História Reaprendendo a andar - Vida a dois

O guarda roupas dele era imenso, então o dividimos, cada um com uma metade.

- Sua roupas são tão sérias – Ele disse, encarando minha infinidade de terninhos, saias preta, calças sociais e sapatos discretos.

- Eu sou uma secretária, como queria que eu me vestisse? – Perguntei – Imagina eu e a Erza-sama sendo apresentadas a um fornecedor importante, e eu estivesse usando decote e uma saia colorida?

- Imagino que eles iam fechar contrato prontamente – Ele riu.

- Você não entende de negócios – Falei, arrumando meu terninho de tweed em um cabide.

- Mas eu entendo de hormônios – Ele riu, e acabei rindo também.

*

**

Aos poucos, a casa se tornou totalmente familiar para mim. Fiquei uma semana só em casa antes de voltar para a empresa. Acomodei tudo o que era meu, dei banho na Mika, organizei toda a casa, arrisquei cozinhar para o meu namorado, e provei de tantas outras novas experiências de uma vida a dois.

- Oe Lucy, ainda tá acordada? – Natsu falou, quando chegou. O plantão dele ia até quase onze horas da noite. Eu estava atirada no sofá de camisola.

- Sim, é que eu estava com saudades – Falei, me surpreendendo comigo mesma, a antiga Lucy jamais pronunciaria tais palavras. Levantei e abri os braços.

Ele nem tirou o jaleco, só atirou a pasta para um canto e me beijou, abraçando minha cintura com possessão. Nossos beijos estavam ficando cada vez mais gostosos, kyah!

Depois ele foi tomar um banho, e se atirou na cama ao meu lado, me puxando contra seu corpo. Aspirei o perfume dele e o beijei devagar, curtindo o momento. Então dormimos abraçados.

- Amanhã você volta a trabalhar? – Ele perguntou, com a voz cansada.

- Finalmente – Falei, feliz da vida.

- Trabalhe como um ser humano, tudo bem?

- Pode deixar – Resmunguei.

Ele riu e apertou o abraço.

- Durma bem, sonhe com os anjos e amanhã me diga como eu fico de asas.

Eu ri.

- Boa noite

Lucy POV’s OFF

*

**

Natsu POV’s ON

 Meu despertador apitou, dei um soco nele, que se desligou. Embriagado de sono, estiquei meus braços para abraçá-la, mas ali só tinha o vácuo. Desesperado, abri bem os olhos, com medo de que tudo tivesse sido apenas um sonho.

Mas a sensação ruim passou, quando tropecei em um par de pantufas cor de rosa ao lado da cama.

Me arrastei até a cozinha, escabelado e só de calça moleton, tentando localizá-la. Ela estava preparando o café, já devidamente vestida, penteada e perfumada.

- Bom dia! – Ela falou colocando uma xícara nas minhas mãos – Você está precisando disso, sua cara está hilária – Ela riu.

- E você precisa de remédio para dormir – Rebati – Que horas você acordou?

- Faz uma hora já...

- Mas são seis da manhã!

- Eu sei

Eu estava chocado demais para responder. Me sentei na mesa, com ela me encarando.

- Está me olhando assim por que?

- Você está seminu – Ela observou.

- Gostou?

- É que falta só meia hora para começar seu expediente – Ela levantou uma sobrancelha.

Me engasguei com o pedaço de pão que tinha mordido e saí correndo da cozinha.

- E respondendo a sua pergunta... Eu gostei sim – Ela sussurrou.