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História Re: Esquecido - Abandone todos os seus Ideais.


Escrita por: saicana2

Notas do Autor


Demorou, mas chegou.

Capítulo 13 - Abandone todos os seus Ideais.


- EU VOU TE MATAR.

Após a reunião no Palácio Real, Julius e Anastasia tiveram que desaparecer na cidade o mais rápido que podiam, Emília havia congelado o castelo inteiro para prende-los com ela, mas o cavaleiro conseguiu pular uma janela com sua senhora no colo antes que todo o edifício fosse consumido, após a fuga Reinhard e Felt tiveram que conter Emília para que ela não pulasse por outra janela atrás da dupla, do jeito que as coisas estavam, a meio-elfa provavelmente congelaria o distrito nobre inteiro se necessário.

Julius se sentia o pior cretino do mundo, como se já não bastasse todos os seus erros agora ele havia se tornado um ladrão também, sua honra e código de conduta, até mesmo seu sobrenome estavam sendo esfregados na lama por suas ações, tudo o que ele poderia fazer era assistir seu mundo desmoronar mais ainda diante de seus olhos, o cavaleiro se perguntava o que seu antigo amigo faria se estivesse vivo. Subaru sempre tinha um plano infalível para lidar com situações extremas, era como se o garoto fosse oni-ciente resolvendo qualquer situação sem perder um único aliado sequer, enquanto o cavaleiro entre os cavaleiros só podia lamentar sua conduta patética e lamentável diante de seus problemas, seja quando o desafiou na arena, ou quando perdeu suas memórias.

Nesse momento Julius e Anastasia estavam desaparecidos, provavelmente em alguma propriedade se preparando para fugir do reino o quanto antes, não demoraria muito para que a notícia de que dois cretinos usaram uma crise para lucrar em cima da desgraça dos outros se espalhasse, quando o povo soubesse disso com certeza a cabeça dos dois seria posta a prêmio, por sorte Anastasia já havia se preparado para isso dias antes da reunião ser iniciada, a candidata transferia seus lucros para uma conta anônima em um banco de Kararagi, suas propriedades e mercadorias eram vendidas pouco a pouco apagando seu nome da história discretamente, seu plano de fuga já estava sendo arquitetado desde que aquela chuva atingiu o país, a essa altura seria extremamente difícil pega-la desprevenida.

 Crush estava se perguntando o que se passava na cabeça de Emília quando ela atacou todos daquela forma, mas suas dúvidas sumiram depois daquele episódio de fúria contra a comerciante, seu cavaleiro havia morrido e a pressão sobre seus ombros era enorme, porém isso não justificava a conduta da candidata, a Duquesa considerava Emília uma louca e enxergava Anastasia como um verme nojento que merecia ter morrido alí mesmo, se estivesse solta ela mesma teria cortado a cabeça da comerciante sem nem pensar duas vezes, imaginar que a pessoa com quem ela passou tanto tempo trabalhando lado a lado fez algo tão repugnante era algo que a fazia perder a fé na humanidade.

Depois de ser descongelada, a Duquesa saiu da sala acompanha de Wilhelm e os três mercenários que estavam com Anastasia, Crush sequer olhou para os presentes na sala e Wilhelm a seguiu sem sequer se despedir, as ações de Emília ainda estavam frescas em sua mente, mas dessa vez o grande espírito não estava lá para detê-la, o que aumentou ainda mais a pressa do mordomo para sair de lá o quanto antes, a última coisa que todos ali queriam era enfrentar alguém como ela mesmo que Reinhard estivesse por perto, ninguém ali depositava a mesma confiança de antes no Santo da Espada, até por que Felt poderia impedi-lo de lutar.

Dentro de uma loja no distrito demi-humano, Anastasia e Julius se preparavam para pegar uma carruagem de dragão que a comerciante havia separado para emergências, o veículo já tinha mantimentos, comida e dinheiro, faltava apenas que Ricardo e os trigêmeos Pearbalton chegassem no ponto de encontro, para que todos pudessem fugir do país juntos. Tecnicamente, o que eles fizeram não seria um crime se estivessem em outra ocasião, afinal de contas é comum que um comerciante compre produtos para revende-los mais caros, mas existe uma lei específica sobre essa prática durante uma crise, e a pena para o descumprimento de tal, é a morte e por muito pouco Emília não administrou essa punição.

A candidata e seu cavaleiro ainda podiam sentir a sensação do gelo penetrando em sua pele, sensação que não iria embora tão cedo. Após quarenta minutos esperando, os leais mercenários finalmente entram na loja prontos para partir, porém o destino não seria tão misericórdioso como planejado, assim que os quatro adentraram a porta, os irmãos Pearbalton caminharam até o centro do edifício, mas Ricardo que estava usando uma manta para cobrir o corpo continuou parado na entrada apenas fitando os residentes, até que Julius resolveu se aproximar, mas foi parado imediatamente por um aceno de cabeça do demi-humano.

- Ricardo, o que houve? Mimi, Tivey, qual o problema.

- Fujam.

Assim que Ricardo termina de falar, uma lança atravessa seu peito o fazendo cuspir sangue, Julius estava prestes a sacar sua espada, mas Anastasia o puxou para os fundos da loja imediatamente para que fugissem. Atrás de Ricardo estava Marcus Gildark, líder da guarda real, com uma expressão de nojo pelo mercenário. Antes que o cavaleiro pudesse adentrar no prédio, Ricardo sorriu e abriu a manta que estava usando, revelando uma quantidade absurda de pedras de fogo prestes a explodirem, a tropa que estava no local congelou, enquanto Marcus largava a lança e corria desesperadamente para longe gritando para que seus homens recuassem, mas já era tarde demais, a força da explosão atingiu todos em cheio colocando o prédio abaixo.

Se levantando das cinzas, Marcus viu seus camaradas mortos, sejam eles veteranos ou novatos, nenhum deles havia escapado da explosão, o que encheu o guarda real de ódio e fúria pelos traidores que fizeram tal coisa aos seus camaradas, pegando sua lança das cinzas do corpo de Ricardo, o cavaleiro soltou um grito rouco de fúria para o alto, amedrontando os civis que se amontoavam para ver o que havia acontecido.

Enquanto isso, Julius e Anastasia já haviam pegado os três demi-humanos e saído pela porta dos fundos, optando por deixar seu dragão terrestre para trás e seguindo em direção a outro edifício, onde outra carroça já estava preparada caso algo desse errado, todo o grupo exceto Julius usava uma capa que ocultava sua presença, o cavaleiro se recusou a jogar fora o pouco orgulho que lhe resta, mesmo que isso significasse ser deixado para trás para proteger sua senhora. Julius estava determinado a encerrar sua vergonhoso lá história alí mesmo, a sua humilhação finalmente acabaria de forma digna, lutando até a morte contra o capitão da guarda real, que os alcançou em pouco tempo, pousando na rua atrás deles pronto para o combate.

Anastasia:Droga, temos que fugir, vamos Julius... Julius?

Julius:Eu a servi com todo meu ser durante um ano e meio Lady Anastasia, eu prometi protege-la com minha vida se necessário, e agora chegou o momento de por minha lealdade a prova.

Anastasia:Não, você enlouqueceu? É só questão de tempo até mais guardas chegarem, você não pode lutar contra todas as forças do reino.

Julius:Por favor Anastasia, permita que esse homem desonrado e fracassado realize seu último desejo de ter uma morte honrada, eu sei que é um desejo egoísta, mas por favor, não me negue isso.

Anastasia ezitou por um momento, querendo se opor a idéia de Julius, mas Tivey puxou sua mão a fazendo voltar a realidade no mesmo momento, uma das pessoas com quem ela mais se importava, estava prestes a morrer para que ela tivesse uma chance, e tudo por causa de sua ganância que consumiu tudo o que estava a sua volta, "o que mais ela poderia tomar das pessoas a sua volta?" Essa era a pergunta que rondava sua mente, enquanto ela via seu cavaleiro sacar sua espada para desafiar seu adversário. Cada passo parecia durar uma eternidade, o som das lâminas se chocando ecoava em sua mente enquanto a distância entre ela e seu cavaleiro aumentava, até que os dois desapareceram de sua vista em meio a uma explosão de poeira e detritos.

- Por que está fazendo isso Julius? APENAS ME DIGA O POR QUE DESSAS ATROCIDADES.

Julius:Eu fiz um juramento para aquela mulher, e pretendo cumpri-lo até o meu último suspiro, Al-Clausura

A poeira abaixa mostrando os dois cavaleiros disputando a força com suas lâminas, até que a espada de Julius começa a brilhar empurrando os dois para trás, enquanto várias luzes aparecem em volta do desertor do reino, prontas para auxiliá-lo na batalha. Marcus reflete sobre as palavras de Julius, acalmando sua fúria logo em seguida.

- Julius, eu te conheço desde que você era uma criança, desde que você treinava para se tornar o melhor cavaleiro que poderia ser, você sempre foi como um neto pra mim, mas eu não posso ignorar o que você está fazendo, então vou fazer o seguinte. Se você se render agora e largar sua espada, eu farei tudo o que puder para diminuir sua punição diante do conselho.

- Sabe que não posso fazer isso, eu jurei proteger minha senhora com minha vida custe o que custar.

- Sim, você jurou, mas antes disso você também tinha jurado proteger Lugnica, seu povo e sua nação como um todo, você não pode trocar uma promessa por outra, Anastasia Roshin não é mais sua senhora ela é uma fugitiva procurada nacionalmente por todas as forças de segurança do reino, o que automaticamente retira dela todos os direitos jurídicos que poderia exercer, inclusive você, você era um direito que ela tinha Julius, e agora ela não tem mais, então desista logo dessa loucura e venha comigo.

- Está dizendo para mim desistir da única pessoa que ficou ao meu lado enquanto todos me julgavam pela morte do meu amigo? Enquanto eu era desprezado pela destruição de uma cidade em que eu nem sequer estava? Pessoas que só olharam para os meus erros e nunca para os meus esforços? Você está pedindo para que eu abandone a última coisa no mundo na qual eu posso me agarrar? Se for isso então esqueça Marcus, a minha vida toda eu te admirei e almejei ser igual a você, mas isso é um sonho inalcançável agora por isso eu escolho morrer aqui, defendendo o pouco que me resta independente do que qualquer um de vocês pense de mim.

- Mesmo seu irmão, Joshua?

Julius travou ao ouvir o nome de seu irmão, por que usar ele para atingi-lo? Se parar para pensar, Julius mal falou com seu irmão desde que voltou da torre, ele nem sequer sabia como o resto da sua família estava, sua atenção estava completamente focada em Anastasia para perceber o estado de outras coisas importantes para ele, só agora ele percebeu o quanto se isolou do mundo para cumprir seus deveres, será que sua família ainda o amava depois de saber a fama que ele recebeu? Não seria possível descobrir, tudo pelo que ele havia lutado parecia perder o sentido para ele, então o que fazer agora?

- Eu... Meu irmão não tem nada a ver com isso.

- Sua família vai ser perseguida devido aos seus atos Július, tudo o que você fez até agora vai refletir nas pessoas que são importantes para você, eu soube que o herói Natsuki Subaru se tornou um grande amigo seu após a batalha da Baleia, e que você ficou deprimido quando soube da morte dele. Imagine como seu irmão ficaria se soubesse que você morreu, tudo pelo que você lutou vai ser arrastado na lama, é isso o que você quer?

- Não é isso o que eu quero... Eu nunca pedi por nada disso, eu nunca quis envolver minha família nisso.

- Então desista dessa loucura e se entregue, você não tem mais nada a ganhar com essa promessa tola, e também não tem nada a perder, mas a sua família tem é por isso que você deve fazer a coisa certa.

- A coisa certa?... Será que Anastasia já fugiu? Se for esse o caso, minha resistência já não faz mais diferença.

- Me entregue a espada Julius.

Marcus se aproxima do cavaleiro estendendo a mão para receber a arma, Julius o encara por alguns momentos até que decide embainhar a lâmina e entregá-la para seu comandante.

- Você tomou a decisão certa rapaz, estou orgulhoso de você... Muito bem, Julius Euclius, você está preso por traição, conspiração contra o reino, negligência de dever, e por violar a lei de defesa primária de proteção humanitária, vire-se e coloque as mãos nas costas.

- Sim senhor.

O ex-cavaleiro coloca as mãos nas costas enquanto é algemado pelo comandante, tudo o que restava agora era esperar pelo perdão de sua família por ter cometido tais crimes, e que sua senhora estivesse segura depois de seu sacrifício.

- Não se preocupe, eu vou providenciar para que seu irmão possa te visitar na prisão, depois vou ver o que posso fazer a respeito de sua pena.

- Obrigado Comandante.

Então Julius é guiado até a prisão junto dos guardas que chegaram pouco depois que ele se entregou. Enquanto isso, Anastasia embarcava em uma carruagem extremamente veloz, para longe do distrito nobre em direção a fronteira mais próxima, rumo a uma nova vida em Kararagi, se algo aparecesse no caminho tudo o que ela precisava era que os irmãos Pearbalton a protegessem, com eles ali seria impossível que algo a machucasse.

A alguns quilômetros de distância Subaru finalmente recobrava sua consciência depois de mais um de seus apagões, essa seria sua última vez desmaiado, sua vingança estava a poucos dias de viagem, afinal de contas ele não estava com pressa, Lugnica ainda estaria lá quando ele voltasse, e ele destruiria tudo o que estivesse em seu caminho, independente do que fosse, ou de quem fosse



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