculdade e ir para faculdade." Faço um check mental em todas elas.

Ao sair de casa, vi um Kai de cabeça baixa, provavelmente cochilando em pé. Cheguei perto dele sentindo um perfume forte com notas de cereja, era tão aconchegante quanto um abraço.

 — Acho melhor você acordar. – Falei olhando um Kai com sua expressão padrão no rosto, meio alheio a tudo. Para alguns poderia até parecer intimidador, mas para mim era só o seu jeito. 

Kai, sonolento, apenas deu de ombros e começou a entrar no carro. Fiz o mesmo. Como sempre entre nós, eu geralmente falava e ele concordava balançando a cabeça. Porém, hoje ele parecia calmo demais, quase apático, nem a cabeça ele custava balançar. 

O caminho até a faculdade não era tão longo. Apenas cheio de carros, sempre ficávamos parados no trânsito. Era aceitável visto que a faculdade ficava bem perto do centro.

O carro andava quase que automático em meio a altas buzinas e sinais de trânsito. Seul não podia parecer mais indigesta quanto agora, parecia que ela queria ser ríspida com todos. 

– Chegamos! – sussurrou Kai ainda cabisbaixo, e devo confessar que agora aquilo me pareceu ainda mais estranho.

Quando ele levou a mão até a porta do carro, eu fui mais rápido. Logo segurei em seu braço o impedindo de sair. O que recebi em troca foi seu olhar me encarando confuso.

– Que diabos está acontecendo Kai? – Segurei a mão dele enquanto o encarava. 

Um minuto de tensão se passou, talvez fossem apenas trinta segundos, ou nem isso. Mas minha intuição nunca me enganava, e o que veio a seguir tão pouco foi algo insignificante.

– Hyunbin, o pai de Taeyong procurou meu pai. Parece que ele quer virar sócio do consultório. – Meus olhos cresceram de um tamanho considerável, minha mão que antes segurava em seu braço agora perdia a força. — Meu pai disse para eu não te contar, mas é muito provável que eles voltem a morar aqui. E você sabe o que isso significa. 

Respirei fundo. 

Se eu tinha meus problemas com Taeyong, o pai de Kai tinha o dobro com Hyunbin. Quando eles foram morar fora, o pai de Taeyong simplesmente rompeu sociedade com o Doutor Kim deixando uma pequena dívida.

– De novo? eles não estavam brigados? — Eu indago sem entender o porquê do Doutor Kim aceitar aquilo. — Não é possível que eles vão voltar a morar aqui...

Falei sendo interrompido por Kai.

– Eles vão Jaehyun. E é bom você se acostumar, e tenho certeza que Taeyong não vai voltar para a faculdade em Londres. Dou dias para ele botar a cara aqui.

Apertei minha mão no moletom pesado que vestia. 

Só fazia menos de uma hora que tinha tirado Taeyong dos meus pensamentos e Kai fez com que ele voltasse mais uma vez.

Kai balançou o braço tirando minha mão dele.

— Vamos! Não podemos nos atrasar, tenho treino agora. Depois conversamos, pode ser? – Sua indagação veio com sua saída do carro. Aproveitei e fiz o mesmo. 

O caminho do carro até a sala de automação e controle de máquinas parecia tão conturbado que apenas andei pelos corredores. Torcendo para não me atrasar.

 

Ponto de Vista – Yoona.

“I believe I can fly

I believe I can touch the sky 

I think about it every night and day 

Spread my wings and fly away……” 

Essa música ressoava por todo o escritório de advocacia, fazendo minhas pernas tremerem de raiva. Segundo a minha mãe, Suho precisava escutar a música para desvendar os mistérios da justiça. Eu apenas retrucava que o Suho era um lunático que não resolvia mistério nenhum. E não seria I believe I can fly do R.Kelly que mudaria isso.

Minha mãe, não gostava nem um pouco quando eu falava mal do Suho. Se eu dissesse algo, ela se calava e me olhava com uma expressão rancorosa. Ou ela respondia de volta com um “Você está sendo injusta com o menino Suho”. “Menino Suho”, quem dera, ele estava quase nas casas dos trinta. Um louco de pedra.

Estava em minha mesa —  Para ser mais exata, em meu cubículo perto da sala de Suho — Quando escuto a voz dele chamar meu nome.

— Yoona! — O som do seu grito conseguiu sair mais alto que a música do caro R.Kelly. 

Andei rapidamente ajeitando minha saia e calçando o salto, que havia tirado há pouco. Cheguei à porta abrindo-a rapidamente.

— Oi, Suho o que… — fui interrompida.

— Yoona, você poderia pegar para mim os dados bancários de Kim Hyun Bin? — Seu tom áspero rompia a música, e o cheiro de perfume caro rompia minhas narinas. Suho, de frente para cortina marrom, parecia ter saído de um filme noir dos anos sessenta. Brega e chato. —  Quero todos os papéis na minha mesa de tarde. 

Era sempre assim, quando tínhamos um trabalho de algum cliente, ele voltava a si — saindo de seu mundo seja onde ele for. O que acontece raramente, não costumamos ter muito trabalho e é por isso que me pergunto como vim parar aqui. “Minha mãe precisa de mim” pensei.

— Pode deixar Suho! — falei me retirando. Porém, parei antes de chegar à porta, pensando sobre o Hyun Bin. — Posso perguntar algo?

— Espero que essa não seja a sua pergunta? — Seu riso de lado me fez pensar o quão estranha aquela pessoa era.

— Não. Por que ele? 

Ele parou se afastando um pouco da janela para logo desligar o bendito rádio.

— Cara Yoona, Hyunbin vai voltar a ter a sociedade com um tal de Kyungsoo. Não que isso seja da sua conta, mas precisamos dos dados dele para dar entrada em tudo. Resultando no seu salário e na felicidade da sua mãe.

Confirmei com a cabeça me retirando de sua sala. Ouvindo mais uma vez o "I believe i can fly" que voltava a tocar novamente.

Lembra Yoona: “Sua mãe precisa de você” — anotei em um post-it, colando ele na tela do meu computador. Mesmo sabendo que não era tão verdade assim.

 

Ponto de Vista – Jaehyun.

Fazia no mínimo uma hora desde que eu prestei atenção em algo que o professor falava. "Taeyong, Taeyong, Taeyong..." O nome do garoto apitava em minha cabeça. Sem conseguir parar de pensar nele, apenas abaixei minha cabeça encostado-a na carteira.

O professor fazia centenas de perguntas para a sala e poucos respondiam. E para piorar a minha situação, Winwin, sentado à minha frente, parecia ter resposta para todas as perguntas. O que acabava fazendo com que o professor olhasse sempre em minha direção. E eu só queria continuar deitado na carteira.

Winwin, ou Dong Sicheng, era o filho único dos Dong. Ou como ele era conhecido por todos, o garoto do restaurante chinês. 

Poucos na nossa turma precisavam de um emprego, diferente de Winwin. Ele sabia bem o que era trabalho. O rapaz começou a ajudar seus pais no restaurante desde muito cedo, sempre com uma feição séria estampada no rosto. Seu cheiro tinha um quê de gengibre. Nunca conversei com ele por muito tempo.

Normalmente eu e Winwin trocamos apenas um bom dia e um tchau, no máximo falávamos sobre as aulas e provas. Lembro que ele tinha umas bochechas meio espessas antigamente, e as leves sardas combinavam com seu rosto claro. 

Nunca me interessei por ele — estudávamos juntos no ensino médio — acho que por mal ver ele fora da escola, ou por estar obcecado por Taeyong. 

Hoje, Winwin está extremamente atrativo, como minha mãe diria: "cresceu bem". Antes baixinho, agora ele tinha esticado. Curvei-me um pouco para frente da carteira, e o mesmo cheiro de gengibre podia ser sentido. 

Acho que cheguei perto demais.

Winwin virou rapidamente em minha direção, enquanto o professor ainda fazia seu especial de perguntas tentando ver quem erra.

— Está tudo bem? — Ele perguntou me encarando sério.

— Sim, desculpa. — Respondi super envergonhado. — Ele apenas balançou a cabeça em sentido afirmativo e voltou sua atenção à aula.

Suas poucas sardas ainda estavam lá, assim como sua bochecha saliente. “Porquê de repente o cheiro de gengibre parecia tão atraente?”. como diria Sehun, meu irmão, era falta de um relacionamento.

Voltei a tentar prestar atenção no professor, porém era caso perdido. Nessa batalha Taeyong e Winwin tinham roubado meus pensamentos.

 

[Raro Amor]

 

O caminho da volta foi o mais diferente possível, no banco de trás do carro estava Jennie e Winwin. Eu tento falar, sussurrando, com Kai sobre o porquê de Winwin estar ali. No entanto, ele parecia tão constrangido quanto eu, com a repentina presença do quarto membro.

— Então Winwin, descobri hoje que Jaehyun e você estudam juntos. — Falou Jennie rompendo o silêncio. — Lembro de quando todos estudávamos no colégio, já faz um tempo.

Ele concorda.

— É faz mesmo. — Falei tentando entrar na conversa.

Entretanto, respostas curtas são a melhor forma de manter o ambiente ainda mais constrangedor. Por isso tratei de complementar com a primeira coisa que veio. 

— Segundo minha mãe você cresceu bem, ela me diz toda vez que vai no restaurante dos seus pais. — Não sei qual foi a minha intenção de falar aquilo, mas Kai olhou para mim numa espécie de julgamento.

— Obrigado, acho. — Respondeu Winwin com um sorriso no rosto. Era a primeira vez que ele não tinha a sua expressão séria no rosto. — Vocês também cresceram bem. Kai vejo sempre nos jogos, e como estudo com Jaehyun vejo ele quase todos os dias. Acho que a última vez que tinha te visto, Jennie, talvez tenha sido na palestra inicial da faculdade. 

Franzi a testa, tentando pensar nessa conexão entre Jennie e Winwin e Kai parecia tenso no volante.

Em pouco tempo o recém chegado desceu em sua casa, ele morava perto da faculdade. E com um "até breve" nos despedimos dele.

— "Cresceu bem"?! — Kai me encarou balançando a cabeça negativamente.

Jennie, atrás, sorria em negação.

— Desculpa. Vocês sabem que às vezes eu me enrolo. — falei desistindo de tentar fazê-los entender.

No carro Kai não deixou o assunto sobre Winwin morrer. Segundo ele, eu estou desenvolvendo um interesse maior por garotos. Culpo o novo remédio que fora adicionado à lista, omitindo a parte da falta de relacionamento. 

Respondo que não me importaria em tentar algo com Winwin. O problema é que no bairro, isso seria motivo para longas conversas à mesa de jantar de todas as famílias. Ainda mais sendo dois homens. "Winwin é hetero?" Questiono-me mentalmente.

Chegamos em minha casa tão rápido que nem sentimos o tempo passar, tamanha a discussão.

— Que vocês acham de... — Jennie acabara de ser interrompida por mim.

— O que está acontecendo? — Pergunto tentando entender o que estava acontecendo.

Não fui o único a achar aquela cena completamente estranha. Um carro estava estacionado na casa à frente da minha.

— Venderam a casa dos Choi? — Indagou Jennie.

Essa por sua vez agora mantinha suas janelas abertas e a grama aparada. Algo que não acontecia desde a morte dos donos.

— Ou os defuntos voltaram a vida! — Respondo pegando minhas coisas. — Preciso ir.

Desço do carro, correndo para entrar em casa. Não me importo com o frio e a neve afundando em meus pés. Eu precisava fofocar com minha mãe. Com certeza ela sabia o que estava acontecendo. Chego em casa deixando minhas coisas no início da escada. 

Sigo pelo corredor até a sala, precisava saber das novidades.

— Mãe, os defuntos voltaram a vida? — Perguntei à minha mãe. Eu ainda estava no corredor. Ela pareceu não me ouvir, apresso o passo. — Mãe?!

Para no início da sala de estar vendo que ela não estava só.

Jeno e Taeyong a acompanhavam no chá, ambos sentados no sofá. A feição dela mostrava certa surpresa com a minha chegada. 

— Olá! — Falei meio desconcertado. 

— Oi, Jaehyun! — Disse Jeno se levantando do sofá.

Ele veio em minha direção dando um leve abraço. Ainda me surpreendia por ele estar praticamente do meu tamanho. Diferente do irmão, Taeyong me olha por um instante até me responder.

— Olá, Jaehyun! — Ele diz.

Tento entender tudo aquilo. Não aguentava mais aquela situação, era como se só eu não soubesse de nada.

— O que vocês estão fazendo aqui? — Perguntei encarando Taeyong.

Sabe a minha sinceridade, não me culpo por ela existir.


 


Notas Finais


É isso pessoal! Espero que tenham gostado :)
Lembrando que temos capítulos novos toda terça-feira e sábado!
Até mais :)


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