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História Redingray - Desconstrução de Ideias


Escrita por: AnTenshii

Notas do Autor


Heey, people! \o

Demorei, mas voltei \o -qq E então, como passaram o natal?
Com essa loucura de fim de ano eu mal estava conseguindo escrever, maaas voltei com mais um cap que acabou de sair do forno. ~wee
Esse ficou bem mais light e um pouco hot, até porque a HyoMin precisa dar um respiro depois de tudo o que aconteceu cap passado, né não? xD

Boa leitura! <3

Capítulo 4 - Desconstrução de Ideias


Fanfic / Fanfiction Redingray - Desconstrução de Ideias

- Obrigado pela ajuda, YuBin.- disse ele, sentado na beirada da cama do hotel.

YuBin andava de um lado para o outro sem esconder a preocupação. Fora um choque receber a ligação de Mino depois de tanto tempo e ainda descobrir que a amiga havia desmaiado, pois, segundo ele, bebera demais.

- Eu não sabia que era você quem estava trabalhando com ela. Logo você!- não disfarçou o descontentamento, parando para observar a face sisuda do outro.

- E não estamos.

- Ela me contou sobre “a praga que JiHo colocou no caminho dela”.- contrapôs.

- Eu só trabalho com os melhores, você sabe. Não me faça ser responsável pelos erros dela. Eu não me importo.- baixou o tom para não acordar a garota que jazia na cama.

YuBin bufou, contrariada.

- Desde quando você ajuda alguém o qual não se importa?- alfinetou, mas ele ignorou sua acidez.

Levantou-se e se dirigiu a porta. Tinha coisas mais importantes para fazer do que perder tempo com um assunto ridículo como aquele.

- Ela não sabe o que faz.- resmungou.

Deu uma última olhada em HyoMin e então sumiu pela porta.

 

 

Horas antes...

 

Através das câmeras, B-Bomb observava sua melhor criação. Uma carapaça luxuosa e refinada que vestia o submundo dos jogos. Bebericou o líquido escarlate e se perdeu nas memórias de quando tudo começou, de quando a cor preencheu sua vida cinza.

- Sonhando acordado?- a voz familiar rompeu a linha de raciocínio.

- Pensei que não viria, meu caro! O que estava pensando quando sumiu de repente?- repreendeu, sentindo-se tão irritado quanto aliviado ao vê-lo novamente.

O rapaz se limitou a soprar um riso preguiçoso e se jogou num dos sofás de couro. Por um momento apreciou a imagem da sala que um dia fora sua também, mas o olhar tempestuoso do amigo sobre si tampouco era confortável.

- Vim apenas fazer uma visita rápida. Preciso que cuide das coisas aqui pra mim por mais algum tempo.- disse simplesmente.

- É por causa dela, não é?- questionou.

- Vi que contratou mais alguns trapaceiros. Espero que tenha lhes convencido, porque você sabe quais serão as consequências se abrirem o bico. É o tipo de notícia que os abutres adoram se fartar.- ignorou, os olhos perdidos num ponto qualquer.- Caos sempre dá audiência.

- Não acha que está sendo covarde por fugir do assunto?- reclamou.- Sei que ainda é recente, mas...

- B-Bomb, existe uma linha tênue entre verdade e mentira, por isso as pessoas se confundem. Não sou uma delas.- ele se levantou e tocou o ombro do amigo.- Mate ou seja morto. Ele a matou. Acha que vou ficar de braços cruzados sem fazer nada?

B-Bomb franziu o cenho e o encarou, insatisfeito.

- Até quando vai perseguir aquele homem? Não conseguiu nenhuma prova plausível para descobrir a identidade dele. É perda de tempo e as coisas não vão mudar mesmo que consiga. Ela não vai voltar à vida.

Mino bufou, contrariado. O irritava o modo como o amigo tratava o assunto como algo corriqueiro e sem graça.

- Outras pessoas estão pagando o preço também.

- Sejamos sinceros, você não se importa com os outros.

 

- - -

 

Mino bebericou seu uísque e observou suas cartas, parecendo concentrado enquanto aguardava uma atitude dos oponentes. Somente o jogo o tranquilizava.

Dobravam valores a cada rodada, as apostas estavam altas, mas o rapaz mantinha-se inexpressivo e calmo. Não se deixaria levar pela discussão de nível quase infantil que tivera com HyoMin, e muito menos a conversa com B-Bomb. Só ele sabia suas razões e não precisava de ajuda ou apoio.

O salão estava lotado naquele início de noite.

Homens engravatados esbanjavam autoconfiança como moldura para sua ganância. Vários deles ocupavam as mesas, envolvidos na jogatina que tivera início. Bebida e mulheres acompanhavam o caminho para o abismo, afinal, pôquer consistia numa troca simples. E os ceifeiros estavam por toda a parte.

Mino permitiu-se esboçar um sorriso mínimo de satisfação e surpresa ao ver mais um homem sucumbir àquela mulher da mesa ao lado. Ele desconfiava de que ela era uma ceifeira, mas seus atributos físicos falavam muito mais do que o ímpeto traiçoeiro e instigante.

Observou a delicadeza com que ela tomava as malas de dinheiro para si após ganhar a enésima partida no jogo, e não se preocupou em dar um pouco mais de atenção ao que ela tinha de melhor. Apenas desviou quando os olhares se encontraram.

Ele viu o brilho indecifrável nos olhos dela e a presenteou com seu sorriso mais cafajeste na simples intenção de provocá-la. Flerte também era uma arma. No instante seguinte, ela já estava sentada em seu colo, compartilhando a mesma bebida e trocando carícias por debaixo da mesa. Uma mensagem silenciosa que remetia a tudo o que uma mente pervertida como a dele poderia pensar. Porém, a frágil conexão foi quebrada quando ouviu seu nome ser chamado pela voz masculina.

Voltou o olhar para a partida que se desenrolava. Quatro cartas estavam viradas para cima na mesa e mais uma rodada teria início. A tensão se espalhava pelo ar em conjunto da fumaça de cigarros e charutos de todos os tipos.

- Vai dobrar, Sr. Song?- o moreno atiçou com o típico sorriso despretensioso.

Mino ponderou e olhou suas cartas novamente. Analisou a expressão do outro e maneou a cabeça, convencido. B-Bomb caprichara na seleção dos novos golpistas, afinal, era comum ter trapaceiros infiltrados a mando de um superior que não queria perder dinheiro.

- Aposto tudo.- disse, colocando suas fichas no centro da mesa.

- Interessante.- Seungri coçou o queixo. A ideia de mais um golpe lhe era agradável.- Faço o mesmo. Não tenho nada a perder, não é?

O moreno exibiu um sorriso largo e provocador. Pela reação dos outros três que ocupavam a mesa, era certo que não teriam cartas boas o suficiente para encobrir o valor do Full House que detinha nas mãos. Mino tinha suas artimanhas assim como o outro. No entanto, seu pensamento se dissipou quando viu HyoMin deixar o salão acompanhada pelo loiro.

O véu vermelho desceu sobre seus olhos e sufocou o autocontrole.

Apenas o som do disparo trouxe-lhe a razão de volta, quando viu o íncubus petrificar e definhar até virar um monte de areia a seus pés. Era assim que deveria ser e já estava acostumado com aquilo, só não esperava que a garota praticamente entrasse em colapso.

 

Mino praguejou enquanto caminhava pelos corredores do Onyx, lembrando-se que deixara a maleta com fichas que ganhara no pôquer no salão. Saíra tão apressado que sequer notara a falha, e a essa altura alguém já teria lhe passado a perna.

- Me fez perder dinheiro.- resmungou.

Havia considerado deixá-la se virar, mas sua parte responsável alertou-o de que HyoMin não seria capaz disso. Uma mera rata de computador nunca conseguiria lidar com os esgotos do mundo real. Ainda não entendia o motivo pelo qual JiHo a indicara. Não estava disposto a bancar a babá.

Seguiu para o estacionamento quando viu YuBin despontar no fim do corredor trazendo uma HyoMin pálida e perturbada consigo. Os passos dela eram vacilantes e o choque ainda inibia a fala ou qualquer pensamento dotado de lógica. Tudo era escuro e medonho como um filme de terror.

O caminho para a casa de YuBin foi ausente de conversas. Apenas uma música aleatória de Alice in Chains tocava no rádio para quebrar o clima pesado. HyoMin foi acolhida pelos braços da amiga, que lhe sussurrava palavras de conforto uma vez ou outra e perguntava se estava tudo bem. Um aceno tímido era tudo o que recebia.

As imagens horrendas de P.O ainda rondavam sua cabeça, ainda sentia o gosto em sua boca e os toques em sua pele. A areia ainda estava ali, grudada á camada fina de suor em seus braços. Nunca imaginou que tal criatura existisse, de fato. Mas agora todas as suas concepções haviam mudado e suas premissas caíram por terra. Íncubus existiam e realmente poderiam estar por trás de todas aquelas mortes. Inclusive ela teria sido uma das vítimas se Mino não tivesse chegado a tempo.

Ela olhou para o rapaz que dirigia, pensando em como ele sabia que algo do tipo aconteceria. Talvez todo aquele mau humor fosse um pretexto para que ela se convencesse de que era uma má ideia e se afastasse do covil de demônios. Como sempre, a teimosia e orgulho falavam mais alto, e ela percebera que sua dignidade não servia como um escudo. Um passo em falso e estaria morta.

Ao mesmo tempo em que se sentia fragilizada e assustada, tinha raiva por não ter conseguido fazer nada. Era apenas um objeto, uma marionete nas mãos do íncubus. Sem os equipamentos tecnológicos, HyoMin era inútil.

- Pra onde estamos indo?- questionou, tentando conter a tremedeira na voz e nas mãos.

- Minha casa. Já liguei para SeungHyun e ele ainda está no trabalho. Virá te buscar assim que sair.- avisou YuBin, fazendo HyoMin arregalar os olhos brevemente.

- Você o que?!

- Foi só uma bebedeira, baby. Não há nada para se envergonhar e nada para esconder do menino Choi.

- Eu não bebi tanto.- defendeu-se.

- Um descuido e alguém deve ter colocado o pozinho mágico no seu copo. Ainda bem que Mino estava lá e te socorreu antes que algum espertinho tentasse se aproveitar.

Os olhos de Mino encontraram os de HyoMin através do retrovisor, como se dissesse que poderia explicar depois. Claro que ele não contaria o real motivo para ela. E por falar nisso, como aqueles dois se conheciam? E o que YuBin estava fazendo ali?

 

- - -

 

- Acho que você me deve algumas respostas.- ela disse baixo, sentada ao lado de Mino na sala enquanto YuBin fazia sabe-se lá o que na cozinha.

HyoMin não queria transparecer suas fraquezas e inseguranças, mas era impossível ocultar todos aqueles sentimentos tempestuosos transitando por sua face. Tinha a sensação de que, se fechasse os olhos, P.O estaria ali novamente para terminar o serviço.

Mino, por outro lado, continuava estável e tranquilo, mas seus olhos transluziam caos –o que a deixou ainda mais preocupada.

- Vamos ter uma longa conversa amanhã. Por ora, descanse e tente não pensar muito nisso.- disse ele, fitando-a.- Ele te machucou?

Ela acenou negativamente.

- Eu nem sei o que pensar.

- É real.- afirmou, brincando com as chaves do carro.- Eles sempre estiveram entre nós, independente da crença ou descrença de cada um. Vejo que seus conceitos mudaram depois disso.

- E como não mudariam?- disse com amargor, abraçando-se.

- O que não mudaria?- a voz familiar aos ouvidos de HyoMin se juntou a conversa, curiosa.

SeungHyun passava pela porta, trazendo consigo o paletó amarrotado no braço e o cansaço e preocupação estampados em seu rosto. HyoMin não hesitou em abraçá-lo como o enorme urso de pelúcia que era e logo fora correspondida. No entanto, os olhos de SeungHyun não se fixavam em outra coisa que não fosse o outro homem ali presente.

Uma típica cena de ciúmes, Mino pensou.

- Você está bem? Não parece tão bêbada como YuBin me disse.- confidenciou ao pé do ouvido.

- É uma longa história.- ela murmurou.- Desculpe por fazê-lo vir aqui.

- Tudo bem. Eu estava na casa da montanha checando a vinícola. Não pretendia voltar hoje, mas eu faço qualquer coisa por você.- ele a confortou, soltando-a do abraço apertado.

Ele sabia quando HyoMin se escondia em seu casulo. Bastou olhá-la para detectar sua inquietação e até mesmo pavor em seu olhar. Não deixou de pensar no que poderia ter acontecido quando ela foi a campo, e ainda mais com um homem desconhecido e aparentemente pouco cuidadoso.

YuBin logo voltou a sala para cumprimentar o velho amigo. Entregou uma xícara de café para curar a suposta ressaca de HyoMin, e aproveitou para apresentá-lo a Mino. O clima não foi dos melhores.

Ambos se analisaram com um olhar crítico e julgador, mas nada disseram. As faíscas traduziam a indiferença de Mino e a seriedade de SeungHyun, que deixou claro que o rapaz receberia a culpa por qualquer coisa que acontecesse a HyoMin. Mino não era confiável.

Não demorou para que todos deixassem a casa de YuBin.

HyoMin procurou refúgio nos braços do noivo e não se importou em passar o noite no apartamento dele. Queria apenas se agarrar ao corpo forte e se sentir protegida de tudo, de seus pensamentos, de seus pesadelos reais e de P.O.

- Então é ele o novo companheiro?- SeungHyun perguntou para HyoMin num tom casual e ela consentiu.- Isso não teria acontecido se estivesse com JongIn.

- Eu sei me virar sozinha.- disse ainda com a escova de dentes na boca.

Da cama, SeungHyun vislumbrava a figura feminina que se mostrava ainda mais atraente usando uma de suas camisetas. Estava encostada no batente do banheiro, a postura demonstrava firmeza e autoconfiança, mas seu olhar vacilava. O medo ainda estava ali e ele não sabia o motivo.

- O que aconteceu hoje? Você estava praticamente em estado de choque.- indagou.

- Não aconteceu nada. Coisas do trabalho.

- Por exemplo...?

- Investigamos um cassino&hotel apenas. Não estou muito acostumada com isso.- forçou um sorriso na tentativa de tranquilizá-lo, embora soubesse que jamais surtiria efeito.

- Você desmaiou, Min.- contrapôs.

- O lugar estava abafado e cheio de gente. Minha pressão caiu.- driblou o olhar afiado do outro e voltou ao banheiro para terminar sua higiene.

- Então por causa da pressão baixa você mentiu para YuBin.- revidou, cético.- E também está mentindo para mim.

HyoMin suspirou e deixou os ombros caírem. Voltou para o quarto, cansada.

- Eu não quero discutir. Hoje não.

Em contrapartida, o rapaz sentou-se na beirada da cama, a puxou para perto e procurou rapidamente por hematomas em seus braços e pernas. Não havia nada gritante. Ele buscou os olhos dela quando sentiu um afago tímido em seus cabelos. As mãos dela tremiam.

- Não precisa se preocupar, Tabi. Tudo vai acabar bem.- ela respondeu a pergunta  oculta.

- Você está tremendo, parece apavorada e que algo está te incomodando. A quem está tentando enganar?- baixou o tom.- Você nunca ficou assim. Estou preocupado.

HyoMin fechou os olhos, tentando segurar as lágrimas, os sentimentos conflituosos e a vontade de simplesmente desabafar. Era injusto o que estava fazendo, ela sabia. Mas como poderia contar a ele? Preferia morrer sufocada com aquelas palavras em prol do trabalho.

Voltou a fitá-lo quando sentiu as mãos dele rodearem sua cintura, afagando a pele por baixo da camiseta larga. As dela repousaram em seus ombros nus, mas logo as afastou na tentativa falha de esconder os efeitos ainda causados pelo monstro. Seu corpo ainda estava em colapso.

- Abandone o caso.- disse por fim. A suavidade se esvaiu de sua voz, fazendo com que HyoMin estranhasse o pedido repentino.

- O que?!

- Abandone o caso.- repetiu com firmeza.- Você está se arriscando muito, sua saúde está indo embora por causa do trabalho. Olhe só para você, meu amor. Eu tenho dinheiro suficiente para cuidar de você e lhe dar tudo o que quiser.

Ela deixou o queixo cair, pasma. As palavras faltaram tamanha a indignação.

- Não acredito que está dizendo isso. Não seja tão mesquinho e egoísta, SeungHyun.- livrou-se das mãos dele.- Dinheiro algum compraria meu trabalho, e isso inclui o seu.

O rapaz bufou desacreditado. Pisava em campo minado sempre que o trabalho dela estava em pauta em suas discussões, e não era algo difícil de acontecer.

- Eu não quero ver você morrendo na frente dos meus olhos em prol de vítimas que nem estão mais aqui. Não vale a pena!

- Acha que não vale a pena que a justiça seja feita?- bradou.- Eu vou até o fim, queira você ou não.

O silêncio caiu mais uma vez. Os olhares não mais se sustentaram e a distância tornou-se dolorida.

- Eu não interfiro nos seus restaurantes ou na vinícola.- disse ressentida.- Não interfira no meu.

HyoMin se enfiou debaixo das cobertas, como se quisesse fugir de mais um momento ruim. Como sempre, eles voltavam para assombrá-la. A cama afundou diante do peso de SeungHyun, e logo os braços fortes envolveram o corpo tão pequeno diante do dele. Beijos ternos repousaram sobre a pele da nuca num pedido de desculpas sutil.

- Eu não quero te perder.- a voz rouca acariciou seus ouvidos, derretendo qualquer ressentimento que HyoMin pudesse carregar em seu âmago.

Ela se virou, encarando os olhos brilhantes na escuridão do quarto. Palavras não foram necessárias quando os lábios resolveram conversar de outra maneira. Acariciaram-se com ternura, se completaram com paixão.

As mãos se aventuraram pelo terreno já tão conhecido e, mesmo assim, tão novo a cada vez que se doavam um ao outro. O calor dos corpos foi compartilhado, tornaram-se um. Febris, necessitados, completamente entregues.

Os gemidos dela soavam baixos e se misturavam aos dele, entorpecidos pelo prazer. Naqueles braços ela se sentiu segura, amada, protegida. Naqueles braços ela também teve medo. Medo de abrir os olhos e encontrar P.O.

           

- - -

 

Deu algumas batidas na porta, num aviso de que iria entrar, e não esperou por aprovação. Tinha liberdade de invadir a sala do chefe sem bater, afinal, trabalhavam juntos há anos e tinham adquirido certa intimidade devido aos altos e baixos na vida pessoal. JiHo era uma enorme bola de mel por debaixo da cara fechada que seu cargo exigia.

Assim que a porta se abriu, HyoMin vislumbrou os dois homens sentados conversando. Ambos a olharam simultaneamente. JiHo demonstrando um sorriso de conforto em contraste com o olhar vazio do outro.

- Que bom que chegou.- o chefe a cumprimentou com um aceno suave, indicando para que ela se sentasse ao seu lado.- Estávamos falando de você.

- Até imagino do que seja.- esboçou um sorriso amarelo e se acomodou, sentindo os olhos do outro rapaz pesando sobre si.- Então... tem mais alguma coisa que vocês não me contaram e eu preciso saber?

- Tudo ao seu tempo. Primeiro precisamos saber o que aconteceu.- JiHo se pronunciou.

- Acredito que Mino já contou.- disse com sarcasmo. JiHo ignorou, sabendo que suas farpas não passavam de um mecanismo de defesa.

- Como aconteceu?- insistiu.

Ela suspirou incomodada. Não queria lembrar-se daquele momento horrível. Já não bastavam os pesadelos que tivera no meio da noite.

- Ele veio conversar comigo enquanto eu tentava convencer o barman a abrir o bico. P.O parecia conhecer HyeJin e MinSeok e estava disposto a ajudar, já que fingi ser a melhor amiga dela. Fomos ao estacionamento, e então ele afirmou que MinSeok a matou e fugiu. O tempo todo P.O sabia que eu não era Britt. Ele a matou e pretendia fazer o mesmo comigo. E então...- HyoMin mordeu o lábio, repassando as cenas em sua cabeça. Com a voz trêmula e tentando se controlar, continuou.- E-ele me atacou. Conforme gritava para que eu cedesse, ele se transformou num demônio.

Sem perceber, HyoMin sentiu as lágrimas quentes descendo por suas bochechas. Tentou manter-se firme e engolir os sentimentos atordoantes, então respirou fundo, tendo em mente que uma investigadora nunca poderia deixar-se se abater. Era difícil demais.

JiHo segurou sua mão, na tentativa de confortá-la e acalmá-la.

- Tudo bem. Já passou.- ele sibilou com um sorriso doce.- Foi uma armadilha. Provavelmente você não era o alvo a princípio, mas ele aproveitou a deixa.

- O que você sentiu?- Mino finalmente se pronunciou, impassível.

- Pavor. Pensei que iria morrer.

- E o que mais?- insistiu, buscando a resposta óbvia. No entanto, ela apenas o olhou com confusão.- Não sentiu prazer? Uma vontade insaciável por sexo?

- Não!- exclamou, indignada.- O que está insinuando?!

- Ele te disse mais alguma coisa?

- Não. Ele só gritava para eu ceder, mas... alguma coisa não estava certa. Ele parecia nervoso porque algo não funcionava. Não sabia do que ele estava falando.

Os dois homens se entreolharam por algum tempo. JiHo transparecia um ar de vitória, como de quem vencera uma discussão silenciosa.

- O que importa é que está a salvo.- o chefe comentou, parecendo ter conseguido todas as peças para seu quebra cabeça individual.

- Britt morreu nas mãos dele, e nós nunca sequer ouvimos sobre. Quantas vítimas mais não conhecemos? Quantas já morreram como as outras? As coisas são piores do que imaginamos.- ela apertou a mão de JiHo.- Se ele estava lá, outros também podem.

- Podemos checar as câmeras de segurança.

- Não há nenhuma evidência nas CCTV.- declarou Mino, sem deixar brechas para mais perguntas.- Um ataque não é ligado a outro. Íncubus trabalham sozinhos. Não gostam de dividir a comida.

- Então investigaremos a partir de Britt. É importante que encontremos MinSeok o mais rápido possível também. Ele pode estar mais envolvido nisso do que previmos.- JiHo levantou-se e se acomodou atrás das telas dos computadores.- Está dispensada por hoje. Fique em casa e descanse. Teremos muito a fazer amanhã.

Ela concordou. Não era de seu feitio perder um dia de trabalho, mas realmente não se sentia mentalmente apta a pensar em soluções e possibilidades que rodeavam o caso. Precisava se colocar nos eixos primeiro.

Mino saiu da sala pouco depois dela. A mesma expressão séria e, agora, tensa. Os problemas apenas estavam começando e o pior ainda viria. Ignorou a presença da mulher e seguiu para o elevador, mas a mão dela o deteve. Ele sabia que não poderia evitar aquela conversa, mas até ele mesmo estava confuso com as premissas que acabaram de se originar em sua mente.

- Podemos conversar?- ela perguntou, esperando por uma resposta negativa e carregada de arrogância.- Não pense que me sinto bem por precisar da sua ajuda.- completou.

- É mais difícil pra você do que pra mim.- ele esboçou um sorriso irônico.- O que quer saber?

- Quero saber sobre o que estão escondendo de mim. Que tal?- devolveu á altura.

Mino riu, achando graça em como o humor dela mudava tão rápido. HyoMin chorava, frágil, momentos atrás e agora mostrava uma face autoritária e bem resolvida. Era problemática.

- Continue mantendo as aparências para JiHo.- ele se abaixou até que os rostos ficassem na mesma altura, como se quisesse confidenciar um segredo.- Eu não mudei de ideia.

O sorriso cafajeste insinuou-se antes de ele dar-lhe as costas e ir embora, deixando para trás uma HyoMin furiosa com sua própria ingenuidade.


Notas Finais


Esse SeungHyun é tão fofinho que eu não consigo *0* <33
E entããão, o que acharam? O Mino é o tipo de cara que me deixa um tanto intrigada, sei lá. HyoMin que se cuide perto desse moço pouco confiável. u.u -sqn

Obriigada pelos coments e favs e coisa e tal. *-* Fiquei feliz por demais da conta, vocês não tem ideia! Obrigada mesmo! <33
E já desejo um bom ano novo, e que 2016 seja iluminado para todos! \o

Eeenfim, espero que tenham gostado, e até a próxima! <33
Kissus kissus ;**


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