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História Redemption - Capítulo I - Unexpected Meeting



Notas do Autor


Como prometido, aqui estamos nós de volta, reescrevendo Redemption pra vocês! \O/ O mangá de Gintama chegou ao fim, uma era prateada maravilhosa está findando com ele. Mas não fiquemos órfãos! Vamos ler fanfic e ser feliz. :3
Pra quem é novo aqui, seja bem-vindo, não se assuste com as informações novas (pq serão todas explicadas) e aprecie a história! Pra quem já é de casa (se ainda tiver alguém aí), Okaeri! :3 Dê um oi pra nois e volte a surtar com todas as tretas (e sofrimento) que preparamos pra vocês! A fic está ainda mais recheada depois de a reestruturarmos! ♥
(O database estará disponível em alguns dias. ^^)
Boa leitura, meu povo! ;)
~Marimachan
*~*~*
Então... Gintama acabou e estamos aqui de novo (é, de novo, acho q isso já foi explicado, né Marima-chwan?) com esta dolorosa maravilhosa fanfic
Eu realmente não sei o que dizer aqui. Eu deveria fazer uma piada, talvez?
Bom, vou dizer apenas que temos ainda mais planos mirabolantes pra essa história, e vcs vão ter que nos aguentar KKKKKKK
Boa leitura
E boa sorte
~Ginko

Capítulo 1 - Capítulo I - Unexpected Meeting


Fanfic / Fanfiction Redemption - Capítulo I - Unexpected Meeting

Ele ainda faria aquela pirralha crescida pagar cada centavo do dinheiro suado que ganhara no pachinko e que agora estava sendo obrigado a pagar por aquele saco de ração e pelos pacotes que carregava. Aquele monstro branco de quatro patas não havia diminuído a quantidade de comida que ingeria em uma semana (assim como sua dona) e, no final das contas, mesmo que tenha ficado dois anos fora, quando voltara quatro meses atrás, passou, de novo, a ser o único responsável por sustentar aquela pirralha ingrata e a bola de pelo.

Naquela manhã, o prateado acordara com Kagura o chutando de seu futon, o mandando ir fazer compras para o almoço e a comida de Sadaharu, que acabara no dia anterior, enquanto ela ficava em casa fazendo o café da manhã (que estaria pronto da noite anterior, feito por ele, se ela não fosse uma louca esfomeada). E para não ser jogado escada abaixo por uma yato raivosa, ele fora obrigado a levantar-se, sentindo o peso da ressaca lhe atingindo, para ir comprar o que tinha de ser comprado. E aqueles ingratos infelizes sequer o ajudavam com as compras!

Enquanto praguejava Kagura e Sadaharu, Gintoki caminhava pelas ruas lotadas de Kabukicho, seguindo para sua casa, aonde ambos o esperavam com a comida. Estava tão concentrado em sua tarefa mental, que sequer percebia bem o ambiente a sua volta ― embora ele tivesse que confessar que o álcool ingerido na noite anterior talvez ainda tivesse algum efeito também ―, e fora dessa forma que acabara esbarrando em alguém. Não dera mais atenção ao fato além de pedir desculpas e observar o homem de chapéu caminhar já longe, mas a sensação de reconhecimento que o tomara brevemente o deixara consideravelmente desconfortável. Preferindo ignorá-la, contudo, seguiu seu caminho, não demorando muito a chegar em casa. Já estava deitado em seu sofá, prestes a voltar a dormir, quando finalmente entendera o que acontecera naquela manhã.

— Gin-san — o jovem otaku chamou, aproximando-se do móvel.

— Patsan... — ainda deitado de bruços, balbuciou com a voz abafada, a cara sendo amassada contra o estofado. — O Gin-san está de ressaca, você não vê? — Sentou-se com dificuldade, mostrando propositalmente uma cara de doente para o rapaz. — O Gin-san andou como um condenado por Edo para trazer o almoço. O Gin-san precisa de descanso. O GIN-SAN NÃO AGUENTA MAIS PIRRALHOS CHATOS CHAMANDO POR ELE!

O pobre Shinpachi se escondeu do repentino escândalo do chefe atrás da manga de seu kimono, mas infelizmente não rápido o suficiente para impedir todas as gotículas de saliva de chegarem a seu rosto.

— EU SÓ QUERIA TE FAZER UMA PERGUNTA! — gritou de volta.

— O QUÊ?!

O mais novo suspirou, a fim de se acalmar, pensando que não valia a pena continuar respondendo no mesmo tom de seu chefe retardado, e então retirou algo da mesma manga que usou para se proteger.

 — O que é isso. — Entregou um envelope nas mãos do mais velho, que o recebeu com estranhamento. — Estava em um dos pacotes de compra — explicou enquanto limpava o rosto e os óculos.

― Hã?! Acha que eu sei sobre todas as cartas do mundo? ‘Tá me achando com cara de carteiro?  — respondeu com mau humor.

— Bem, está destinado pra você. Eu vou terminar o almoço — avisou já voltando para a cozinha, por mais que a curiosidade falasse alto.

Gintoki, por sua vez, permaneceu sentado, observando o pequeno envelope que continha apenas seu nome escrito. Ainda sem fazer ideia do que se tratava, abriu-o, logo vendo que não era apenas uma folha de papel, mas sim duas. Sentindo cada vez mais uma sensação de alerta crescer, passou para o primeiro conteúdo do envelope, que na verdade era uma carta.

O soco no estômago que sentira ao reconhecer aquela caligrafia não tinha nada a ver com a ressaca, disso ele tinha certeza. Passando a ler as palavras escritas caprichosamente com a caligrafia floreada, sentia-se vagar cada vez para mais longe e para lugares de sua mente os quais ele preferia não visitar. Após terminar sua leitura, porém, automaticamente passara para o segundo conteúdo do envelope, com esperanças de saber quem permitira que aquela carta chegasse a suas mãos. A folha cortada no meio, por sua vez, trazia uma caligrafia espichada, embora elegante, com não mais que duas frases: “Talvez isso te refresque a memória. Encontre-me hoje, ao meio-dia, no Restaurante Yoshinoya.”.

Levantando seus olhos, enxergou o relógio pendurado do outro lado; já eram 12:05. Sem pensar duas vezes, levantou-se já seguindo para saída, com o envelope em mãos.

— Gin-san, o almoço está pron...to — o Shimura mais novo avisou, aparecendo na sala, mas a única coisa que vira fora a beirada do kimono já sumir depois da porta.

O jovem ainda tentou chamar o chefe das escadas, mas aparentemente ele estava com muita pressa, pois já sumia ao longe por entre os transeuntes na rua.

(...)

Caminhando por entre as mesas ocupadas pelas pessoas que àquela hora almoçavam, Gintoki tentava encontrar seu correspondente anônimo. Não precisou mais que um minuto, entretanto, para encontrá-lo, pois reconheceria aqueles olhos heterocrômicos em qualquer lugar. Andando a passos largos, embora lentos, o yorozuya alcançou a mesa mais afastada ao ar livre, de onde o homem o observava se aproximar. Ao que ele a alcançou, o sujeito pronunciou-se primeiro:

— Estava começando a pensar que você não viria. — Usava o mesmo tom com o qual o prateado estava acostumado ao se tratar dele, neutro e calmo. — Quanto tempo, Gintoki. — Esmerou um leve sorriso, seus cabelos negros amarrados em um rabo de cavalo baixo¹ esvoaçando com a brisa.

— O que significa isso? — questionou mais sério do que de costume, largando o envelope sobre o tampo amadeirado.

O homem de meia-idade observou criteriosamente ao outro antes de responder a pergunta.

— Bem, essa carta está conosco há muito tempo. Achei que estivesse na hora de entregar a seu destinatário. Considere como um presente após tantos anos sem nos encontrarmos.

— O que você quer, Kasai?

— Agora? Quero que você se sente e almoce comigo. — Apontou a cadeira vazia em frente; mas logo suspirou quando não teve o pedido atendido. — Vamos lá, Gintoki. — Escorregou o cardápio pela madeira. — Faça seu pedido, é por minha conta. Temos muito que conversar.

Por alguns instantes, o samurai apenas permaneceu de pé, com cara de poucos amigos, ponderando se devia ou não.

— Assim estamos melhor — Kasai comentou mais uma vez, vendo o mais novo sentar-se e abrir o menu.

— Por que está aqui?

Não teve sua resposta de imediato, pois a garçonete chegara para anotar os pedidos.

— Vamos direto ao ponto então? — perguntou assim que a moça deixou a mesa. — Ok. — Ajeitou-se na cadeira. — Estou aqui para te levar pra casa — anunciou de forma concisa, observando a expressão do outro transformar-se aos poucos.

— Eu estou em casa — retrucou, sentindo sua paciência gradativamente se esvaindo.

— Podemos reformular a frase então — respondeu sem alterar seu tom. — Estou aqui para te levar de volta para de onde você nunca deveria ter saído.

— Claro, porque eu irei voltar correndo — ironizou, vendo sua paciência se perder um pouco mais. — Quer que eu te leve nas costas também?

— Você irá voltar. — Bebeu um gole da bebida quase transparente que continha em sua taça.

— E por que tem tanta certeza? Eu me esforcei bastante para me manter longe daquele lugar.

— Exatamente — concordou, abandonando a vidraria sobre a mesa. — Não acha que já fugiu o bastante de seu destino durante essas décadas, Gintoki? — questionou ainda muito calmo, embora agora o olhar firme se aprofundasse nas orbes avermelhadas.

Gintoki desviou seus olhos para as pessoas que o cercavam.

— Sinto em fazê-lo perder seu tempo, mas eu não irei voltar.

Kasai, por sua vez, soltou o ar lentamente antes de apoiar suas mãos cruzadas sobre o tampo, passando a encarar o prateado seriamente.

— Eu tenho uma ordem, Gintoki. Ela me diz que tenho que te levar de volta para Aokigahara, nem que para isso eu precise tomar qualquer atitude drástica. Então, se você quer tanto quanto eu que não envolvamos atitudes drásticas nisso, você irá voltar.

— E isso foi uma ameaça — constatou com sarcasmo, adicionando mais um grau à irritação que demonstrava através das sobrancelhas franzidas.

— Um comentário informativo — respondeu voltando a recostar-se, agora cruzando as mãos sobre as pernas também cruzadas.

— E por que diabos querem tanto que eu volte?!

— Já passou da hora de você assumir o posto para o qual foi designado naquela cidade. Souichirou-sama quer você em Aokigahara, e se Souichirou-sama quer, é o que você deveria estar fazendo sem questionar. — Seu tom agora tornara-se levemente acusativo, embora ainda sério. — Mas veja bem, não é tão ruim assim. Você se tornará um dos homens mais importantes de Seikigahara, e inverteremos o papel aqui. — Apontou para si e depois para ele. Ficou alguns segundos em silêncio, observando o olhar ainda irritadiço do outro, que permanecia perdido entre as pessoas que ali circulavam. — Pense melhor, Gintoki. Assumindo suas responsabilidades será muito mais fácil para você conseguir o que sei que quer.

— Acho que posso muito bem conseguir uma Aspirina sem ter que sair de Kabukicho.

— Redenção. — Sorriu ao ver que conseguira finalmente fazer com que o mais novo voltasse a lhe encarar. — É isso o que você veio buscando, perdido por aí, sua vida toda após fugir, não é?

— Não me lembro de procurar por isso em qualquer momento da minha vida — devolveu agora mais sério que antes. Algo começava a mexer em seu estômago incomodamente.

Kasai aprumou-se, colocando suas mãos sobre a mesa novamente. Seu olhar bicolor encarando fixamente os olhos avermelhados.

— Quantos pecados você já cometeu, Gintoki? — Sua voz era tranquilaa, mas não deixava de ser inquisitiva.

O prateado, por sua vez, não respondeu.

Queria apenas ir embora. Conhecia o homem à sua frente há muito tempo e ainda lembrava-se como ele era perfeitamente capaz de entrar e remexer a mente de suas “vítimas” com maestria. Algo o impedia de levantar-se e largar o mais velho falando sozinho, porém. Mesmo que soubesse sobre as habilidades manipulativas de Kasai não conseguia simplesmente ignorar suas palavras. Sendo assim, apenas o encarou, calado, enquanto a garçonete finalmente trazia os pedidos.

— Eu e você sabemos que foram muitos — continuou o moreno ainda no mesmo tom. — Viemos te observando desde que deixara Aokigahara.

― Me observando? Perdi as contas de quantos de vocês precisei matar pra me deixarem em paz ― lembrou com amargura.

― Sim, e você nunca se perguntou porque finalmente o fizemos? Não foi apenas por você ter encontrado aquele homem, posso te dar certeza ― afirmou com ironia. ― Assim que Souichirou-sama assumiu a liderança do clã, ele nos ordenou para pararmos. Ainda assim, permanecemos te observando, até que ele novamente ordenasse por sua procura. Você sabe que eu prezo pela eficiência no cumprimento das minhas ordens, então costumo me adiantar no que sei que um dia me será útil. Agora, voltando ao assunto anterior. — Ergueu a mão direita para enumerar os próximos termos. — Seu mestre, mais que uma vez, seus amigos... e ela — Apontou então para o envelope jogado sobre a mesa. — Estes pecados não trouxeram consequências apenas para você, Gintoki. — Afiou o olhar. — Outras pessoas foram atingidas por eles, e Souichirou-sama está entre elas. Você o deve mais que a qualquer outra pessoa, e continuar fugindo da sua história, provavelmente cometendo mais pecados ao negar-se voltar, não é a melhor forma de pagar isso. Eu te entreguei esta carta porque achei que deveria te lembrar do que você fez e o porquê você fugiu. — Sua voz então alcançara um tom mais autoritário. — Seu lugar não é aqui. Seu lugar é em Aokigahara, servindo ao seu pai, porque é isso o que você o deve, no mínimo. E acho que deveria ficar feliz por ele estar apenas pedindo que eu o leve de volta e não que o mate ou mate a todos que te acolheram nas últimas décadas. Agora, você tem até amanhã à noite para pensar sobre o assunto e decidir sem vem ou não comigo. — Ajeitou-se melhor na cadeira para dar início a sua refeição. — Sem precisarmos das medidas drásticas. — O observou brevemente antes de pegar seu hashi. — Itadakimasu.

(...)

— Oe — chamou o barman, pedindo uma nova dose, sendo prontamente atendido, e pedindo em seguida que a garrafa fosse deixada por ali mesmo.

Mesmo que tivesse iniciado seu dia prometendo que não iria mai beber tanto na vida, não estava muito preocupado com a quebra da promessa — ou a ressaca do dia seguinte. Quem sabe não acabaria morrendo por coma alcoólico? Encarou o líquido de cor âmbar no copo, levantando-o até a altura de seus olhos, apertando-os em uma careta pensativa. Será que isso poderia ser considerado suicídio?

Esperava que não. Ao menos morreria sem se sentir culpado por quebrar outra de suas tantas promessas que fizera na vida.

Sorriu, ironizando a si mesmo. O quão desprezíveis eram aqueles pensamentos. A que ponto ele havia chegado, não?

Suspirou pesadamente, engolindo em seguida a bebida de uma só vez.

Ele poderia simplesmente mandar Kasai à merda, negar sua volta. Sabia que se contasse a todos aqueles que o cercavam, imediatamente iriam reagir e, se preciso fosse, enfrentariam outra guerra para ajudá-lo. Não tinha dúvidas disso; já tinham demonstrado que provocariam outra guerra se fosse necessário para ajudá-lo. A única coisa da qual não tinha certeza naquela noite era se, depois de tantos anos fugindo de seu passado e de si mesmo, ele ainda permaneceria correndo daquela maneira.

A verdade é que as palavras de Kasai não tinham qualquer mentira ou exagero intrínsecos; eram as mais verdadeiras e coerentes que ele tinha ouvido nos últimos anos.

Passara sua vida inteira fugindo das consequências de suas próprias escolhas; afundando-se na lama que todo o sangue que derramara criava sob seus pés; ignorando tudo isso e jogando para aquela parte de sua mente que ele raramente acessava, apenas para conseguir viver mais um dia. Perdera as contas de quantas vezes ganhara tudo e em seguida perdera tudo; perdera tudo sempre por meio de suas próprias mãos. De novo, e de novo, e mais uma vez. Em um ciclo sem fim.

A verdade maior ainda é que ele estava cansado de viver fugindo de si próprio a vida toda. E foi por esse motivo, após horas ponderando sobre tudo e todos naquele bar de esquina, que tomou sua decisão.


Notas Finais


¹ - Desenho do Kasai: https://i.imgur.com/YYQRKty.jpg
E então? Queremos saber o que acharam desse primeiro capítulo, completamente reescrito! Comente, mesmo que seja apenas para dizer "amei" ou "ficou um cocô" kkkkk
Queremos a opinião de vocês! ^^
Um grande beijo, meus queridos! E até o próximo, que não vai demorar muito. ;)


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