1. Spirit Fanfics >
  2. Redenção (autora desistiu de continuar) >
  3. Selvagem

História Redenção (autora desistiu de continuar) - Selvagem


Escrita por: Anadiadorim

Notas do Autor


Aviso - para os mais sensíveis, recomendo cautela nesse capítulo! (olhem os avisos da fanfic!!!)

Capítulo 9 - Selvagem


Um som metálico ressoou pela terceira vez no quarto naquele começo de manhã. – Senhor, o senhor Loki está tendo visita.

Tony se revirou na cama, resmungando qualquer coisa. Jarvis se calou por um instante e, de repente, uma música muito alta começou a tocar no quarto. O engenheiro se ergueu rapidamente, olhando para os lados. – Mas que porra é essa? Jarvis!

A música cessou instantaneamente. – Senhor, o senhor Loki está tendo visita, - avisou pela quarta vez.

-Agora? Quem?

-Faz quinze minutos que a senhora Sif foi até o andar dele.

-Por que não me avisou antes? – e se levantou da cama, colocando seu roupão. – Ligue o monitor.

Uma imagem surgiu na tela, onde Sif andava pelo quarto do rapaz o observando. Tony pode ver que ela havia retirado seu punhal e parecia estar em uma grande dúvida. – Merda! Jarvis, fala para o capitão ir ao andar de Loki agora! – E o engenheiro correu para o elevador.

Sua mente trabalhava freneticamente. Colocar a armadura? Talvez imobilizá-la com alguns golpes, ou com o poder de uma pistola. Quando chegou ao andar, pegou uma arma escondida em uma parede falsa e se dirigiu ao quarto dele. Lá, viu Sif olhando pela janela com cautela e olhos desconfiados. – Senhora Sif, o que faz aqui? – intimou com a arma destravada em uma das mãos.

Ela se virou para ele surpresa e forçou um sorriso. – Apreciando a vista.

-Está escuro ainda, - ele apontou a arma para ela na penumbra. – O que faz aqui?

Loki, que ainda dormia, se remexeu e começou a abrir os olhos. – O que acontece aqui? – Ele se ergueu, esfregando os olhos. – Sif? Stark?

-Você está bem? – perguntou Tony sem tirar os olhos dela.

O rapaz franziu a testa. – E por que não estaria?

Sif estreitou os olhos. – Ele é um prisioneiro. Posso vir aqui sempre que achar necessário, - disse com voz dura.

-Você estava apontando um punhal para ele.

Ela arregalou os olhos por um momento, depois se recompôs. – Isso é absurdo. Não há motivo para tal. Estava inspecionando o andar. Ouvi barulhos aqui, e umas sombras estranhas. Pergunte ao seu servo Jarvis.

-Como assim?

-Eu perguntei a ele se ele ouvira algum barulho estranho. Ele disse que não detectou nada. Mas eu ouvi.

Stark abaixou a arma e deu uma risada oca. – Estamos em Nova York. Barulhos estranhos é a norma.

Naquele momento Steve apareceu no quarto empunhando seu escudo. – Tudo bem aqui? – perguntou inspecionando o ambiente.

-Apenas uma checagem, capitão, - disse o engenheiro ainda sem tirar os olhos de Sif.

Ela tornou a falar. -Jarvis também disse que eu estava proibida de ir até esse andar. É verdade?

Tony engoliu em seco. – Sim...

-Mas pelo elevador. Tomei a escada, então.

Mas que porra...

-A ideia da escada foi sua?

Ela riu. – Não sou ignorante, Stark, do funcionamento desse reino. Já vim aqui duas vezes no passado. Sei como funciona uma construção como essa. Vocês precisam de “escadas de segurança”, é assim que se fala?

-O que veio fazer aqui, a essa hora? – perguntou o capitão.

-Inspecionar, checar, coisas de rotina. Fazemos isso com nossos prisioneiros, nas masmorras. Sem horários pré-estabelecidos, criando elemento surpresa.

Steve riu amargo. – Para deixa-los loucos.

Ela sorriu. – E isso importa? Condenados são párias. Não merecem bom tratamento.

Loki havia se erguido e colocado seu roupão. – Fico enlevado com a conversa de vocês, mas peço para me deixarem a sós. Preciso tomar meu banho.

Sif bufou. – Depois eu e Fandral teremos uma conversa com você, Loki.  Uma conversa particular. – E ela saiu a passos duros.

-Nervosinha, - resmungou Tony.

O rapaz ergueu a sobrancelha para ele e se retirou para o banho, batendo com força a porta do banheiro. – Ah, ainda com raiva? – perguntou em voz alta. Ele ouviu como resposta o barulho do chuveiro. – Inferno... Não sei lidar com adolescentes!

-O que Sif realmente fazia aqui? – perguntou o capitão.

-Isso que teremos que descobrir. Vamos até meu escritório, vou mostrar o vídeo de uma hora atrás.

~o ~

Tony havia convocado Bruce e Natasha para verem, também, o vídeo daquela manhã. Viram, inclusive, antes da chegada da asgardiana, umas sombras estranhas na janela. – O que seria aquilo? – perguntou Bruce ainda de pijamas ajeitando os óculos.

-Pode ser qualquer coisa,- disse Steve. – Até um avião sobrevoando e fazendo sombra da lua.

-Está nublado lá fora, - avisou Tony. – E o andar de Loki é muito alto para termos sombras de outros prédios. - O engenheiro foi até seu bar e começou a encher seu copo. – Alguém está servido?

Natasha foi até ele e tomou seu copo. – Vamos nos manter sóbrio, Tony. E isso ainda vai matar seu fígado, - e jogou a bebida pelo ralo da pequena pia.

-Ei, essa bebida foi presente de um sheik! – E ele olhou para a garrafa. – Forneci alguns armamentos para ele, na época, e ele me deu essa garrafa de presente. E uma linda assistente.

Steve rolou os olhos. – E Sif tentou matar Loki ou o quê? Muito suspeita essa atitude dela e é muito perigoso deixa-la perto dele. Eu pensei, Tony, que você tinha barrado a ida dela até ele!

-Eu fiz! – Ele bateu a mão no balcão do bar com raiva. – Mas eu me esqueci das malditas portas. Terei que colocar um sensor em cada uma delas, com permissões estabelecidas. Farei isso hoje, eu prometo. – E ele suspirou. – Vão ter que ser ligadas a um gerador também, caso tenhamos corte de energia, etc. Nos andares abaixo todos já possuem, por segurança, e ninguém de lá tem acesso a esses daqui.

-Tony, eu ajudo você, - disse Banner. – Isso é muito primordial, a Sif não pode mais se aproximar dele sem supervisão.

-E aquele outro, o Fandral? – perguntou Steve. – Será que devemos restringi-lo também?

-Eu o acho mais tranquilo, - disse a espiã. – Não parece que odeia Loki, que apenas cumpre o que foi mandado.

-Tudo bem, farei isso hoje. – Disse o engenheiro. - Vou ligar para uma empresa que tem essas coisas já prontas, instalam nessa manhã mesmo. Terei que obter a leitura das impressões de retina de cada um de vocês para cadastro, essas coisas.

Natasha pôs a mão no ombro dele. – Tudo bem, Tony. Vai dar tudo certo.

Ele assentiu. – Aproveito o momento e mostrar os relatórios que extraímos das pesquisas dos rastreadores.

Quando todos terminaram de ler, Natasha disse: – Então nós temos essa possibilidade, de Loki estar sendo perseguido.

-Sim, Nat. Ele está sendo monitorado, temos quase certeza.

Bruce suspirou. – Estou preocupado conosco, também. O que acertar Loki nos acertará. E será feio.

-Agora ficamos, sem querer, torcendo para que Thor volte logo, - disse Steve infeliz.

-Temos que tirá-lo daqui, talvez? – perguntou ela. – Ou não vai adiantar?

-Esses rastreadores devem estar em vários lugares, não só aqui. – afirmou Bruce. - As amostras de Coulson são apenas algumas delas.

-Eles estão fazendo uma varredura mundial, tentando detectar outros alienígenas, - disse o engenheiro. – Tudo por debaixo do pano, Fury não quis perder tempo consultando o Conselho.

-Fora que o Conselho iria adorar que alguém pegasse Loki, - disse o capitão. – Iria poupar trabalho a eles.

Natasha suspirou. -Essas sombras que vimos podem ser um indício do monitoramento deles. Eu acredito que Loki deva ser tirado daqui para evitarmos um dano a Torre e as pessoas de Nova York. Sei que temos esses rastreadores em todo lugar, mas poderíamos ir para um lugar sem moradores e lidar com danos menores. – Ela fez uma pausa. – E também devemos tentar tirar aquelas pulseiras dele.

-Como? – perguntou Banner.

-Com o Homem de Ferro ou com o Hulk.

-É muito perigoso, Nat! – disse o doutor. – E não temos garantia que conseguiremos. Estamos falando de magia!

-Não há outro jeito, devemos tentar mesmo assim. Loki está muito vulnerável do jeito que está. Ele será presa fácil de Thanos ou quem estiver por trás dessa vigilância. Eu não acredito que ele se voltará contra nós ou contra qualquer alvo da Terra. Ele estava salvando vidas, lembram? Talvez Loki até nos ajude a lidar com esses invasores.

Tony respirou fundo. – Eu concordo, mas acho que será difícil tirar Loki daqui. A dupla dinâmica logo notará a ausência do nosso Rock Star e avisará para o dedo duro espacial. Será um inferno, posso apostar.

-E se tirarmos a pulseira dele primeiro? Aí ele poderá ir embora, sem termos que o deslocar.

-Asgard pode ver essa ação e nos impedir. – Avisou Steve. – Temos que ser muito rápidos.

-E mesmo que sejamos rápidos, eles verão e será um inferno, - repetiu-se Tony pegando um drink. Natasha olhou para ele criticamente. – Tomarei uma bebida mais barata. Aceitam?

-Deveremos fazer uma escolha. – Disse Bruce. – Será um inferno, Tony, de qualquer forma. Desde o momento em que optamos acolher Loki escolhemos isso.

-Estamos comprometidos até o pescoço, - concordou Steve. – Se recuarmos... Não sei se conseguirei me olhar no espelho.

Natasha se levantou e foi até Tony, tirando sua bebida. Ela bebeu todo o conteúdo do copo em um só gole. – Meu fígado está solidário com o seu. – E ela suspirou. – Eu preciso pensar. Precisamos pensar numa maneira eficiente para lidar com isso. Há muitos poréns em tudo que conversamos agora. Coisas que podem dar muito errado.

Steve se ergueu desanimado. – Você tem razão. E eu preciso tomar um banho, tomar um café e pensar melhor. Acho que poderemos nos reunir mais tarde para repensar uma estratégia melhor.

Bruce assentiu. – Eu também concordo. Vou me preparar para o dia, - e apontou para seus trajes de dormir. – Não em sinto apto para decidir nada com pijamas.

Nat deu um sorriso mínimo. – E vocês estão me vendo de moletom, nada de roupas sensuais para dormir. Acho que acabei com a ilusão de muitos.

Tony deu uma risada. – Eu já sabia...

-Tony...

Ele se esquivou de um tapa e se dirigiu para fora. – Vamos, então, o dia nos espera.

~o~

No quarto de Loki, ele comia em sua bandeja trazida por Tony. O engenheiro também comia e observava o silêncio teimoso do asgardiano. – Não vai falar mais comigo? Que pena... Eu tenho uma sensacional caixa de donuts com cobertura de chocolate, e querida dividir com um amigo. – Ele suspirou, fingindo desconsolo enquanto abria uma caixa com rosquinhas. – Com quem poderei dividir? Banner? Aquele vive de dieta. Rogers? Ele adora empurrar doce para os outros, mas ele mesmo não come. Um cretino. Romanoff também não come, diz que engorda. – Ele deu de ombros e olhou fixamente para os doces. –Bom, só se vive uma vez, não é? - E mordeu um bom pedaço de um dos doces.

Loki fingia que nem escutava enquanto bebericava seu café. Suspirou pesadamente e olhou para o lado, ignorando totalmente a outra pessoa no ambiente.

-Está tão gostoso, Lokes! Cho-co-la-te. Imagina derretendo em sua boca...

-Ora, cale-se, Stark! – Ele depositou a xícara com força no pires. – Dê-me uma! – E esticou a mão.

-Não! Isso é somente para meus amigos.

Loki ficou indignado. – Isso não é justo! Vocês me acusam de coisas e devo ficar feliz?

-Eu não te acusei de nada! Foi o agente 666. E nós precisamos de sua ajuda para solucionar esse caso, Loki! – E fez uma cara de triste. – Por favor, o que te custa?

Ele ergueu as mãos. – Tenho essas benditas pulseiras, Stark. Como ajudarei?

Tony esticou as mãos e segurou o pulso dele com cuidado para que Loki não o repelisse. – Me deixa ver, talvez o Homem de Ferro consiga tirar. Eu poderia tentar.

O olhar de Loki mudou sutilmente. – Mesmo?

-Sim, vamos ver um momento apropriado, sem o olhar de você-sabe-quem.

O rapaz sorriu rapidamente, voltando a sua expressão neutra habitual. – Por que estão me ajudando? Realmente?

-E por que você está curando pessoas?

-Eu perguntei primeiro.

Tony deu uma risada. – Espertinho, estamos perguntando isso desde que o capturamos.

Loki deu de ombros. – Não posso responder a tudo, Stark, como já disse. Há coisas envolvendo segredos que não são todos meus.

O engenheiro ficou um tempo olhando para o rapaz com carinho e Loki corou. – O que foi?

-Ah, nada. Sabe, Lokes, eu poderia adotar você, se quisesse. Poderia ser meu filho e morar aqui comigo. Quer dizer, se não for ruim, e pode trazer sua Sigyn, mas acho que no caso dos dragões, eles serão difíceis de ter aqui na Torre, ou mesmo na Terra... A mesma coisa da serpente. Serpente gigante seria definitivamente um problema, elas soltam algum tipo de veneno? Já vi no National Geografic umas que expelem uns jatos, e, sabe, te matam na hora e...

–C-como? - O asgardiano arregalou os olhos e ficou mudo, olhando para o bilionário sem acreditar no que ouvira.

-É verdade, as serpentes expelem venenos...

-Não, a outra coisa! Sobre adoção...

-Oh, sim, por que o espanto? Já disse que você é um cara bem legal. Eu te levaria aos shows de rock, estudaria numa faculdade, eu pegaria no seu pé por conta dos farelos de comida nos sofás, por não lavar a louça, essas coisas. Mas não permitirei drogas nessa casa! Só álcool. Ou maconha, que a meu ver nem é droga. Seria divertido.

O rosto de Loki se contorceu em agonia. – Por que se diverte com essas coisas? Por que zomba de mim? – Ele se ergueu, derrubando vários itens da bandeja. – Gostaria de ficar sozinho!

Tony olhou atônito para ele e segurou um dos braços do rapaz. – Calma, Loki, eu não estava zombando de você, era sério!

-Me solta! – Ele deu um forte puxão, quase derrubando Tony. – Eu não gosto de brincadeiras!

-Por que acha que é brincadeira? Loki, quem não gostaria de te ter como filho?

O asgardiano olhou com amargura para Stark e rolou os olhos. – O rei Odin, por exemplo. É óbvio.

Oh, merda... Me esqueci do imbecil.

-Ele não conta, está gagá. Alguma coisa no cérebro dele não deve funcionar.

-Ele é o rei mais sábio de todos os reinos. O mais inteligente. O mais poderoso. Deve ter feito cálculo sobre mim e visto que não tenho valor.

Tony bufou. – Loki, eu não sei como é lá em Asgard, mas para mim deve ser uma merda, pois um reino que recusa alguém como você para mim não serve, e foda-se que Odin é o pica das galáxias, ele é um imbecil pedante para mim. Foda-se Odin, foda-se Asgard! Me lixo para eles!

-Eu sou um jotun, sou um monstro...!

-Monstro? – A voz dele estava alterada. – Monstro é quem abandona o filho no meio de uma guerra. Monstro é quem adota e depois despreza, deixando a criança vulnerável no meio de todos. Porra, Loki, não vê que você é uma vítima disso tudo? Que eles estão errados, seu pai Jotun, sua mãe não sei da onde, e Odin? Monstro o cacete!

Loki franziu a testa. – Mas... meu pai jotun não me abandonou, Stark...

-O que?

O rapaz engoliu em seco e desviou o olhar. – Isso é segredo, ninguém pode saber disso.

-Por que?

-Por que isso pode gerar uma guerra.

Naquele momento soou um som metálico pelo ambiente. – Senhor Stark.

-Jarvis, estou ocupado agora e...

-A empresa de instalação de sensores está aí.

-Fala para esperarem.

-Eles estão com pressa, disseram que fizeram um encaixe na agenda para o senhor.

Tony bufou. – Ninguém funciona sem mim. Loki, eu vou voltar e terminaremos nossa conversa. – E ele se dirigiu a porta, sem antes olhar para o rapaz. – E eu falei sério. Pense nisso. – E saiu.

Loki voltou a se sentar na cama e procurou acalmar sua respiração. O que estava acontecendo com esses mortais?

~o ~

Na cozinha, Steve e Bruce tomavam seu café da manhã na bancada, afastados de todos.

-Asgard está demorando, - sussurrou Steve para o doutor. – Faz dias que Thor se foi. Isso me dá um mau pressentimento.

O olhar sombrio do doutor pousou no capitão. -Demorando ou não, acho que já sabemos qual será a resposta deles. Não vejo como eles não farão as vontades do rei.

Eles olharam para os asgardianos que tomavam suas café em suas canecas assistindo alguma coisa na televisão. – Estão bem adaptados aqui, - disse Bruce. – Precisamos ficar de olho nela.

-Tony instalará os sensores. Ela não poderá mais ir até ele.

-E você e Loki? Ele ainda não fala com você?

Steve abaixou a cabeça. – Fala, mas friamente. É um direito dele. Eu acho que estava incomodando.

O doutor sacudiu a cabeça. – Não acho que seria isso. Ele é apenas um rapaz muito sensível. Eu aconselho a tentar se reaproximar dele. Por você e por ele.

Rogers ficou vermelho. – Não sei o que quer dizer com isso...

Bruce sorriu condescendente. – Acho que sabe sim. Mas é uma escolha sua.

Fandral havia se erguido do sofá após tomar uma bebida dada por Sif e estava indo para o elevador. Ela olhava para ele de onde estava e depois retornou ao seu café com um sorriso nos lábios.

-É só eu, mas o sorriso dela dá arrepios? – perguntou o capitão com cara fechada.

-Acho que deve ser uma reação natural de todas as pessoas de bom senso, - respondeu o doutor incomodado.

Fandral foi até o andar de Loki e, saindo do elevador, foi direto para o quarto dele. Ele o encontrou olhando pela janela com olhar pensativo. – Loki?

-Oh, Fandral...

O guerreiro sorriu. – Vim te visitar, você está bem? Está com os olhos vermelhos. – E ele se abanou um pouco. – Está calor aqui...

-Estou gripado, uma doença desse reino. Esse ar de Midgard é horrível... – respondeu limpando os olhos. – O que quer?

O outro deu de ombros. – Apenas visitar.

Loki deu um sorriso irônico. – Ou se desculpar por Sif. Ela veio hoje me visitar, enquanto eu dormia. Segundo Stark, ela tentou me matar.

Fandral abaixou a cabeça. – Vocês nunca se deram bem.

-Ela seria presa, Fandral. Masmorras. Não iria sobreviver lá.

-É, ela não gosta muito de ratos... E perderia Thor para sempre.

O rapaz assentiu, virando-se novamente para a janela. – Deveria voltar para Asgard. Esse serviço te diminui. O de cão de guarda.

Fandral se abanou novamente. – Não estou passando bem. Sinto calor e formigamento.

Loki suspirou. Não tinha graça nenhuma provocar o outro, que era um pouco ingênuo. – Vá até seus aposentos e tome um banho frio. Deve melhorar.

-Preciso perguntar uma coisa para você... Disse algo para os mortais? Sobre aquilo?

-Não se preocupe, Asgard está segura, - respondeu com amargura.

Fandral se aproximou dele, tocando no braço do rapaz. – Eu sinto muito, Loki. Gostaria que pudéssemos ser amigos.

-Nós éramos, quando crianças, - e ele se afastou um pouco. – Mas depois você só deu ouvidos para Sif e para Thor.

O guerreiro deu um passo para frente, analisando o príncipe dos pés a cabeça. – Eu me arrependo. Poderíamos tentar, aqui e agora.

Loki deu outro passo para trás. – Aqui e agora o quê?

O guerreiro se aproximou mais e pegou nos braços dele. Os olhos deles estavam escurecidos e frios. – Ser amigos.

-Eu não dei permissão para que me tocasse! – E tentou se desvencilhar.

-Eu... eu preciso confessar algo, - disse sem soltá-lo. – Sempre o achei tão bonito! Desde criança... Você sempre me intrigou.

O príncipe olhava com espanto para o outro. – Fico surpreso, mas quero que me solte agora! Está me machucando...

Fandral o puxou mais para si. – Você me trazia bolos da mesa real, lembra? O que eu mais gostava...

-Eu era criança. Por que se lembra disso agora?

-Você gostava de mim!

Os olhos de Loki brilharam. – Eu só queria um amigo. Era só isso. Eu não tinha ninguém, só Thor, não era pelo que está pensando. Agora me solte! – E tentou bruscamente se soltar. Fandral o segurou com mais força, agora o empurrando contra a parede.

-Eu sempre falei para Thor que seus olhos são os mais belos que existem. Essa cor verde é de um verde que nunca vi em lugar algum, só em seus olhos.

-Me solta! – E Loki deu um chute nele, acertando sua coxa.

Fandral nem se importou. – Ele não gostou de ouvir isso, você sabe, Thor sempre foi muito possessivo em relação a você. Ninguém podia falar nada sobre você, sua beleza, sua graciosidade, que ele realmente rosnava. – Ele riu. - Todos diziam que você era ergi, mas eu achava isso bom.

Loki lutava para se soltar, desferindo mais chutes, e agora tentou acertar o rosto dele, sem sucesso. Fandral pegou as mãos dele e as prensou contra parede com uma de suas mãos. – Sempre arisco... Você lutou assim também, contra Thor?

O sangue de Loki gelou com aquela frase. – Maldito...! – E cuspiu nele.

Fandral sorriu e beijou o outro com violência, apertando a mandíbula de Loki para obter total abertura da boca. Sua língua invadiu a boca dele, deslizando com fome em tudo que encontrava. O corpo do guerreiro prensava o corpo de Loki, o firmando contra a parede e se esfregando nele, tentando obter espaço entre as pernas. Fandral parou o beijo, liberando a mão para deslizar para dentro das calças de Loki. – O que temos aqui, hum?

-JARVIS! –gritou Loki na primeira oportunidade.

-Senhor?

E ele sentiu logo a seguir um forte tapa no rosto, que o deixou zonzo por uns segundos. E depois outro, do lado oposto, que o fez cambalear. Em pouco tempo ele era jogado ao chão e Fandral o prensou por cima.

O guerreiro tinha agora um olhar selvagem. – Sua putinha, pensa que vai escapar de mim?– E o beijou novamente, forçando a entrada com o mesmo aperto na mandíbula. Loki conseguiu se soltar e começou a soca-lo com força no rosto, fazendo Fandral recuar.

-JARVIS, CHAME STARK...!

-Sim, senhor.

Agora o guerreiro desferiu um forte soco em Loki, e este desmaiou por um momento, o sangue já escorrendo de seu nariz. Fandral respirou fundo, irritado, e pôs as mãos na borda da calça do outro, puxando para baixo até os joelhos. Ele passou as mãos no membro flácido do príncipe. – Lisinho... Vocês jotuns são todos assim? Ou elfos? – Loki começou a voltar a si, gemendo de dor. - Não vai se animar comigo? Tudo bem, eu me animo por nós dois, o que acha?

Loki soltou um lamento triste e raivoso, e Fandral sorriu. - Vamos, você vai gostar também, pensa que não sabemos? – E ele segurou as mãos do outro. – Seja bonzinho e não se machucará muito, hum?

-Não, Fandral, não...! – implorou com voz fraca.

Fandral o virou de costas e ficou por cima dele. – Você é frio, como um jotun, mas eu esquento a gente... – Disse no ouvido dele.

Loki entrou em pânico e se mexeu com ferocidade, mas Fandral era muito mais pesado. Sua respiração tornou-se difícil e ele começou a hiperventilar. Fandral dizia sujeiras em seu ouvido enquanto abaixava as próprias calças.

A porta do quarto se abriu com violência e dela saiu Stark em sua armadura, lançando um raio bem em direção a Fandral. Este foi lançado contra a parede com muita força, soltando um urro de dor. Loki cobriu o rosto por conta da luz e depois foi rastejando para longe, tremendo muito. – Stark...

Tony foi direto para ele, sem desviar o olhar do outro asgardiano. – Venha, Loki, cubra-se.

Steve chegou logo depois com seu escudo, acompanhado de Natasha. - Bozhe moy! (Meu Deus!)– E ela foi até Loki devagar. – Vamos, vou te ajudar a se cobrir...

Stark foi até Fandral apontando sua arma. – Não ouse revidar, seu filho da puta! Vou mata-lo se tentar algo!

Loki já estava fora do quarto, levado por Natasha, e Steve dava cobertura para o engenheiro. – Que coisa nojenta, vocês são nojentos!

Fandral sacudia a cabeça, tentando entender o que tinha acontecido a ele. – Você me bateu forte!

-Fique quieto, não fale nada! – rosnou Stark. – Será mandado hoje mesmo para Asgard, não quero você nem a outra nem um minuto a mais na minha Torre. FORA!

-Espere... – Ele tentou se erguer. – Eu tenho ordens de ficar aqui.

-Por Deus, suba sua calça! – Disse Steve enojado. – Você cometeu um crime aqui, tem sorte que não iremos prendê-lo.

-Oh, prendê-lo... – Disse Tony. – Seria uma boa ideia. Poderíamos chamar Fury aqui. Jogá-lo em uma das prisões de segurança máxima da S.H.I.E.L.D. Seria perfeito.

-Tony...

Ele bufou, raivoso. A cara odiosa de Fandral olhava para ele, em expectativa. Matá-lo salvaria o dia.

-Senhor, - soou a voz metálica, - senhora Romanoff solicita sua presença.

-Estou ocupado agora, Jarvis. O que ela quer?

-Senhor Loki desapareceu.


Notas Finais


Obs. a opinião do personagem sobre drogas não reflete, necessariamente, a minha opinião... :)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...