Ato 02: O Lorde Demônio - Parte 09.
Haviam se passado alguns dias desde aquela reunião com os membros escolhidos para irem naquela missão. Durante esse tempo, muitas coisas aconteceram, sendo uma das principais o andamento das preparações, para que os demais estivessem prontos para irem para aquela missão. Com isso, os demais quiseram testar as habilidades de Subaru, para que eles pudessem desenvolver sua estratégia, sabendo de tudo o que poderiam usar. Concordando com isso, o mesmo lutou contra Gray, Gajeel e Natsu, onde os derrotou sem muita dificuldade. Com isso, todos da guilda ficaram impressionados com a força que Subaru tinha, onde Mavis questionou Subaru o porquê de ele não ter usado sua God Force. Com um olhar sério, ele explicou que tinha conseguido acessar a forma completa daquela habilidade e que ela era extremamente forte. Ele ainda explicou que apenas a usaria se fosse um caso muito importante. Ao ouvirem o mesmo, ficaram um pouco curiosos, mas entenderam o que ele queria dizer. Depois disso, começaram a bolar uma estratégia para que nada desse errado. Durante esse tempo, Erza e Mavis começaram a morar definitivamente com Subaru e Mirei, onde seus dias eram muito alegres, com todos se divertindo bastante por estarem na presença um do outro.
Durante os dias que se seguiram, a atmosfera dentro da guilda era uma mistura constante de ansiedade e entusiasmo. Todos estavam determinados a fazer com que a missão fosse um sucesso, ainda mais depois de verem com seus próprios olhos a força esmagadora de Subaru. Cada detalhe era pensado com cuidado: formação de batalha, pontos de encontro caso fossem separados, sinais de emergência, reconhecimento de terreno; nada era deixado ao acaso. Subaru, apesar de ter demonstrado seu poder esmagador, sabia que subestimar o desconhecido era o primeiro passo para a derrota. Em seus momentos de descanso, ele se pegava muitas vezes pensativo, sentado à varanda da casa onde agora morava. Sentia que aquela tal “Floresta de Jura” não seria nada como eles pensavam; algo dentro de si dizia que aquele lugar era vasto e quase mítico, cheio de criaturas fortes, mistérios e territórios dominados por seres que sequer reconheciam humanos como ameaças.
— Como será realmente essa floresta? — Perguntou ele, olhando o horizonte, enquanto a brisa suave agitava seus cabelos escuros. Ele sabia que lá o perigo seria constante, mas sentia um sentimento estranho sempre que pensava naquele lugar e não conseguia explicar o porquê. Porém, sabia que, não importava o que se colocasse na sua frente, ele não iria desistir tão facilmente. Mirei, percebendo o olhar distante de Subaru, se aproximou sorrindo, trazendo duas canecas de chá quente. Ela se sentou ao lado dele, oferecendo uma delas.
— Está pensando na missão, não é? — disse ela, com a voz suave. Subaru sorriu de canto, aceitando a bebida. Ele assentiu, dizendo que tinha um pressentimento nem bom nem ruim sobre aquele lugar que teriam que ir; era como se seus instintos dissessem que ele poderia ir sem medo, mas ele viveu e morreu muito para saber que sensações assim sempre são as mais perigosas. Ao ouvir aquilo, ela entendeu a preocupação dele, mas pediu para que ele não ficasse tão fixado nisso, senão poderia se atrapalhar na missão. Com um breve suspiro, ele concordou. Mirei pousou sua cabeça no ombro dele, transmitindo-lhe conforto silenciosamente. Por alguns minutos, ficaram ali, apenas sentindo a presença um do outro, sem necessidade de palavras. Em outro canto da casa, Erza treinava com determinação. Ela havia decidido que, mesmo que já fosse incrivelmente forte, precisava estar ainda mais preparada. Lutava contra bonecos de treino reforçados com magia, sua armadura brilhando sob o sol. Mavis, por sua vez, acompanhava as sessões, analisando tudo com seu olhar astuto de estrategista. Ela sabia que, apesar de confiantes, precisavam estar prontos para o pior.
Enquanto isso, na guilda, Gray, Gajeel e Natsu treinavam incansavelmente. Mesmo tendo sido derrotados por Subaru sem muita dificuldade, encaravam aquela experiência não como humilhação, mas como um incentivo. Se Subaru era seu trunfo, precisavam ser as muralhas que garantiriam que ele pudesse lutar com todo seu poder sem preocupações. Lucy, Juvia e os outros também se empenhavam. A missão era grande demais para ser deixada apenas nas costas de um único homem, por mais poderoso que ele fosse. Cada um, à sua maneira, se preparava: treinos físicos, fortalecimento mágico, estratégias de combate, estudo de mapas da floresta, análise de criaturas conhecidas de Jura... nada era negligenciado. Subaru, por outro lado, tinha outros preparativos em mente. Durante as noites, ele se isolava na floresta próxima à guilda para treinar algo que havia mantido em segredo: o controle refinado da sua Forma Divina, God Force. Embora já tivesse atingido o estado completo, usá-la de maneira equilibrada, sem destruir tudo ao redor, era um desafio tremendo.
Sob a luz da lua, coberto por um silêncio profundo, Subaru se transformava. Seu corpo era envolto em uma aura prateada e negra; sua força era tão absurda que o próprio ar ao redor parecia tremer. Ali, ele treinava golpes que jamais ousaria mostrar na guilda, golpes que podiam partir montanhas, evaporar lagos e obliterar qualquer obstáculo. Mas, acima de tudo, treinava o autocontrole. Sabia que não podia deixar-se levar pelas emoções durante a missão. Uma falha poderia colocar todos em risco. Erza, Mavis e Mirei, mesmo preocupadas, confiavam nele. Sabiam que Subaru carregava um peso invisível: o peso de proteger todos aqueles que amava, mesmo que isso significasse sacrificar a si mesmo. Mas elas garantiriam que isso não acontecesse; afinal, não queriam que Subaru passasse pelo mesmo sofrimento de antes e fariam o possível para que tudo ocorresse como estava planejado. Com isso, os dias passaram rapidamente, como folhas levadas pelo vento. Cada amanhecer era um passo mais próximo do dia da partida. Cada pôr do sol, um lembrete silencioso de que a missão se aproximava como uma maré inexorável.
E então, finalmente, o dia tão aguardado chegou. A guilda estava em polvorosa desde as primeiras horas da manhã. Membros corriam de um lado para o outro, organizando equipamentos, revisando mapas, conferindo mantimentos. A tensão no ar era palpável, mas também havia um fio invisível de esperança unindo a todos. Subaru se levantou cedo, vestindo sua roupa de combate reforçada. Uma armadura negra e prateada, resistente, mas leve, que permitiria mobilidade sem sacrificar defesa. Ele desceu para o andar principal da casa, onde encontrou Mirei, Erza e Mavis já prontas. Cada uma carregava suas armas e equipamentos, com expressões resolutas. Mavis, sorrindo serenamente, se aproximou dele.
— Vamos mostrar a Jura que a nossa força é real — disse ela, com um brilho de confiança nos olhos. Com Erza assentindo, ajeitando sua armadura, enquanto dizia que, com a força de todos juntos, eles não tinham nada a temer. Com um pequeno sorriso, Subaru concordou com ela, dizendo que acreditava que, com todos unidos pelo mesmo propósito, nada poderia pará-los. Ao ouvir aquilo, as demais ficaram um pouco aliviadas por verem que ele estava menos tenso comparado com antes. Mirei apenas sorriu e segurou a mão dele, apertando-a com força. Com um grande sorriso, ela disse:
— Vamos voltar juntos. Todos nós — disse ela, com tom firme, querendo que todos eles retornassem para aquela casa, para que finalmente pudessem viver suas vidas sem ficar com aquele peso em suas mentes. Concordando com elas, os demais juraram que todos retornariam em segurança e que nada iria separá-los. Subaru olhou para aquelas que agora eram sua família. Sentiu seu peito se aquecer e, ao mesmo tempo, uma chama de determinação crescer dentro dele. Assim, eles partiram em direção à guilda, onde os demais já os esperavam. Era um belo amanhecer: o céu tingido de dourado, como se o próprio mundo os abençoasse em sua jornada.
Ao chegarem, Subaru, Mirei, Erza e Mavis se juntaram ao grupo principal. Gray, Gajeel, Natsu, Lucy, Laxus e Happy, com os demais membros da guilda, estavam ali, reunidos para desejar boa sorte aos demais naquela missão e desejar um retorno seguro, todos sabendo que, com aqueles membros, era impossível que eles falhassem. Com isso, Mavis se adiantou, assumindo sua posição como estrategista-chefe. Ela desenrolou um grande mapa da Floresta de Jura sobre uma mesa improvisada e começou a explicar:
— Vamos dividir o grupo em três grupos principais. Cada um seguirá uma rota diferente até o ponto de encontro no coração da floresta. O objetivo é mapear, reconhecer inimigos e encontrar o artefato mágico que nos foi pedido — falou ela, com uma expressão neutra. Todos ouviram atentamente. Não haveria espaço para erros. Subaru, alocado no grupo principal junto de Erza, Mirei e Laxus, seria o núcleo de ataque. Se houvesse inimigos muito fortes, seria sua responsabilidade lidar com eles. Com tudo pronto e os corações batendo forte, todos começaram a se mover. A viagem até a borda da Floresta de Jura levaria um dia inteiro, mas aquele dia seria apenas o começo.
O som das ondas quebrando suavemente contra o casco do navio era quase hipnótico. O sol da manhã iluminava o mar com um brilho dourado, criando uma paisagem serena que contrastava fortemente com a tensão que pairava entre aqueles a bordo. Subaru e os demais viajavam em um grande navio da guilda, reforçado magicamente para resistir a ataques de monstros marinhos e tempestades. Era uma embarcação veloz e segura, digna de uma missão daquela importância. Seu destino? O próximo continente, onde a lendária Floresta de Jura os aguardava. O navio cortava as águas azuis com elegância, embalado pelo vento constante. Na proa, Subaru observava o horizonte, seus olhos fixos na linha tênue onde o céu e o mar se encontravam. Ao seu lado, Erza, Mirei e Mavis também contemplavam o caminho adiante.
— As informações sobre aquela floresta são muito escassas, afinal, como ela é habitada quase cem por cento por monstros, é muito difícil que pessoas vão até lá para explorar e voltem com vida — disse Mavis, enquanto olhava a paisagem em volta. Os demais ficaram um pouco curiosos sobre o que havia naquele lugar. Natsu e Gajeel pareciam muito animados para lutarem contra oponentes fortes, já os demais pensavam sobre quais desafios teriam que enfrentar para conseguir recuperar aquele item. Subaru escutava em silêncio, o olhar inabalável. Ele já esperava que essa missão não seria simples. Não era apenas uma busca por um item mágico; era uma jornada até um dos locais mais antigos e talvez inexplorados do mundo. Vendo que estavam quase chegando na barreira continental, Mavis reuniu os demais para repassarem o plano uma última vez.
— Vamos focar no objetivo principal — repetiu Mavis, com firmeza, usando um mapa desgastado e detalhado da região. — Encontrar o item e sair o mais rápido possível. Sem distrações. Sem batalhas desnecessárias. A floresta é viva... se demorarmos demais, ela reagirá — disse ela, com os demais concordando com ela. Mas havia uma delas que parecia um pouco receosa com aquele plano; essa era Lucy, que, preocupada, perguntou:
— Você tem certeza de que o mapa é confiável? Florestas mudam constantemente, certo? — perguntou ela, com uma expressão preocupada. Mavis concordou com ela, mas explicou que existiam pontos fixos que eram antigos demais para serem alterados na floresta pelo tempo. Além disso, ela disse que iriam apenas rastrear a energia mágica do item. Com isso, revelou três cristais mágicos que ajudariam eles a localizar a posição do item. Com essa explicação, Lucy ficou um pouco mais satisfeita, onde Natsu, batendo o punho na palma da mão, exclamou:
— Então é só achar o item, dar uma surra em quem tentar impedir a gente e voltar! — disse o rosado, com um olhar animado, não vendo a hora de chegar naquele lugar logo. Gajeel soltou um grunhido debochado, dizendo que aquilo parecia muito simples, que nem precisaria de tanta gente assim. Ao ouvir aquilo, Subaru se virou e se aproximou do grupo, com uma expressão um pouco séria. Ele pediu para que não baixassem a guarda, apenas porque a missão parecia “fácil”; afinal, estavam indo para um lugar desconhecido. Ele disse que, por algum motivo, sentia que naquele lugar havia algo que era melhor não ser desafiado. Por isso, ele disse que a missão era apenas pegar o item sem causar problemas e lutar apenas se fosse extremamente necessário. Ao ouvirem aquilo, os demais, que por mais experientes que fossem que Subaru, sabiam que ele tinha razão; afinal, ele foi aquele que mais esteve cara a cara com a morte. Por isso, todos concordaram em seguir os conselhos dele. Mavis sorriu levemente, satisfeita em ver o grupo tão concentrado.
— Cada grupo terá lacrimas de comunicação de emergência — explicou ela, mostrando pequenos cristais mágicos — para que possamos nos encontrar mesmo que a floresta tente nos separar. Não importa o que aconteça, mantenham a calma — falou ela, entregando uma para cada líder dos grupos e dando uma breve explicação sobre como funcionava. Com tudo devidamente reforçado na mente de cada um, os grupos começaram a se dispersar pelo navio. Ainda teriam pelo menos mais meio dia de viagem antes de alcançarem o continente.
Durante esse tempo, Subaru subiu até o ponto mais alto do mastro. Sentado ali, sentia o vento forte bater em seu rosto enquanto seu olhar permanecia fixo no horizonte. Mirei, sentada no convés, olhava para ele com uma expressão de carinho silencioso. Mavis, por sua vez, estava absorta, revisando estratégias em seus pergaminhos, enquanto Erza afiava sua espada meticulosamente. Havia uma paz estranha naquele momento, como a calma antes da tempestade. E Subaru sabia disso melhor do que ninguém. As horas passaram e, quando passaram pela barreira continental, aos poucos, a silhueta do novo continente começou a surgir no horizonte, primeiro como uma linha tênue, depois tomando forma, revelando imensas falésias e uma vasta extensão verde que parecia se estender infinitamente. A Floresta de Jura dominava a paisagem, sua presença imponente quase sobrenatural. Árvores gigantescas, cujas copas se perdiam entre nuvens baixas, cobriam a terra como um oceano verde-escuro. Era diferente de qualquer floresta comum. Assim que foram se aproximando, de repente sentiram duas energias extremamente fortes vindo do interior daquela floresta, com outras presenças mais fracas comparadas àquelas duas, mas mesmo assim eram extremamente fortes por si só. Aquilo fez Subaru perceber que talvez tivesse que usar tudo o que tinha se quisesse completar aquela missão. Então, com uma expressão neutra, o capitão do navio disse:
— Estamos quase lá — anunciou o capitão do navio, ajustando as velas para diminuir a velocidade. Todos se reuniram no convés principal, olhando maravilhados (e um pouco apreensivos) para a vastidão da floresta. Mavis se adiantou:
— A partir daqui, vamos seguir a pé. A margem da floresta é cercada por uma barreira natural que impede o acesso de veículos e navios. Teremos que atravessar a faixa costeira e entrar diretamente — disse ela com uma expressão neutra. Subaru respirou fundo, sentindo a energia estranha no ar. Era como se a floresta estivesse consciente da chegada deles. Expandindo sua aura pela floresta, Subaru percebeu que estavam sendo vigiados por alguns olhos que pareciam estar curiosos sobre o que os trazia naquele lugar. Ele olhou para seus companheiros, cada um com seus próprios medos, esperanças e sonhos. Dentro de sua mente, veio uma imagem de Beatrice e a lembrança de seu último momento com ela. E sabia, no fundo de sua alma, que não poderiam falhar. E então, sem hesitar, Subaru foi o primeiro a pisar no pequeno bote que os levaria até a costa. Atrás dele, um a um, seus companheiros o seguiram. O navio ficou para trás, balançando suavemente nas ondas. À frente deles, a Floresta de Jura aguardava silenciosa, como um guardião milenar. E o verdadeiro desafio, aquele para o qual todos haviam se preparado tanto... estava prestes a começar. E não será nada como eles esperavam.
Continua…
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