Depois de receber aquela mensagem, desabei de joelhos ao lado da cama de Lysandre em lágrimas. Olhar meu amigo naquele estado e saber que tudo aquilo era culpa minha doía demais. Ele era doce, gentil, leal e agora estava ali, inconsciente e cercado por tubos completamente dopado.
— Me desculpa, Lys. Se eu pudesse evitar, jamais teria deixado você correr perigo. Eu sinto tanto... - Levantei do chão e me apoiei na cama de hospital. Encostei minha testa de leve na dele e murmurei baixinho.
— Está tudo bem com você, Mel? - Armin tocou levemente no meu ombro fazendo dar um sobressalto.
— Armin, o que está fazendo aqui? - Me levantei rapidamente limpando as lágrimas do rosto com as mangas da blusa.
— Eu não pude ir para aula hoje, mas quando fui até o colégio para te procurar durante o castigo fui informado pela diretora sobre o acidente. Eu sabia que iria te encontrar aqui. Afinal, Lysandre é o melhor amigo de seu namorado. - A expressão de Armin carregava uma mistura de ironia e tristeza. Sobrancelhas arqueadas e tom de voz mais agudo que o normal.
— Ele também é meu amigo, Armin. Eu ficaria ao lado dele mesmo que não estivesse envolvida com Castiel e faria o mesmo por você se estivesse passando por algo deste tipo. - Me sentei novamente na cadeira e abri a mochila para procurar um lenço.
— Toma, Mel. Eu ouvi você dizer que isso era culpa sua. O que quis dizer com isso? - Armin sorriu de canto e estendeu um lenço que tirou dos bolsos.
— Eu não quero envolver mais gente nisso, Armin. Vá embora, por favor! - Peguei o lenço e apontei irritada para a porta.
— Não vou a lugar nenhum, Melissa. Você precisa do apoio de alguém neste momento difícil e estou aqui para ajudar. - Armin se ajoelhou apoiando a palma das mãos na minha coxa.
— É tudo culpa minha. Eu devia ter ido embora quando tive a chance e poupar vocês de tanta merda. - Abaixei a cabeça e suspirei profundamente.
— Sobre o que está falando, afinal? Mel, olha para mim! - Armin se inclinou na minha direção e segurou meu queixo.
— Eu acabei de receber essa mensagem de um número desconhecido. Demorei até juntar as peças, mas só pode ser uma espécie de vingança macabra de alguém para me atingir.
— Este é o seu aparelho? Eu jurava que você tinha outro modelo de celular. - Armin pegou o celular e ficou analisando.
— O Castiel me deu o aparelho antigo dele. Dragon mastigou o meu.
— E seu chip está aqui? - Armin levantou-se e coçou a cabeça intrigado.
— Como vou saber? Eu apenas dei um toque para Rosa e minha tia Ágatha e as duas sabiam que eu estava sem celular.
— E como a pessoa que enviou mensagem para este celular sabia que você estava com ele, Mel?
— Eu não sei, Armin! Onde você quer chegar com todas essas perguntas?
— Não é óbvio? Você está sendo monitorada de perto.
— Mas que droga e o que eu vou fazer? - Minha respiração acelerou e comecei a sentir palpitações. Quem poderia estar me espionando?
— Por hora, me deixe investigar algumas coisas. Por precaução é melhor certificar-se que as pessoas próximas a você estão bem.
— Preciso ligar para Leigh e Castiel, agora! - Peguei o celular e sai do quarto de Lysandre seguida por Armin. Liguei primeiro para Leigh que estava a caminho do hospital e garantiu que Rosa estava bem e lúcida. O número de Castiel só dava caixa postal.
— Merda, Castiel. Atende esse celular... - Coloquei o celular na bolsa e comecei a caminhar de um lado para outro no corredor.
— Se acalma, Mel. Você vai ter uma crise nervosa se continuar neste ritmo. - Armin aproximou-se e segurou meus ombros.
— Como posso me acalmar? Meus amigos estão correndo perigo por minha causa. Se algo acontecer a qualquer um deles eu não vou aguentar. Não posso prejudicar a vida de mais gente. Não posso. - Não pude conter minhas lágrimas e desespero. Eu não era tão sentimental daquela forma desde a perda de minha mãe.
— Vai ficar tudo bem, Mel. Vamos encontrar uma forma de resolver isso. Não chore, por favor. - Armin me abraçou com força na tentativa de me consolar.
— Larga ela, nerd. - A voz aguda de Castiel tomou conta do corredor me fazendo tomar um susto e me afastar de Armin.
— Castiel, você está bem! - Limpei as lágrimas e respirei aliviada.
— Eu estou consolando minha amiga que estava preocupada com você, idiota! - Armin foi se aproximando de forma intimidadora.
— Agora eu estou aqui e você pode largar do pé dela. Dá o fora ou vou precisar tirar você a força? - Castiel deu um forte empurrão em Armin.
— Chega, não podem brigar dentro de um hospital... Castiel, ele veio ficar comigo e você onde estava? - Me coloquei na frente de Armin.
— Se continuasse aqui naquele momento ia arrebentar a cara de Leigh. Fui dar uma volta para colocar os pensamentos no lugar. Procurei por você na escola mas não encontrei e quando vi suas ligações resolvi vir até aqui procurar. - Castiel respirou fundo e começou a falar.
— Droga, eu fiquei preocupada com você! - Baixei a guarda e fui na direção dele.
— Bem, acho que está na minha hora. Preciso ver o que descubro a respeito da mensagem misteriosa, Mel. Fica bem! - A voz de Armin mudou e quando pude perceber ele começou a se afastar.
— Espera, Armin. Muito obrigada por vir até aqui me apoiar. - Corri na frente dele e o abracei. Ele correspondeu dando um beijo na minha testa e sorrindo de canto. Logo depois disso, me largou e continuou caminhando até sair do hospital.
Voltei para perto de Castiel e notei que estava encostado do lado de fora do quarto de Lysandre. Olhava para o teto com as mãos no bolso e a perna dobrada apoiada na parede.
— Está tudo bem? - Murmurei ao me aproximar.
— Meu melhor amigo está internado, uma louca obcecada por ele está a solta e você parece decepcionada. Não poderia ser melhor... - Ele levou a mão direita até a testa.
— Alguém enviou uma mensagem ameaçadora a pouco. Atropelaram Lysandre para se vingar de mim... - Falei em alto e bom tom sem conseguir encará-lo.
— Que história é essa agora, Mel? - Ele arregalou os olhos e se colocou na minha frente.
— Cuide do seu amigo, Cast. Ele precisa de você agora. Vou deixá-los em segurança. Seja lá quem for que pretende se vingar, vai ferrar só com a minha vida. Foi um erro achar que poderia me envolver com você e manter amizades. - Virei de costas e comecei a caminhar sem olhar para trás.
— Espera, onde pensa que está indo? Vamos enfrentar essa merda juntos. Você não está sozinha. - Castiel segurou meu braço com força e deteve meu passo.
— Eu não posso colocar a vida de mais ninguém em risco. Não aguentaria perder você também... - Gritei puxando meu braço.
— A porra da vida é minha e eu escolho com quem devo arriscá-la. Você não vai embora. - Castiel me beijou com voracidade e paixão, seu braço direito envolveu minha cintura com força enquanto a mão esquerda segurava minha nuca. Era um sentimento tão intenso que perdi os sentidos por alguns segundos.
— Castiel... - Eu tentei protestar sem sucesso ao recuperar meu fôlego.
— Nunca mais fale deste jeito, entendeu bem? Para com essa mania idiota de afastar os outros. Lysandre vai se recuperar e vamos encarar tudo isso...
Não falei mais nada e apenas assenti com a cabeça. Ele pegou minha mão e entramos juntos no quarto de Lysandre. Leigh já tinha chego e estava sentado ao lado do irmão.
— Como eles estão? - Questionei Leigh ao me aproximar.
— Meu pai ainda está se recuperando e os médicos estão aguardando o organismo de Lysandre responder. A pancada foi muito forte e não sabem o que esperar. - Leigh abaixou a cabeça e pegou na mão de Lysandre.
— Ele vai se recuperar, cara. Meu amigo é mais forte do que parece. - Castiel apertou o ombro de Leigh.
Quando menos esperamos, Lysandre mexeu uma das mãos e começar a abrir os olhos.
— Ele acordou... - Gritei instintivamente ao presenciar aquela cena.
— Chame uma enfermeira, Mel. - Castiel apontou para porta e corri atrás de um médico.
O médico avaliou Lysandre que se queixava de muita dor de cabeça mas não lembrava-se do acidente. O médico preferiu deixá-lo em observação por uma semana. Isso me deixou mais tranquila, o hospital parecia ser o local mais seguro. Ficamos no quarto dele até tarde da noite. Lembro de pegar no sono na poltrona e quando acordei estava deitada na cama de Castiel.
— Como vim parar aqui? - Gritei ao me sentar na cama.
— Eu trouxe você, Mel. Estava apagada depois que descemos do táxi e tive de te carregar até a cama. - Castiel apareceu na porta do quarto só de cueca e com uma escova de dentes na mão.
— Lysandre está bem? - Ainda sonolenta, caminhei lentamente até ele.
— Ele vai ficar completamente recuperado em breve. Por hora, o lugar dele é no hospital em observação e junto do irmão.
— E aquela mensagem, Cast? Quem está buscando vingança não vai parar em Lysandre. - Me encostei na parede próximo da porta.
— Podemos pensar nisso amanhã, Mel? O dia foi cheio e precisamos descansar... - Ele reclamou ao secar o rosto com uma toalha.
— Como preferir! E por falar nisso, onde foi parar minha calça? - Não tinha me dado conta que estava apenas de lingerie e camiseta.
— Eu gosto de você sem ela. Tirei um pouco depois de colocar você na cama. - Ele jogou os cabelos para trás e me lançou um sorriso que eu conhecia bem.
— Você não vale nada! Só pensa nisso? Nosso amigo ainda está se recuperando no hospital... - Joguei os quadris para o lado apoiando uma das mãos na cintura e a outra na parede.
— Exatamente, ele está se recuperando e não está aqui agora. Você fica muito gostosa quando se encosta na parede assim.
— Cretino! - Larguei uma risada ao perceber que ele estava aliviado com a recuperação de Lysandre e tinha voltado a ser o mesmo safado de sempre.
— Você adora quando te provoco assim, confessa... - Ele colou o corpo junto ao meu puxando meu cabelo de leve.
— Não confesso nadinha. - Mordi o lábio dele em provocação.
— Se me morder de novo não respondo por mim, estou avisando... - Castiel murmurou no meu ouvido.
— To pagando para ver! - Respondi junto da boca dele o mordendo novamente.
— Você que pediu! - Castiel deslizou as mãos tirando minha blusa e meu sutiã em seguida.
— Vamos pro quarto! - Reclamei já seminua no corredor.
— Não, você vai ser minha aqui neste corredor. É seu castigo por tentar ir embora mais cedo...- Ele segurou minha coxa com força e começou a beijar meus seios.
— Isso é injusto... - Protestei de olhos fechados e louca de prazer. Ele se ajoelhou, tirou minha calcinha com os dentes e beliscou de leve meus mamilos.
— Você é uma delícia! - Ele balbuciou junto da minha boca me empurrando mais fundo contra a parede.
Naquele momento eu já estava dominada pelo prazer. Uma onda de eletricidade oscilava por cada centímetro do meu corpo. Ele me virou de costas e pude sentir sua ereção na minha bunda. Sem cerimônias, me encaixou junto de si e penetrou. Inclinei meu corpo e apoiei os dois braços na paredes. Ele me comandava com movimentos rápidos apertando minha cintura e deslizando os dedos na minha área íntima. O suor brotava da minha testa com o calor de nossos corpos e podia sentir fios de seu cabelo molhado quando ele apoiava a cabeça em meu ombro. Arqueei as costas ao senti uma onda de prazer me invadir. Soube que ele tinha chego no ápice quando arranhou meu quadril e beijou meu pescoço. Exaustos, tomamos um banho juntos e nos deitamos na cama para descansar. Peguei no sono lentamente com Castiel fazendo carinho no meu rosto.
— Mel, acorda! - Levantei no susto ao ouvir Castiel. Já era de manhã e ele parecia aflito de pé ao lado da cama.
— O que aconteceu? - Perguntei assustada.
— O Leigh foi até a casa de Rosa e ela sumiu...
— Como sumiu? Ela não pode ter desaparecido. Tudo de novo, não! - Gritei desesperada.
A tela do meu celular vibrou com uma nova mensagem. Era o mesmo número desconhecido do dia anterior que dizia: o jogo ainda não terminou, Mel.
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