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História Reasons (HIATUS) - Consequências de uma escolha


Escrita por: Wong_E

Notas do Autor


Oioi galere!
Estou com um bloqueio terrível ultimamente, e isso me desanimou um pouco pra escrever essa semana. Por sorte eu já tinha a parte principal desse capítulo escrita e só precisei adicionar umas coisinhas, mas não acho que tenha ficado do jeito que devia. Só estou postando pra não deixar vocês esperando mais tempo, pois sei como é ruim ficar esperando pelas atualizações.
Já adianto que temos alguns momentos fortes hoje, espero que me perdoem pelo fim do capítulo...
Bom, mas chega de enrolação por aqui, vamos a leitura? Espero que gostem ♥

Capítulo 4 - Consequências de uma escolha


Fanfic / Fanfiction Reasons (HIATUS) - Consequências de uma escolha

Cerca de 15 minutos depois que Bucky e eu pegamos os jipes e partimos rumo a dita floresta onde os outros nos esperava — que felizmente não é tão longe da cidade —, nós enfim saímos da rodovia e entramos na área da mata por uma trilha aberta em meio as imensas árvores cobertas de gelo. Aliás, não só as árvores mas o chão e até a própria pista da rodovia estão cobertos de gelo, e o frio desse lado está muito mais intenso do que estava na cidade. Parece que a neve escolheu cair todinha aqui e o sol ficou encarregado de iluminar somente a área habitada, curioso, não?

Porém, enquanto eu pensava sobre as possíveis razões das oscilações climáticas de Sokovia, uma forte dor surgiu na minha cabeça e eu parei o carro bruscamente, largando o volante e levando ambas as mãos para minhas têmporas como se isso pudesse diminuir a dor.

— Ai! Mas que merda... — gemi enquanto meu cérebro parecia pular freneticamente dentro do crânio. 

Eu me lembro de ter sentido essa mesma dor infernal só duas vezes: a primeira quando eu acordei do "coma" lá em Washington, e a segunda no dia em que o Thom morreu, quando eu precisei ser dopada pra não ter um ataque nervoso.

Mas dessa vez, além da dor, eu também estou me sentindo zonza e com uma sensação terrível de estar vivendo um dejá vú, coisa que não senti nas outras duas vezes.

Por estar com os olhos fechados e a atenção voltada apenas na maldita dor eu não reparei que Bucky tinha se dado conta de que parei aqui e parado também, pois ele dirigia na frente e estava a uma boa distância de mim. Só percebi isso quando ele já estava abrindo a minha porta e me olhando com a testa franzida ao perguntar:

— É aquela dor de novo? 

— Sim... — tirei o cinto e desci do carro, esperando que talvez o ar frio me ajudasse a melhorar — Mas tá tudo bem, daqui a pouco passa. Pode ir se encontrar com os outros.

— Eu não vou a lugar nenhum. — se negou com veemência. 

Revirei os olhos e ergui o rosto num movimento rápido para fitá-lo, mas nisso minha cabeça girou muito mais forte e eu cambaleei para o lado. Só não despenquei sobre o gelo porque ele me segurou antes, mais uma vez transparecendo uma preocupação que me deixou até irritada.

— Você não pode ficar na missão desse jeito, eu vou falar com o Steve. A equipe está em bom número e não vamos ter problemas. — anunciou, e depois de suas palavras minha mente começou a passar alguns flashes de memória.

— Missão... equipe... — balbuciei, lembrando de já ter estado num lugar como esse, coberto de gelo e com o mesmo frio de lascar. Segundos depois, me vi dentro de um lugar desconhecido com uma equipe de agentes, e aí sim tudo se esclareceu. — A missão da Sibéria! Eu lembro, Bucky! E eu vi os aprimorados...

Flashback on

Eu ainda estava com os olhos pesados e uma dor intensa no lado direito da cabe ça quando comecei a ser arrastada por um corredor que parecia não ter fim. Batroc era quem estava me rebocando junto com o maldito traidor do Rumlow e mais alguns caras que eu não reconheci, estes caminhando a nossa frente vestidos com jalecos brancos e falando algumas coisas em russo.

— O que vocês... vão fazer comigo? — indaguei, porém pela minha voz fraca mais pareceu uma lamúria — Pra onde estamos indo?

Nada de resposta, os infelizes nem sequer esbocaram alguma reação com as minhas perguntas. Apenas continuei sendo puxada pelos braços — que estavam presos por um par de algemas miseravelmente apertadas— e sentindo como se fosse desmoronar a qualquer segundo, graças a força descomunal com que o pirata francês me obrigava a andar. Depois de ter me dado aquele safanão e me acordado a força com um banho de água com gelo o mínimo que ele podia fazer era me carregar se quer ir tão rápido, mas como torturar a Wanessa é mais divertido é claro que ninguém faria isso.

No entanto, mesmo com os meus sentidos falhando e sem nenhuma força para lutar contra os dois brutamontes eu estaquei o passo no momento em que passávamos por duas celas de vidro com um garoto e uma garota dentro de cada uma delas, ambos fazendo coisas deveras estranhas e parecendo totalmente alheios a tudo ao seu redor.

Pelos poucos segundos que pude observá-los reparei que eles eram fisicamente parecidos e não deviam ter nem 23 anos, o que me levou a crer que poderiam ser irmãos; a garota tinha pele clara e era magra, seus longos cabelos castanhos estavam tapando boa parte de seu rosto e ela balançava os dedos no ar emitindo uma espécie de fumaça vermelha que fazia vários objetos flutuarem a sua frente, e olhava para aquilo com um deslumbre assustador; o garoto era forte e alto, tinha o cabelo escuro com boa parte pintada de branco e ao contrário dela não emitia a fumaça vermelha das mãos, em vez disso ele se movimentava por toda a pequena cela na velocidade de um raio, emitindo uma luz azul a medida que corria de um canto pro outro.

Arregalei os olhos diante da cena, mas tão logo parei para observar os jovens aprimorados fui puxada violentamente pelo traidor da STRIKE, que enquanto me arrastava outra vez pelo corredor decidiu bancar o falastrão pela primeira vez.

—  Gostou de vê-los? Agora você sabe de um dos maiores projetos da HIDRA, uma pena que não vai mais se lembrar deles e de nada do que viu aqui depois que fritarmos o seu cérebro igual fazíamos com o do seu maldito Bucky. 

—  Me faz um favor? —  pronunciei entre os dentes, ele e o loiro endemoniado me fitaram com as sobrancelhas arqueadas —  Vão se foder, vocês e todos os outros filhos da puta da HIDRA. Podem tirar as minhas memórias, me torturar e me matar se quiserem porque eu não tenho medo de nada disso. Eu vou é continuar debochando de todos vocês até do inferno, porque vocês nunca vão conseguir nada do que almejam e sempre vão trabalhar a toa achando que um dia vão ter êxito absoluto, mas adivinhem? Esse dia nunca vai chegar, porque se não conseguiram até agora não conseguem mais.

— Isso é o que você pensa, sua vadia imbecil. —  Brock retrucou com ira, soltei uma gargalhada que fez minha costela fraturada doer. 

—  Pode me chamar disso e do que mais achar ofensivo, até porque no fim das contas toda mulher é uma vadia entre quatro paredes mesmo —  dei de ombros, e ao ver sua cara fechada resolvi provocar mais —, ainda mais tendo um homem como o Bucky. Com ele entre quatro paredes eu sou uma vadia, um objeto e o que mais ele quiser, coisa que eu nunca seria com você.

—  Cala a boca! —  sibilou elevando o tom de voz, ao mesmo tempo que dava um tapa na minha cara com as costas de sua enorme mão.

Soltei um grunhido de dor e cambaleei para o lado pela força, mas não caí porque Batroc me obrigou a permanecer em pé e caminhando. Cuspi um pouco de sangue no pé dele e voltei a rir de sua fúria bem quando adentramos uma sala no fim do imenso corredor. Era grande, bem iluminada e tinha uma cadeira igual a que eu vi no laboratório, cheia de aparelhos estranhos e monitores ao redor dela. 

Será possível que estão usando esse troço como objeto de decoração em todos os lugares dessa base?

Fui colocada na cadeira sem nenhum aviso do que aconteceria — não que eu esperasse ou precisasse disso, mas seria bom pois eu não gosto de surpresas —, e logo dois outros agentes da STRIKE começaram a prender meus pulsos com as braçadeiras presentes nas laterais do objeto, além de outros cinco que estavam ao redor apontando armas para mim.

—  Qual é, garotos... eu não vou conseguir sair daqui, podem abaixar suas armas e aproveitarem o show numa boa. É uma covardia fazerem isso com uma pessoa indefesa e toda quebrada, ainda mais sendo mulher. — zombei, vendo eles franzirem as sobrancelhas em estranhamento. Talvez não esperassem que eu fosse debochar da minha própria desgraça, amadores.

Passaram-se vários segundos depois de eu ter sido amarrada na máquina de tortura, onde eu fiquei cantarolando a música "what the hell" para irritá-los e também disfarçar meu pânico interno, até que um dos seis cientistas presentes na sala veio até mim com uma enorme seringa e aplicou um líquido esverdeado no meu braço direito, também sem dizer nada nem olhar na minha direção. Ele era loiro, alto e tinha olhos tão azuis quanto os meus, por um instante me lembrou o Steve mas aí eu resolvi não fazer essa comparação por razões óbvias. 

—  Podem iniciar o procedimento. —  ele anunciou para os outros e se afastou.

Armei uma careta e comecei a mexer a cabeça e grunhir quando um agente se aproximou e segurou meu rosto com força, abrindo minha boca na marra e colocando um mordedor de borracha entre os meus dentes.

Filho de uma égua desgraçado! — praguejei em pensamento visto que não podia mais falar.

Tão logo colocou colocou o objeto incômodo na minha boca ele prendeu meu pescoço no encosto da cadeira e a estrutura de metal arredondada começou a baixar e se fechou ao redor do meu crânio, tudo sendo comandado pelos cientistas posicionados em frente aos monitores. Minha respiração se alterou e eu comecei a tentar me livrar das amarras, tendo meus gritos de ódio abafados pelo maldito mordedor.

—  Onde está o seu deboche agora? —  Rumlow perguntou sarcasticamente, o encarei com um olhar mortal a tempo de ouvi-lo finalizando: — Apaguem.

E então o cientista a minha esquerda ativou um comando no monitor eu comecei a sentir uma onda de choque sendo disparada contra a minha cabeça, que aumentava a cada segundo e fazia eu gritar com toda a força dos meus pulmões, até que a dor se tornou tão forte que eu perdi a consciência e tudo na minha mente se tornou um borrão. 

Flashback off

— Isso dói muito... — eu murmurei em meio aos gritos de desespero. Estava sentindo exatamente a mesma dor que senti naquele dia, como se estivesse revivendo tudo — Aquela máquina, os choques... 

— Que máquina? — Barnes perguntou confuso, segurando nos meus ombros como se eu fosse cair.

Meneei a cabeça em negação e respirei fundo várias vezes, o que me ajudou a recobrar meu auto controle e suportar mais a dor pra poder falar tudo com mais clareza.

— A máquina que usavam pra apagar a sua memória... — expliquei, vendo seus olhos se arregalarem — Aquele lugar na Sibéria pra onde eu fui na missão era a mesma base onde você ficava, e os caras da HIDRA usaram essa maquina pra apagar a minha memória porque eu estava lá pra investigar o lugar e descobri sobre os aprimorados... Quando eu estava sendo levada pra máquina passei por duas celas num corredor e vi eles. — parei de falar por um segundo e inspirei profundamente, enquanto James estava atento ao que eu dizia — Era uma garota que movia coisas com uma energia que saía das mãos dela e um garoto muito veloz, ele meio que corria por toda a cela e parecia estar querendo se adaptar com a própria velocidade... mas não lembro se li os nomes deles nem o que a HIDRA pretendia com eles. Depois de vê-los eu só lembro de ter sido presa na cadeira e da dor dos choques na minha cabeça...

Bucky desviou o olhar e ficou em silêncio por uns alguns segundos, tempo esse em que a minha dor foi diminuindo. 

— Os outros tem que saber disso. — foi o que ele, enfim, disse, passando a mão normal pelo meu rosto como se não quisesse prolongar esse assunto. 

Olhei nos olhos dele e concordei, afinal era melhor mesmo não fazermos uma tréplica disso.

— Sim. Vamos, a gente já demorou muito e daqui a pouco escurece.

Dito isso eu soltei sua mão e virei para entrar no jipe, mas desisti quando ele me contrariou novamente demonstrando preocupação. 

— Wanessa... Você não pode continuar na missão estando zonza e com essa dor. Você pode ser atingida.

— Eu tô bem, Barnes. Não estou mais com tontura — é verdade, eu não estou mesmo, juro de dedinho —, e a dor não vai me incomodar. Eu já lutei em condições muito piores, então vai pro seu jipe e não se preocupe comigo.

— Tá bom. — suspirou em rendição após me encarar por uns instantes — Vamos.

Sorri vitoriosamente e depositei um selinho em seus lábios antes de retomar o volante do carro e seguí-lo na direção da dita clareira, com apenas um pouco da dor ainda martelando na minha cabeça em meio as lembranças torturantes do momento em que apagaram a minha memória.

Alguns minutos depois finalmente chegamos ao local onde a quinjet estava pousada, atraindo a atenção e os olhares reprovadores dos nossos amigos que estavam todos fora da nave.

Deus do céu, isso sim vai ser tenso.

— Ah, mas até que enfim! — como esperado, Tony foi o primeiro a falar, quando James e eu já estávamos fora dos veículos — Eu só queria deixar bem claro que achei uma sacanagem vocês ficarem brincando de mecânico enquanto a gente esperava aqui. Pelo menos você deu um bom trato no motor, Soldado? Porque se não fez direito ele vai continuar com problemas.

Arregalei levemente os olhos e olhei imediatamente para o Lata Velha, assim como o ex-Hidra fazia. Pelo visto ele não tinha acreditado na nossa desculpa mesmo depois de ouvi-la do Fury, e eu devia ter previsto que iria soltar alguma frase de duplo sentido assim que nos visse.

— Como vai, Bucky? Conseguiram concertar totalmente o problema? Fury disse que não verificou isso quando pegou os carros, ele achou que estivesse tudo certo. — Clint atropelou o Homem de Ferro, o encarei com uma sobrancelha erguida. Quer dizer que até você tá me encobertando, Barton? Puxa, te devo uma.

— Sim. Eu só tive que trocar uma peça, mas agora está tudo certo. — Barnes respondeu evasivo, devolvendo o aperto de mão do arqueiro. Em seguida fez o mesmo com Bruce e Thor e terminou acenando com a cabeça para Nat. Tony foi o único que não o cumprimentou, mas não que isso seja estranho. Estranho seria se eles se tratassem de forma amigável.

— Hey! — Steve se aproximou vindo da nave e deu um abraço no amigo, o que fez Stark revirar os olhos e fechar o capacete da armadura — Senti muito sua falta, amigo. Como foram as coisas nesses meses?

— Eu também. — retribuiu esboçando um pequeno sorriso — Deu tudo certo, apesar de alguns imprevistos e...

— Ok, será que dá pra vocês deixarem a paquera pra depois? Nós já ficamos esperando você e a Miss Morte por bastante tempo, então não vamos prolongar isso, hum?— Tony o cortou, e eu me controlei para não rir de seu visível ciúme pelo Capitão.

— Eu lembrei de uma coisa importante. — anunciei com o dedo erguido antes que dissessem mais alguma coisa, recebendo olhares curiosos. Puxei o ar com força pelo nariz e comecei: — Eu lembrei que naquela missão na Sibéria eu vi os aprimorados, antes de apagarem a minha memória e...

— Apagaram a sua memória? — Steve perguntou surpreso — Igual faziam com o Bucky? 

— Sim, mas não quero falar sobre isso... o que importa é o que eu lembrei dos aprimorados. — informei, eles ficaram em silêncio pra eu continuar — Eu vi eles rápido, mas consegui prestar bastante atenção nos poderes deles porque eles estavam os usando quando eu passei. A garota movia coisas com uma fumaça vermelha que saía das mãos, acho que é telecinese ou seja lá qual for o nome disso, e o garoto era veloz tipo o Flash...

— E os nomes deles você não lembra se viu? Ou alguma especificação sobre quem eles eram... — Bruce me cortou transparecendo curiosidade, balancei a cabeça em negação. 

— Não, eu só lembro de ter visto eles enquanto estava sendo levada pra sala onde apagaram a minha memória. — respondi meio relutante, ainda sentindo o incômodo com a lembrança.

Todos desviaram os olhares e ficaram sem dizer nada por longos segundos, até que Thor quebrou esse silêncio e soltou a voz pela primeira vez:

— Tenho certeza de que os poderes deles e de todas essas armas novas da HIDRA provém da joia contida no cetro! Essa é uma força muito poderosa para ficar nas mãos de mortais com tantas ambições!

— Bom, e o que é que nós estamos esperando pra invadir esse lugar de uma vez e recuperar esse cetro? — Stark perguntou decidido. 

Comprimi os lábios e olhei para o Capitão esperando que ele começasse a fazer seu discurso de como a equipe deveria agir, pois agora que Barnes e eu chegamos não tem mais porque esperar não é?

— Certo... — ele, finalmente, iniciou sua fala — Tony vai sobrevoar toda a área da floresta, neutralizar os inimigos que vierem pelo alto e anular o campo de força do complexo além de limpar o interior do local. Dr. Banner, vamos precisar do código verde pois terão muitos bankers espalhados pelo perimetro, por isso contamos com o que vem treinando com Romanoff e Lewis. — Bruce manejou a cabeça e murmurou um "ok" meio incerto. Logo o loiro prosseguiu olhando da Viúva pra mim — Vocês duas e Clint cuidam das áreas onde os inimigos estarão com armamento comum enquanto Bucky, Thor e eu ficaremos nas que estão os grupos com artilharia pesada, e depois de eliminá-los eu entrarei na base para capturar Strucker. — pausou por um segundo passando a língua pelos lábios — Mantenham os canais de comunicação abertos e tomem cuidado, principalmente com os aprimorados agora que sabemos quais são seus poderes. Um minuto e meio.

Todos concordamos com suas ordens e nos dirigimos a nossos devidos lugares, entretanto antes que Barnes e eu entrássemos no jipe Rogers se aproximou e disse o que eu já estava esperando ouvir:

— Eu não queria ter que fazer isso e muito menos me meter na relação de vocês, mas vocês não podem deixá-la interferir nas tarefas da equipe, muito menos em dia de missão! Eu sei porque se atrasaram e não esperava uma atitude dessa de nenhum dos dois, por isso eu espero que nunca mais se repita e que vocês deixem o relacionamento fora dos assuntos da equipe.

Quatro palavras que resumem o que estou sentindo agora: me perdoa, meu Deus.

— Bom, em minha defesa eu só digo o seguinte: eu quis ficar na cidade pra ter um tempo a sós com o Bucky, e aí o que era pra ser um negócio rápido acabou se intensificando... — assumi com um sorriso amarelo segundos mais tarde, depois de perceber que o meu Soldado não tão magia assim estava envergonhado demais pra falar. — Mas qual é, Steve, foi o nosso único deslize e não vai acontecer nunca mais, só rolou porque... ah, porque você deve imaginar como seria ficar meses sem a Nat, né? Quando vocês se encontrassem de novo com cert...

— Tudo bem, Wanessa, você não precisa me explicar. — o loiro me cortou, suas bochechas levemente coradas. Mas ué, eu nem falei nada tão constrangedor assim. — Só queria reforçar que vocês não podem deixar o namoro atrapalhar as questões profissionais, se não isso se tornará um problema para os outros também. Espero que não aconteça mais porque eu não quero ter de chamar a atenção de vocês de novo. Agora vão, e boa sorte.

E em seguida ele girou nos calcanhares e se dirigiu para sua moto, que estava perto da quinjet. Encarei Bucky com as sobrancelhas erguidas e ambos suspiramos pesadamente enquanto entrávamos no jipe, mas nenhum de nós disse nada. Não que a gente estivesse arrependido do que fez depois desse esporro, era só que decidimos nos concentrar única e exclusivamente na missão e deixar qualquer outro assunto para depois, já que ele iria voltar pra América conosco ao fim dessa missão e nós já tínhamos nos dispersado o suficiente por um dia.

Depois do tempo que o Capitão deu pra todos se prepararem finalmente saímos da clareira para atacarmos na área protegida do complexo; Clint e Natasha foram pro lado norte da floresta; Steve, Thor e Tony foram pelo sul; o Hulk seguiu sozinho sem uma rota definida, somente esmgando tudo pelo caminho; e o Soldado e eu fomos pro lado oeste, ele dirigindo e eu em pé na parte de trás do veículo. 

— Aí, pessoal. Os soldadinhos da tentaculosa já sabem que estamos chegando. Tem tropas se dirigindo pro lado norte e oeste, e o Hulk já está acabando com todos os que estão posicionados nos arredores do complexo. — Tony informou depois de uns cinco minutos, sua voz saindo em meio ao som de disparos.

— Já estamos sendo recepcionados aqui... — Nat respondeu seguido de um barulho de pancada, e no mesmo instante eu olhei pra trás e vi quatro motos e dois carros surgindo por entre as árvores.

Sorri de canto e mirei em um dos motoqueiros da frente, que já quase emparelhava com o nosso jipe. Atirei certeiramente na cabeça dele e em seguida repeti a ação com os outros que vinham nos carros. Minha mira não poderia estar melhor, pois mesmo com a velocidade com que Bucky estava dirigindo e as manobras que ele fazia para desviar das árvores eu ainda consegui estabilidade para disparar com precisão na cabeça dos agentes.

Continuei atirando em todos os inimigos que surgiam de vários cantos da floresta, até que os demais Vingadores se encontraram conosco e a partir daí começamos a nos locomover para o mesmo lado: o perímetro da instalação secreta.

— Vamos ter que pular! — Barnes gritou bem quando o cerco a nossa frente se fechou, com dezenas de soldados armados e tanques que impediriam a passagem.

Droga! Eu detesto pular de carros em movimento, apesar disso ser muito legal. — eu pensei já guardando minhas armas e contando até três.

No 1, ele girou o veículo bruscamente para a direita no mesmo instante em que estávamos na beira de um barranco; no 2 ele e eu aproveitamos o impulso e saltamos, junto com Romanoff e Clint que estavam do nosso lado e fizeram o mesmo; no 3 eu estava caindo no chão e rolando pra não me machucar, ao passo que Bucky já tinha se levantado e corria na direção de um grupo de inimigos.

Me coloquei em pé rapidamente e tirei meu bastão do cinto, o ativando no modo lança enquanto rumava para dar de encontro com alguns agentes que estavam se aproximando de mim.

Cheguei correndo no primeiro que estava distraído e deslizei pelo gelo, o derrubando numa rasteira e fincando a ponta afiada do bastão no meio do peito dele. Puxei o objeto de volta, fazendo o sangue do pobre infeliz jorrardo furo em seu peito, e logo visualizei outros dois vindo na minha direção, ambos armados com armas de choque e caras nada felizes.

Manejei meu bastão entre as mãos e me defendi quando o primeiro homem tentou acertar a arma de choque na minha coxa, lhe dando uma pancada no lado esquerdo da cabeça que o fez despencar como uma fruta podre, tendo uma baita concussão no ouvido.

O outro, nesse mesmo tempo, aproveitou para se aproximar por trás e encostou a arma nas minhas costas, porém eu nem tive tempo de sentir muita dor visto que no segundo seguinte tirei uma adaga do meu cinto e finquei em seu abdômen, o que fez ele se afastar e me deu a oportunidade de finalizá-lo com uma descarga elétrica de sua própria arma, após tomá-la dele e encostar bem no meio de sua testa — que ficou com uma marca bem profunda de queimadura, nem quero imagina como isso e a facada devem ter doído. 

Talvez os gritos dele tenham sido por essa dor, mas não tenho como saber já que não senti nada.

— Gente, eu fui atacado pelo garoto veloz e levei um tiro de raspão. Alguém pode dar uma forcinha? — Barton avisou pelo ponto, bem quando eu avistei um tanque que havia surgido numa trilha na minha direção.

Como nao tinha Hulk, Thor e nem Tony por perto, e os outros estavam bem mais ocupados resolvi eu mesma solucionar esses dois pequenos problemas; peguei duas granadas dos compartimentos do meu cinto e comecei a correr de encontro ao veículo enquanto respondia ao arqueiro:

— Wanessa aqui, eu tô perto de você e tô indo te ajudar. Fique onde está!

Eu não tenho escolha. — retrucou sarcasticamente, seguido de um ganido abafado.

Me apressei em chegar perto do tanque e assim que ele começou a disparar contra mim me esgueirei para o lado e puxei o pino das granadas, deixando elas rolarem pra debaixo do veículo e correndo dali a todo vapor. 

Senti o impacto da explosão esquentar minhas costas e jogar todo o meu cabelo pra frente, chamuscando alguns fios que ficaram com cheiro de queimado, mas não pude parar e me virar para ver o veículo sendo destruído graças ao meu bom — e insano, muito insano — trabalho. Se eu fizesse isso duas coisas aconteceriam: 1) eu seria engolida pelo calor da explosão e viraria churrasquinho de gata — é, eu me considero gata, miau —, e 2) com certeza Clint não sairia vivo daqui, pois eu era a única disponível para ajudá-lo e portanto precisava fazer isso já.

Com esse segundo pensamento, eu corri o mais rápido que pude na direção do Cosplay de Arrow e em menos de um minuto cheguei até ele, que se encontrava sentado no pé de uma árvore com uma ferida aberta no lado direito da cintura. Por sorte não haviam inimigos por perto, e eu esperava que continuasse assim pois estávamos num local sem possibilidade de cobertura.

— Você explodiu um tanque? — ele questionou com curiosidade logo que me abaixei a sua frente. Dei um sorriso vitorioso e assenti — E eu me achando o máximo por ter explodido quatro agentes. Ai, vai com calma...

Tirei os itens de primeiros socorros do compartimento do meu cinto e comecei a cuidar dele; lhe apliquei uma pequena dose de morfina e cobri seu ferimento com gaze, depois de passar um pouco de anticoagulante pelo corte.

— Agora pressiona isso aí ok? — pedi afagando o cabelo dele, lhe tirando um sorriso mínimo.

Barton gemeu um pouco e apertou a bandagem na ferida para estancar o sangramento enquanto eu ficava em pé e contatava o deus do Trovão para levá-lo novamente a quinjet:

— Thor, preciso que tire o Clint daqui. Leve ele de volt...

Minha fala foi interrompida quando fui atingida em cheio por uma coisa infernalmente rápida e forte, que me jogou a certa distância onde o arqueiro estava. 

— Wanessa! — Clinton gritou preocupado, fazendo força para levantar.

Soltei um arquejo de raiva, me coloquei de joelhos no chão e olhei para cima a tempo de ver a cabeleira branca e o sorriso cínico do Flash falsificado — lê-se o aprimorado velocista —, que passava por mim caminhando devagar a medida em que dizia num inglês puxado:

— Me desculpe por isso, senhorita. Não é nada pessoal, é que você e seus amigos se meteram no lugar errado.

E então simplesmente sumiu da minha vista, deixando somente um rastro de luz azulada e poeira de gelo para trás.

— Maldito! Tomara que tropece em alguma raiz e caia de cara no chão! — praguejei me pondo em pé.

Olhei para onde Barton estava e o vi em pé apontando seu arco para a frente, no entanto ele não conseguia firmar a mão para ter uma boa estabilidade de tiro. Ele mirava num agente que tinha acabado de se posicionar atrás de uma árvore, e no momento em que eu o fitei ele saiu do esconderijo e apontou a arma para o Gavião, que apenas engoliu em seco e fechou os olhos.

Deus, não!

Ao me dar conta do que estava prestes a acontecer eu simplesmente não consegui raciocinar direito e fiz a primeira coisa que me veio a mente para impedir que Clint fosse atingido: corri até ele e parei em sua frente no exato momento que o soldado realizou três disparos, dois que me acertaram na barriga e um no ombro esquerdo.

Senti os projéteis queimando na minha carne enquanto me rasgavam por dentro. Eu já levei tantos tiros que até perdi as contas, mas por incrível que pareça nunca tinha sido atingida por mais de um, e tenho que dizer que é enlouquecedor sentir a dor em tantos lugares diferentes.

Bom, sempre tem uma primeira vez pra tudo né? E fico até feliz de ter levado esses tiros por um bom motivo.

— NÃO!! — Barton gritou quando fui atingida, sacando uma das minhas armas e disparando contra o agente antes de me segurar pela cintura para eu não cair — Por que você fez isso, Nêssa? Já basta eu de ferido... droga!

— BARTON? O QUE ACONTECEU? — Bucky questionou no grito pelo comunicador, sua voz parecendo distante apesar de ter soado direto no meu ouvido.

— Ela foi atingida e tá perdendo muito sangue. Precisamos levá-la pra um hospital imediatamente!

Eu a levo para a quinjet. Só me dêem um minuto. — Thor respondeu quase de imediato, em meio a um som de pancadas e gritos.

Soltei um gemido de dor e em seguida sorri fracamente para o arqueiro, quando ele já tinha me colocado deitada no chão e me aplicado morfina.

— Eu estava te devendo várias, e não tenho nada a perder mesmo... — murmurei, sentindo uma imensa vontade de dormir — Você não pode morrer, a Laura e os seus filhos precisam de você... 

— Shh, não diz isso. Ninguém vai morrer, tá me ouvindo? — pediu com a voz firme, concordei e fechei os olhos — Não, não dorme, Nêssa! Fica comigo!

Eu sabia que se dormisse poderia não acordar mais, porém a dor estava tão intensa que não me deixava raciocinar direito. Só tinha uma coisa que estava passando direto pela minha cabeça: eu devia ter imaginado que aquela sensação ruim, mais uma vez, significava alguma coisa.

— Eu tô com sono, e isso tá doendo muito... — balbuciei, tremendo de frio e ao mesmo tempo suando forte.

O Gavião disse algumas coisas que não consegui distinguir e continuou apertando os meus ferimentos, fazendo eu gritar de dor diante da pressão.

— Wanessa! — a voz do Barnes se fez ouvir, entretanto não vi de que lado ele veio. Só o vi quando ele já estava se ajoelhando ao meu lado, me olhando com uma cara de pavor — Como isso aconteceu?

— Ela... se colocou na minha frente pra me salvar. — Clint contou, sua voz saindo um pouco falhada.

Soltei um riso nasalado e neguei com a cabeça, atraindo a atenção deles. Eu nem morri ainda e já estão de drama, mas que coisa.

— Parem de falar como se eu não estivesse aqui. — tossi secamente, o que fez meu corpo todo arder por dentro e o sangue jorrar com mais força dos ferimentos — Eu fiz o que tinha de fazer...

— Shh, não fala mais, você tá sangrando muito. Eu vou te levar pra nave. Clint, você consegue caminhar e pressionar os ferimentos dela? — Bucky perguntou, mas antes do Gavião responder Steve falou pelo comunicador:

Não, eu preciso de você aqui no complexo, Bucky. Natasha acabou de cantar a canção de ninar pro dr. Banner e pegou um jipe pra levar a Wanessa e o Barton até a nave, e os três vão pra um hospital particular da cidade vizinha. — ouvi o ex-Hidra xingar baixo, mas não vi sua expressão pois estava novamente com os olhos fechados — Tony já fez contato com o pessoal do lugar e estão esperando com uma equipe preparada, e a dra. Cho também já está a caminho. Assim que nós terminarmos aqui vamos pra lá, mas agora eu preciso de você. Por favor.

— Vai lá, Soldado. — pedi segurando sua mão normal, ele negou com um meneio de cabeça — Eles estão precisando de você... vai. Eu vou ficar bem.

— É melhor você ir, se não ela vai te infernizar até você perder a paciência. — Barton reforçou forçando um humor, o que fez James bufar em sinal de rendição.

Convenhamos: não ia adiantar nada ele ficar do meu lado, me ver sangrando e gemendo de dor só iria deixá-lo mais aflito, sendo assim eu preferia que ele não passasse por isso. Eu detesto ver as pessoas sofrendo por minha causa e se preocupando comigo, isso me faz sentir como se eu fosse uma garotinha frágil e melindrosa.

— Eu prometo que vou pro hospital assim que terminar aqui. — Bucky informou, esbocei um pequeno sorriso e concordei com a cabeça, mesmo sem saber se ainda estaria viva até lá — Cuida da minha garota.

— Pode deixar. — Clint respondeu convicto.

Antes de seguir até o complexo, porém, ele acariciou meu rosto com a mão normal e contou:

— Eu fiz uma reserva pra gente no melhor restaurante tailandês de Nova Iorque pra daqui a quinze dias. Acho que até lá já estaremos com um tempo livre, né?

Ai, meu Deus. Eu tinha me esquecido completamente do nosso jantar! Como eu pude? 

— Se não tivermos tempo eu dou um jeito de conseguir, afinal é a primeira vez que alguém... me chama pra jantar. — afirmei em meio a uma tosse fraca — Não vou perder isso por nada. Prometo.

Depois disso Barnes sorriu forçadamente e me deu um selinho demorado, para então se afastar e seguir correndo pro lado da base. Por sorte ele não olhou pra trás, pois se isso acontecesse ele me veria chorando de dor e eu definitivamente não queria que isso acontecesse.

Fechei novamente os olhos, soltando algumas lágrimas grossas, e mordi o lábio inferior ao sentir Clint apertando minha barriga com mais força, e com isso o sono foi aumentando e a dor se tornando mais distante, assim como os sons ao meu redor.

— Wanessa? Não apaga, por favor! A Nat já chegou... — ele dizia com certo desespero, mas sua frase se perdeu no momento em que meus sentidos e todo o resto do meu corpo deixaram de funcionar, me permitindo enfim ceder ao sono profundo e indolor.


Notas Finais


E então?
Lembram da missão na Sibéria? Tenho certeza que alguém achou que eu tinha esquecido de esclarecer isso, mas não esqueci não! Só estava guardando pra essa temporada (assim como algumas outras cositas) u.u
O que acharam da aparição relâmpago do nosso menino veloz? (Pegaram o trocadilho?) Kkkkkk eu sei que devem ter esperado ver a Wanda também, mas infelizmente não deu pra encaixar ela nesse capítulo. Mas relaxem que em breve os dois vão aparecer 😉
Ai ai, eu confesso que não sei se fico orgulhosa da Wanessa por ter salvado o Clint ou se xingo ela por ter feito isso justo do pior jeito. Será que vai ficar tudo bem com a nossa "heroína"?
Enfim, amores, por hoje é só.
Gostaram? Não? Deixem suas opiniões, ou eu mando a Wanda invadir as mentes de cada uma e descobrir coisas que vocês não vão gostar uehauhea
Beijos e obrigada por lerem ♥ tia Wong ama vocês.


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