—[Subaru]—
Ok, certo, Ok.
Outro dia, de um novo tempo que começou.
Levantando como sempre, vestindo as roupas como sempre. Natsuki Subaru está pronto para mais um dia nessa mansão de mundo de fantasia! Olhando no espelho, garantindo que tudo estava bem para que Nee-Sama não tivesse motivo para zombar de mim... se bem que ela sempre encontra, não é?
Terminado! Hora de ir para—
[Rem: Bom dia, Subaru-Kun~]
[Subaru: Bom dia, Rem-rin~! O dia sempre começa perfeito quando Rem-rin é uma das primeiras coisas que vejo no meu dia aqui! Se não, não acho que conseguiria resistir o bastante nesse trabalho...]
[Rem: Hehehe~ Rem fica feliz só de ouvir essas palavras de Subaru-Kun!]
Rem quase sempre era a primeira pessoa que eu conseguia ver pela manhã, já que sempre vinha me acordar. O que é perfeito! Não existe coisa melhor na vida, porque ela é a melhor empregada do mundo! E a melhor Rem do Mundo — mesmo que só exista uma, mas é isso que a torna ainda mais especial!
[Subaru: Vamos dar o nosso melhor hoje de novo, certo, Rem-rin?]
[Rem: Sim! Rem sempre quer dar o melhor quando Subaru-Kun está empolgado.]
Após uma troca rápida, fomos para o serviço.
Ou pelo menos parte do serviço que faço. E que consigo fazer. Limpar as janelas, os moveis, os jarros. Não muitas coisas quando se comparada com o serviço de Rem-rin.
Ela limpava em uma eficiência tão grande que seria impossível para um NEET como eu.
Enquanto terminava de limpar outro vaso, ouvi algo. Alguns passos.
Olhando para o lado, vi... Ele. Com sua figura de cabelos azuis, uma maquiagem de palhaço irritante e olhos diferentes. Mas uma expressão caída. Não mais aquela expressão sorridente, ou empolgada.
Roswaal L. Mathers.
Quem deveria ser meu patrão e patrocinador de Emilia-tan na Seleção Real. Uma figura excêntrica pelo seu modo de se vestir, agir, até mesmo de falar.
Mas tudo mudou desde aquele dia...
[Roswaal: Vejo que continua com seu serviço diligentemente, Subaru-Kun.]
[Subaru: Sim. Ros-Chi. Ainda sou um funcionário, não é? Pelo menos até que me jogue fora para seus planos.]
[Roswaal: ——]
Com aquele olhar semi-cerrado que ele me deu, não pude deixar de sentir um arrepio. Mas também não conseguia controlar o veneno que injetei nas minhas palavras. E ele sabia bem o porque disso melhor do que qualquer outra pessoa.
Quando terminamos nossa troca fria, ele se foi pelo corredor.
Ainda tinha que terminar meus serviços apesar do meu patrão ser um babaca! E resolvi continuar limpando as janelas pelo corredor.
E senti um arrepio no meu corpo. Aquele sexto sentido que senti no meu primeiro dia aqui. Me virando para uma porta próxima de mim, me aproximei, abri e me deparei novamente com um dos primeiros NPC’s dessa mansão gigantesca.
[Beatrice: Você apareceu de novo, eu suponho?]
[Subaru: Sim, sim. Quase virou rotina nós vermos, não é? —— Pelo seu olhar, você parece que odeia. Mas aposto que você ama quando apareço, né?! Eu tenho esse meu charme natural para qualquer um!]
[Beatrice: Você tem a incrível capacidade de irritar qualquer até fingirem não mais ver você parado e falando, eu suponho. Se ao menos Bubby aparecesse mais... ele não apareceu mais desde que vocês voltaram há três dias, eu suponho.]
[Subaru: ——]
[Beatrice: Que olhar é esse, eu suponho...?]
[Subaru: Hum? Não. Não é nada, Beako. Eu juro. —— Vou falar com Emilia de novo para ver se o... Puck pode voltar a te ver, eu prometo...]
Acho que deixei transparecer minha tristeza e raiva naquele momento, não é? Porque ela parecia confusa comigo quando citou Puck naquele momento. Não, não posso deixar isso assim.
Vou falar com Emilia-Tan. Com essa decisão, comecei a andar na direção do quarto dela.
Beako deve estar realmente preocupada. Pelas poucas interações que os vi tendo, Puck era uma das poucas coisas que a faziam sorrir e eu não podia deixar de querer vê-la sorrindo mais. Mas desde nossa volta da Capital, eles não conseguiram mais se ver.
Tudo por minha culpa, mesmo que ela não saiba.
Eu deveria encontrar um jeito de concertar o erro que cometi. Beako não merecia sofrer pela minha incompetência, assim como todos os outros na mansão — Menos o Ros-Chi, aquele cara pode simplesmente ir se ferrar! — e tinha que fazê-lo por ser meu dever... pelo fardo que carrego.
Mas tive que parar esses pensamentos ao chegar na porta do quarto dela e bateu nela.
[Subaru: Emilia-tan? —— É o Subaru! Seu incrível mordomo pessoal e amigo, sim?! E-Eu pelo menos espero que a última parte seja verdade... eu espero mesmo. —— Emilia-tan quer que eu traga algum lanche? Você mal comeu ontem de noite, nem saiu, na verdade, eu ficaria feliz se eu pudesse entrar e ver seu rosto um pouco... estou com saudades de ver você sorrindo. —— Emilia-tan?]
Nenhuma resposta. Nenhuma resposta mesmo, nem mesmo um murmuro ou coisa do tipo. Ela estava tão quieta hoje quanto nos outros dias que retornamos da Capital. Não podia culpar ninguém além de mim mesmo por ela estar trancada naquele quarto.
[Subaru: Emilia-tan... Quer saber?! Vou preparar um super-lanche maravilhoso para você! Com uma bela bebida, flores para dar um toque especial para enfeite, e vou trazer para você e você vai ficar tão empolgada que vai se apaixonar por mim, sabia? Não vou negar seu amor, não se preocupe! Só me espere!]
Depois de dizer o que era necessário dizer, corri.
Foi uma viagem relativamente rápida para chegar na cozinha da enorme mansão. Lá, foi um trabalho complicado em preparar algo relativamente delicioso.
Minhas habilidades não estão no nível de Rem-rin para esse tipo de trabalho.
Cozinhar não era uma especialidade minha, nem era talentoso. Tive que aprender usando várias experiências de loops fracassados para tal e era uma das únicas coisas boas que gostava quando se tratava de enfrentar esses desafios. Acho que a única boa que consigo fazer na cozinha seria Maionese, minha arma secreta que muitas pessoas gostariam de experimentar.
[Ram: Barusu.]
[Subaru: Ah, tudo bem, Nee-Sama? Estou fazendo um lanche.]
[Ram: Barusu mal começou seu trabalho e já está pausando para comer? Preguiçoso e Glutão.]
[Subaru: OY! Não me chame assim! Nem é pra mim, é para... —— Emilia-tan. Ela precisa comer mais. Ficar com fome e desnutrida não fará nada de bom para aparência geralmente fofa dela, não concorda?]
[Ram: —— Concordo. Emilia-Sama precisa recuperar as forças que andou perdendo nos últimos dias. Acho que vou pedir para Rem fazer um jantar mais nutritivo hoje, para ajudá-la.]
[Subaru: Sim, isso pode ser bom. Ainda bem que concorda comigo Nee-Sama... estou muito preocupado com ela.]
[Ram: É muito compreensível. Fora Emilia-Sama, também me preocupo com o Mestre Roswaal-Sama. Ele também não está bem desde os eventos da Capital.]
[Subaru: Ninguém está...]
Assentindo, concordamos.
O Evento da Capital que ficou conhecido por todo reino: O ataque da Besta do Fim.
A Besta do Fim, Puck, ordenado por sua mestra, Emilia, a “encarnação” da Bruxa da Inveja, atacou os membros do Conselho de Sábios e os nobres da Capital no dia da reunião das Candidatas Reais no inicio da Seleção Real.
Mentira!
Emilia-tan nunca faria isso. E eu pensei isso na primeira vez que me contaram, mas tive certeza por causa do babaca que acaba por ser meu patrão.
Roswaal sabia de tudo.
Sabia da minha habilidade. Ele sabia desde o primeiro dia, pois foi ele quem ordenou o ataque de Elsa a Emilia-tan quando Felt roubou sua insígnia, ele sabia do que aconteceria na vila de Arlam e do que aconteceria entre eu e Rem-rin desde o inicio, assim como fez Puck realizar aquele ataque na Capital.
Tudo armação dele. Ele revelou que estava seguindo as ordens de uma coisa chamada Tomo da Sabedoria, de sua Professora.
Foram três loops para confrontá-lo o suficiente.
No primeiro; Ele me fez me matar, quando matou Rem na minha frente, querendo me fazer loop para tentar voltar e concertar o problema na sala de Seleção Real. Mas eu descobri que meu ponto de salvamento estava bem na manhã que ele nós revelou sobre o incidente. E quando revelei para ele no meu segundo loop; Ele ficou furioso. Foi horrível. Ele me bateu, bateu e bateu até não poder mais. E fez isso quando estávamos sozinhos, antes de me matar com uma das suas magias de fogo.
Foi o terceiro loop, minha vida atual, que consegui impedi-lo ao conversar seriamente com ele. Explicando que minha habilidade não se estenderia mais do que aquele ponto. E o coloquei em xeque ao fazê-lo perceber que, se ele continuasse daquele jeito, eu não iria ajudá-lo. Que iria direto para Reinhard confessar tudo. Minha aposta foi uma fuga rápida, mas eficiente — só espero que Reinhard não se sinta mal por eu o “usar” dessa forma.
E ele teve que aceitar isso.
Estamos basicamente em uma guerra fria. Especialmente, pelo estado frágil de Emilia-tan nesse momento. Pelas coisas que aconteceram.
O ato de Puck na Capital deixou-a devastada pelas atrocidades que ele fez. E pelo fato de que, graças ao ato de Puck, sua popularidade caiu ao ponto de que estava sendo considerada — pelo menos estava sendo discutido e deliberado — a expulsão dela da Seleção Real.
Algo quase tão horrível quanto a quebra da promessa de Puck para Emilia.
Pelo que eu entendi, as promessas são muito importantes para pessoas ligadas por contratos com Espíritos. Para Emilia-tan sendo ainda mais importante. E ela não falou muito desde aquele dia e ninguém mais conseguiu ver Puck ou ver muito ela ou ver os dois juntos, aqueles que eram companheiros leais.
Mal conseguia agüentar aquela tristeza de vê-la naquele estado.
E eu sinto que... a culpa é minha. Ou tenho certeza que sim.
Roswaal contou que era para eu aparecer naquele dia e defender Emilia-tan para ajudá-la. Mas não o fiz, para manter minha promessa com Emilia-tan. E meu problema era ainda pior porque; O único poder que tenho, a única habilidade que devia me ajudar a concertar tudo... não funcionava mais.
Eu morri duas vezes para o Ros-Chi e me mostrou que não importa quantas vezes eu morresse, eu não voltaria para algum tempo que pudesse concertar esse erro.
Por meu erro.
Por meu erro; Aquelas pessoas morreram pelos ataques de Puck, Emilia-tan perdeu sua figura paterna, Beako perdeu seu único amigo, Emilia-tan estava isolada e Ram parecia triste pelo estado aparentemente devastado de Ros-Chi após sua volta da Capital.
Por minha culpa. Se eu tivesse ao menos... feito o que eu queria fazer. Ajudá-la como eu deveria ajudar.
Mas agora não tem mais jeito.
Andando em direção as escadarias, levava uma bandeja com o lanche de Emilia-Tan. Para ela recuperar um pouco das forças que ela precisa.
*Toc, toc*
Ouvi barulhos na porta de entrada. Deixando minha missão temporariamente, comecei a andar na direção da porta.
Resolvi fazer meu trabalho e receber quem fosse nosso convidados.
Abrindo com minha mão livre, tentei me manter na minha postura ensinada por Rem-rin como um mordomo elegante que ela disse que posso e devo ser para representar todos da mansão.
[Subaru: Bom dia, bem-vindo a... ——]
Me calo ao ver aquelas figuras.
Figuras encapuzadas. Várias delas, com manchas de sangue e armas. Uma delas estava a frente, com cabelos verdes, um olhar enlouquecido e um sorriso na face, ele se curvou em uma reverência até sua cabeça chegar perto do chão.
[Petelguese: Bom dia! Que dia maravilhoso, não acha~? Um dia extremamente maravilhoso! Bonito, bonito, bonito! Para uma vida diligente! Oh, para espalhar o amor! O amor da Bruxa! O amor, amor, amor, amor, amor, amor! É um prazer conhecê-lo! Você... não seria o Orgulho? —— Bom, não importa. Como Arcebispo do Culto das Bruxas, represento a Preguiça, eu me chamo: Petelguese Romanee-Coti, Desu~!]
Se apresentou e eu senti... que eu estava ferrado.
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