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História (Re) Começar - A Vida Como (realmente) Ela É


Escrita por: LadySixx80s e Ladyaly

Notas do Autor


Mais um saindo!
Estão gostando da história?
❤️

Capítulo 3 - A Vida Como (realmente) Ela É


Fanfic / Fanfiction (Re) Começar - A Vida Como (realmente) Ela É

AGORA.

(...)

Lá se vai mais uma noite esperando ele voltar pra casa. Ok, eu sei que hoje é sexta , mas mesmo assim não dava pra parar de fazer isso .Todo dia é a mesma coisa e sempre carreguei isso como uma responsabilidade pra mim. Eu sei que eu e ele não somos melhores amigos, mas mesmo assim quero zelar por ele. Sempre temi por sua vida , pela sua integridade e sempre orei para que Deus pudesse livrar ele de qualquer perigo…

Maldita profissão. 

Fico nervosa , ando pela casa toda enquanto ele não chega. Sei que nossa relação é um fracasso, um desastre...mas ele é meu pai e moro no mesmo teto que ele. Até hoje me lembro dos nossos primeiros dias de convivência aqui...eu só sabia chorar e ficar trancada no quarto o dia todo. Não conseguia comer e nem falar. Eu havia perdido muito peso e me sentia doente. Fiquei tão mal que tio Jared , tia Genevieve e tia Angélica vieram pra cá e ficaram alguns dias comigo.

Sempre tive dificuldade em chamá-lo de pai e evitava ao máximo ter algum tipo de contato com ele, mas sempre o tratei com muito respeito. Acho que ele nunca teve paciência pra paternidade ou se sente incapaz de cuidar de mim. Ele nunca sentou comigo pra conversar sobre as coisas da vida , sobre a gente e as coisas que a gente podia fazer pra melhorar nossa convivência. Eu sei muito pouco dele e ele de mim. Já pensei muitas vezes em chamar ele pra conversar, falar de coisas banais e até mesmo de como ele conheceu minha mãe...mas o medo da reação dele me fazia e me faz sofrer por antecedência. Eu não vou arriscar. 

Eu estava na sala, assistindo Bates Motel,colocando alguns dos muitos episódios que estavam atrasados em dia. Eu já tinha acabado com dois potes de sorvete de limão pra ajudar a passar o tempo.Kali já havia ido dormir e já se passavam das onze e meia da noite. O único barulho que se ouvia era o da TV ligada.Fixei os olhos no porta retrato que havia sobre a mesa que havia ao lado do sofá : era uma foto do casamento dos meus pais e ao lado do porta retrato havia um pequeno decanter com algumas margaridas, a flor favorita da minha mãe. 

Eles estavam tão felizes... mamãe nem sabia que eu já estava crescendo dentro dela

Despertei dos meus pensamentos quando ouvi a porta abrir.

Era ele. 

Meu pai estava com o blazer pendurado no braço,a gravata atravessada no pescoço e com alguns arquivos no outro. Estava visivelmente cansado.

-Até agora de pé? - ele falou firme fechando a porta. - já era pra você estar na cama...

Fechei os olhos.

-Desculpa...eu tentei dormir , mas eu vi que você tava demorando muito e acabei cochilando aqui no sofá... fiquei preocupada. - respondi baixo. - você tá bem?

Ele colocou o blazer e os arquivos sobre o sofá e tirou o revólver do coldre , o colocando na mesa de centro.

-Pronto...eu tô aqui... tô ótimo! - falou sério e abrindo os braços. -já pode ir pra cama agora.  Vou tomar banho e comer alguma coisa. Tenho um monte de provas pra corrigir antes de ir pra cama. Tô muito cansado...

Respirei fundo e me levantei. Era praticamente impossível ter um diálogo com ele. 

-Sua benção…- me limitei a dizer.

-Deus te abençoe. - ele respondeu se jogando no sofá. - e é pra dormir Aurora...nada de ficar no celular.

Custava ele perguntar se eu tava bem? Custava ele perguntar como foi meu dia na escola? Nem um abraço...

E eu aqui... preocupada com ele. Fico me perguntando porquê eu fico esperando ele chegar.

"Porque você é idiota."

Subi as escadas e fui direto pro meu quarto. Eu tenho uma mania de trancar a porta antes de dormir. Não sei de onde tirei isso, mas era algo automático.

Simplesmente me joguei na cama , ativei o despertador para às seis da manhã e fui tentar dormir. A única coisa que me faz dormir é abraçar minha ovelha de pelúcia...a mesma que minha mãe comprou quando descobriu que estava grávida de mim. Tinha um cheirinho incrível de lavanda.Esse bichinho de pelúcia é o conforto que eu tenho, me faz me sentir protegida e tem sido meu companheiro de lágrimas e mágoas...era como se eu pudesse abraçar e sentir minha mãe perto de mim.

Como todas as noites, eu dormi muito mal e dessa vez não foi diferente. E como de costume, meu pai me ignorou completamente na noite passada.Desde o dia que tomei esse lugar como minha casa, minha vida nunca mais foi a mesma: vivo preocupada com minha família do Wisconsin, de como eles estão...cada dia que passa , a saudade e a vontade de estar com eles toma conta de mim. Eu sinto falta da cidade, das pessoas, dos animais, da vida calma que eu tinha , de tudo. Nunca consegui me adaptar ao Texas,  nunca me acostumei em morar em Austin e muito menos me acostumei a morar nessa casa. Aqui é muito agitado, as pessoas não param e claro: tudo é muito diferente de Eau Claire. A casa do meu pai é uma mansão, literalmente. Um quintal todo gramado , com árvores enormes , chafariz, jardim, piscina, uma garagem que comporta tranquilamente os três brinquedos caros de quatro rodas que ele tem : um Impala 67, um Range Rover e uma caminhonete Dodge RAM que mais parece um trator. Ah, claro, sem falar na casa em si : doze cômodos enormes, cuidadosamente bem distribuídos e delicadamente bem decorados. Moramos no melhor e mais nobre condomínio de Austin.

Já no Wisconsin...bom , eu morava numa fazenda enorme em Eau Claire, cercada de montanhas , de animais,tratores , caminhonetes quatro por quatro.  A estrada era de chão batido , de terra mesmo que, quando chovia era impossível de sair ou entrar lá e já perdi as contas das vezes que tive que ajudar a desatolar a caminhonete , sem falar nos tombos que já levei na lama. A casa da minha avó era do ano de 1840 e ainda se mantinha tão conservada. Era feita de carvalho e outras madeiras rústicas , fortes o suficiente para suportar as ações do tempo e do clima.

Era tudo muito diferente...me tiraram do meu castelo de princesa pra viver nesse calabouço.

Tudo é diferente.

Pra piorar minha vida , meu pai resolve se engraçar com uma qualquer. Tem uns quatro meses que ele e Jéssica Halford estão juntos. Como se não bastasse , assim que ela voltou de Los Angeles, após longos anos morando por lá, Jessica reaparece do inferno pra infernizar minha vida. Hoje ela é sócia de uma central de jornalismo daqui da cidade. Ela tem destaque pelo que faz.

Os dois eram amigos nos tempos da faculdade e por incrível que pareça, ela conheceu minha mãe. Ela , a popular líder de torcida do time de futebol da faculdade e ele o professor que sempre foi legal com todo mundo.

Bom...isso é o que ela conta. Mas tenho pra mim que Jess só usou meu pai pra se dar bem.

 Ela sempre foi extremamente ciumenta em relação ao meu pai, o que estreitou mais ainda nossa relação que já estava indo de mal a pior. Ela é bem vulgar e faz o tipo femme fatale. Gosta de ser o centro das atenções e gosta de ostentar.  Sem falar que me ignora completamente, finge que não existo e sempre se intromete nos assuntos de família. Ninguém da minha família vai com a cara dela. Sempre achei que Jess nunca gostou do meu pai na real.

Não conheci minha mãe, mas tenho certeza que ela jamais se rebaixaria a um nível tão baixo desse. Meus tios e minha avó sempre disseram que mamãe era meiga, doce, delicada,  reservada ,extremamente educada e um pouco tímida, o que a deixava mais linda.

Eu queria ela comigo, com a gente...com meu pai.. pois sei que ele ainda a ama e nunca a esqueceu.



Notas Finais


Bom, já temos mais pessoas pra odiar sim ou não? kkkk

O que acharam?
Gostamos muito quando vocês interagem com a gente nos comentários!
✨💞


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