História Recomeçar - Capítulo 41

Uma semana depois...

A primeira coisa que Emma Swan faz ao sair de casa para ir trabalhar, é desviar o seu caminho ao sair da Rua Mifflin e ir em uma loja de casamento na rua principal de Storybrooke, para comprar os anéis da renovação de votos. Não havia comprado antes, porque sabia que Regina os encontraria, e ela não queria que a morena soubesse que pretendia comprar novos anéis. Mills achava que usariam o mesmo do casamento.

Ao chegar na Tendências Modernas, uma loja bem futurista da cidade, Emma segue diretamente para a área de joias.

― Bom dia, Xerife Swan! Como posso ajudar? ― A atendente pergunta apenas por ser protocolo, pois já sabia exatamente o que a loira queria. O casamento da Xerife e da Prefeita era o assunto mais falado da cidade há uma semana.

― Bom dia, senhorita. Pode me ajudar escolhendo a melhor aliança para a Madame Mills.

Cerca de vinte minutos depois, com um enorme sorriso nos lábios, Emma sai da loja dos dois ratos com um par de alianças em uma delicada caixa coberta com veludo e finalmente segue para o trabalho.

No início da tarde, a organização do casamento começa. Tudo aconteceria na casa de fazenda de Zelena. O lugar é espaçoso, e por isso, perfeito para a ocasião. A ruiva ofereceu o espaço como um agrado para a irmã. Com muita insistência, Ravena e Henry ficaram responsáveis pela organização do celeiro, local que ocorreria a cerimônia. 

Com uma das tecnologias mais incríveis já vista por Ravena, o notebook, Henry procura por diversas decorações de casamento na internet, faz uma votação entre ele, Ravena, Zelena e Ruby para escolher qual a melhor, e a que ganha, a Rainha e a ruiva usam magia para testa-la no celeiro e ver se fica bom.

Cerca de uma hora fazendo testes, os quatro finalmente chegam a um consenso e decidem a decoração: as paredes cobertas com um verniz na cor jatobá, vários bancos de madeira sem encosto dispostos em todo o ambiente, com um corredor no meio para as noivas passarem, lindas peônias brancas na ponta de cada fileira de banco, formando assim, um lindo corredor florido para Swan e Mills passarem, dois grandes tules em tons claros adornando o teto, várias luminárias penduradas em forma de globo, e por fim, no altar, um aparador de madeira vintage com dois singelos vasos de vidro com 5 peônias em cada e um grande arco da mesma flor enfeitam onde Emma e Regina ficarão frente a frente. 

Do lado de fora do celeiro, onde ocorrerá a festa, a decoração é bem rústica, com várias mesas de madeira espalhadas pelo gramado, cobertas com finas toalhas brancas que não a cobrem por completo e ramos de folhas verdes, as mesas do bolo e dos doces decoradas com galhos secos, folhagens e peônias, um painel de madeira pintado de verniz na cor jatobá com fotos das duas dos anos em Tallahassee, uma área só para fotos com uma mesa carretel e a primeira letra do nome das duas em cima, pallets muito bem decorados com frases e símbolos de amor, uma escada de madeira com um pequeno vaso de peônia no canto esquerdo do primeiro degrau, taças vazias de champanhe e as lembranças do casamento, uma área coberta com um karaokê e pista de dança, e luzes presas por fios espalhadas por toda a área.

Quando tudo fica pronto, eles analisam a organização e ficam orgulhosos das escolhas que fizeram.

No meio da tarde, Regina e Emma vão até a casa da fazenda de Zelena para saber como está a organização, mas prometendo surpresa, nenhum deles deixam as duas entrarem, então elas não passam da porta de entrada. As mulheres insistem, especialmente Regina, e até tentam usar magia, mas Ravena e Zelena as impedem e elas desistem e vão embora.

No final da tarde, os convidados começam a chegar e preencher os assentos dentro do celeiro.

Archie, quem celebrará a união, é o primeiro a chegar. Ele deixa o seu companheiro pongo, sob a responsabilidade de Henry, e logo segue para o seu lugar no altar. Em seguida, chega Gold com Belle e Gideon, minutos depois, Ashley Boyd com Thomas e a filha Alexandra, logo após, Killian Jones e Tiger Lily, seguidamente, Granny com Marco e August, que foi um dos primeiros a ser convidado por Emma e abandonou o que estava fazendo para honrar o convite, mesmo estando muito longe de Storybrooke, logo após a Fada Azul com as outras fadas e os anões, depois Elsa com Anna e Kristoff, então Jasmine e Aladdin, Malévola e Lilith, que assim como August, estavam fora da cidade, explorando outras cidades, a Ursula, Violet e o pai, e por último, os pais de uma das noivas, Mary Margaret, David Nolan e Neal Nolan. O casal não estava com a filha a pedido dela mesma. Ruby, Zelena e Ravena haviam se arrumado na fazenda, então já estavam presentes, ajudando Henry a receber os outros convidados. Por ser uma cidade com magia, para proteger os cidadãos de Storybrooke, Emma e Regina optaram por não chamarem os amigos de Tallahassee.

O local estava cheio. Seria o maior evento da cidade e ninguém queria perder. Afinal, era o casamento da Xerife e da Prefeita.

Após receber todos os convidados, Henry pega o pongo e procura um lugar ao lado de Ravena, para esperar as ligações das mães, avisando que estão prontas. Emma estava na mansão e Regina bem ao lado, na casa da fazenda. Zelena tinha se certificado de que ela não veria um centímetro da decoração do casamento. A ruiva isolou o quarto e o banheiro com magia. Quando Emma ligasse, ele iria busca-la com o avô.

Henry está conversando animadamente com Ravena sobre viagens que ele pretende fazer com as mães, quando a morena avista uma pessoa sentando do outro lado que não fazia ideia que estava presente, ou mesmo que viria ao casamento, porque em certo momento da recepção com Henry, Zelena e Ruby, precisou se ausentar para ir no banheiro e para ajudar Regina. Ela para imediatamente de prestar atenção no que o garoto diz e abre um sorriso.

― Henry, me dê um minuto. Preciso falar com alguém. ― A mulher avisa com um pouco de afobação, e nem espera por uma resposta do garoto para se levantar e ir em direção a pessoa que ela avistou. Curioso para saber quem é a pessoa, Henry a acompanha com o olhar e logo a vê chegando perto de Malévola, cumprimentando-a com um abraço e posteriormente sendo apresentada à Lilith. O garoto abre um sorriso e sua mente já começa a tramar uma operação cupido para unir as duas mulheres. Isso porque, dias atrás, quando os dois estavam na biblioteca, em um momento de informações históricas sobre Storybrooke, Henry mostrou para Ravena onde Malévola ficou presa por 28 anos e contou da luta de sua mãe loira com a mulher em forma de dragão, e Ravena contou quando ela ajudou Malévola a recuperar sua magia e acabou revelando que já havia se envolvido intimamente com ela e que teve uma pequena paixão pela mesma.

Os pensamentos de Henry são interrompidos com o avô o avisando que Emma já estava pronta e precisavam ir busca-la na mansão. Então ele prende o pongo em um quarto dentro da casa, com comida e água, e corre para o carro com David e Mary. 

Cerca de trinta minutos depois, Emma está dentro do carro, em frente à casa, esperando o seu momento para entrar, e Regina do lado de dentro, esperando o filho ir busca-la. As duas entrarão com o garoto. Primeiro ele levará Regina, depois Emma. Swan está com o pai dentro do automóvel. Ele a levará até a entrada do celeiro. Mary Margaret voltou para o seu lugar e Henry foi ao encontro de Zelena para poder saber a hora de levar suas mães ao altar.

― Henry, está na hora. ― Zelena avisa ao sobrinho e ele corre para dentro da casa para buscar a mãe morena. Quando eles param em frente ao celeiro, a ruiva avisa aos músicos para começar a tocar a música de entrada.

Quando o instrumental de All of me – John Legend começa a tocar, todos ficam de pé. A entrada do celeiro está coberta com uma cortina mágica. Todos olham com ansiedade para ela. Assim que Regina e Henry se posicionam para entrar, a cortina se abre, revelando os dois, e os convidados são surpreendidos com a beleza da primeira noiva. 

Regina Mills está trajando um vestido tule na cor perolada, de alças finas e decote longo, que vai até a altura do umbigo. Da cintura para baixo o tecido é solto, esvoaçante, com uma enorme fenda na coxa. Os cabelos negros estão soltos, com apenas uma pequena mecha de cada lado, que estão puxadas para trás e presas com uma presilha de pérolas. 

A morena estava completamente diferente do que todos ali estavam acostumados a ver.

A maquiagem é leve, mas os lábios chamam a atenção com a sua marca registrada, o batom vermelho sangue. O colar de ouro com pingente de coração combina com os delicados brincos, e no dedo, há apenas o seu anel de casamento. Na mão livre, ela carrega o buquê de peônias brancas.

Com passos lentos, mãe e filho andam pelo caminho entre os bancos de madeiras, decorados com peônias brancas e chegam ao altar. Archie cumprimenta os dois e Henry dá um beijo na testa da mãe morena, antes de deixa-la para ir buscar a outra mãe. Quando Regina se vira para os convidados e vê todos lhe observando, suas mãos tremem de nervoso. Mas ela respira fundo e repete mentalmente que precisa se acalmar. Mills entrega o buquê para a irmã e olha com ansiedade para a cortina mágica pela qual entrou. Emma passará pelo mesmo lugar a qualquer minuto. Ela respira fundo e tenta se acalmar.

Ao chegar do lado de fora do celeiro, Henry encontra apenas o avô, andando de um lado para o outro, agoniado.

― Vô, cadê a mãe? ― Henry pergunta com desespero, olhando de um lado para o outro. 

― Ela precisou ir ao banheiro. Ruby foi ajudar ela. ― Responde igualmente nervoso.

― O que? ― Solta com incredulidade. O jovem olha em direção a casa, cogitando ir atrás da mulher para apressa-la, mas desiste e corre até a porta do celeiro para avisar a mãe morena do atraso da outra.

Quando Regina, já nervosa com a demora e com a mente pensando muitas coisas, vê o filho aparecer sozinho na cortina mágica, o desespero só aumenta. Ela sabia, com certeza, que Emma não seria capaz de abandoná-la no altar, mas foi inevitável pensar coisas ruins. O sentimento só aumenta quando ele balança a cabeça negativamente. Porém, uma mão toca o ombro do garoto e ele faz um sinal para esperar, coloca a cabeça para trás da cortina, como se estivesse falando com alguém, e depois some. Então, ela aparece com Henry. Regina respira aliviada.

“What’s going on in that beautiful mind? ― O que está passando nessa mente linda?
I'm on your magical mystery ride ― Estou passando pelo seu mágico mistério,
and I'm so dizzy, don’t know what hit me, but I’ll be alright ― e estou tão confuso que não sei o que me atingiu, mas eu vou ficar bem.”

Também trajando um vestido tule de alças finas, porém com camadas, com um delicado decote e na cor rosé, Emma Swan arranca suspiros da sua noiva. Os cabelos loiros estão soltos, cheios de cachos naturais e algumas flores, que estão presas com magia.

Assim como Regina, Emma estava bastante diferente de como todos estavam acostumados a ver. Os olhares eram de pura admiração. Especialmente de Mills.

A maquiagem é leve, com um batom nude e o blush na cor pêssego. Assim como a sua noiva, no dedo há apenas o seu anel de casamento, e os brincos e o colar de ouro com pingente de cisne, combinam em um conjunto. Na mão livre, ela carrega o pequeno buquê de peônias, onde a caixa com as novas alianças está escondida. 

“Cause all of me ― Porque tudo em mim
loves all of you ― ama tudo sobre você”

Os olhares das noivas se encontram e elas sorriem uma para a outra. Os da morena são os primeiros a marejarem, porém ambas se esforçam para não chegar as lágrimas caírem. Os corações estão batendo tão forte que não seria surpresa se algum convidado dissesse que está ouvindo. As sensações e os sentimentos estavam sendo mais fortes do que a primeira vez.

“Love your curves and all your edges ― Ama suas curvas e todos os seus limites
All your perfect imperfections ― Todas as suas perfeitas imperfeições”

Enquanto se aproxima do altar, observando Regina dos pés à cabeça e admirando a sua magnífica beleza, Emma se questiona por que demorou tanto para dizer o quanto a amava e o quanto a queria, por que foi necessária uma maldição para que finalmente ficassem juntas. 

“Give your all to me ― Dê tudo de si para mim
I’ll give my all to you ― Eu vou dar tudo de mim para você.”

À medida que se aproximam, os sorrisos das noivas crescem, e é possível a todos os presentes, perceberem a felicidade que as envolve. A felicidade por estarem juntas, sendo elas mesmas, apenas Emma e Regina, sem maldições e com todas as memórias. As mulheres que um dia se odiaram mortalmente, mas que estavam destinadas a se amarem, estarem juntas, serem o amor verdadeiro uma da outra, e agora era palpável o amor e desejo que sentiam uma pela outra.

“You’ re my end and my beginning ― Você é o meu fim e o meu começo.”

― Desculpe o atraso. ― Emma diz bem-humorada, assim que se aproxima de Regina e a morena sorri, entendendo a referência. Os convidados também sorriem. Henry se despede da mãe loira com um beijo em sua testa, assim como fez com Regina, e corre para se sentar ao lado de Violet e Ravena, que estão ao lado de Malévola e Lilith.

Emma também entrega o seu buquê para Zelena, beija carinhosamente a testa de Regina e busca as suas mãos para segurar. Elas sorriem uma para a outra e olham para Archie. O homem sorri para as mulheres e pigarreia antes de dá início a celebração.

― Hoje, estamos reunidos aqui para celebrar a união, ou melhor, a renovação de votos da união entre Emma e Regina. ― Archie fala em um tom suave. ― A renovação é apenas uma confirmação de que tudo o que já prometeram lá atrás, ainda é valido para o amor das duas. Quem disse que histórias de amor devem ser celebradas somente no início? Temos que celebrar todos os dias, a cada minuto, porque encontrar o amor é algo raro. Viver o “felizes para sempre?” Mais raro ainda. ― Fala bem-humorado e as mulheres e alguns convidados sorriem. ― Emma e Regina estão aqui, perante os amigos e familiares, apenas para afirmarem o que sentem uma pela outra. O amor sublime, único e poderoso, que é capaz de vencer qualquer maldição. Ou se encontrar nela. ― Coincidentemente, elas olham para as alianças. ― Emma, quer dizer algo a sua esposa? ― Ele olha para a loira e aponta para Mills. Sem tirar os olhos de sua esposa, Emma balança a cabeça afirmativamente.

― Imagino que já esteja cansada de me ouvir falar que depois do Henry, você é a pessoa mais importante para mim, a pessoa que mais amo, e que ninguém me faz tão bem e feliz quanto você faz, mas é sempre bom reafirmar isso. ― Mills abre um sorriso emocionado e balança a cabeça afirmativamente. ― E como eu disse uma vez, lá em Tallahassee, vou repetir agora: Eu durmo pensando em você, eu sonho com você e acordo pensando em você... ― As duas sorriem. ― Você está em meus pensamentos o tempo inteiro. ― Diz bem-humorada. ― E eu quero que continue sendo assim. ― Volta a ficar séria. ― Porque não existe nada mais belo do que você, Regina. Não existe algo mais lindo do que o seu sorriso. Não há nada mais aconchegante do que o seu amor. Você é a minha pessoa. ― Swan toca no rosto da esposa. ― Fomos destinadas a estarmos juntas. A sermos uma da outra. ― Fala com a voz embargada. ― E é com você que eu quero estar e passar o resto dos meus dias. Para sempre. ― As lágrimas escorrem pela face da morena, e Emma as enxuga delicadamente.

― Regina? ― Archie olha para a morena. Ela fecha os olhos por alguns segundos e respira fundo.

― Emma... ― Fala com a voz embargada de emoção. ― Você é a mulher mais linda, maravilhosa, carinhosa, engraçada, forte, dedicada e atenciosa que eu conheço. ― Toca o rosto da loira e o acaricia. Os olhos de Emma marejam, mas ela se esforça para segurar as lágrimas. ― Como eu disse uma vez, volto a repetir: eu me sinto completamente abençoada por ter conhecido você, por ter te chamado de amiga, de namorada e depois de esposa, e agora, por poder continuar te chamando assim até para o todo o sempre, porque é esse o tempo que quero estar com você. ― Emma beija carinhosamente a mão dela. ― Você se lembra de quando ativamos o chapéu do chapeleiro? Acho que eu soube ali que tinha sentimentos por você, mas preferi ignorar. Mas agora eu não quero nunca mais ignorar o que sinto por você. Eu quero viver esse amor, e quero vive-lo com você. ― Sorri para Swan. ― O seu amor me enche de segurança e coragem. Eu amo ser amada por você, e não posso deixar esse amor escapar, não quando ele me faz sentir a mulher mais feliz do mundo, quando me faz sentir como se eu pudesse realmente ter um amor de conto de fadas, um final feliz. ― As lágrimas banham o seu rosto e Emma se apressa para enxugá-las. ― Eu não quero apenas renovar nossos votos, mas também a minha promessa de que sempre, e para sempre, eu vou amar você, porque esse amor é o amor mais lindo que eu pude viver na minha vida. ― Sorri. Emma não consegue mais segurar a emoção e seus verdes finalmente transbordam. Então é a vez de Regina enxugar as suas lágrimas. ― Você e Henry são os amores da minha vida. ― Elas se abraçam apertado, mas logo se soltam para que Archie possa continuar a celebração.

― Acredito que depois dessas lindas declarações, eu não preciso perguntar se vocês aceitam, novamente, uma à outra, não é? ― Archie indaga bem-humorado e todos sorriem. As noivas balançam a cabeça negativamente em resposta. ― Bem...

― Eu tenho mais uma coisa. ― Emma anuncia, interrompendo-o, e todos a olham com curiosidade. ― Zelena, o buquê, por favor! ― A ruiva se aproxima e a entrega o seu buquê de peônias.

― O que você está aprontando, Swan? ― Regina a indaga com a sobrancelha arqueada e o olhar semicerrado.

Em silêncio, Emma enfia a mão por entre as flores e pega a caixa de veludo com as alianças. Quando Regina as vê, arregala os olhos. Swan entrega o buquê de volta para a cunhada e abre a caixinha, revelando um lindo par de alianças. Uma continha uma solitária na cor granada e a outra na cor esmeralda.

― São lindas... ― Mills murmura com a atenção presa nas alianças. ― Você não me falou sobre isso. ― Volta a olhar para ela.

― Era uma surpresa. ― Diz um pouco sem jeito. Em seguida, retira uma das alianças, a de cor esmeralda, da caixa de veludo. ― A mão, por favor! ― Regina estende sua mão esquerda e ela a segura. ― Assim como estamos renovando a nossa união e nossas promessas, temos que renovar o símbolo material que as representa. ― A morena balança a cabeça afirmativamente, concordando. ― Escolhi essa cor de solitária para que você possa sempre se lembrar de mim quando olhar para ela, assim como a cor da minha é para sempre eu me lembrar de você. ― E então, delicadamente Emma retira a outra aliança e coloca a nova em seu lugar. Depois, pede a outra mão e coloca a antiga no dedo anelar. Ato contínuo, ela junta as duas mãos de Regina e beija em cima das alianças.

Então é a vez de Regina. A morena pega a aliança com a solitária na cor granada da caixa de veludo e repete seus atos. Segura a mão esquerda da esposa, retira a aliança antiga, coloca a nova no lugar, pega a mão direita, coloca a antiga no dedo anelar e finaliza com os beijos.

― Agora, eu declaro que não somente esse ano, mas que em todos os anos seguintes, Regina e Emma sejam felizes e amadas para sempre. ― Archie diz, dando continuidade à celebração. ― E eu as declaro, esposa e esposa, de novo. Regina, pode beijar a sua esposa. ― Olha para a morena. ― Emma, pode beijar sua esposa. ― Olha para a loira. ― As mulheres se aproximam ao mesmo tempo e unem os lábios em um beijo carinhoso e demorado.

― Você confia em loiras agora? ― Swan a pergunta assim que encerram o beijo, e num primeiro instante, Regina franze o cenho, não entendendo do que ela está falando, mas logo se lembra de quando fez um comentário sobre não acreditar em loiras na época em que Ingrid estava na cidade e começa a sorrir.

― Eu não acredito que você se lembra disso, Emma. ― Diz em um tom incrédulo, balançando a cabeça negativamente e sorrindo. ― Pois bem... É claro que eu confio. Afinal, estou casada com uma. ― Dá uma piscadela e Emma sorri. ― Eu amo você, Emma Swan Mills. ― Encosta a testa na da esposa e as duas fecham os olhos. ― Feliz mais um ano de casadas. 

― Feliz mais um ano de casadas, meu amor.  ― Sorri. ― Eu amo você, Regina Mills Swan. ― E beijam-se mais uma vez.

Imediatamente, Zelena procura Ravena por entre os convidados e faz um movimento afirmativo com a cabeça, a Rainha entende o recado da ruiva, faz o mesmo gesto e as duas estalam os dedos ao mesmo tempo. Logo, pétalas de flores caem sobre as noivas e fogos de artifícios pipocam no céu, do lado de fora do celeiro. Os convidados se levantam, batem palmas e assoviam. Elas encerram o beijo e começam a sorrir.

Então, de mãos dadas e cheias de sorrisos, as noivas caminham pelo corredor entre os bancos em direção a saída, e cumprimentam os convidados com abraços e apertos de mãos e recebem as felicitações. Os primeiros são Mary Margaret e David Nolan, que correu para se sentar ao lado da esposa, no primeiro banco, assim que entregou a filha para o neto. Emocionados, o casal Encantado abraça demoradamente as noivas e fazem um rápido discurso sobre esperança, amor e finais felizes ao desejarem o melhor para elas.

Ao chegarem em Henry, Violet, Ravena, Malévola e Lilith, elas abraçam demoradamente o filho, apertam a mão de Violet e Lilith, e receiam interromper a conversa animada da Rainha com Malévola sobre a organização do casamento, porém as mulheres interrompem a conversação antes mesmo delas decidirem o que fazer e as cumprimentam. Malévola faz questão de abraçar Regina. Logo após, sem perda de tempo, elas voltam ao papo animado. Emma arqueia a sobrancelha e Regina sorri.

― Acho que está surgindo algo... ― A morena sussurra para a esposa assim que se afastam das duas.

― Quem sabe não é o próximo casamento de Storybrooke, hum? ― Swan fala bem-humorada. ― Espero que o que estiver surgindo, dê certo. ― Olha de relance para as duas mulheres. ― Ela merece amar alguém que a ame de volta.

Elas seguem adiante, falando com os convidados, até que chegam em August e seu pai. Emma solta imediatamente a mão da esposa e corre para os braços do amigo, que a recebe com alegria.

― Parabéns, Swan! ― Ele a aperta em seus braços. ― Ou melhor, Swan Mills. ― Os amigos encerram o abraço, mas permanecem próximos. ― Eu te desejo toda a felicidade do mundo. Você merece. ― A loira abre um grande sorriso.

― Obrigada, Gus! ― Ela faz um carinho no rosto dele. ― E obrigada por ter vindo. 

― Eu não perderia um dos momentos mais importantes da sua vida por nada, Emma. ― Eles se abraçam mais uma vez. Quando se afastam, Emma se aproxima de Marco e Granny para falar com eles, e August olha para Regina. ― Parabéns, Regina! Você também merece toda a felicidade do mundo. Que vocês duas sejam muito felizes.

― Obrigada, August! ― Agradece um pouco sem jeito. 

― Grande escolha. ― Booth indica discretamente Emma com o olhar e dá uma piscadela para a morena. Ela sorri. 

As mulheres seguem cumprimentando os convidados até chegarem do lado de fora do celeiro e serem intimidas por Henry, que já as aguardava do lado de fora, para a primeira dança do casal. Emma e Regina vão para o meio da pista de dança e Back ato ne – Brian McKnight começa a tocar.

“It's undeniable that we should be together ― É inegável que nós devemos ficar juntos

It's unbelievable how I used to say that I'd fall never ― É inacreditável como eu dizia que jamais me apaixonaria”

De mãos nadas e corpos colados, elas balançam no ritmo lento da música.

“The basis is need to know ― É preciso conhecer o ponto de partida

If you don't know just how I feel ― Se você não sabe exatamente como me sinto

Then let me show you now that I'm for real ― Então, deixe-me mostrá-la agora que estou falando sério

If all things in time, time will reveal ― Se todas as coisas são no seu tempo, o tempo revelará”

Elas se olham profundamente, sem nunca desviar a atenção uma da outra.

“One: You're like a dream come true ― Um: Você é como um sonho se tornando real.

Two: Just wanna be with you ― Dois: Eu só quero estar com você.

Three: Girl, it's plain to see that you're the only one for me ― Três: Garota, é evidente que você é a única para mim.

And four: Repeat steps one through three ― E quatro: Repita os passos de um a três.

Five: Make you fall in love with me ― Cinco: Faço você se apaixonar mim.

If ever I believe my work is done Then I start back at one ― Se eu acreditar que o meu trabalho está feito, então eu volto ao passo um.”

Regina canta baixinho, apenas para a esposa ouvir, como uma declaração para ela.

“It's so incredible the way things work themselves out ― É incrível como as coisas acontecem sozinhas

And all emotional, once you know what it's all about ― E tudo emocional, uma vez que você sabe do que se trata

And undesirable for us to be apart ― E indesejável que nós fiquemos separados

Never would've made it very far ― Eu jamais teria ido muito longe

'Cause you know you've got the keys to my heart ― Pois você sabe que tem as chaves do meu coração”

Emma dá um beijo na testa de Regina e a morena fecha os olhos. Naquele momento, para o casal, não existia ninguém mais além das duas. Elas estavam em um mundo só delas. 

“Say farewell to the dark of night, I see the coming of the sun ― Diga adeus à escuridão da noite, eu vejo o raiar do sol

I feel like a little child whose life has just begun ― Sinto-me como uma criança cuja vida está começando

You came and breathed new life Into this lonely heart of mine ― Você chegou e trouxe uma vida nova para este coração solitário”

― You threw out the life-line just in the nick of time (Você me salvou bem na hora exata) ― Elas cantam ao mesmo tempo, uma para a outra. Sim, elas tinham se salvado. De várias maneiras. Na vida, no coração, na alma. Para selar as declarações, elas se beijam apaixonadamente, e os convidados batem palmas e assoviam. 

Outros casais entram na pista para aproveitar a música e de repente elas já não estão mais dançando sozinhas. Entre os pares, Regina percebe Ravena e Malévola e seu coração se alegra. Tinha gostado de ver as duas juntas e estava torcendo para que sua outra versão encontrasse o amor, assim como ela encontrou. Dessa vez, um amor que pudesse corresponde-la.

Após algumas danças, várias delas bem animadas e em grupo, as mulheres sobem no palco do karaokê para jogar o buquê. O casal pega apenas um buquê, ficam lado a lado, olham para trás e contam juntas. Quando jogam para trás, ocorre uma pequena gritaria. Ao se virarem para saber quem pegou, veem Ruby Lucas, extremamente corada, segurando as flores. Regina olha para a irmã e ela também está corada.

― Será que em breve teremos mais um casamento de uma Mills? ― Emma pergunta bem-humorada para Regina e ela gargalha.

― Quem sabe? ― Responde com animação, ainda sorrindo, e olha para a irmã novamente. Ruby está entregando uma flor do buquê para ela.

Regina desce do palco do karaokê para voltar a dançar com o pessoal, mas Emma não a acompanha. Na verdade, ela se aproxima do microfone.

― Ei, pessoal! ― Chama a atenção de todos para si. ― Aproveitando a oportunidade, eu gostaria de agradecer a presença de cada um e a todos que ajudaram a organizar esse momento mágico. Isso aqui está muito lindo. ― Os convidados batem palmas. ― Agora, eu gostaria de fazer uma coisa para a minha esposa. ― A loira se aproxima da mesa de som, meche em uns botões e segundos depois, os instrumentos de “You’re still the one – Shania Twain” preenchem o ambiente. 

Ao entender o que está prestes a acontecer, Regina arregala os olhos, balança a cabeça negativamente e murmura “não” repetidas vezes, de forma incrédula, pois sabia o quanto Emma era tímida para cantar, principalmente em público, apesar de ser muito extrovertida. Em contrapartida a sua reação, Emma sorri, balança a cabeça afirmativamente e murmura “sim” diversas vezes.

― Olha o que o amor me faz fazer. ― Swan diz para a esposa. ― Vem aqui. ― Estende a mão para Mills e a morena não perde tempo em voltar para o lado dela. Então, Emma a abraça de lado e olha para ela.

― When I first saw you, I saw love (Quando eu te vi pela primeira vez, eu vi o amor) ― Regina sorri. ― When the first time you touched me, I felt love (E na primeira vez que você me tocou, eu senti o amor). And after all this time, you're still the one that I love (E depois desse tempo todo, você ainda é aquela que eu amo.) ― Os olhos de Mills marejaram ao se lembrar de quando viu a mulher pela primeira vez e de quando fizeram magia juntas pela primeira vez, quando ela estava com o chapéu do Jefferson e Emma tocou em seu braço.

Então, a loira se prepara para começar a cantar, mas sem a voz da cantora. É apenas a sua.

“Looks like we made it, look how far we've come, my baby ― Parece que nós conseguimos, olhe como chegamos longe, minha querida.

We might've took the long way, we knew we'd get there someday ― Nós devemos ter seguido o caminho longo, nós sabíamos que chegaríamos lá algum dia.”

Foram tantas brigas, tantos outros relacionamentos, tantas maldições, tantos recuos, tantos medos, tantas dúvidas, até chegarem onde chegaram. Mas elas conseguiram. Conseguiram se encontrar, vencer os empecilhos e se amar.

They said: I bet they'll never make it ― Eles diziam: Eu aposto que elas nunca conseguirão

But just look at us holding on, we're still together, still going strong ― Mas somente olhe para nós aqui, nós ainda estamos juntas e forte.”

Longe dos ouvidos e olhares de Emma, muitos questionaram por qual motivo ela, a Salvadora, escolheu Regina. Justo a Rainha Má, a mulher mais impiedosa da Floresta Encantada, a inimiga dos seus pais. Mas ela sabia da existência desse questionamento, e tinha a resposta para eles.

Diferente deles, Emma viu além de suas ações do passado, viu além do seu título, além do exterior. Emma viu seu coração, seu amor, sua força, sua vontade de mudar, seu potencial de redenção. Emma viu uma mulher única e especial, e acreditou no que viu. Regina só precisava de uma chance, de um apoio, de alguém para acreditar nela, e Emma foi essa pessoa. Foi quem deu a chance, deu o apoio, acreditou nela.

“You're still the one ― Você ainda é a única

You're still the one I run to, the one that I belong to ― Você ainda é aquela para quem eu corro, aquela a quem eu pertenço

You're still the one I want for life ― Você é aquela que eu quero para a minha vida

You're still the one ― Você ainda é a única 

You're still the one that I love, the only one I dream of ― Você ainda é aquela que eu amo, aquela com quem eu sonho

You're still the one I kiss good night ― Você ainda é aquela que eu dou um beijo de boa noite.”

Emocionada, Regina abraça a esposa, deita a cabeça em seu ombro e chora. A letra da música dizia tanto sobre elas. Parecia ter sido escrita para elas, baseada nelas.

“Ain't nothing better, we beat the odds together ― Não existe nada melhor, nós derrotamos o improvável juntos

I'm glad we didn't listen, look at what we would be missing ― Eu estou feliz por não termos escutado, olhe para o que nós poderíamos estar perdendo.”

“I'm so glad we made it, look how far we've come, my baby ― Eu estou feliz por nós termos conseguido, olhe como chegamos longe, minha querida.”

Ao fim da música, sob muitos aplausos, Emma levanta a cabeça da esposa, enxuga suas lágrimas e a beija. Assim como no momento da dança, tudo ao redor some e só elas existem.

Quando as noivas encerram o beijo, Emma deixa o microfone no tripé e desce do palco com Regina.

― Agora é nossa vez de fazer um show. ― Zelena fala toda animada, olhando para Ruby. ― Vem, vamos cantar. ― Agarra a mão de Lucas e a puxa consigo em direção ao palco do karaokê. Henry corre logo atrás para ser o Dj.

Ruby e Zelena começam a cantar uma música animada e logo as pessoas preenchem a pista de dança para dançarem. Sentadas em uma mesa só para as duas, Regina e Emma observam os amigos e familiares se divertirem.

― Vamos? ― Emma chama Regina, já se levantando da cadeira. 

― Para onde? ― Mills franze o cenho. ― Não podemos sair, é deselegante. 

― Deselegante é eu querer minha esposa, querer passar horas e mais horas com ela na cama e ser impedida. ― Rebate sem pudor algum e Regina arregala os olhos. ― Vamos, ninguém prestará atenção. ― Olha para os convidados que dançam e cantam alegremente com as cantoras Ruby e Zelena.

― Somos as noivas, é claro que perceberão. Além disso, precisamos arrumar tudo, quando...

― Querida, nós temos magia. Podemos usá-la para organizar tudo, depois. Isso se Ravena, Henry, Zelena e Ruby não fizerem assim que todos forem embora. ― Aproxima-se da esposa. ― Vamos? ― Segura a mão dela e a puxa, fazendo-a se levantar. ― Vamos começar nossa lua-de-mel. ― Fala em um tom malicioso e dá uma piscadela.

Regina olha ao redor, ponderando se deve abandonar a própria festa de casamento para fugir com Emma.

― Nós nem comemos ainda. ― Aponta para a mesa ao lado. ― Esse bolo e esses doces estão com uma cara ótima, Emma. ― A loira a encara com o olhar semicerrado.

― Você fala como se toda essa comida não fosse para nossa casa depois. ― Cruza os braços e arqueia a sobrancelha. ― Vamos, Regina...

A morena respira fundo e divide o olhar entre os convidados e a esposa. Até que toma uma decisão.  

― Ok, vamos. ― Emma comemora a sua resposta.

De mãos dadas, as duas correm como crianças para dentro da casa e logo são envolvidas pela magia de Emma, que as leva direto para o quarto das duas na mansão. 

― Agora, um pouco disso... ― Emma levanta as mãos estendidas, move-as para os lados e segundos depois, a magia envolve toda a mansão.

― Isso é um...

― Sim, um feitiço de proteção para ninguém nos interromper. ― Dá uma piscadela para a esposa. ― Agora, vamos ao que interessa... ― De supetão, ela pega Regina nos braços e caminha até a cama. Então, a coloca sentada no colchão, ajoelha-se em sua frente, retira delicadamente os saltos dos pés de Regina e aproveita a grande fenda do vestido de Mills para beijar suas lindas pernas. Em seguida, Emma volta a ficar em pé e estende a mão para Regina, que logo a segura e fica de pé também. Os olhares se conectam e elas ficam se encarando profundamente.

― Como você está se sentindo? ― Mills a pergunta, tocando em seu rosto e fazendo um carinho. Emma fecha os olhos.

― Estou feliz. ― Responde ainda de olhos fechados. ― Finais felizes existem. ― Sorri.

― E recomeços felizes também existem. ― As duas sorriem. ― Isso aqui não é um final, Emma. É apenas um começo. ― Une sua testa a da esposa e também fecha os seus olhos.

― Um recomeço... ― Emma toca os lábios da esposa com os seus em um beijo calmo, apenas um roçar tímido, mas Regina logo aprofunda o contato, entreabrindo a boca e tocando sua língua na da outra. Um gemido escapa de Swan.

Regina segura nas alças do vestido de Emma e o puxa para baixo. Então, abandona sua boca e começa a beijar cada centímetro de pele que vai se revelando. Swan se arrepia com os beijos. O vestido rapidamente chega ao chão e Emma fica apenas de salto e lingerie. Regina a olha de cima abaixo e solta um longo suspiro. Sua esposa estava esplêndida. Em seguida, é a vez da loira retirar completamente o seu vestido e imitar as suas ações, beijando cada centímetro de pele que vai se revelando. Regina também se arrepia com os toques dos seus lábios.

Ao ter o vestido completamente retirado, Regina se ajoelha em frente a Emma, assim como a loira fez minutos atrás, retira delicadamente os seus saltos, beija seus pés e sobe beijando suas pernas, até chegar em sua calcinha e parar. Uma Emma cheia de tesão resmunga pela interrupção e ela sorri. Então, como vingança, num estalar de dedos, a loira faz as duas ficarem completamente nuas. Regina abre a boca para reclamar, pois queria ter o prazer de despir completamente a amada e ser despida, como estavam fazendo, mas não tem tempo, pois a loira a empurra para cima da cama e ataca sua boca com ímpeto, em um beijo sedento, ansioso, quente.

As mãos de Regina rapidamente se agarram à cintura de Swan e a puxam mais para si, em busca de mais contato, mas quando interrompem o beijo, a morena a derruba na cama e fica por cima.

― Eu quero tanto você, Emma... ― Regina rebola sobre Emma e solta um gemido com o atrito da sua intimidade na barriga da outra. Emma segura sua cintura e a força ainda mais contra o seu corpo. Os gemidos de ambas ecoam pelo quarto. Então, Mills pega as mãos da loira, coloca-as em seus seios e a loira começa a aperta-los com vontade. Os gemidos da morena ressoam pelo cômodo mais uma vez.

As bocas voltam a se encontrarem, mas logo se afastam quando Mills desce com seus lábios para explorar o pescoço de Swan com mordidas e chupadas. Com certeza deixariam marcas, mas ela não estava se importando. Nem Emma.

Saindo do pescoço, Regina desce ainda mais, beija cada pintinha do colo de Emma e chega aos seus seios. Nesse momento, enquanto chupa um dos seios da esposa, ela busca sua mão e a leva até o seu sexo, indicando o que quer que ela faça.

Entendendo o recado, Emma começa a acariciar a intimidade da morena com um pouco de delicadeza, mas logo aumenta a pressão e ameaça a penetração, até que ela mesma não aguenta e invade a esposa com dois dedos.

Enquanto é tocada tão intimamente pela mulher que ama, Regina abandona os seios dela e volta a beijar sua boca, ao mesmo tempo que desce uma de suas mãos pelo corpo dela até chegar em sua intimidade. Emma solta um gemido gutural com o toque. Estava muito excitada e molhada.

Regina se move nos dedos da esposa, querendo mais contato, mais pressão e é atendida. Emma acrescenta mais um dedo e aumenta a velocidade das estocadas. Seu sexo pulsava conforme ia se encaixando nos dedos da esposa. Era gostoso, delirante e a fazia chegar cada vez mais perto do clímax. 

― Em-ma... ― Ela geme baixinho quando alcança seu orgasmo. Contudo, não para um segundo sequer de mover seus dedos na esposa, até que ela alcance o ápice também. O que acontece logo em seguida. Então Regina desaba em cima da outra, que a abraça. 

Elas ficam em silêncio, respirando fundo, recuperando as energias.

― Está pronta para mais? ― Emma sussurra depois de algum tempo e Regina sorri.

― É claro que eu estou. ― Responde sem pensar duas vezes.

― Então fica de joelhos para mim... ― Sabendo bem qual era a posição que a esposa estava pedindo, Regina se levanta rapidamente e fica de joelhos na altura da sua cabeça. Emma se remexe um pouco, em busca de conforto e da melhor posição, e quando encontra, agarra a bunda da outra, puxa-a um pouco para baixo e encaixa sua boca no sexo de Mills.

Ao sentir uma mordidinha no interior de sua coxa, Regina solta um gemido gostoso. Ela segura com força o espelho da cama e fecha os olhos. A língua de Emma pincela com maestria todo o seu sexo e ela quase se desfaz em sua boca. Louca de prazer, seu quadril quase que involuntariamente começa a rebolar e aumenta ainda mais o contato entre a língua rápida de Emma e sua intimidade. Suas pernas ficam bambas quando a loira se demora em seu ponto mais sensível. Os nós dos seus dedos já estavam brancos, tamanha a força que estava usando para segurar o espelho da cama. Ela não estava tão longe de ter outro orgasmo.

Swan solta a sua bunda e segura com vontade os seus seios. Ela preenche as mãos com eles e os aperta, acaricia, puxa os bicos e volta a encher as mãos com eles. Enquanto isso, sua boca não para de trabalhar no sexo de Mills, que rebola ainda mais e aperta cada vez com mais força o espelho da cama. O barulho das lambidas e chupadas da loira em sua intimidade, deixam-na ainda mais louca de prazer.

De repente, Regina se levanta e se deita ao lado da esposa, porém do lado contrário, agarra as suas coxas e começa a chupá-la também. Queria dar o mesmo prazer que estava recebendo e que as duas chegassem ao orgasmo ao mesmo tempo novamente. Logo Emma volta a chupá-la com veemência e usa uma das mãos para penetrá-la também.

Então, entre gemidos, chupadas, lambidas e estocadas, as duas chegam ao clímax mais uma vez. 

Os corpos cansados e suados deitam lado a lado, porém uma de costas para o colchão e a outra de busto, e as mulheres ficam apenas se olhando. Estavam cansadas demais para mover sequer os braços. Então, por alguns minutos, apenas o que se escuta são as respirações pesadas de ambas.

― Como é bom estar casada com você... ― Regina murmura cheia de malícia, quebrando o silêncio, e Emma dá uma gargalhada. ― É sempre bom estar assim com você... ― Com um pouco de esforço, ela levanta o braço e faz carinho na barriga da outra. 

― Eu te amo, não importa quantas vezes eu tenha dito isso hoje. ― Segura a mão dela e a leva a boca para dar um beijo.

― E você pode dizer quantas vezes quiser, eu nunca vou me cansar de ouvir. ― Fala docemente. Emma sorri. ― E eu te amo tanto, que palavras não são suficientes para expressar o tamanho desse amor. Sinto como se o meu coração fosse...

― Explodir... Não é? ― Completa sua sentença e Regina balança a cabeça afirmativamente. ― Eu também sinto isso. ― A morena se estica um pouco e beija seus lábios. Emma arqueia a sobrancelha. ― Já está recuperada? ― Ela assente com olhar de malícia. ― Então vamos recomeçar. ― Levanta-se um pouco, deita-se por cima dela e começa a beijar suas costas. Regina se arqueia e se arrepia com cada toque dos lábios da amada.

― Vamos, vamos recomeçar...

•§•

Assim que o Sol nasce, a família Swan Mills não perde tempo em arrumar as malas, colocar tudo no carro de Regina e pegar a estrada para o aeroporto mais perto de Storybrooke, o Aeroporto Internacional de Bangor, que fica na cidade vizinha. O destino de Emma Swan Mills, Regina Mills Swan e Henry Daniel Swan Mills é a lagoa Jökulsárlón, localizado na Islândia. Estavam indo ver pessoalmente a Aurora Boreal. Era mais uma das promessas de Regina ao filho. A Rainha havia ficado em Storybrooke com Zelena. A viagem seria o início da lua de mel do casal.

― O que você está escutando? ― Mills pergunta ao filho assim que se sentam em uma das cadeiras do salão de embarque do aeroporto. Emma tinha ido buscar água e sorvete na lanchonete.

― Heartbreak Hotel. Acabou de começar. ― Ele dá um dos fones a mulher. 

― Well, since my baby left me (Bem, desde que minha garota me deixou). ― A morena canta imitando a voz de Elvis e Henry olha com surpresa para ela. ― Well, I found a new place to dwell (Bem, eu achei outro lugar pra viver). ― O garoto sorri com a imitação da mãe.

― Well, it's down at the end of the Lonely Street (É lá em baixo, no fim da Rua Solitária). ― O jovem Mills continua, também imitando o cantor.

― At Heartbreak Hotel (No Hotel do Coração Partido). ― Eles cantam junto e a cantoria chama a atenção de algumas pessoas que passam pelo local. Mas eles não se importam.

― Well, I'll be (Bem, eu estarei) ― Eles continuam, sem se importarem com os olhares. Até fecham os próprios olhos. ― I'll be so lonely baby (Eu estarei tão solitário, querida). ― Os dois movimentam os corpos no ritmo suave e baixo das cordas do violão de Elvis. ― Well, I'm so lonely (Bem, eu estou tão solitário). I'll be so lonely, I could die (Eu estarei tão solitário que eu poderia morrer).

Emma, que já observava os dois de longe e se divertia com as performances, chega perto deles e os entrega as garrafas de água e os sorvetes.

― Uau! Que show! ― Ela bate palmas como pode, por causa do seu sorvete e da garrafa de água. ― Quando teremos shows da dupla cover do Elvis Presley? ― Indaga bem-humorada e Regina a empurra com o ombro enquanto sorri. ― Mas falando sério, vocês arrasaram. Principalmente quando começaram a dançar.

― Mãe, você não poderia criar um feitiço do bem para a gente voltar no tempo e conhecer o Elvis, não? ― Henry pergunta com empolgação. A morena sorri com sua pergunta.

― Infelizmente não, mas eu posso pensar em algo parecido... ― Diz em tom enigmático, já maquinando ideias, e o garoto vibra com a sua resposta.

― Passageiros do voo QS0108 com destino a Keflavík - Islândia, dirijam-se ao portão 2. Primeira chamada. ― Uma voz soa pelos alto-falantes do aeroporto, interrompendo a conversa.

― É o nosso voo. ― Emma diz ao confirmar as letras e os números no cartão de embarque. ― Vamos! ― Os três guardam as garrafas de água nas bolsas, colocam os documentos nos bolsos do sobretudo, pegam as malas espalhadas pelo chão com a mão livre e andam com pressa até o portão de embarque indicado.

Cerca de 17hrs depois, com apenas uma longa parada de 09:20hrs no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova Iorque, a família Swan Mills chega ao destino. Keflavík. Uma cidade há 45 minutos da capital da Islândia. De lá, seguem de carro até Reynivellir e fazem check-in em um hotel luxuoso no centro da cidade. Então, às 10:00pm, a família sai do hotel rumo a lagoa Jökulsárlón para ver a Aurora Boreal. Uma viagem curta, de 15 minutos.

O local está repleto de turistas. É a lagoa glaciar mais famosa da Islândia. Ela contém água do degelo de uma geleira de saída, a Breiðamerkurjökull, que faz parte da maior calota de gelo da Europa, Vatnajökull. Também, enche-se de icebergs que saem da geleira. Alguns se elevem em vários andares. Com isso, a lagoa se torna um dos melhores lugares da Islândia e do mundo para se observar a Aurora Boreal. Os icebergs refletem ainda mais as luzes do fenômeno.

O céu está coberto pelas cores verde, amarela, vermelha e magenta, um tom entre azul e vermelho. Emma, Regina e Henry estão quase que hipnotizados, olhando para cima.

― Isso aqui é lindo! ― O garoto fala com encanto. Seus olhos estão brilhantes e o sorriso não sai de seus lábios. 

― Sim, é lindo. ― Regina murmura maravilhada. Era a coisa mais linda que já tinha visto em toda a sua vida. ― Mais do que vemos nas fotos... 

― É mágico! ― O comentário do garoto faz as duas mulheres sorrirem pela ironia.

― Henry, a câmera. ― Swan o lembra, apontando para o objeto pendurado em seu pescoço.

― Sim! ― O garoto prepara a câmera fotográfica, aponta-a para o céu e caminha para frente, afastando-se das mulheres, em busca do melhor ângulo.

Regina abraça Emma por trás e beija seu rosto demoradamente, e a loira devolve o carinho com um beijo em sua bochecha também. Em seguida, Mills apoia seu queixo no ombro de Swan e as duas voltam a olhar para as luzes do norte, que estão cada vez mais forte no céu da Islândia.

― Sobre aquela sua proposta, a resposta é sim. ― Emma fala de repente. Sem acreditar no que ouviu, Regina se afasta um pouco dela, mas sem a soltar, e a gira para si. 

― Eu entendi certo? ― A morena indaga com incredulidade e Emma sorri.

― Completamente certo, meu amor. ― Beija carinhosamente os seus lábios. ― Vamos adotar um bebê. ― Eufórica, Regina aperta Emma em seus braços e a levanta um pouco do chão. Swan sorri. ― Vamos aumentar a família Swan Mills.

― Sim, vamos... ― Beija-a demoradamente. ― Eu te amo, Emma Swan Mills. ― Fala apaixonadamente, olhando no fundo dos verdes que tanto ama.

― Eu te amo, Regina Mills Swan. ― Diz em igual tom e as duas sorriem. Em seguida, fecham os olhos, roçam os narizes por alguns segundos e então se beijam mais uma vez.  

De longe, enquanto observa as mães com um grande sorriso nos lábios, Henry prepara a câmera e fotografa as duas. Se o jovem pudesse usar uma imagem para descrever o que é amor verdadeiro, ele certamente usaria a foto que acabou de tirar das mães dele.

Enquanto ele olha para a foto que tirou, lembra-se de quando Regina o disse que não sabia muito bem como amar e sorri.

― Mãe, a senhora sabe exatamente como amar. ― Murmura consigo e se junta as mulheres.

“O amor verdadeiro é mágico, e não apenas uma magia qualquer, mas a magia mais poderosa de todas.”

FIM