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História Re-offender - 1


Escrita por: nanaschweini

Capítulo 1 - 1


- Ei, não fique triste assim. Você sabia que isso poderia acontecer... – Toni aproxima-se de Anna e senta ao lado dela.

- Eu não estou triste, Toni... – ela insiste em mentir sobre como se sentia.

- Anna, você ainda o ama, eu sei... – ele continua a falar.

- Eu não amo o Mesut! Quantas vezes eu preciso repetir isso? – Anna se irrita.

- Até que seja verdade e você pare de se enganar. – Toni retruca e a encara. Anna  revira os olhos e levanta-se do sofá. – Você pode ficar irritada o quanto quiser, mas é verdade. – continua e a segue pela sala com os olhos. – Eu sei que você está chateada por ele nem ter se lembrado do seu aniversário. – Anna havia passado toda sua festa de aniversário checando o celular, a noite toda parecia deprimida. 

Anna pára e vira-se de novo para ele. – O que? – leva as mãos à cintura. – Como você sabe que ele não se lembrou?

- Ele se lembrou? – Toni então se surpreende com o que ela havia perguntado. Anna permanece calada por longos segundos. – Hein, Anna? Ele se lembrou?

- Não. Mas esse não é o caso. – ela novamente dá as costas para ele.

- E você não está toda aborrecida e infeliz por isso? – Toni se levanta e vai novamente até ela. Só pode ouvi-la respirar fundo e depois bufar. – Anna, o Mesut já... – procura as palavras apropriadas. – O Mesut... – leva as mãos aos ombros dela. – Ele já passou para outra!

- Toni, eu não sinto nada por ele. – Anna diz e segura os cabelos com as mãos.

- Eu gostaria de acreditar nisso... – agora era ele quem suspirava.

Em 2014 Toni Kroos havia sido transferido para Madrid. Neste período conheceu Anna. Ela, corretora imobiliária, havia sido namorada de Mesut Özil, seu companheiro de seleção. Na época os dois haviam conversado sobre esta mudança e Mesut a indicou, já que Toni necessitava de uma casa. Toni e Anna acabaram por passar um bom tempo juntos na procura da casa ideal para a família dele, que ainda estava em Munique. Ficaram amigos imediatamente. Tinham personalidades bem parecidas. Eram ambos reservados e calmos. Possuíam o mesmo gosto por música, comidas e piadas. Após um ano de amizade entre eles Toni começara a perceber que seus sentimentos por ela haviam ultrapassado os limites do companheirismo. Primeiro o fato de sentir a constante vontade de estar com Anna. As ligações em horas inesperadas o faziam sorrir, ouvir a voz dela o deixava mais contente. Percebera que não evitava um sorriso bobo ao observar atentamente a naturalidade como ela lidava com ele. Os olhares e sorrisos que recebia dela o fazia sentir-se bem como não sentia-se há muito tempo. Porém, existia Jéssica.

Toni estava junto de sua esposa desde a adolescência. Os dois tinham um relacionamento que, até aquele momento, julgava ser perfeito. Por mais jovem que fosse nunca havia sentido vontade de trai-la ou ainda assim desejo por outra mulher. Oportunidades não faltaram na carreira que possuía mas, ainda assim, a esposa era a única para quem tinha olhos. Por este motivo relutou muito a aceitar o fato de que estava apaixonado por Anna.

Naquela noite fora ao jantar de comemoração do aniversário dela. Em um restaurante que frequentavam quase semanalmente ela recebeu alguns poucos amigos. Em uma longa mesa sentaram-se todos. Toni ficara em uma ponta, Anna em outra. Os dois se entreolhavam com cumplicidade volta e meia, mas ele não deixara de perceber a tristeza no olhar dela.

Quando Toni a conheceu, Anna e Mesut já não estavam mais juntos. Um relacionamento à distância não estava nos planos dos dois. Mesut havia deixado Madrid e mudado-se para Londres. Por algum tempo eles tentaram manter uma relação amigável, mas logo Mesut começara a sair com outra mulher. Durante estes dois anos, Toni nunca havia a visto com outro homem, isso o deixava certo de que Anna ainda era apaixonada pelo companheiro. Este era mais um motivo para reprimir os sentimentos que tinha por ela.

Após o jantar e muitas cervejas e vinhos, Anna estava um pouco bêbada. No dia seguinte Toni treinaria cedo pela manhã e como estava dirigindo não bebera durante a noite. Não havia dúvidas que ele a levaria para casa, principalmente que por estar sozinho. Jéssica não fora ao jantar pelo fato de Amelie estar um pouco indisposta naquela noite.

- Anna... – ele chama a atenção dela mais uma vez.  – Eu não te dei o seu presente ainda... – muda o rumo da conversa. Anna se vira para ele e esboça um pequeno sorriso.

- Presente? – surpreende-se.

- Uhum... – Toni balança a cabeça e leva uma das mãos ao bolso do jeans que vestia.

- Toni!  - Anna o repreende. Ele abre um sorriso e entrega uma pequena caixa a ela.

- Parabéns! – beija o rosto de Anna.

- Obrigada! – ela retorna o gesto e volta as atenções à caixa que segurava. Assim que a abre depara-se com um par de brincos. – Toni! – o encara. – Você se lembrou! – coloca uma das mãos sobre a boca.

- Sim! – Toni sente-se satisfeito com a reação dela. Podia ver em seus olhos o quanto Anna havia ficado surpresa e feliz.

- Eu não acredito que você lembrou! – ela repete.

Há alguns meses atrás durante uma conversa sobre coisas da infância e lembranças boas, Anna havia confidenciado que quando pequena possuía um par de brincos de ouro em formato de elefantes. Ela amava aqueles brincos, nunca os tirava das orelhas. Certa vez, em um fim de semana na praia, perdeu um deles no mar.  

- Obrigada! – Anna o abraça forte. – São lindos! – continua a aperta-lo. Toni discretamente sente o cheiro do pescoço e cabelos dela.

- Fico feliz que tenha gostado... – fala ao ser liberto dos braços de seus braços. Anna anda até o espelho que ficava em uma das paredes da sala. Ela retira os longos brincos que usava e os repõe pelos que Toni havia a presenteado.

- Gostou? – ela coloca os cabelos atrás das orelhas e os exibe para ele.

- Linda! Vocês está sempre linda! – Toni solta sem pensar e consegue deixa-la com as bochechas coradas.

- Obrigada. – Anna responde sem graça e fica sem saber o que fazer. Toni nunca havia falado nada assim e ela não esperava que dissesse algum dia. Ao perceber o que havia dito e a reação que havia causado, o próprio Toni também enrubescera.

- Bem, é... – ele tenta colocar o raciocínio em ordem. – É... Eu acho melhor... – gagueja um pouco. – Eu acho melhor eu ir... Já está tarde... – olha para o relógio no pulso. Anna concorda ainda sem jeito e balança a cabeça em sinal de positivo. – Você está bem?

- Uhum... – ela cruza os braços e assente.

- Tem certeza? – Toni insiste. Anna reafirma. – Eu vou então...  – ele anda até a porta da sala sendo acompanhado por ela. – Boa noite... – a abraça desajeitadamente.

- Boa noite... – ela repete. Toni sai andando pelo corredor. Assim que está perto das escadas ouve a voz de Anna mais uma vez. – Toni! – ela o olha de longe.

- Sim? – ele pára e olha para ela.

- Obrigada por tudo. – abre um pequeno sorriso e passa as mãos nas orelhas. – Mesmo. – Toni sorri imediatamente.

- De nada. – ele passa uma das mãos na nuca. – Bem, eu... – aponta para as escadas e depois para o relógio. Anna concorda com a cabeça. Ele sorri mais uma vez e então desce. Ela volta para dentro do apartamento.



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