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História Red is the warmest colour. - What the hell happened on friday?!


Escrita por: omominyoongi

Notas do Autor


Bem-vindos a segunda temporada! Onde novos casais surgirão, extras, alguns mistérios, enfim, vai dar uma volta muito loka! :D

Me desculpem pela demora, fiquei um tempão pensando se seria mesmo uma boa ideia fazer tanta coisa mudar nessa fanfic. E sim, vai ser bem legal, espero que todos vocês gostem. <3

Agora, sem delongas, boa leitura! \o/

Capítulo 14 - What the hell happened on friday?!


Fanfic / Fanfiction Red is the warmest colour. - What the hell happened on friday?!

“— Olá? — Abri a porta da frente, pegando meu guarda-chuva. Talvez eu seja burra, mas não consigo deixar uma pessoa na chuva, e se ela precisa muito de uma ajuda? — Você está bem? — Desci pelo jardim, me aproximando do portão.

— L-Lucy-y. — Fungou, e pela primeira vez em muito tempo, pude ver uma mecha vermelha.

Uma mecha escarlate.

— Oh meu Deus! Erza? — Peguei as chaves e abri o portão.

Toquei sua mão, lhe puxando aos poucos para mim, até ficar abaixo do guarda-chuva comigo.

— Ela se foi. — Murmurou, soluçando após isso. — Eu só tenho... não tenho ninguém.

— Não, Não. — Abracei-a com força, sentindo suas mãos agarrarem minhas costas. — Você me tem, querida. Sempre me terá.

Naquele momento, eu percebi que nada era mais importante que o bem-estar dela, da saúde do nosso relacionamento, e principalmente, a confiança. Como ele mesmo disse, eu devia esperar, pois, ela me contaria tudo que eu devia saber. Contaria se nós duas fôssemos para “ser”. E sim, nós éramos, nós somos.

Talvez minha querida dama Scarlet não seja tão perfeita como pensei. Mas quer saber?

Amar seus defeitos é ainda mais divertido.”

Dois meses atrás, seis da manhã — casa da Lucy.

Novamente, amanhecia. E na cidade Magnólia, o dia começava belo, com um sol brilhante e o céu incrivelmente azul, sem sequer uma nuvem. Pelo visto, seria mais um dia quente nessa cidade praiana que tanto amo!

Não consegui reprimir um sorrisinho ao beber mais um gole do meu chá, feliz por ter acordado tão bem naquela manhã.

E meio que aquele dia era triste!

Como Jude já havia ficado duas semanas aqui, hoje era seu dia de partir. O que era péssimo já que essas duas semanas foram uma das mais incríveis de minha vida, e a presença do meu pai apenas melhorava tudo.

Soltei a caneca sobre meu criado mudo, e suspirei, começando a sentir saudade sendo que mal havíamos nos despedido.

— Seis. — Encarei o relógio, notando que faltava trinta minutos para o voo dele sair.

Desci as escadas com pressa, vendo-o acabar de fechar sua mala, enquanto falava no telefone.

— Ok, em dez minutos! — Ele disse, retirando e desligando seu celular.

— Tem que ir mesmo? — Fiz um biquinho, vendo-o se assustar por não ter me notado ali antes.

— Acredite, querida, estou sofrendo mais que você. — Deu um sorriso terno, abrindo seus braços para me receber, afinal, saí correndo em sua direção. — Calma, palhacinha! — Riu ao notar que eu estava começando a chorar, apertando mais nosso abraço. — Em três meses eu volto, e ficarei um mês inteiro! Você sabe se cuidar, não é?

— Sim! — Funguei, apertando-o mais.

— Podemos nos falar todos os dias, tá bem? Enviarei um presente e um bolo no seu aniversário! — Ao falar do aniversário, notei que ele ficou meio amuado. Talvez porque meu aniversário caía no mesmo dia que um evento importantíssimo em seu trabalho, e a presença dele lá era muito significativa.

Admito que o queria aqui no meu aniversário de dezoito anos. Mas eu entendia que ele era importante na sua empresa, que ele precisava ir naquele evento. Mas é diferente para ele, ele se sente mal, como se não fosse um bom pai. E ele é um ótimo pai, o melhor de todos!

Aliás, sim, dezoito. Eu estou fazendo dezoito anos e estou no segundo ano!

Eu deveria estar no último ano, tive que ficar fora por um ano por causa da mudança para Whisky na época que minha mãe morreu, então acabei repetindo um ano. Mas não ligo pra isso, afinal, acabei caindo na sala de uma ruiva super gostosa, heh.

 — Tudo bem, pai. Eu não ligo, desde que você traga um bolo de chocolate quando voltar, continuará sendo especial! — Apertei mais o abraço, ouvindo-o rir.

— Tudo bem, trarei um bolo bem grande! — Demos mais algumas risadas e abraços, até que o levei até o portão. Quando o taxi chegou, lhe dei mais um abraço apertado e fora assim que nos despedimos.

Após ficar um tempinho olhando o taxi sumir, suspirei e sorri. Fora a primeira vez que ficamos tanto tempo juntos! Não devo me lamentar pela despedida, e sim sorrir pelo acontecimento.

Afastei os pensamentos e fui para casa, me arrumaria para o colégio.

[...]

— Bom dia, Mira. — Acenei, escutando-a murmurar um “bom dia” como resposta.

Tinha chegado na Fairy Tail há alguns minutos, e mesmo que estivesse de bom humor, certa coisa me incomodava...

Erza não pegou o ônibus hoje cedo.

— Oi, Natsu. — Fiz uma careta quando o mesmo chegou perto, passando a caminhar ao meu lado.

— Bom dia domadora de leões. — Sorriu travesso, abrindo a latinha de refrigerante que tinha em mãos.

— Leões? — Perguntei, fitando aquela cara de tacho que só Natsu tinha. — E qual é a desse cachecol? Tá calor. — O questionei já que ele tinha um cachecol xadrez envolvido no pescoço, e os botões de sua camisa estavam todos fechados. E ele normalmente deixava dois abertos, assim como todos os meninos dessa escola.

É. Um bando de tarado.

— Erza é um baita de um leão, e só tu doma aquela coisa. Sinta-se especial. — Levou a latinha de refrigerante ao alto, como se brindasse aquele fato. — Como foi seu final de semana? Você e a Erza sumiram da festa, o Gray estava tão bêbado que tive que levá-lo para casa. — Murmurou, um tanto incomodado ao falar sobre o Gray.

 E é claro, usei minhas desconfianças para provocá-lo.

— Hm? É mesmo? — Sorri perversa, observando-o levar o refrigerante a boca e bebê-lo rapidamente.

— Shut up. — Falou, amassando a latinha, a jogando na lixeira depois. — Vocês sumiram. O que aconteceu? — Perguntou.

— Ah, saímos de lá as pressas. Só queríamos ficar sozinhas, e falar com vocês atrasaria isso. — Sorri, me lembrando da noite.

— O Gray me mandou um snap. Você tava descendo por uma janela. — Natsu falou, e fora a minha vez de ficar incomodada.

— Sobre isso... — Murmurei, me lembrando do sábado.

“— Meu pai quer me buscar, e agora? — Falei ao ler a mensagem que Jude havia me mandado.

Papai tinha acabado de dizer que depois de passar no mercado, iria me buscar na casa da Erza. Quase tive um ataque, porque imagina? Os pais de Erza não faziam ideia de que eu estava lá! Seria um desastre e várias coisas que não precisam ser reveladas seriam descobertas.

— Fodeu! Meu pai tá assistindo filme na sala e minha mãe ta estendendo as roupas nos fundos, não tem saída! — Erza parou pensativa. — Espera!

— O quê? — A encarei, esperançosa.

— Gray, o Gray! — Ela pegou o celular, discando o número rapidamente. — Gray Fullbuster da Silva Pinto!

— Meu nome não tem pinto, nem silva. — Gray disse. Erza colocou no viva-voz. — O que você quer, minha nega? — Franzi o cenho e peguei o celular de Erza.

— Sua nega? Essa nega é minha, olha aqui, eu te mato! — Falei em alto e bom tom.

— Quê? Lucy é você?

— Oh, nem vem que eu sou bem louca e- — Erza tomou o celular.

— Olha, a Lucy veio pra cá e precisa sair sem que meus pais vejam! — Erza disse, e pela sua expressão, estava esperando por um milagre.

— Fica na janela do seu quarto, estou indo aí. — Gray disse, desligando logo depois.

— Ok, o Gray dá um jeito, arrume suas coisas e coloque um short. — Erza falou um tanto ofegante ao abrir a janela de seu quarto.

Puxei os fios bagunçados do meu cabelo, enrolando-os até formarem um tipo de coque desajeitado, revirando minha mochila até achar meu short jeans. O coloquei rapidamente, vendo Erza colocar as roupas que usei ontem dentro da minha mochila.

— Posso ficar com sua calcinha? — Ela disse, balançando a calcinha rosa enquanto dava um sorriso sapeca.

— E-Erza! — Mesmo não querendo, corei violentamente, pegando a calcinha de sua mão enquanto enfiava-a na minha mochila, fechando-a pelo zíper.

— Ah, que saco! Queria você aqui o dia todo! — Ela se aproximou e encostou seus lábios nos meus, sua língua procurou a minha e suas mãos tocaram meu rosto com delicadeza. — E se pedir pra dormir aqui de novo? Fica hoje. — Pediu com os olhos brilhosos, e os lábios avermelhados pelo último beijo.

— Meu pai não deixaria. — Fui honesta. Jude nunca me deixaria dormir fora por dois dias. — Vem cá, sua linda. — Puxei sua nuca, deixando-a invadir meus lábios com sua língua poucos segundos depois. O melhor era sentir sua boca sugando a minha, com movimentos safadinhos e necessitados.

Ah, como eu amo isso.

— Que casal lindo, eu amo meu shipp. — Por nos separarmos rapidamente, e no meio de um beijo que seria longo, um filete de saliva continuou ligando nossos lábios, contudo, Erza o cessou ao me dar um selinho rápido. — Você vem, Lucy? — Franzi o cenho, confusa. Gray estava ali, na janela de Erza. E o quarto dela é no segundo andar!

— Como fez isso? — Perguntei, colocando a mochila nas costas para chegar perto do moreno. — Ah. — Comecei a rir de minha própria estupidez. Achava que ele estava flutuando ou coisa do tipo, mas só tinha uma escada ali.

— Vem, eu vou te levar em casa. — Gray falou, descendo até estar no gramado de Erza.

— Te vejo na segunda, ciumenta. — Falou Erza, sendo rápida no beijo de despedida.

— Segunda. — Confirmei, dando um último beijo antes de colocar meus pés na escada e descer por lá.”

— E foi isso. — Falei, vendo Natsu gargalhar. — Apesar de tudo, gostei do meu sábado. — Suspirei, encarando as pessoas do corredor, e nada. Não achei a Erza. — E agora, estou entrando no colégio sem ela porque ela sumiu, e não respondeu minhas mensagens. É segunda, poxa!

— Ela deve ter perdido a hora, relaxa. — Disse Natsu, afagando minha cabeça. — Você parece ser minha irmãzinha lésbica, isso é tão legal! — Dei um soco no seu braço, fazendo-o rir da minha irritação. — E seu pai descobriu sobre a Erza? Sobre a noite?

— Não, né. Sou uma boa mentirosa. — Falei confiante.

— Sei! — Riu divertido, recebendo outro soco.

Não demorou muito para o sinal tocar e cada um ir para sua sala. Fiquei um tanto cismada, criando várias e várias coisas em minha mente. Erza nunca chegou após o sinal, só faltou quando teve que viajar com seu pai. O que tinha acontecido com ela afinal?

— Ai, Natsu, ela não responde as minhas mensagens! — Fiquei tensa, fazendo Natsu parar de conversar com Lisanna para me fitar.

— O que há de errado, Lucy? — Lis me encarou.

— A Erza não responde as minhas mensagens. — Falei, agarrando o braço dela enquanto caminhávamos para a sala.

— Ela deve ter se atrasado, não é nada demais!

— É, sua tarada, relaxa aí! — Natsu concordou com Lisanna.

— Ugh! Mas e se algo aconteceu? — Entramos juntos na sala.

— Não aconteceu nada. Apenas se acalme. — O sorriso da Lisanna podia ser reconfortante e adorável ao mesmo tempo. De qualquer jeito, me acalmou bastante.

Quando vi Gray no fundão com Gajeel, soltei a Lis para correr até ele, que chegou a se assustar com a minha aparição repentina.

— Lucy. Oi! — Falou, com um sorriso esquisito nos lábios. Natsu havia se sentado lá na frente. — O Natsu...? — O interrompi.

— Sabe aonde a Erza tá? Por que ela não me responde? — Fui completamente direta, e antes que ele pudesse me responder, o professor entrou na classe.

— Sentem-se! — Gritou o professor de ciências, fazendo Gray se sentar. Me sentei ao lado dele, afim de ouvir o que ele havia para me dizer.

— E ent- — Fora a vez dele me interromper.

— Cara, o Natsu falou algo? Por que ele não tá falando comigo? — Perguntou, um pouco sério e aflito. — Ele detesta sentar lá na frente, obviamente só foi pra lá por minha causa!

— E-Eu não sei, ele tava incomodado ao falar de você hoje. O que aconteceu na sexta? — Ele se virou pra frente quando o professor nos encarou. Começamos a pegar nossos cadernos.

— Esse é o problema. Eu não sei. — Murmurou, apontando seu lápis.

— E a Juvia? Se o Natsu te levou pra casa, o que aconteceu com ela? — Eu estava muito curiosa com aquela história, e tinha certas desconfianças desde... alguns acontecimentos, mas Gray não parecia querer falar sobre isso. — Tudo bem, podemos falar sobre isso depois... ou nunca. Mas me diga, sabe algo sobre a Erza?

— Ela... — Ele parou ao ouvir a porta da classe ser aberta.

Pude ouvi-la pedir desculpas para o professor após adentrar a sala, fitando o chão e se sentando na primeira carteira da classe. Ela e o Natsu estavam um ao lado do outro.

Erza chegou!

Uma parte de mim ficou aliviada por ela ter aparecido sã e salva, e outra, muito triste por ela não ter sequer olhado em meus olhos. Fiquei com medo de ter feito algo errado para não ter rolado aquele contato visual intenso que a gente sempre tinha, todavia, parei de pensar nisso ao começar a prestar atenção na aula.

No intervalo, eu resolvo isso.

[...]

Após a aula de ciências, tivemos história, mas eu estou, honestamente, pouco me fodendo para isso.

Quando o sinal do intervalo tocou, vi Erza sair da sala deu um jeito apressado, e o Natsu foi do mesmo jeito, contudo, para a direção oposta. Gray correu para alcançar o rosado, e acabei por ficar ao lado de Levy, realmente confusa.

— A sexta foi bem tensa. Espero que o Gray esteja bem. — Ela murmurou, pegando sua carteira.

— Tensa? — Começamos a caminhar em direção ao refeitório.

— É, a Juvia nem apareceu hoje. — Fez uma carinha triste. — Tenho medo de que isso destrua a amizade do nosso grupinho.

— Espera, o que aconteceu?

— Você não sabe? — Neguei com a cabeça. — A Juvia... beijou uma garota.

— Huh? — Por algum motivo, não fiquei 100% surpresa.

— Ela já não estava mais bêbada, acredite, ela fez porque quis. — Contou. — Ela e o Gray decidiram parar de ficar porque a Juvia tava confusa, e completamente louca por aquela garota.

— Como era essa garota?

— Filha da dona daquele bar, uma rosada. — Suspirou. — O nome dela era, se eu não me engano, Meredy.

— Entendo... — Desviei o olhar. — E depois? Rolou algo a mais?

— Não, o Gray puxou o Natsu pra fora e eles foram embora. — Adentramos o refeitório. — Algo rolou com esses dois, deixando as coisas ainda mais confusas. — Suspirou, amuada.

— Tenho certeza de que tudo irá se resolver. — Sorri, afagando seu cabelo azulado.

Pelo jeito as coisas ficaram uma loucura naquela sexta, sinto que algo rolou entre o Natsu e o Gray, mas, eu não conseguia criar teorias, muito menos questioná-los. Só conseguia pensar na minha ruivinha!

Onde ela estava?

Por que me ignora?

O que aconteceu?

— Oi Gajeel. — Nos aproximamos da mesa, onde Gajeel permanecia sozinho.

— E aí. — Continuou comendo seu salgado. — Cadê todo mundo?

— Gray e Natsu estão por aí, Erza sumiu e Juvia não veio. — Levy explicou. — Vou pegar um lanche, quer algo Lucy?

— Uma fanta uva, só isso. — A dei meu dinheiro e ela foi até a cantina.

— Por que tá tão tristinha? — Gajeel perguntou após acabar de beber sua caixinha de suco.

— A Erza não tá falando comigo. — Suspirei, tristonha.

— Hm, vocês estão namorando?

— Não, apenas ficando.

— Não se preocupe, Lu-chan. — Levy apareceu.

— É, ela sempre some nessa época do ano. — Aquilo realmente chamou minha atenção. Ela sumia? Por quê?

— Por que ela some? — Perguntei, bebericando meu refri.

— Não sabemos, ela nunca diz. — Gajeel disse enquanto abria o pacote de seu biscoito, um pouco entediado ao falar sobre o assunto.

— Entendi. — Deixei meu rosto cair sobre a mesa de metal do refeitório.

— Não fique se preocupando com isso, não é nada pessoal. Ela só fica afastada nessa época. — Levy passeou os dedos por minhas costas de forma carinhosa.

— Tá bem. — Sussurrei, mostrando um mínimo sorriso para ela.

— Gajeel, você que é amigo da Juvia desde sempre... — Gajeel deixou de fitar o celular para olhá-la. — Ela gosta de garotas? Por que não terminou com o Gray antes?

— Queria poder dizer, mas, segredo é segredo. — Deu de ombros. — Eu não vou contar os segredos dela assim, se quiser saber algo, vá até ela e pergunte. — Às vezes Gajeel conseguia ser bem frio e duro, principalmente com a Levy, que só queria ajudar todos.

— Entendo. Acho que irei na casa dela hoje, quero tentar resolver tudo. — Eu admirava muito a vontade da Levy-chan para tentar resolver as coisas entre nós. De todos, ela parecia ser a que mais se importava.

— Acho que vou procurar o Natsu, aquele idiota sabe como me animar às vezes. — Me levantei da mesa. — Vou levar um lanche pra ele, depois nos encontramos.

— Até.

— Espero que o ache, Lu-chan. Prometo dizer para Erza ir lhe ver se ela aparecer por aqui.

— Obrigada. — Sorri, bagunçando suas madeixas azuladas antes de sair.

Peguei um biscoito apimentado e um refri de hortelã para o panaca de cabelo rosa, passando a caminhar pelo colégio para tentar achá-lo.

Vi o pátio onde as crianças — que estudavam no outro prédio, mas ainda sim na Fairy Tail — brincavam completamente vazio, por exceção dos balanços que eram cobertos por uma casinha de madeira, onde dois garotos bem grandinhos permaneciam sentados, conversando. A cabeleira rosa e os ombros tristonhos me fizeram perceber que quem estava ali era o Natsu e o Gray.

Dei a volta pela rampa, descendo em passos apressados para me aproximar de ambos.

Eu até pensei em gritar o nome dos dois para ver se eles queriam se juntar a Levy e Gajeel no refeitório, mas fiquei travada ao avistá-los.

Vi os ombros de Natsu tremerem, pouco depois, levou as mãos aos seus olhos, parecia soluçar de verdade. Gray apenas ficou cabisbaixo, bagunçando seus próprios cabelos antes de puxar o cachecol dele, o retirando do pescoço de Natsu.

Ele deixou de chorar para tentar pegar o cachecol, mas Gray o levou ao alto, e neste momento, o rosto deles ficaram realmente próximos. Gray colocou a mão sobre o pescoço de Natsu, afagando algo que eu não conseguia enxergar. Natsu agarrou com força a camisa de Gray, com certa expressão amuada e irritada na face, e Gray apenas o encarava, com aquele olhar sério, mas ainda sim intenso.

— H-Hey! — Me aproximei, com medo de que eles começassem a brigar ou algo do tipo.

Natsu soltou o colarinho de Gray e puxou seu cachecol de volta, secando os olhos com o pano antes de enrolá-lo em seu pescoço.

— Fala aí. — Nenhum dos dois me fitou diretamente.

— Eu trouxe seu lanche, Natsu. — O entreguei, ele abriu o refri com pressa levando a boca para começar a bebê-lo. — Tudo bem?

— Não sei, me diz aí, Gray. — Natsu o olhou, com o cenho franzido.

— Pare de me culpar por tudo! — Gray não estava irritado, mas estava tão tristonho quanto o Natsu. — Lucy, por favor, nos deixe sozinhos. — Me fitou com os olhinhos azuis escuros alagados, enquanto os de Natsu permaneciam inchados.

— Ah, certo. — Suspirei, afagando os ombros de Natsu. — Tá me devendo seis pratas. — Natsu me olhou.

— Beleza. — Sorriu, um pouco menos tenso, e acabei por me animar um pouco por vê-lo mais feliz.

Voltei pelas rampas, agora subindo, pensando se eu poderia ter impedido a confusão na sexta se tivesse ficado. Mas, sejamos honestos, eu não trocaria aquela noite por nada. Acho que sou um pouco egoísta até, mas é que... foi a melhor coisa que aconteceu em toda a minha vida.

Meu sentimento pela Erza havia mudado, talvez evoluído. Passei a pensar em como podia ser a melhor ficante do mundo. Queria comprar flores, lhe levar para jantar, escrever cartas, e fazê-la dormir lá em casa, para podermos ficar agarradinhas a noite inteira. Só de pensar nessas coisas, eu começava a sorrir sozinha. Eu amo estar apaixonada por ela.

O sinal do fim do intervalo tocou, e ouvi-lo me fez correr para sala. Talvez ela estivesse por lá, e eu precisava a ver. Poucas pessoas haviam aparecido, e ela não estava incluída. Me sentei em sua cadeira e fiquei olhando para a porta, a sua espera.

Contudo, aconteceu de novo. Todos os alunos chegaram, menos ela. E quando o professor entrou, tive que ir para o meu lugar. Ela chegou atrasada, de novo, sem me olhar.

Foi como se meu coração murchasse.

Joguei a cabeça sobre a mesa, e funguei algumas vezes, com uma vontade absurda de chorar. Gray me olhou de canto, e deixou um bilhete sobre minha mesa.

“O que foi?”

Peguei o bilhete, e depois de escrever, entreguei ao Gray.

“Erza está me ignorando, acho que ela se arrepende de ter me aceitado como sua ficante. Ela me odeia. O que rolou entre você e o Natsu?”

Gray me devolveu o bilhete.

“A Erza não te odeia, ela fica assim nessa época do ano. Natsu não quer que ninguém saiba, me desculpe.”

Suspirei, e escrevi.

“Mas o que é que acontece com ela? Levy e Gajeel também falaram sobre ela se afastar, eu quero ajudá-la.”

O entreguei.

“Eu também não sei... ela voltará ao normal logo.”

E foi o último bilhete.

Mesmo que quisesse me distrair e prestar atenção na aula de inglês, não consegui parar de pensar nela. Queria relaxar e acreditar nos meus amigos, crer que aquilo não era nada sério e que ela voltaria ao normal logo. Mas era impossível. Não que eu ache que Gray, Gajeel ou Levy estejam mentindo, sei que não fariam uma coisa dessas comigo, mas, como é que uma pessoa pode se afastar de seus amigos todos os anos? Em certa época? Isso não me parece nada normal.

Tomei um puta susto quando o sinal do fim das aulas tocou, surpresa em como eu havia ficado avoada, sem perceber as horas passando por criar teorias sobre Erza e seu sumiço. E foi quando eu olhei para a cadeira dela vazia, que percebi que precisava descobrir o que estava acontecendo com ela.

Ela está fugindo de mim.

E eu descobrirei o porquê.


Notas Finais


Muita coisa rolou na sexta e na segunda de manhã, e a segunda temporada, irá desenrolar todas as coisas aos poucos. :D
Meredy e Juvia? Alguém esperava por essa? :o
Natsu e Gray, o que rolou entre vocês?
Bem, criem suas teorias, comentem, que eu volto logo. Obrigada por ler e até a próxima. <3


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