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História Redenção. - Uma promessa muda.


Escrita por: UchihaTenshi

Capítulo 25 - Uma promessa muda.


 

O corpo de Temari estava estendido no chão e Shikamaru tinha total consciência de onde ela estava, planejava levar aquela luta pra mais distante, mesmo na morte cuidaria da loira, mas o ódio parecia falar mais alto que o bom senso e o sentia em cada célula de seu corpo. O primeiro homem parecia uma criança segurando uma espada de madeira, mal conseguia ergue-la na altura de seu próprio quadril, o Nara o chutou no estômago e ele pareceu não saber como respirar enquanto estava caído no chão, o segundo foi rápido e socou o rosto de Shikamaru, o moreno caiu para o lado e sorriu o encarando. Não se importava em morrer, abraçaria a morte e levaria mais almas consigo e sorriria ao encontrar Temari onde quer que ela estivesse esperando por ele. O gosto do sangue preencheu sua boca com a mesma velocidade que ele girou no chão agarrando a espada caída, a lâmina fria passou pela pele do homem que gemeu e gritou, o sangue escorria enquanto a noite parecia se tornar carmim e o cheiro de ferro sobrepunha o da terra , os gritos ao longe indicavam que uma luta começara e Shikamaru queria gritar um grande foda-se para o mundo quando um dos homens o atingiu cortando a barriga do moreno e o fazendo gemer de dor.

– O mundo é meio ingênuo não é? – Falou baixo se colocando de pé enquanto um dos homens o encarava erguendo a espada, o menor que havia sido o primeiro a cair já estava longe, havia corrido e não houve tempo pra pensar que a maioria dos soldados não passavam de crianças crescidas que lutavam pra ter o que comer, mas os escravos não eram assim também?

 

Hinata se forçou a olhar, queria vê-lo e como sentia saudade daquele homem, como queria que o mundo inteiro se acabasse em sangue enquanto ela e Naruto viveriam em uma casinha perto do clã Hyuuga onde Boruto pudesse brincar, mas nada disso existia e Hinata cerrou os próprios dentes se virando para Toneri.

– Deixo-o ir. – Falou baixo e o albino a olhou sorrindo, os olhos grandes e afetados mostravam prazer em ver Naruto sozinho contra seus homens.

– A guerra só vale a pena ser lutada para saborearmos o sangue de nossos inimigos. – O Otsusuki falou sorrindo e ela olhou novamente enquanto um soldado com um elmo de touro se jogou contra Naruto, um dos chifres de ferro da armadura do homem rasgou a lateral do braço do Uzumaki e a morena motivada por algum sentimento maior correu afastando as mãos de Toneri de si.

Naruto não sentia mais dor. Sentia vontade de pedir um momento para sentar e rir, ele só sentia saudade. Os golpes não eram de raiva para matar aqueles homens, eram de raiva por impedir que ele chegasse à Hinata, era fácil sentir falta da morena e sentir a presença da morena em cada parte de sua vida. O sorriso de Boruto era idêntico ao da mãe e quando o menino ainda chorava tão triste antes de dormir o coração de Naruto parecia se quebrar antes de ser colado pedaço por pedaço por esperança ou raiva e ele não havia parado pra pensar qual era o sentimento que mais o motivava.

A fisgada no braço direito veio quase junto com o sangue e ele não se importou, girou o corpo segurando no elmo do homem e puxando o grande corpo contra a própria espada, girou a espada ainda dentro do homem e o som dela se movendo nas entranhas do soldado fez seu instinto se sobrepor novamente, mas não teve tempo de puxar a espada e dois homens estavam sobre si, os Deuses deviam lhe cobrir com um manto protetor, Uzumaki Naruto tinha uma dança só sua, possuía ânsia em matar e parecia ser possuído por um demônio de força incomum quando lutava, era a própria Kurama viva destroçando os inimigos que um a um caíam. Decepados, mutilados, abertos com as tripas caindo pela pele gordurosa e flácida.

– Naruto. – Hinata falou olhando para o loiro que puxava a própria espada ainda cravada no corpo de outro homem e ele a encarou encharcado de sangue, dele, de outros, dos deuses que o abençoavam e quando a distância parecia ficar pouca a morena caiu subitamente para trás, não fora difícil saber que Toneri atrás da Hyuuga a havia puxado, mas o ódio de Naruto apenas aumentou quando viu as mechas dos cabelos azulados entrelaçadas nas mãos no homem de cabelos brancos.

– Não encosta nela. – O Uzumaki falou com raiva e a morena se debatia tentando se soltar do general, a dor do lado esquerdo do corpo veio forte e sentiu o tronco da árvore contra seu corpo, tossiu com dor e se ergueu apoiada na árvore.

Toneri o encarava com raiva.

– Um escravo. – Falou para o homem que parecia possuir o coração da mulher que desejava.

– Sou mais livre que você. – Naruto respondeu andando de modo que sempre ficavam frente a frente, uma dança que antecipava a morte.

– DEIXE-O IR! – O grito de Hinata não fez com que nenhum se virasse e Toneri apenas sorriu calmo e soltou o ar pela boca.

– Posso ter o que quiser. – O albino falou o olhando. – Você não é nada Uzumaki, além de um corpo vazio que servirá como lição pra cada maldito escravo que vive sobre essa terra.

Naruto fechou os olhos abrindo os braços como se recebesse um banho de chuva, o corpo ferido e marcado estava tenso e os olhos azuis pareciam ferozes demais pra um simples humano.

– Não pode tê-la. – Falou voltando a olhar para Toneri que apertou mais a mão ao redor do cabo da espada. – Ela pertence a mim.

– Ela é minha. – O homem falou parecendo com raiva e Naruto sorriu novamente, com escárnio, com um sentimento que Toneri não sabia reconhecer. – Ela me pertence, porque pertenço a ela também.

O grito de Toneri fora alto e grave, com raiva e ódio e a espada do general tilintou contra o aço da espada de Naruto, o primeiro golpe fora tão perto do rosto do Uzumaki que Toneri mordeu a própria língua antecipando o golpe.

“ A espada é uma extensão de seu corpo”

Naruto sempre se lembrava daquele ensinamento, Minato ensinou o filho a usar tantas armas e ele se tornou um maestro em matar.

– Jogarei seu corpo na latrina. – Toneri riu. – Pra virar esterco.

Naruto não precisou responder, a espada novamente se chocou contra o aço que o homem carregava e diferente das outras vezes, o Uzumaki a pressionou com mais força fazendo com que o albino desse um passo pra trás, o albino se abaixou rapidamente golpeando o ar onde Naruto estava antes e o loiro o golpeou na coxa, fazendo com que o albino levantasse o olhar pra ele.

– Você não encostará suas mãos em mim. – Falou antes de se jogar novamente, com maestria e raiva.

A raiva é o único sentimento igual para todos os homens, na raiva a humanidade não existe, apenas um amontoado de carne agindo de maneira insana, Hinata olhava aquilo com pesar e sentia o medo dominar cada parte de seu ser, o ódio era alimentado aos poucos como uma fogueira que ilumina uma festa enquanto as pessoas jogam restos em si, mas a raiva era um fogo descontrolado que apenas consumia incansavelmente.

A raiva era perigosa e os dois homens que lutavam pareciam movidos apenas por ela.

Shikamaru se deitou contra a terra batida, o corpo de Temari caído ao seu lado oposto e ele não se moveu. A respiração desregular era reflexo do cansaço, mas ele não se importava, queria se levantar e degolar todo o exército de Orochimaru, queria lutar e matar todos. Não havia mais ninguém a quem proteger, sabia que Ino ficaria bem, Gaara se importava tanto com aquela cabeça oca que morreria por ela. Shikamaru virou a cabeça em direção a loira e respirou fundo, ele também daria sua vida por Temari, mas havia chegado tarde demais não é mesmo? Sentiu o liquido quente escorrer pelo rosto e duvidou das próprias lágrimas, ah Temari! Como a amava. Mas não importava mais porque ela era apenas mais um corpo em meio a tantos naquele campo aberto. Suspirou e se sentou tirando o braço de um dos homens de cima de si e jogando para o lado onde o corpo deveria estar, ele não se importava e agradecia mentalmente a Sasuke por ter amolado o fio da espada antes de partirem, ele os havia retalhado e por mais errado que fosse, sentia-se orgulhoso por isso. Levantou-se caminhando devagar até o corpo da loira e sentiu o coração parar, mas precisava leva-la, cuidaria de um enterro digno e colocaria a cabeça de Orochimaru em seu túmulo para homenageá-la, protegeria a família da loira. Cuidaria de tudo, passou a mão pelo braço da princesa e virou-a para carregá-la, mas diferente do que acreditava, ela ainda respirava.

Pelos Deuses, Temari respirava e Nara Shikamaru chorava em silêncio apertando o corpo contra o seu. Não sabia rezar, nunca havia rezado... mas agradeceu baixo por tê-la viva para si e prometeu baixo não deixa-la mais. Ergueu o corpo no colo e então percebeu a situação em que Temari estava, o braço com a carne queimada e ele não sentia raiva, não importava se faltasse os braços ou as pernas, ainda era sua e era isso que importava. Caminhou para o lado oposto enquanto a casa principal do terreno era saqueada, foda-se. Seu pensamento estava concentrado no pequeno movimento que Temari fazia enquanto respirava.

Naruto estava ofegante, mas Toneri não ficava atrás a respiração era cansada e pequenos cortes e hematomas tomavam o corpo de ambos, Hinata sabia que havia quebrado algum osso importante, porquê lhe doía os pulmões quando respirava, queimava a garganta quando gritava e não conseguia se levantar sem parecer que uma estaca lhe empalava, o barulho dos passos vieram rapidamente e mais dois soldados chegaram rapidamente onde Toneri estava. O Uzumaki praguejou baixo, sentia que morreria se ficasse mais ali, não conseguiria lutar mais, mas queria matar Toneri, ah como queria enfiar a mão pela garganta do albino.

– Quero ele morto. – Toneri falou respirando pesadamente e os homens se entreolharam focando em um ponto atrás do loiro.

– Terão que matar dois. – Sasuke passou por Hinata indo para o lado do Uzumaki, a amizade e parceria permitia que se comunicassem apenas com o olhar e Naruto sorriu de lado.

– Sempre querendo a fama por minhas lutas. – O Uzumaki falou em tom brincalhão e cuspiu na terra deixando um rastro com seu sangue. – Mas dois a dois parece mesmo mais justo.

Sasuke negou com a cabeça.

– Você já se divertiu bastante. – O Uchiha estralou o pescoço dando um passo a frente do Uzumaki que se permitiu sentar-se no chão enquanto o moreno avançava para os oponentes.

Toneri não era burro.

Não...

Pelo contrário e todo o tempo em campo aprendera a hora certa de retirar seus exércitos e se preparar para um ataque ainda maior, fora assim com o exército de Rasa, o rei morto e seria assim com Naruto. Lançou um último olhar para Hinata que parecia um ser do mundo inferior, branca, pálida e com os olhos sem vida, sorriu a encarando e sabia que a morena lera em seus olhos a promessa de voltar para buscá-la. Virou as costas caminhando para longe, não correu. Um Ostusuki não corre do campo de batalha, passou pelos corpos de seus homens e não os olhou, viu corpos de crianças, de escravos e teve vontade de urinar sobre aqueles malditos. Toneri caminhou enquanto seus homens avançavam e entrou na mesma carroça que levaria a si e a Hinata, sabia que Shion cedo ou tarde morreria, ele mesmo faria questão de matá-la, mas ver Hinata golpeando a loira daquela maneira apenas o excitava ainda mais. Sentiu o veículo se movimentar rapidamente e encarou a si mesmo.

Sujo, com as vestes rasgadas e sozinho. Teve vontade de rir.

– Devemos ir para as montanhas? – O cocheiro perguntou aos gritos e Toneri fechou os olhos com o semblante calmo novamente.

– Vamos para a cidade. – Respondeu baixo e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios. – OROCHIMARU!

Gritou para o cocheiro e não o viu assentir na noite escura, a carroça virou bruscamente a direita e se embrenhou na escuridão da noite, o cheiro de sangue não o incomodava.

O cheiro de sangue parecia doce.

 



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