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História Redemption - Capítulo XLII - Painful Past - Part Two



Notas do Autor


Oieeee~
Olha quem voltou? :3
Ah, vai. Dessa vez eu nem demorei tanto. Foi menos de um mês 👀
Para essa postagem estava programado a gente entregar pra vocês um Especial. Maaaaaas, não terminamos ele ainda, porque vai ficar enorme aheuaheu'
Então aqui vos trago o capítulo 42, recém-saído do forno! Yey! \0/
Só avisando que a segunda parte do capítulo traz não só uma história, mas palavras pesadas.
No mais, boa leitura! ;)
~Marima
*~*~*
Olá mais uma vez meus sofredores ♡
Como vão? Eu infelizmente acordei mais uma vez sendo brasileira
Mas aqui a coisa não tá muito melhor não, nada de diversão pros nossos personagens
Quer diversão lê turma da Mônica, aqui o bagulho é hardcore memo alek
Mas a culpa não é minha, Marima e Nina q são as patroas, reclamações é com elas kkkkkkkkk
Boa leitura
~Ginko

Capítulo 46 - Capítulo XLII - Painful Past - Part Two


— Estou lhe dizendo, Gintoki. Eu não sei quem poderia estar por trás disso. — A face enrugada encarava o mais novo com seriedade, e embora sua voz fosse firme, Gintoki conseguia enxergar a hesitação em falar sobre o assunto nos olhos castanhos escuros.

— Mas enquanto Kasai não chega, é o único que pode me contar os detalhes do que aconteceu com as pessoas envolvidas naquela época, após eu ter fugido — retrucou com a mesma seriedade, e por mais que odiasse com todas as forças voltar àquele passado, precisava fazê-lo pelo presente e pelo futuro.

Precisava fazê-lo por suas filhas.

— Como eu já lhe disse, eu depus Kanagami, e por ele ter sido expulso, foi julgado de acordo com o código da Shinikayou: executado em público, como traidor. Kasai assumiu o comando da organização e a primeira ordem que dei a ele foi que executasse todos os envolvidos na pesquisa e nas consequências dela. — Pausou um momento, desviando os olhos do mais novo, agora completamente, preferindo virar-se para a parede branco gelo, com os punhos cruzados em suas costas. — Kasai, como sempre, cumpriu essas ordens com excelência. Não restou ninguém. Nem mesmo aqueles que trancaram os arquivos no cofre. Ninguém além de mim e Kasai sabia sobre esses arquivos.  Então somente um de nós dois poderia entregar essa informação a Tenkuro. — Virou-se de frente mais uma vez. Eu claramente jamais faria uma coisa dessas. E Kasai...

— Impensável — concluiu a fala do avô biológico. — Kasai jamais trairia o clã.

— Exato — concordou. — O que nos deixa sem suspeitos.

— Como foi a execução dessas pessoas? — O mais velho o encarou indagador. — O método. Foi execução pública?

— Obviamente que não. — Sorriu com ironia. — Para ser pública teríamos que dizer aos cidadãos o motivo para a execução de toda aquela gente. Não eram poucos os envolvidos; eram quase 100 pessoas no total, alguns deles, inclusive, eram alunos em estágio... imagine a insurreição que isso causaria — negou perturbado com a ideia.

— Então foram operações silenciosas e sob sigilo de Estado?

­— Claramente que sim. Eu dei a ordem a Kasai, ele foi atrás de cada um deles e cumpriu suas ordens.

— E todos foram encontrados e assassinados. — Indagou apenas para confirmar a afirmação.

— Bem, como você sabe, Kasai é conhecido por nunca ter deixado um alvo fugir de suas mãos. E naquela vez não foi diferente.

— Algo não se encaixa... tem certeza de que você nunca comentou sobre esses arquivos  com alguém, Hashirou?

— E você acha que eu cometeria um deslize desses, Gintoki? — devolveu com outra pergunta, um tanto ofendido. — Eu não fiz os Sakata obterem o alto status de respeito que possuem hoje, agindo de maneira tão descuidada e irresponsável.

Antes de responder, contudo, o albino apertou o meio entre os olhos, numa tentativa falha de suprimir a fisgada já conhecida em seu crânio.

— Não foi minha intenção dizer o contrário — desculpou-se subjetivamente, relativamente cansado, ainda sem abrir os olhos.

Quando os abriu, porém, encontrou uma expressão que poucas vezes reconhecera na face do antigo líder Sakata.

— Acho melhor encerrarmos essa conversa por aqui. — Desviou os olhos novamente, mas dessa vez permaneceu de frente. — Esse não é um assunto sobre o qual eu goste de falar, e você menos ainda. Não tenho mais nenhuma informação que lhe seja útil, nos basta esperar por Kasai...

— Sim, eu vou at-

— Comandante. — Ouviu um de seus soldados chamando-o à porta e virou-se para encará-lo. O aposto continuou após receber a permissão para erguer-se. — Kasai-sensei chegou à sede e pediu que o senhor fosse até a sala de arquivos número 3. Ele já está ciente da situação...

— Estou a caminho. Obrigada — agradeceu, logo dispensando o mais novo, que os deixou sozinhos novamente.

Alguns instantes de um silêncio onde não tinham certeza de como encerrar aquela conversa se passaram, até que Gintoki resolveu deixar a sala, mas a voz anciã no último minuto o impedira de tal.

— Gintoki  — chamou, fazendo com que o albino parasse alguns passos antes da saída, aguardando o outro continuar. — Eu sinto muito.

E ele nunca poderia ter imaginado o quanto aquelas três simples palavras, vindas da boca daquele homem, o surpreenderiam.

— Embora eu saiba que o que eu fiz não tenha perdão, gostaria de lhe dizer isso enquanto ainda posso. Eu jamais quis que as coisas acabassem daquela forma, e menos ainda que acabassem da forma como estão agora. — Novamente se surpreendeu, mas agora com a nota tremulada que deixara a voz do ancião.

O silêncio do choque pelo que ouvira durou mais alguns segundos. No entanto, ainda foi o comandante quem o cortou assim mesmo.

— Elas não acabarão da forma como estão. Ninguém mais sofrerá com as consequências dessa tragédia, Hashirou — afirmou com convicção. — Eu não vou permitir que minhas filhas paguem por um pecado que é apenas meu — concluiu antes de sair em direção a sala de arquivos, deixando para trás o antigo líder do clã, remoendo as próprias  lembranças e arrependimentos.

A voz juvenil, risonha e alegre, atingindo em cheio a memória do ancião, o qual agora trazia em seu olhar a opacidade de uma recordação antiga e amarga.

— Um pecado apenas seu...? — Sorriu com tristeza. — Você não mudou nada desde então, garoto...

(...)

Ao mesmo tempo em que Kornors conversava com Rinmaru...

— Então, — A morena entrou altiva na sala, encarando a outra morena sentada à mesa, essa algemada. — depois de quase conseguir fugir e entender que você não será capaz de escapar daqui, o que me diz de abrir a boca?

A outra sorriu com escárnio.

— Eu prefiro estar morta à dar a preciosa informação que seu amante tanto quer.

Miyuki suspirou cansada, encarando o teto por alguns instantes ao pedir a Kami a paciência que era necessária para aquela conversa, mas não demorou a voltar seu olhar para a cortesã, agora mais séria do que já estivera antes na frente dela.

A tarefa na qual passou a se empenhar em seguida, porém, surpreendeu Ayanara de uma maneira bastante confusa. A capitã, após tirar a túnica característica de seu uniforme, passou a desabotoar a camisa de manga cumprida, o que finalmente deixou-a com a peça íntima superior exposta.

— Eu não experimento o mesmo tipo de fruta que eu sou, se essa é sua intenção, Miyuki-san ­ — ironizou com sarcasmo, mas a expressão da outra não pareceu vacilar.

— Está vendo isso aqui? — Apontou a marca de queimadura pouco acima de seus seios. — Ou isso? — A cicatriz cumprida próximo ao ombro direito. — E isso? — A marca circular em volta de seu pescoço, mostrando que algo cortante quase decepara sua cabeça. — Todas resultantes de algumas das centenas de competições e lutas das quais participei como gladiadora, no coliseu de Kankoa.

— E o que exatamente isso tem a ver comigo? — Levantou as sobrancelhas bem feitas.

— O coliseu não muita coisa. — Deu de ombros, tornando a abotoar sua camisa. — Mas a história que vou lhe contar agora talvez. — Encarou-a sem modificar sua expressão, após terminar de ajeitar a vestimenta.

Ayanara rolou os olhos, expressando tédio, ao mesmo tempo em que se largava de forma folgada na cadeira. Miyuki, por seu turno, não se deixou levar pela atitude da outra morena. Tinha certeza de que aquela postura iria mudar assim que começasse a falar.

— Era uma vez uma menina radiante e alegre, que possuía alguém em quem confiava acima de qualquer coisa, pois se sentia segura e feliz ao lado dele. Aos 7 anos, porém, descobriu que para ele não era apenas uma garotinha indefesa e inocente, mas sua presa sexual preferida. — Não interrompeu sua fala nem mesmo ao ver Ayanara virando o rosto bem esculpido para ela, significativamente transtornada. — Essa garotinha cresceu sendo abusada por aquele a quem ela mais amava e tornou-se refém desse mesmo homem após adulta. Essa garotinha poderia ser você. Mas não é de você que estou falando. — Colocou sobre a mesa uma das pastas que trouxera com ela, abrindo-a em frente à cortesã.

Com o olhar vacilando, Ayanara baixou seus olhos até os arquivos expostos. Lá havia a foto de um homem parrudo, já de bastante idade, numa cadeira de rodas, algemado e indiciado por tráfico humano, organização criminosa e abuso sexual de adolescentes menores e crianças.

— Sawabi Mura. Antigo dono do Coliseu de Kankoa, detentor de mais de 100 prisioneiros gladiadores. E o homem que me criou após eu e minha irmã caçula ficarmos órfãs durante a Guerra Joui.

Alguns segundos de silêncio se instalaram, mas logo foram interrompidos pela voz fria de Ayanara, a qual tinha acabado de fechar a pasta com desdém.

— Tentar me envolver na sua história, não fará com que eu abre a minha boca, capitã.

Ignorando a fala desdenhosa da mulher em custódia, todavia, a ex-gladiadora continuou.

— Quando eu e ela ficamos órfãs, fomos levadas por um dos grupos que raptavam crianças para venderem no tráfico humano, o que naquela época era tão comum quanto plantação de arroz nos campos do Japão. Chegamos ao Coliseu com 5 e 3 anos respectivamente. Mura-san já tinha centenas de gladiadores à sua disposição, mas sempre estava buscando por mais, já que muitos morriam em batalha ou envelheciam. E por mais que ele fosse o senhor de todos nós, nos dava comida, teto, roupa limpa e uma vida minimamente digna para o que podíamos chamar de seus escravos. Muitos, inclusive o admiravam grandemente, pois haviam perdido tudo na Guerra e ali tinham o que chamavam de um lar. Percebe-se que essas pessoas realmente não haviam conhecido muita coisa digna para chamarem seu cárcere de lar — ironizou. — Mas eu estava dentre esses. Aquele homem nos tratava, a nós duas e às outras crianças, como filhas e filhos. Mas em troca de toda a afeição e mimos, retirava algo muito mais precioso de todos nós.

Pausou um momento para pegar fôlego. Não era uma história da qual ela gostava de se lembrar.

— Eu e Neidine éramos as preferidas. E como duas crianças que não conheciam nada além daquilo, achávamos que era normal e assim eram todas as famílias felizes. Nós estávamos apenas retribuindo todo o amor que ele nos dava. — Sorriu com amargura. — Nós nunca deixamos o coliseu sozinhas após termos sido levadas para lá. Nas raríssimas vezes em que saíamos, ele estava conosco o tempo todo. E assim foi uma vida inteira. Até 11 anos atrás eu achava que filhas e pais fazerem sexo desde sempre não era nada demais, apenas uma demonstração de amor fraternal mais íntima. — Sorriu mais uma vez, mas agora tornando a ironizar. — Foi quando aquele homem com olhos de peixe-morto e cabelos prateados apareceu colocando o coliseu abaixo que eu descobri que não. Sabe o que foi pior? Descobrir que eu havia permitido minha irmã viver sob aquela desgraça por toda vida, sem fazer nada contra isso. Porque a qualquer reclamação ou conversa que ofendesse a Mura-san, eu o defendia com unhas e dentes. Afirmando que o mundo todo estava errado sobre ele e sobre nós.

— Você desenvolveu Síndrome de Estolcomo — afirmou sem emoções aparentes, embora fosse visível que já havia desistido de fingir frieza e indiferença diante do que ouvia.

— Sim — confirmou. — E isso deu muito trabalho para a Shinikayou. — Riu com a amarga lembrança. — Eu precisei quase perder minha irmã, quando o desgraçado a usou como refém e escudo, para entender que aquele homem a quem eu dizia tanto amar destruiu a minha vida e a minha saúde mental.

Fez mais uma pausa, ao lembrar-se daquele momento em específico.

"— Me deixe morrer em paz! — gritou com o resto de ar que ainda existia em seus pulmões já tomados pela fumaça preta que os cercava.

 A morena se debatia nos braços do homem, tentando inutilmente livrar-se deles, para jogar-se em meios às chamas que devoravam as arquibancadas e a própria arena.

— É o que eu mereço por ter feito da vida da minha irmã um inferno! Quando eu é quem deveria protegê-la! Então ao menos me deixe morrer fazendo algo de útil. Minha vida não tem importância diante das vidas de todas essas pessoas! — As lágrimas que deixavam seus olhos vivamente azuis evaporavam no mesmo instante em que tocavam o chão de terra aquecido pelo fogo.

Se ela conseguisse atravessar as chamas e chegasse ao alarme de incêndio, poderia salvar a vida daqueles que ainda restavam no coliseu. Mas o homem que a agarrava por trás, impedindo-a de se mover dali aparentemente estava inflexível sobre aquilo, mesmo que ela já tivesse o ferido o bastante para que uma torrente de sangue abandonasse seu ombro direito a cada vez que ela se debatia tentando livrar-se dele.

— Se você acha que merece a morte por não ter protegido sua irmã, então é por esse motivo que tem que querer continuar a viver! — ele gritou de volta, ainda a segurando. — Você não pode reparar o seu passado, mas pode mudar o seu futuro, se esforçando para viver no presente! — Num gesto rápido, pulou, com ela ainda em seus braços, para o lado, caindo no chão batido após desviar da coluna que desabara sobre eles.

Ela agora havia parado de se debater, mas seu corpo chacoalhava encolhido contra o peito do homem, inconscientemente buscando refúgio para a dor que consumia não o seu corpo, mas sua alma.

— Eu prometi a sua irmã que tiraria vocês duas daqui, e não pretendo carregar o fardo de descumprir mais essa promessa. — Ele não gritava mais, mas ainda carregava firmeza em suas palavras. — Se você acha que não vale mais a pena viver por você mesma, então viva pela sua irmã."

— E ainda assim, mesmo contrariando-o, difamando-o e quase o matando, Gintoki não desistiu de me tirar dali e me salvar até o último minuto. — Focou seu olhar de volta à cortesã. — E ele não mudou nada desde então, porque continua protegendo a esse tipo de pessoa, como eu e você, mesmo que sempre se torne o vilão da história por isso.

— O que quer dizer com isso? — Devolveu o olhar firme, retomando a postura rebelde de antes. — Ele pode ter sido seu príncipe encantando, mas não jogue esse feito heroico pra cima de mim. Ele sequer se importou comigo ou com minha filha em momento algum — acusou, retomando em sua mente as lembranças da ameaça que ele a fizera ainda em Edo.

Miyuki, por sua vez, abriu a outra pasta trazida por ela, revelando a foto de uma moça que parecia não ter mais que 17 anos, com uma bebê que aparentava viver o auge de seus 3 anos. Ambas tinham os cabelos negros amarrados em Maria Chiquinhas, e faziam caretas para a câmera, sorridentes.

Ayanara levou alguns instantes para processar o que via.

Aquela era Yuki. Era a sua filha, a qual não via há muito mais que uma década. Sua menina agora mais do que nunca se parecia com ela própria. Eram os mesmos olhos, os mesmos traços delicados e que pareciam desenhar uma boneca de porcelana. Exatamente como ela naquela idade.

Sentiu seus olhos arderem, do mesmo jeito que o coração ardia em saudade. Nos últimos 17 anos havia vivido como refém de seu irmão unicamente para protegê-la, para mantê-la a salvo. E não se arrependia de nada o que havia feito até ali por isso.

Aquela foto, porém, não trazia apenas sua filha. Havia uma criança. E aquela criança era perturbadoramente semelhante a sua menina e a ela própria, com exceção dos olhos.

Aqueles eram os olhos de seu irmão.

Aqueles eram os olhos de Inori.

— O que significa isso? — Encarou Miyuki de maneira desesperada, pedindo silenciosamente que estivesse enganada e que a capitã desfizesse o engano.

A morena da Shinikayou devolveu o olhar com tristeza.

— É exatamente o que parece, Ayanara. Essa é sua filha, Yuki, em uma foto tirada há três meses com sua neta, Nano. Filha de Inori, como a sua própria filha também o é.


Notas Finais


E aí? Quem quer matar Inori vagarosamente? 0/

Espero que tenham gostado, pessoal! Até o próximo capítulo. <3


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