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História Reaprendendo a amar - Fanfic Luotto - Aprendendo a confiar


Escrita por: TataNeveu

Notas do Autor


Oi, amores!
Vim trazer mais um capítulo para vocês.
Boa leitura!

Capítulo 6 - Aprendendo a confiar


Fanfic / Fanfiction Reaprendendo a amar - Fanfic Luotto - Aprendendo a confiar


Luísa e Otto casaram-se três semanas depois, no cartório, apenas Nanci, Poliana, Sérgio e Joana como convidados. Após trocarem as alianças, Otto inclinou-se para beijá-la no canto dos lábios. Por um instante uma emoção mais forte do que os terrores internos dela a moveu. Luísa procurou com os lábios pela boca dele, e eles trocaram um beijo terno. Depois se abraçaram, e por alguns instantes ficaram presos naquele abraço, uma forte emoção invadindo-os.

Após o casamento, um jatinho particular os levou de São Paulo a Fernando de Noronha. Embora não esperassem por uma lua de mel a termo, Otto queria tirá-la um pouco do ambiente de casa, levá-la a um local bonito para que relaxassem um pouco. Durante o vôo tranquilo, ela adormeceu contra o ombro dele. Vê-la entregue daquela forma, tão perto de si, mexeu fundo com ele. Observando suas mãos entrelaçadas, ele ergueu a dela e beijou-lhe sobre a aliança que haviam trocado horas antes. Apesar das circunstâncias, estava mais feliz do que se lembrava de ter estado. Luísa, sua mulher... Era quase tão bom que mal podia acreditar.

Após o avião pousar, seguiram de lancha até o hotel com chalés individuais para os hóspedes, aonde passariam as duas semanas seguintes. O sol começava a se pôr quando chegaram, e eles seguiram em silêncio até a casa. Otto sabia que Luísa se preocupava com a noite que os esperava, pela primeira vez apenas os dois sozinhos em uma casa. Ele não a culpava, também aguardava receoso as horas que estavam por vir. 

Após deixarem as malas no quarto, eles saíram para a sacada, que continha confortáveis cadeiras estofadas que lhes dava uma linda vista do por do sol, aonde sentaram-se lado a lado, de mãos dadas. Quando escurece, ele se levanta e toca seu ombro de leve. 

-Está um vento gelado, Luísa. Vamos pra dentro?

Sentiu-a estremecer sob sua mão, mas não sabia dizer se era do vento anormalmente gelado para aquele lugar ou de tensão. Quando voltaram para o quarto, ele se afasta dela, abrindo os primeiros botões da camisa de costas para ela, decidido a não tocá-la.

-Otto?

Ele se voltou pra ela, tenso. Ao olhá-la, percebeu que ela estava igualmente rígida. Cruzando os braços sobre o peito, num gesto inconsciente de auto-defesa, ela o olha angustiada.

-Droga, Otto, o que estou fazendo a você?

Ele reagiu, aproximando-se dela e trazendo-a de encontro ao peito forte. Beijando-lhe o alto da cabeça ele sussurra:

-Shhhh... Não chora, Luísa. Está tudo bem.

-Otto....

-Não precisa se preocupar, meu amor. Só me deixa te abraçar.

A segurança daqueles braços aos poucos a acalmou. Por um bom tempo permaneceram abraçados em silêncio, o conforto dos braços um do outro demonstrando seu carinho sem palavras.

Após alguns minutos, ela o afastou para olhar em seus olhos. Havia confiança... Confiança e desejo nos profundos olhos verdes dela quando o puxou pela nuca e trouxe sua boca contra a dela. O roçar dos lábios era leve, carinhoso, extremamente excitante. Quando Otto desliza a mão pelas costas nuas que o vestido dela expunha, sentiu sua pele macia, tão macia quanto a seda suave que ela usava. Rompendo o leve contato dos lábios, ela coloca as mãos delicadamente sobre o rosto dele.

-Eu te amo tanto, Otto... Você nem pode imaginar o quanto.

Otto ficou preso naquele olhar, sentindo a magia que os unia e ao mesmo tempo, separava. 

-Esperei tanto por você, Luísa... -A voz baixa, carregada de emoção dele, causou um arrepio na pele dela. Ele a aperta mais contra o peito, como se precisasse de qualquer forma tê-la mais perto do coração. Sabendo o quanto seria fácil deixar-se levar pela fragilidade do momento, ele se força a soltá-la vagarosamente, após mais um beijo suave em seus lábios.

-O que acha de um champanhe?

-Tentador. -Ela diz, rindo. -Ele a olha, fascinado. Aos poucos ela para, ao vê-lo observando-a tão atentamente. -O que foi, Otto?

-Você faz ideia do quanto gosto de te ver sorrindo?

Ela o olha, agradecida.

-Você faz ideia de como estou feliz?

O desejo ameaça tomar conta dos sentidos de Otto ao vê-la assim tão perto, os olhos presos nos dele. Percebendo que se aproximava lentamente do próprio limite de resistência, ele se afasta depois de beijá-la na testa.

-Vou pegar o champanhe. -Ele diz, dirigindo-se à cozinha. Percebe que há algo errado no instante em que volta pro quarto, segurando a garrafa em uma mão e as bases das taças na outra. Luísa está parada, estática olhando a mala aberta.

-Luísa?

A ausência de expressão dela o assusta por instantes, reconhecendo a crise de pânico que ele e Poliana haviam aprendido a detectar. Notando que ela não queria ser tocada, ele coloca as taças e a garrafa sobre a mesa e não tenta se aproximar. Toda a tensão sensual que compartilhavam há minutos tinha desaparecido.

-Luísa, fala comigo... O que foi? Qualquer coisa que esteja pensando, você sabe que pode falar comigo. O que está te perturbando? 

Ela finalmente ergue o olhar pra ele, falando baixinho.

-Estou me sentindo tão perdida... Em um momento me sinto a pessoa mais feliz do mundo e no minuto seguinte fico com tanto medo que não consigo me mexer. E no meio de tudo isso sinto tanta culpa... Como se estivesse me sufocando. As palavras vêm num desabafo incontido. Ele a olha seriamente.

-Mas o que aconteceu? Por que você se assustou agora?

Por um minuto inteiro ela não fala nada, o rosto contraído, os olhos amedrontados novamente abaixados. Era claro que por dentro ela estava desmoronando. Ele notou o desespero em sua voz quando ela continua:

-É claro que não viemos até aqui, num lugar tão lindo e tão afastado, pra dormirmos em camas separadas, não é? -Ela exibiu um sorriso amargurado dessa vez. - Na hora que você foi buscar o champanhe eu quis dizer algo que uma esposa diria. Algo como “por que não bebemos na cama?” Mas na mesma hora que pensava isso, eu congelei. E eu me lembrei... -Sua expressão agora demonstrava desalento e raiva de si mesma. -Não deve ser muito agradável, né? Uma lua de mel com uma mulher paranóica.

Otto não se lembrava de ter se sentido tão perdido em toda a sua vida. Mas sabia que agora não teria alternativa a não ser fazê-la desabafar e perceber o quanto estava errada.

-Por que você está se sentindo culpada, Luísa? 

Ela ergue o olhar pra ele, em desalento.

-Você faz eu me sentir culpada.

-Como?! -Foi como se ele tivesse levado um soco. 

-Por que... -Ela abriu os braços, se sentindo perdida.- Às vezes eu acho que foi como se tivesse te colocado numa armadilha, Otto. Se não fosse Poliana insistir, você teria me procurado? Se não tivesse me visto tão desnorteada, teria me socorrido e cuidado de mim? Estaríamos casados agora? Se não fosse por pena, estaria agora nesse inferno?

Então ele compreendeu. E teria que dar um jeito para que ela compreendesse. Num suspiro, se aproxima lentamente dela, tentando não assustá-la.

-Eu não fui até você antes porque achei que era o que você queria, Luísa. Mas mesmo sem ir vê-la, me mantive por perto o suficiente pra ter certeza de que você estava bem. Cuidei de tudo para isso... Só não imaginava que você não estava apenas sob abalo do luto. -Sem desviar os olhos dos dela, ele continua. -Três anos atrás eu lhe falei sobre o que sentia por você... E esse sentimento nunca diminuiu Luísa, só aumentou. Eu teria ido até você de qualquer jeito. E estou aqui porque quero estar. 

Ela o olha, perdida.

-Mas até quando vai querer?

Feriu-o ver que ela colocava tão pouca fé na intensidade dos seus sentimentos.

-Não duvide dos meus sentimentos, Luísa.

-Ah, Otto, eu não duvido. Não se trata disso. Acredito que você tenha a intenção de fazer isso dar certo. -Ela abaixa a cabeça, envergonhada. -Mas eu sei que você, como qualquer pessoa normal, precisa do amor físico. E sei que não precisa de muito pra mexer com você. Eu sei como você estava no casamento e também agora há pouco, quando se afastou... Eu sei de tudo isso, Otto. Será que você imagina o quanto eu queria poder te dar esse tipo de prazer? O que eu não daria pra poder me entregar à paixão que eu sei que ia ser maravilhosa entre a gente se não fosse pelo que me aconteceu?

As lágrimas agora escorriam pelo seu rosto, sem que ela tivesse força nem vontade pra contê-las. Otto sentiu o coração afundar no peito ao ver tanta dor nos olhos dela. Aproximou-se mais um passo.

-Você não pode saber como era minha vida sem você, Luísa. Eu tentei colocar outra pessoa no seu lugar. Foi um erro... Esse lugar é só seu. Não pode saber quantas vezes acordei durante a noite depois de sonhar com você e o vazio quando eu despertava e você não estava lá. -Precisando desesperadamente acreditar nele, Luísa vence o resto da distância que havia entre eles e se joga nos braços dele, sem parar de chorar. Quando ele a enlaça com carinho, sussurra contra seu ouvido. -Se eu tiver que escolher, qualquer frustração física não é nada perto da dor que é não estar com você. Qualquer coisa é melhor do que ficar o tempo todo sozinho pensando em tudo que poderia ser.

-Otto...

-Não, Luísa. Chega. -Firme, com carinho, ele acaricia os longos cabelos dela. - Chega de culpas, de dúvidas, de auto-recriminações... Não vai ser fácil, não vou dizer que vai, mas acho que já temos muita sorte por estarmos juntos.

Ele fechou os olhos e apoiou a cabeça no alto dos cabelos de Luísa, apertando-a contra si, esperando que ela desabafasse. Depois, quando a sentiu mais calma, ele a afasta um pouco, sem soltá-la, tentando distraí-la.

-Estou com um champanhe esquentando ali na mesa. É com ela que pretendo deixar você um pouquinho bêbada.

Ela ri, 

-Acho uma ótima ideia.

Ele a puxa pela mão na direção da cama, mas ela não se mexe. Ele pergunta suavemente:

-Você não vem?

Ela sorri, mordendo o lábio inferior.

-Vai na frente, volto em um minuto. -Desprendendo-se dele, ela pega das bagagens uma mini-maleta e vai em direção ao banheiro. Depois de colocar o champanhe e as taças sobre a mesa de cabeceira, Otto despe-se, mantendo a roupa de baixo, e deita-se na cama para esperá-la. Ocupando-se com a rolha da garrafa, ele pensava que ela certamente vestiria algo prático e muito pouco sensual para não provocá-lo. Claro que preferiria que tudo fosse diferente, mas não se incomodaria com isso.

Quando ela volta ao quarto, os olhos dele se prendem a ela, surpresos. A camisola branca que ela usava podia ser qualquer coisa, menos prática. Sensual, excitante, a seda aderia a cada curva do corpo dela. Boquiaberto, os olhos dele examinaram cada centímetro daquele corpo perfeito. Quando enfim conseguiu falar, a voz estava baixa e rouca.

-Linda... Você está muito, muito linda, Luísa.

Com passos incertos, ela vai até a cama. Otto segura-a pelo pulso e a puxa para junto de si, tomando todo o cuidado para não tocá-la do jeito que gostaria. Sim, ele a desejava muito, e não era fácil resistir a uma atração tão forte. Mas só de tê-la entre seus braços, era como se um velho sonho se realizasse. 

-Obrigado. -Ele sussurra, beijando-lhe de leve o pescoço. Ela se acomoda nos braços dele e ergue o olhar para Otto, confusa.

-Pelo que?

Devagar, ele corre a ponta do dedo por toda a borda superior da camisola.

-Por confiar em mim o suficiente pra usar essa camisola.

Ela sorri. Apoia o rosto entre o rosto e o ombro dele, permitindo que ele a envolvesse com os braços, passando a acariciar levemente suas costas.

-Sem a conversa que tivemos antes, eu não sei se conseguiria. -Ela ergue a mão até o rosto dele, acariciando-o. -Sabia que te amo, senhor Pendleton?

Ele ri.

-Eu com certeza posso me acostumar com essa ideia.

Ela sorri contra o pescoço dele.

-Achei que você ia me embebedar...

-Você já me deixou tonto antes.

Rindo, ela afasta-se o suficiente para olhar nos olhos dele.

-Enche as taças, Otto.

Varias taças e várias horas depois, eles se sentiam leves, rindo, sem más recordações ou auto-recriminações. Estavam em perfeita harmonia e felicidade... Compartilhavam uma uma doce cumplicidade que dispensava maior intimidade. Quando a aurora finalmente estava chegando, Luísa se entregou ao sono, apoiada contra o ombro do marido.

Otto a admirou em seus braços, durante seu sono. E não achou que pudesse amar alguém mais do que a ela.


Notas Finais


Otto amorzinho da minha vida, sim. 💙
No próximo capítulo, um pequeno grande passo...


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