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História Recomeçar com Amor - Eu ainda não me recuperei bem.


Escrita por: YoominDu

Capítulo 4 - Eu ainda não me recuperei bem.


Fanfic / Fanfiction Recomeçar com Amor - Eu ainda não me recuperei bem.

P.O.V.: Taehyung

Tudo bem se eu for de chinelo mesmo será? Estou vestido como fico em casa, e esse o modo com me sinto confortável... ah.

Ela não irá me rejeitar só por isso certo... ela parece do tipo que não liga para aparência.

Ando até o café, tinha um vento desgraçado na rua e meu cabelo ficou todo embaralhado, tento arrumar mas falho, então entro e escuto o som do sinal da porta, olho e vejo ela com o rodo e pano limpando a loja.

- Oi... chegou... - ela confere a hora no relógio da parede e parecia surpresa - cedo... chegou cedo.

- Bem, não queria que esperasse muito. Então preferi vir antes - acho que ninguém nunca foi pontual com ela, me olhou como se eu fosse um alienígena, mas um alienígena bom.

- Bem. Na verdade eu saio só às 21h, já tinha colocado uma margem pra não esperar - entao por isso ela ficou tão surpresa, como imaginei ninguém deve ter sido responsável o suficiente.

- Tudo bem - sorri gentil e então me sentei em uma mesa mais próxima da janela onde notei que já estava limpo e pedi um suco de laranja para esperar ela.

 Observei ela de canto, ela já havia me analisado umas 20 vezes no mínimo em 14min... imagino que fará isso pelos próximos 30min que faltam para ela sair.

Não queria pedir lanche mesmo ela me oferecendo, planejo comprar algo na rua para nós dividirmos. Vejo uma das moças atras do balcão me encarrando e cochichando algo com um rapaz.

Num momento de distração escuto um estouro ao longe e me abaixo sob a mesa tapando meus ouvidos e fechando meus olhos. Quando abro vejo os dois atrás do caixa me encarrando confusos e S/N veio até mim.

- Desculpe... os meninos quebraram uma jarra na cozinha... tá tudo bem com você?

Ela estava abaixada em frente minha mesa me estendendo a mão. Ah céus que vergonha... saio de baixo da mesa sozinho e me sento novamente.

- Desculpe. Eu só... me assustei -tento sorrir simpático e ela me limpa o copo que acabei derrubado sob a mesa quando me assustei.

- Vou trazer um suco novamente.

Seguro o pulso dela quando estava para sair e recuso gentilmente a oferta dela. Ela entendeu e levou o copo pra dentro voltando com um pano de mesa e secando minha mesa.

A moça do caixa vem até mim quando S/N some na cozinha. Ela se senta a minha frente e me olha nos olhos.

- Vou ser direta com você. Sou a gerente local e gosto muito dos meus funcionários Sr. Kim - ela me olhava com... parecia raiva... - e odeio quando alguém machuca eles. Então se você não tem interesse nela apenas vá embora agora ou deixe claro a ela que não quer nada sério.

- Essa não é...

- Eu realmente já a vi sofrer por muitos caras idiotas, um rosto bonito, mas a alma podre. Se sua alma for podre é melhor sumir.

Ela se levantou e bateu a cadeira na mesa, votlou para o caixa e fiquei parado refletindo... que mulher doida. Vejo S/N retornar sem o avental, ainda faltava alguns minutos.

- Vamos?

- Seu horário já... acabou?

- Não... mas como fiquei a mais esses dias eu posso sair antes hoje. Não quero fazer você esperar.

Apenas concordo e saímos, mas eu pude sentir o olhar de ódio daquela gerente em minhas costas. Andamos um pouco em silêncio até pararmos em um banco de frente ao parque.

Ela esticou as pernas, ainda com o uniforme e os sapatos manchados de água sanitária. Ela estava com o cabelo preso em um coque bagunçado.

- Gostei dos chinelos - eu olho para meus pés e me pergunto se estava sendo sincera ou sarcástica.

- Bem... eu estava confortável, mas agora sinto como se fosse pouco...

- Tá perfeito. Olhe pra mim... tô acabada e fedendo - rimos - é sério... eu trabalhei desde tarde e não pude ir pra casa tomar um banho.

- Eu também não tomei um pra vir pra cá -ela me olha e começa a rir mais - quer dizer, tomei de manhã, mas depois nenhum... e eu suei de tarde... - ah céus, cala a boca Taehyung -desculpa.

- Tudo bem. Isso realmente foi sincero.

- Eu... não sei como falar bem com uma mulher que não seja minha mãe ou irmã... é difícil -torço os dedos da mão nervoso. Por que eu simplesmente tô falando tudo que penso pra ela?

- Bem... eu nem sei se algum dia eu soube falar com um homem... -ela estava olhando para um ponto fixo no chão - tive alguns relacionamentos meio perturbados e o que mais incomodava era as conversas. Sabe, parecia que não havia o que ser dito. Era solitário.

-Sinto muito - meu nervosismo havia passado e ela sorria tão doce pra mim.

- Vamos fazer o seguinte, não se sinta incomodado, apenas fale o que desejar quando estiver comigo e farei o mesmo com você.

Concordo e damos um aperto de mão demorado. A mão dela era suave e macia, por um momento desejei beijar a palma dela.

- Bem, posso ser a primeira a compartilhar algo?

- Claro.

- Eu tô com medo -olho nos seus olhos e vejo que não mentia e só então me dou conta de que estamos de frente a um cento de polícia. Dou uma leve risada.

- Tudo bem.

- Serio... eu... sinto muito, algo me diz que você não me machucaria, mas... minha última experiência foi ruim demais e... eu ainda não me recuperei bem.

Claro. Minha psicóloga não escolheria uma mulher normal. Seria possível ela ser paciente da Olivia também e a mesma estava tentando juntar duas pessoas com traumas para a "cura" com amor?

- Meu ex... Havíamos marcado um encontro no parque e quando deu meu horário ele não havia chegado. Isso não era novidade, porém havia se passado mais de 1h e nada dele chegar. Quando liguei escutei o falar de seus amigos e música alta. Eu sabia onde ele estava e fui até lá. Estava vestindo meu uniforme ainda e quando entrei no bar vi ele caído sob o balcão. Fui até ele e o ajudei a sair. Estávamos chegando em casa quando ele me empurrou e começou a gritar comigo. Ele me deu dois tapas na cara. Odiou que eu o tenha tirado de lá.

Ela parou e respirou fundo.

- Não precisa continuar se sentir desconfortável.

- Não Tae. Eu preciso contar isso.

- Estarei ouvindo então - ela me olha e sorri antes de seguir.

- Eu fiquei estressada, não foi a primeira vez que ele esquecia dos nossos compromissos para ir beber com seus amigos. Então gritei com ele, o xinguei por tudo e foi quando ele partiu pra cima de mim. Ele acertou dois socos no meu nariz, e um no ombro. Eu cai com seu corpo vindo por cima e já no chão ele me deu socos na região da barriga. Lembro de sentir o sangue do nariz escorrer e ver ele gritando comigo. Eu olhei para o lado enquanto me debatia e tentava impedir os golpes dele com as mãos. Vi uma pedra grande e peguei com minha mão direita e a bati com tudo no rosto dele.

Ela segurou as mãos apertadas.

- Ele ficou tonto então o empurrei para trás e puxei minhas pernas para sair debaixo dele. Me levantei e corri para casa. Estava tonta ainda por conta da dor no nariz e vi o sangue pingar em minha camisa. Olhei para trás e o vi se levantar. Eu gritei. Gritei por ajuda. Mas nenhum vizinho saiu ou ligou para a polícia. Nenhum... eu entrei em casa e usei o fixo para ligar a gerente e quando ela atendeu ele entrou na casa. Eu estava chorando e pedi socorro a ela, foi quando ele se aproximou e me pegou pelo pescoço. Eu deixei o telefone cair e comecei a implorar a ele para que parasse. Mas foi inútil...

Ela olhou para o lado e viu um casal se aproximar. Ficou e silêncio e quando o casal passou em fim ela voltou a contar de onde parou.

- Eu olhei de canto e vi a faca na bancada, tentei alcançar ela. Era o único jeito que eu via de me livrar. Mas ele viu antes então pegou minha cabeça e bateu na parede com força. Meu corpo parou apesar de eu ainda lembrar. Eu escorri pela parede até o chão e ele pegou a faca se abaixou em minha frente, segurou minha cabeça em pé e enquanto olhava em meus olhos enfiou a faca três vezes na minha barriga... as vezes ainda posso lembrar da sensação e da Dor...

Eu abaixo minha cabeça, estava chorando já, eu sei bem o que é isso. Sei o que é ser esfaqueado a sangue frio. Mas não faço ideia de como poderia ser isso vindo de alguém próximo.

- Na terceira ele se virou e vomitou. Eu estava ainda sentindo a tontura pela batida na parede mas consegui tirar a faca e me jogar para o lado do corredor, me arrastei, porém a visão ficou turva... escutei ele se levantar atrás de mim e pegar a faca novamente. Eu gosto de dizer que minha gerente Pink é meu anjo... ela namora Un policial e quando eu liguei ela mandou ele correndo até mim enquanto fazia o chamado. E por sorte eles moravam perto. Antes de meu ex conseguir me matar ele entrou e deu 7 tiros nele. Escutei o corpo dele cair e a faca correr para longe. Levantei meus olhos e vi ele correndo até mim e foi quando apaguei.

- Ele morreu? - perguntei tentando segurar a voz firme enquanto chorava.

- Sim. Eu acordei no hospital. Fui um milagre eu ter sobrevivido, Pink me fez prometer que jamais sairia com caras com ele novamente. Antes desse ex eu sai com outros caras que não prestavam nada, mas nenhum havia tentado me matar até então. Depois do meu ex sai com mais alguns caras que também não me valorizaram. Então Pink começou a me proibir deles. E muitos deles quando iamos para a cama e viam minhas Cicatrizes na barriga em olhavam com nojo e sumiam no dia seguinte.

- Por isso quis contar a mim? Estava com medo que eu fugisse?

- Não. Ou sim... sabe Taehyung, eu senti que poderia desabafar essa história com você sem que me julgasse. Obrigada por me ouvir.

- Não fiz nada de mais. E saiba que sempre poderei a ouvir.

Ela sorriu e pude voltar ao meu estado normal. Impressionante como ela ainda pode sorrir depois de tudo que passou... mas isso é bom, ela não está tão presa ao passado.

Mas sem dúvidas Olivia sabia disso e a escolheu para juntar a mim.



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