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História Reflexos de uma Injustiça - Conversa franca


Escrita por: Mumble

Capítulo 7 - Conversa franca


Fanfic / Fanfiction Reflexos de uma Injustiça - Conversa franca

Capítulo 7

ESTAVA COMPLETAMENTE PERPLEXA.

— Nossa! — sussurrei encantada mais uma vez. — Bonnie, veja esta que linda!

Passei o percurso todo vendo as fotos do álbum de Arabella, ela era tão linda, não é porque se tratava de minha filha não. Arabella foi de fato uma bebê que fazia todos quererem pegá-la no colo, acariciar seu rostinho de porcelana e dar leves apertadinhas em suas bochechas gordinhas, inegavelmente puxou a beleza do pai.

— Muito bela mesmo, ela deve estar uma graça agora! — comentou toda contente pela minha felicidade e entusiasmo.

Tentei imaginar como ela estaria agora, parte de mim queria encontrá-la ainda bebê e recomeçar de onde paramos, já que pensar que perdi sua infância era demasiado dolorido para mim, tantos momentos perdidos; seus primeiros passos, já que peguei só a fase que ela estava começando a engatinhar, primeiro corte de cabelo, primeiro dia de escola. Me questionava internamente se seus cabelos loirinhos haviam escurecido, se seus olhos claros mudaram o tom esverdeado, se seu narizinho ainda seria redondinho, seus lábios cheios. Estava ansiosa para revê-la!

— Caroline você tem certeza que estamos no caminho certo, amiga? — perguntou Bonnie me fazendo tirar os olhos do álbum e dar-lhe mais atenção.

Olhei novamente a avenida a minha frente e quase não a reconheci, estava totalmente diferente.

— Ei. — indaguei incerta. — Entre na primeira a esquerda e depois vire a segunda a sua direita.

Bonnie me olhou confusa enquanto seguia minhas instruções.

— Err... Caroline, já passamos por essa rua umas duas vezes já, tem certeza que é por aqui?

Não. Não tinha mais certeza de nada, estava tudo... diferente, mais moderno.

— Calma Bonnie, não estamos perdidas, não estamos — acalmei-a visualizando a frente uma vaga na avenida apinhada de carros. — Estacione ali, vou pedir informação, sei que é por aqui.

E foi o que fiz na primeira banca de revista que encontrei e para minha surpresa já havia passado pelo local.

— E então... — perguntou Bonnie esperançosa assim que eu regressei ao carro. — Sabe onde é agora?

Lhe lancei um sorriso amarelo, encabulada por ter me recusado a pedir informação antes.

— Volte duas quadras, é naquela primeira que passamos — disse sentindo um frio na barriga ao voltar a colocar o sinto.

Coloquei o álbum de Arabella junto à mochila no assento traseiro do veículo, peguei algum documento que me identificasse, por instrução de Bonnie, e fiquei atenta enquanto entravamos com o veículo na avenida indicada pelo senhor da banca de revistas.

O prédio não era o mesmo, havia ganhado um novo visual, agora todo espelhado, uma bela estrutura arquitetônica e só identifiquei que se tratava da construtora da família de klaus, pois acima da grande porta de vidro dianteira havia C&I Mikaelson's escrito discretamente em aço.

Finalmente tínhamos encontrado a construtora.

Acabamos estacionando um pouco abaixo do ornamental edifício, já que não havia vagas, estava empolgada, queria minhas respostas, queria rever minha filha queria recuperar o tempo perdido. Eu tinha pressa.

— Caroline... espere! — advertiu Bonnie antes que eu pudesse sair do veículo. — Precisamos conversar antes que você entre.

Voltei a fechar a porta notando que sua expressão era séria.

— O que foi? Não pode ser depois Bonnie é que... — fui interrompida.

— Não Caroline tem de ser agora — disse retirando seu cinto, girando a chave na ignição desligando o carro e se curvando até ficar frente a mim. — Preciso te deixar consciente de algumas possibilidades, somos amigas não somos?

A olhei confusa não compreendendo, a princípio, seus argumentos.

— Sim, somos — admiti, mas na realidade via Bonnie como uma segunda irmã, embora Rebekah tenha perdido pontos comigo por também sumir, pois eramos muito amigas antes de todo esse inferno no decorrer desses 6 anos. — Mas a que possibilidades você se refere?

Bonnie sorriu um riso sem emoção ficando ruborizada, certamente pelo que me diria a seguir:

— Caroline desde quando fui te buscar no presídio vi que você está tão… feliz, radiante e, ao mesmo tempo, esperançosa ao fato de poder rever sua filha, voltar a seu passado que eu acho que precisa descer um pouco dessa sua nuvem, caso contrário a queda pode ser brusca.

A olhei espreitando os olhos minimamente tentando procurar respostas ainda não verbalizadas.

— Não... entendo Bonnie, qual é o problema em eu estar feliz?

Novamente outro sorriso, como quem se desculpa.

— O problema não está em você estar feliz Caroline, não me interprete mal, por favor, a questão é que você só está vendo o lado rosa da situação e esquece que há outras nuances de cores em tons bem mais escuros.

Encostei minha cabeça no banco do carro suspirando longamente ainda não assimilando o que tinha haver a questão de eu estar feliz com a cor rosa e outras nuances de cores. Sempre fui péssima com metáforas.

— Está me confundindo de novo Bonnie, por favor, fale claro — pedi por fim.

Bonnie me olhava com uma expressão insondável.

— Caroline... quando disse que você deve se preparar para outras possibilidades me refiro que esse seu sonho rosa; de crer que tudo sairá da maneira que você espera pode vir a escurecer em um segundo. — Bonnie pausou minimamente, certamente escolhendo as palavras corretas. — Caroline se passaram seis anos minha amiga, seis anos, e sua mãe entregou a menina para Niklaus e o mesmo a criou até agora, já pensou se ele reconstruiu a vida dele? Já pensou no fato dele ter se casado novamente?

Estava começando a compreender seus argumentos.

— Bonnie... Niklaus não me interessa mais — admiti mais uma vez mas sabia que esta afirmação não era verídica. — Eu sempre soube que ele não me esperaria, já te disse isso, a partir do momento que me abandonou naquela prisão me decepcionei demais. Sempre soube que ele prosseguiria com a vida dele, sério isso não me afeta, eu ainda sinto algo por ele, sim, mas estou magoada e esse sentimento é superior, e ademais a única que me interessa é a Arabella, a única.

Em um instante muitas lembranças do tempo em que estive encarcerada, principalmente as que me feriram mais, surgiu para ressaltar que eu não poderia jamais voltar a pensar em Niklaus, jamais.

— Sim Caroline, eu sei, mas se o pai de sua filha casou-se novamente ele certamente levou a esposa dele para viver junto da sua filha e provavelmente a menina deve ter aprendido a amá-la como se fosse mãe dela, já que você não pôde estar presente.

Estava começando a descer de minha nuvem, ou o sonho rosa escurecer, como assinalou Bonnie.

— Niklaus sabe que um dia eu voltaria Bonnie, ele sabe, então se reconstruiu a vida dele eu não me importo. Ele certamente encontrou um jeito de contornar a situação e explicar sobre a minha situação a nossa menina — disse em tom extremamente possessivo me recusando a crer que Niklaus seria capaz de colocar outra para ocupar meu lugar na vida de Arabella. — Niklaus sabe que Arabella tem uma mãe e que eu voltaria para ocupar meu lugar na vida dela.

Um sentimento de raiva se apoderou de mim, não raiva de Bonnie por ela estar me alertando, mas sim de pensar na possibilidade de minha filha chamar outra de mãe.

— Caroline, pense comigo, Niklaus criou a menina, criou Caroline, creio que ele deva ama Arabella, tanto quanto você, acredita mesmo que ele vai te entregar ela tão facilmente? Cai na real Caroline, Niklaus é o pai...

Não consegui mais reprimir as lágrimas, era demais.

— E eu sou mãe Bonnie, a mãe! — a interrompi quase que gritando.

Minha raiva só aumentava.

— Sim Caroline, você é a mãe, mas quem esteve presente estes anos todos infelizmente não foi você, e sim ele, entenda não quero te desanimar com minhas palavras, muito pelo contrário, quero te preparar para o que der e vier minha amiga, mas o mais provável é que os dois acabem em um tribunal para decidir quem ficará com a guarda dela.

Eu não queria admitir, mas Bonnie tinha um pouco de razão e eu não interpretava seus argumentos como uma forma dela me ferir, Bonnie não era má, nunca agiu de má fé comigo, ela estava me advertindo, contudo, mesmo assim desejei não estar nessa conversa, a possível chance dela estar certa me destroçava por dentro.

— Arabella é minha filha Bonnie — ressaltei outra vez — minha e ela vai viver ao meu lado, ela vai ficar comigo... eu sou a mãe, Niklaus não pode me negar isso, já fiquei longe tempo demais, ele não pode!

Bonnie me abraçou fortemente, me permitir a novamente desabafar um pouco em seus braços.

— Há mais alguma coisa que queira me dizer Bonnie? — perguntei me separando de seus braços tomando uma respiração longa e profunda para me instabilizar novamente.

Senti que ela ficou cautelosa por um momento, sabia que ela tinha algo a mais a me dizer, mas provavelmente não queria voltar a me ver tão vulnerável.

— Pode dizer Bonnie — encorajei-a. — Pelo visto você é a lógica de todas as situações.

Ela sorriu e havia uma tensão em seu riso.

— Não diga a ele que você quer levar a menina Caroline, peça para vê-la, pois não acredito que ele vá querer te entregá-la tão facilmente, e pense também em Arabella, a menina conheceu você só 6 meses e ficou com o pai por anos, eu sei que você é a mãe e que ambas criaram laços inquebráveis, mas certamente ela é mais ligada a ele... conquiste-a, ganhe sua confiança, não deixe que saiba logo de cara que você quer tirá-la dele, porque se fizer ela acreditar nisso até ela pode se opor.

Concordei, impotente.

— Tenho muita sorte por te ter Bon Bon — acrescentei por fim a olhando ternamente.

Estava preparada agora para o confronto.

— Sei que tem — disse presunçosa deixando seu lado sério de lado. — Agora vá, e boa sorte... vou até o mercado fazer algumas comprinhas, daqui no máximo uma hora estarei de volta, e caso não esteja aqui te espero, tudo bem?

Assenti afagando suas bochechas, pegando meu RG saindo do carro logo em seguida.

O momento havia chegado, e eu julgava estar preparada, não estava mais nas nuvens, agora tinha os pés firmes no chão, preparada para tudo. E foi com este sentimento que caminhei pela extensa avenida, subi os degraus da propriedade dos Mikaelson’s e alcançando a larga porta de vidro entrando, por fim, naquele prédio comercial.



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