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História Rebelião - Reencontro


Escrita por: jiwko

Notas do Autor


Antes que comece a ler o capítulo, dá uma olhadinha aqui!
Para facilitar a leitura, quero reforçar um fato citado no capítulo:
- Valkyon ainda não é o líder da Guarda Obsidiana! Pode parecer um pouquinho estranho, já que estamos acostumados a vê-lo com esse super senso de responsabilidade, mas tudo vai se desenrolar mais pra frente, prometo!
Boa leitura! Te vejo nas notas finais ~

Capítulo 2 - Reencontro


Nymmir não sabia o que fazer.

Queria correr, mas não podia entrar em pânico. Ezarel, vendo que a situação pioraria, puxou-a para um canto (quase) vazio e pediu que esperasse ali. Não queria coloca-la em risco; era apenas um soldado em treinamento e não ajudaria muito.

Mas é claro que ela jamais ficaria lá parada em meio a um ataque.

Esperou o elfo se distrair e correu para o corredor, rumando para seu quarto para pegar seu arco e flecha e oferecer suporte aos outros. Não fazia ideia da dimensão da situação, mas sabia que era capacitada o suficiente para não ser inútil.

Ao adentrar o cômodo, procurou desesperadamente por sua arma e amaldiçoou a si mesma por ser tão desorganizada. Quando localizou a mesma, seguiu para o lado de fora e se deparou com o caos.

Por ainda ser sete da noite, a Sala das Portas estava cheia de guardiões, alguns que jantavam e outros que apenas tinham aparecido ali por acaso.

A garota não conseguia ver tudo com clareza, mas viu uma figura alta e morena de longe: Valkyon. Apressou-se até ele, que adquiriu uma feição de alívio ao ver a amiga.

– Droga, Nymmir! Estava te procurando por todo o lugar! – Disse em meio a gritaria dos outros presentes – Vem, nós temos que ir agora. Os chefes das guardas vão cuidar disso aqui.

– Você tá’ louco? – Rebateu – Nós temos que fazer alguma coisa!

– Eu vou fazer alguma coisa. Você vai se esconder.

O outro bufou e puxou-a à força. Ela se rebatia e tentava escapar, mas Valkyon era muito maior e mais forte. É importante ressaltar que ele não queria machucá-la ou algo do tipo; mas sabia que era a única saída.

Quando chegaram no espaço do mercado, viram os vendedores e compradores com um olhar desesperado estampado. Ninguém sabia ao certo o que havia acontecido, mas era fato que algum grupo inimigo havia causado grande dano lá dentro.

– Mas o quê... – Valkyon disse, expressando seu desentendimento. A medida que andavam procurando por uma saída do QG, passaram pelo refúgio de Eel, onde tinham ido poucas horas antes naquele dia.

Todos os habitantes haviam trancado a si mesmos dentro de suas casas simples. Algumas pessoas transitavam pela área, desprovidas de capacetes, mas com coletes e expressões duras.

Eram humanos. Todos vestidos com um uniforme preto e portando grandes pedaços de metal em formatos estranhos, com um cano e aparentemente pesados. Nenhum dos seres em Eldarya sabia ao certo o que era aquilo; nunca haviam tido contato com as armas que são tão comuns na Terra. 

Nymmir e Valkyon correram para se esconder atrás de um muro para que pudessem entender o que acontecia e protegerem-se da ameaça. 

Os desconhecidos batiam com força nas portas das residências dos faeries e, caso a mesma não fosse aberta, forçavam a entrada. Nymmir ficou atônita. 

Ela sempre teve esperança de que as histórias contadas sobre os humanos fossem inventadas. Talvez quisesse se agarrar nessa ideia por também ser uma; mas ao ver as atitudes que eles faziam, isso só causou desapontamento e terror na garota. 

Valkyon fez um sinal para que fosse seguido. Tinham que encontrar algum representante de uma das guardas urgentemente.

Não muito longe dali, uma reunião às pressas estava sendo realizada no porão.

Todos os chefes das guardas – Nevra, Ezarel, Miiko e V’klor – estavam presentes no local. Além disso, Leiftan, Kero e Ykhar também participavam e contavam o que viram.

– F-foi tudo muito rápido. E-eu estava indo à biblioteca e... – Ykhar desabou em lágrimas. Ela havia sido uma das poucas testemunhas: a única coisa que se tinha certeza era de que foi um ataque planejado e que tinham entrado através de uma explosão em uma das paredes do QG.

Também explodiram uma das paredes da Sala das Portas – o que não parecia fazer sentido, já que tinham obtido sucesso em sua invasão. Aparentemente trouxeram suas tropas e receberam ajuda dos grupos de Resistência; mas não era uma informação de tanta certeza.

Miiko respirou pesado e lançou um olhar de reprovação a todos presentes.

– Não podemos ficar aqui por muito tempo, precisamos agir rápido. V’klor, reúna seus melhores guerreiros e faça seu melhor. – O líder da Guarda Obsidiana assentiu e subiu as escadas com pressa para que pudesse obedecer a ordem – Nevra, procure mais informações sobre o acontecido. Procure também quem estava presente no momento, talvez tenhamos mais pistas.

Leiftan prestou atenção nos requerimentos da kitsune, principalmente em onde cada líder iria. Afinal, ele tinha um trabalho a fazer.

– Ykhar e Kero, reúnam o máximo de habitantes que vocês conseguirem e tragam-nos pra cá. Ao menos aqui não foi invadido. – Os dois assentiram – E Ezarel, faça os encantamentos em todas as passagens da escadaria até aqui e a prisão; não podemos arriscar o único lugar seguro que temos.

A cabeça de Miiko latejava. Ela era nova na liderança da Guarda Reluzente e já via-se soterrada de responsabilidades e não tinha fé o suficiente na própria capacidade. Olhou para Leiftan, que retribuiu com um sorriso reconfortante.

– Vamos. Temos que conversar com os outros.

--.

Mery corria, procurando por ajuda. Sua mãe se recusava a deixar a casa e já haviam avançado para a região que ele vivia. Quando avistou dos conhecidos, rumou até eles, desesperado.

– Nym! – Agarrou com força a mão da mais velha – E-eles entraram... m-minha mãe... – Gaguejava entre lágrimas – Por favor...

A criança chamava atenção e tinha o rosto avermelhado devido ao choro. O de cabelos platinados levantou-se, furtivo.

– Não saia daqui. – Valkyon disse com um tom sério à amiga – Vamos lá, Mery. Me diga onde sua mãe está.

Nymmir se sentia impotente. Seu corpo estava em estado de alerta, mas seu cérebro não funcionava direito; fechou os olhos e contou até dez. Aquilo estava acontecendo. Tinha de agir e botar em prática tudo que sabia. Tinha que orgulhar seus treinadores... e seus pais.

O coração dela se apertou ao se lembrar dos dois. A última coisa que havia dito a eles foram xingamentos inconsequentes e da boca pra fora. Ela sabia que eles a amavam... E a única coisa que queria era poder ao menos saber se estavam bem.

Ao abrir os olhos, viu pessoas desconhecidas aproximarem de si. Agarrou a arma com força e fez a menção de se levantar; mas seu esforço foi em vão, pois logo em seguida foi atingida com algum tipo de dardo que não conhecia.

A última coisa que viu antes de fechar os olhos foi Nevra, observando tudo de longe, com uma expressão assustada.

--.

– Ela o quê? – A chefe da Grande Guarda de Eel gritou.

– Capturada. Não fiquei lá muito por muito tempo porque acho que alguém me viu, mas... – Foi interrompido por Ezarel, também presente no porão.

– Você é incapaz de realizar até  a sua melhor habilidade, Nevra? Não podia ao menos ser mais discreto? – O elfo bradou, indignado e sem papas na língua (como nunca tinha) – Ela não vai saber se defender!

– Não subestime-a! – O vampiro disse baixo, nervoso, e com receio de assustar alguns dos habitantes que já haviam sido levados ao lugar “seguro” – Ela é sim capaz de se proteger, Ezarel. O perigo não é se ela sabe ou não se virar; mas sim para onde diabos eles a levaram.

Miiko pôs a mão direita na cabeça, irritada. A captura de Nymmir tornava tudo extremamente sério. Ela era filha da major e do chefe da Guarda Obsidiana; se eles soubessem que os humanos a levaram iriam procura-la e não era isso que deveriam fazer, tinham de lutar e ajudar a reestabelecer a ordem – se é que ela ainda existia.

– Não contem a ninguém isso. – Os outros dois assentiram, já que sabiam as consequências e a importância da informação. – Ezarel, não preciso mais de você aqui. Vá procura-la.

– Eu vou. – Nevra contestou – Ela estava sob minha supervisão.

– Você já fez demais. – A kitsune deu a entender que o assunto estava encerrado. – O Ezarel vai e você vai continuar reunindo informações. Enquanto isso eu tento acalmar todos os outros.

O de cabelos azuis seguiu até o lado de fora, sem fazer a mínima ideia de onde procurar a humana.

--.

Nymmir acordou depois de duas horas sem saber onde estava.

Estava em uma superfície de terra, o solo era frio e seco; ela sentia seus cotovelos e suas pernas doerem. Aos poucos foi recobrando a consciência, e assim que suas forças foram se restaurando, tentou se levantar.

– Ela acordou! – Um desconhecido gritou, e logo outras cinco pessoas se viraram para ver a que acabara de acordar.

– Nymmir. – Um homem aparentando ter por volta de trinta anos aproximou-se e agachou-se ao lado da garota – Estávamos preocupados com você.

Ela franziu o cenho, ainda um pouco sonolenta. Aquele sonífero era mais forte dos que ela já havia visto antes; toda a extremidade de seu corpo parecia não funcionar direito. Tentou falar algo, mas a voz não saiu como o esperado.

– Não faça muito esforço. Poupe as suas energias, pois temos uns convidados especiais para você ver. – Sorriu e passou as mãos em seus cabelos longos e pretos.

Ele estava com uma roupa similar à dos outros, mas com uma armadura nos ombros, cotovelos e joelhos. Sentou-se no chão e colocou o rifle ao seu lado, onde pudesse alcançar.

– Quem.... quem são vocês? – Balbuciou. Seu tom de voz estava baixo, o oposto do desejado, já que tinha uma personalidade forte e não queria parecer vulnerável.

Os outros humanos presentes olharam entre si com apreensão, mas o mais velho fez um sinal positivo com a cabeça.

– Aquele é o Sagan – Apontou para o garoto de dezoito anos que havia anunciado quando havia despertado – Julia, Carl, Jhonatan e Lyssa estão ali. – O grupo no canto acenou, todos um pouco receosos. Não sabiam se era certo dizer essa informação. – Como já pode imaginar, somos de um grupo adversário aos de Eel.

Já sentindo-se melhor, Nymmir procurou por sua arma e a viu do outro lado, com quem ela acreditava ser Julia.

Não devia agir de forma imprudente; tinha que seguir de forma calma e sem levantar suspeitas. Mais tarde, quando escapasse, contaria tudo aos seus superiores, e por isso devia atentar-se a todos os detalhes.

Viu uma forma de possível escape: podia imobilizar uns deles, mas não tinha certeza se obteria sucesso. Seus reflexos ainda estavam meio lentos. Resolveu esperar.

Não entendia por que estavam todos parados. Três humanos estavam de pé, com armas nas mãos, e os outros cinco atentavam-se a qualquer movimento que Nymmir fizesse. A mesma tentava o máximo que podia reconhecer onde estava, mas não parecia ser um lugar que já frequentou.

Enquanto anotava mentalmente todas as características de absolutamente tudo, viu três figuras rumarem para onde estava. Tinha uma ponta de esperança de que talvez fosse alguém para resgatá-la; torcia para que fosse V’Klor. Não conseguia reconhecer de longe quem eram; mas não queria descartar a possibilidade.

– E eu, Nymmir... – Ele olhou para ela, e sua feição mudou se completamente – Sou seu irmão. Aqueles ali são nossos pais. – Acenou para o casal que se aproximava, que tinham um sorriso de orelha a orelha e olhos marejados.

Chocou-se e ficou sem fala. Aquilo não podia estar acontecendo!

Rapidamente lembrou-se do que Leiftan havia dito anteriormente. Sentia sua cabeça girar e um refluxo; definitivamente não estava preparada para viver aquilo. Depois de tanto tempo... Iria conhecer quem ela acreditava ter desistido de a procurar.

Seu turbilhão de emoções triplicou quando viu que, junto ao casal, estava o próprio Leiftan. O que diabos ele fazia ali e o que ele tinha a ver com os grupos de humanos que invadiram Eel?

Com as mãos e pernas tremendo, levantou-se. Era a hora de encarar o momento que tanto tinha receio – era hora de conhecer seus pais biológicos.


Notas Finais


Espero que tenham gostado.
Aproveitei o feriado para revisar o capítulo – ele tava previsto pra sair lá pro sábado/domingo, mas achei que esse timing ficou legal (cinco dias) pra postar os capítulos, né? Ainda não tenho certeza se vai ser realmente esse período.
Obrigado se leu até aqui! Comente se gostou!
P.S: Muito obrigado a todos os comentários no último capítulo e pelos favoritos também! Vocês fizeram o meu dia <3


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