História Recovey . Justin Bieber . Book Two - Surprise

Maggie point of view

Nova York - 1:48 pm

Faziam quase três dias desde a última vez que mandei mensagem no grupo ou conversei com algum dos meus amigos. Chaz foi o único que trocou algumas palavras comigo na noite passada, ele ligou para pedir como havia sido a prova e aproveitamos para conversar.

Aliás, eu não tirei uma das melhores notas, mas acho que o suficiente para passar. Eu nunca fiz uma prova tão difícil.

Quinta-feira. Eram quase duas horas da tarde e eu estava voltando da faculdade. Meu serviço de internet acabou e obriguei-me a caminhar até em casa, já que não poderia pedir um uber.

Assim que o sinal fechou para os carros aproveitei e atravessei a rua, faltavam apenas alguns quarteirões para que eu chegasse em casa. O celular tocou na bolsa e encarei meus Loboutins pretos antes de atender a chamada de Blaze.

— Maggie!

— Oi.

Ela respirou e então continuou.

— Está na rua?

— Estou voltando para casa.

— Vamos comigo até o shopping?

Esperei para responder. Passei pelo porteiro e deixei apenas um sorriso fraco, assim que entrei no prédio chamei o elevador e torci para que dentro dele não tivesse ninguém.

Sorte! O elevador estava vazio.

— Porque? Melissa está ocupada? Justin está longe?

Ela gargalhou do outro lado.

— Do que você está falando, maluca.

— Esquece, Blaze.

Não era como se eu não quizesse conversar, porque sei que se falássemos sobre isso as coisas iriam se resolver, mas sei também que ela iria falar que estou fazendo drama.

Mas não era. Desde que Justin deixou a cidade os únicos assuntos no grupo são sobre ele, eles não saíram mais, quer dizer, não comigo. Já que na noite passada fizeram encontro de casais, doeu como um tapa na cara.

— Agora eu quero que você fale.

— Vocês estão me deixando de lado, Blaze.

Percebi que falei alto demais assim que pisei no corredor e o vizinho do lado me observou. Desejei um bom dia e tentei encontrar as chaves na bolsa o mais rápido possível.

— Nós não estamos te deixando de lado, é você que não conversa.

— Lógico, se eu falar qualquer coisa vocês ignoram, eu realmente não sei o que a vida de Justin tem de tão interessante.

— Não estamos te trocando, Maggie! Que droga.

Talvez eu tivesse exagerado um pouco, como sempre, por mais que minhas provas tivessem terminado eu ainda estava nervosa com os resultados.

— É você que está se afastando.

Essa foi a gota da água. Porque ela achava isso?

— Lógico, até porque tudo que eu quero é me afastar dos meus únicos e melhores amigos para ficar sozinha nessa merda de cidade!

Bati a porta do apartamento e joguei os sapatos longe. Eu estava mais irritada do que nunca.

Blaze se calou do outro lado, ela devia ter ouvido o estouro que a porta fez e também o interfone tocando, que ótimo, agora eu também tinha o síndico no meu pé, talvez ele pensasse que eu estava destruindo o apartamento.

— Eu não quero falar com você agora, me desculpe. Eu não quero piorar as coisas.

Foi tudo o que eu consegui dizer antes de desligar o celular. Minhas mãos estavam trêmulas e minha garganta ardia. Eu costumava chorar quando ficava nervosa, e lá vou eu de novo.

xx

Sete dias. Já faziam quase uma semana que eu não trocava palavra alguma com Blaze. Sempre que tinha algo errado nós costumávamos conversar e resolver isso do jeito certo, mas dessa vez não foi assim. Eu via as mensagens do grupo chegarem e via tudo ao me redor acontecer, eu simplesmente não fazia nada.

Ryan me ligou algumas vezes e eu sequer atendi. Mesmo não querendo, não foi por isso, eu estava ocupada demais limpando o apartamento ou dormindo o dia todo. Algo de muito sério estava acontecendo comigo.

Eram em momentos como esse, em que eu ficava sozinha no meu pequeno apartamento que eu sentia o coração apertar. Eu sentia falta do abraço quente da minha mãe ou das irritações de Mike. Talvez eu estivesse ficando doente.

Observando o relógio percebi que era mais uma noite de sexta feira na qual eu ficaria em casa. Normalmente, saímos todos juntos, mas por minha culpa e do meu pequeno cíume, hoje eu ficaria aqui. Somente eu uma panela, nada melhor que uma sopa em algumas noites geladas. Felizmente o vizinho de cima não estava caminhando pelo apartamento e o prédio estava em um total silêncio. Fiquei em dúvida sobre assistir algum documentário ou bisbilhotar as redes sociais. Esse é um ótimo programa para uma sexta-feira.

Quem eu queria enganar? Eu não estava feliz por ficar sozinha e ter que cozinhar sopa. Também não estava me sentindo bem sozinha em um apartamento silencioso e a última coisa que eu queria ver eram fotos de pessoas felizes em alguma festa.

A minha semana foi um desastre, eu estava mais para baixo do que nunca, e segurei-me para não pegar o celular e discar o número de Blaze. Apesar de tudo, eu sabia que não estava errada, sabia que eu precisaria passar por tudo isso para que as coisas boas chegassem.

Eu só não aguentava mais.

Desliguei a panela sobre o fogão e respirei fundo, eu não poderia perder a cabeça agora, tudo ia ficar bem. Com o celular em mãos caminhei pelo corredor, eu iria deitar e ligar para a minha mãe. Talvez chorar um pouco e dizer o quanto tudo estava dando errado.

Antes que eu pudesse fechar a porta do quarto a campainha soou. Eu não estranharia se eu estivesse falando com meus amigos, como eu já disse, essas coisas aconteciam seguido.

Esperei parada no mesmo lugar até que ela tocasse novamente, eu só queria ter a certeza de que era aqui. O caminho até a porta parecia uma eternidade, era como se eu desse dois passos para frente e um para trás, eu estava com medo.

Girei a chave na maçaneta e exitei em abrí-la, quem quer que seja já percebeu que eu etava em casa. Do lado de fora a luz automática do corredor estava acesa e eu tive que piscar algumas vezes devido á grande claridade.

O corpo parado me observou e eu fiquei em choque. Porque ele estava aqui? Como ele estava aqui?

Antes que qualquer som saísse de sua boca eu tentei fechar a porta e pensar que nada disso tinha acontecido, mas seu pé mais ligeiro e entrometido me impediu.

— Eu só quero conversar, Maggie.