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História Razão VS Sensibilidade - A visita


Escrita por: Mandy_Dreamer15

Notas do Autor


Ainda sem aurieta, mas estamos chegando lá...
Desculpa qualquer erro!

Capítulo 3 - A visita


Fanfic / Fanfiction Razão VS Sensibilidade - A visita

A mulher que entrou na sala era corpulenta e robusta. Seus cabelos negros e ondulados estavam presos, exceto por dois fios que moldavam-lhe o rosto. Seus olhos eram castanhos e pequenos, o oposto de seu nariz, que era largo e arrebitado. Seus lábios eram carnudos e rosados e seu queixo era moldado para frente. O vestido longo que usava era azul e de renda, com pequenas pedras enfeitando a cintura e o decote em V.

- Ora, ora. Se não é Jade Garcia! – cumprimentou Ema sorrindo. – Como vai?

- Muito bem, minha querida muito bem! – exclamou a mulher. – Espero que a senhorita também!

A menina assentiu:

- Ora, claro! Estava agora a tomar chá com papai. – e, indicando com a mão a sala de refeições ao lado, ofereceu: - Gostaria de tomar um pouco?

- Não, não, muito obrigada. – a mulher recusou e, direcionando seu olhar para o viúvo, disse: - Ainda bem que o encontrei em casa, Aurélio! Será que podemos falar a sós?

O pai de Ema, que até então estava calado, se pronunciou:

- Claro. Vamos ao jardim.

Os dois saíram, deixando a baronesinha terminando seu chá.

...

- Então, – iniciou Aurélio – qual o motivo de sua visita, dona Jade?

- Oh, não, não. – ela gesticulava com as mãos, fazendo sua pulseira de pérolas balançar. – Já pedi que me chame apenas de Jade. Não há necessidade desse tipo de formalidade comigo, Aurélio.

O filho do Barão assentiu, um pouco sem jeito. Jade continuou, apoiando a mão no colo, em um ar filosófico:

- Não nos vemos desde terça-feira, quando você ajudou meu pai com os porcos que pareciam doentes.

A família Garcia era dona de uma fazenda próxima da de Ouro Verde no Vale do Café já fazia alguns anos, e era propriedade de Enzo, um grande fazendeiro, mas que já tinha idade, assim como o pai de Aurélio. Tinha dois filhos: Heitor, o mais velho, e Jade que era mimada pelos homens da casa. A esposa falecera anos atrás de uma doença desconhecida pelos médicos da região.

- Queria vê-lo. – completou Jade, satisfeita.

Aurélio parou de andar, fazendo a mulher fazer o mesmo.

- Fico honrado com tal estima, dona Jade, mas...

- Jade. – ela o corrigiu entredentes. – Pelo amor de Deus! Já lhe disse várias vezes!

O homem se apressou em corrigir o erro:

- Jade, Jade. Me desculpe. – fez uma pausa para soltar um longo suspiro. – Mas a senho... Você sabe que...

- Ora, Aurélio! – interrompeu a mulher. – Não me venha com essa conversa de novo. Sei que amou muito sua esposa e que quer preservar sua memória, mas francamente! Já se passaram quinze anos!

O filho do Barão engoliu em seco e hesitou. Não sabia como dizer o que queria de uma forma delicada. Seu cérebro começou a se desesperar, porque a filha de Enzo era sempre muito falante e espalhafatosa em seus gestos e falas, o que lhe dava poucos segundos para pensar em uma frase.

Por fim, aconteceu o que não queria:

- Não se preocupe, Aurélio. – a mulher já começava a falar e retomava o andar. – Esperei por cinco anos, desde que me mudei para cá. Posso esperar mais um pouco, porque sei que, um dia, você terá a mesma estima que tenho por você.

Aurélio voltou a andar para acompanhá-la, mas ficou em estado hesitante. Era impressionante o quanto aquela mulher era vaidosa. E, mesmo assim, não podia ferir essa vaidade sem se sentir um péssimo cavalheiro.

Tentou, mais uma vez, encontrar palavras que o livrassem daquela situação, mas todas lhe pareciam bruscas e grossas demais. Decidiu, então, mudar de assunto:

- E como vão os porcos?

Jade franziu a testa com a súbita mudança de assunto, mas logo assentiu:

- Estão ótimos agora! Graças ao seu esforço e conhecimento sobre animais, Aurélio.

Droga. A tentativa de mudar o tópico da conversa foi em vão e o pai de Ema se viu em uma situação delicada mais uma vez. Se ele nutrisse sentimentos pela mulher a sua frente, lhe diria palavras doces e a elogiaria em troca pelo que ela dissera. Mas não podia, porque a verdade é que não sentia nada por Jade Garcia, apenas respeito perante ao patrimônio de sua família.

Novamente, o homem parou de andar, dessa vez, olhando diretamente para aquela que lhe acompanhava. Jade fez o mesmo.

- Jade, me escute... – Aurélio suspirou e decidiu ser duro, apesar de detestar a ideia. – Não quero que você se iluda e que ache que temos algum futuro juntos, porque, a verdade é que...

- Meu querido Aurélio, - a mulher o interrompeu, deixando-o aturdido. – Você não me engana. – e, em um gesto ousado, segurou a mão do homem. – Não precisa dizer nada. Sei que papai pode ser um pouco bravo e ciumento, principalmente com sua filhinha querida. – ela sorriu, satisfeita. – Contudo, apesar de ter certeza que ele não se oporia ao nosso relacionamento, admiro seu respeito por minha família e não sou contra esse seu recuo.

Aurélio tentou falar, mas a mulher não o deixou:

- Sei que um dia você irá reconhecer a nossa relação. E sei também que esse momento está perto.

O filho do Barão se desvencilhou de Jade, a fim de tirar sua mão da dela, e voltou a andar, sendo acompanhado pela outra.

O que poderia lhe dizer agora? A mulher estava completamente crente de que os sentimentos eram mútuos e que teriam um futuro juntos. Achava que só não lhe propunha por causa de... Medo de seu pai? Ora essa, mas que mimada! Com certeza essa era a palavra que lhe definia, pois estava acostumada a ter tudo o que queria.

E Jade Garcia queria Aurélio. Queria e, em sua cabeça, teria.

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- Mandou me chamar, minha cara?

Susana estava na porta do escritório da nova fazenda que pertencia aos Bittencourt. Julieta fez sinal para a mulher entrar e respondeu:

- Sim. Preciso que você vá à fazenda Ouro Verde imediatamente tratar de negócios.

- Mas Julieta, daqui a pouco irá escurecer! – Susana pestanejou. – Não seria melhor adiarmos para amanh...

- Não, Susana. Você não entendeu. – a anfitriã se levantou e olhou seriamente para a outra. – Estava vendo uma papelada e descobri algo muito interessante.

A aprendiz franziu a testa em meio a um sorriso curioso:

- O que, minha amiga?

Julieta inclinou a cabeça para a esquerda, como habitualmente fazia, e lhe respondeu:

- O Barão de Ouro Verde fez muitas escolhas erradas nos últimos meses e receio que contraíram muitas dívidas nesse tempo. – levantou o dedo indicador, para enaltecer a fala: - Dívidas altíssimas!

- Então, a senhora quer que eu vá lá para fazer o que exatamente?

A mãe de Camilo soltou um breve, mas sonoro, suspiro:

- Quero que vá e diga que pretendo comprar as terras do Barão. – e, depois de uma pausa, acrescentou: - Leve Camilo. Ele precisa ganhar experiência nos negócios.

Susana arqueou as sobrancelhas em um sinal de satisfação:

- Muito bem, minha amiga. Farei isso com gosto. Com licença. – dito isso, meneou a cabeça e saiu em direção à fazenda dos Cavalcante.


Notas Finais


O que acharam de Jade Garcia?


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