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História Reformando Relações (Jeon JungKook) - Alguns vulcões são sensíveis à brisa.


Escrita por: eisenhorita e karin_ishida

Notas do Autor


— Banner por: @Lavagirl [Castle Edits]
— Betagem (sem)
— Capa por: @flowyoongi [Hopefull Edits]

Boa noite docinhos! Como vão? Espero que bem...
Hoje viemos trazemos nossa segunda colab! Esse nosso projeto (colab) nasceu do Projeto NochuDay (eu disse que esse projeto tinha me dado bons frutos haha), era para ter sido solto dia 01/09, mas tivemos "problemas" técnicos com a escrita (não finalizamos os capítulos ainda, e antes, iria ser one shot), problemas com a data da capa...). Enfim, adiamos, preferimos adiar e entregar algo lindo.

Espero que "Reformando Relações" possa aquecer um pouquinho que seja o coração de vocês. E que eu não seja a única que me apaixonei loucamente por esse Jeon ai haha.
Ah, e eu não me responsabilizo pelos "estragos"/ilusões!

Vejo vocês nas notas finais...
Não esqueçam de comentar, por favor. Isso é muito importante e nos auxilia a melhorarmos, além de que dá um gás nas escritoras haha.

Capítulo 1 - Alguns vulcões são sensíveis à brisa.


Fanfic / Fanfiction Reformando Relações (Jeon JungKook) - Alguns vulcões são sensíveis à brisa.

— O que faço com o senhor? — mirou o aluno no uniforme escuro e sentiu uma pontada leve de dor na cabeça. Mais um aluno problema… — Vejo que está novamente testando minha paciência, senhor Min. — Jeon respirou fundo e apoiou os cotovelos em sua mesa transparente, encarando o aluno do 2º ano, que novamente tinha sido pego pichando os muros do colégio.

 

— O que eu faço é arte, senhor. — o menor se defendeu, irritado por nunca ser compreendido. Mas o que podia esperar do diretor da escola? Se nem seus pais o aceitavam, não seria pela “lei e ordem” do colégio de elite Infante que ele receberia essa atenção especial.

 

— Desde quando é artista? Se não consegue nem manter suas notas acima da média! — Jeon estava sendo grosseiro, mas não se importava, afinal, não estava verbalizando apenas fatos? Ele percebeu que o comentário incomodou o aluno e não deixaria passar a chance de frisar novamente o quão baixas estavam as notas de exatas. — Artistas sabem lidar com críticas… — sorriu sorrateiro. — E têm que ser inteligentes, senhor Min, não concorda?

 

Jeon JungKook, o diretor do colégio, era o típico impaciente e rude. Ainda jovem assumiu o controle do colégio por ser competente, sempre vira o pai administrando a escola, e por ser este o seu maior ídolo, seguiu os passos do pai, embora não soubesse absolutamente nada sobre o âmbito educacional e quão complexas poderiam ser as vidas de seus alunos.

 

A verdade é que, uma vez que se passa pelos portões da escola com o canudo em mãos e a liberdade de nunca mais ser confinando na escola onde se passa metade da nossa vida infanto-juvenil, nos esquecemos do quão difícil era ser “só estudantes”. Viramos as costas àquela época, com ânsia de uma vida melhor… Mas essa vida melhor nem sempre vem…

 

A porta da sala do diretor foi aberta, interrompendo a fala do Jeon, que já estava dando a sentença do castigo ao aluno Min. Os dois pares de olhos masculinos focaram na figura feminina de expressão firme, porém amável. O Min soltou um suspiro aliviado por ver que a coordenadora MinYoung havia aparecido, tendo a certeza de que ela seria sua salvação.

 

Lee MinYoung era tida como a defensora dos alunos, principalmente dos que eram pegos por JungKook. A moça sempre fora compreensiva e sempre usava de métodos educacionais melhores do que os de Jeon – que prefere uma punição rigorosa.

 

Mesmo sendo uma coordenadora, conseguia desbancar o diretor, se metendo em suas decisões e livrando os alunos de castigos absurdos. Para o corpo estudantil, MinYoung era um presente divino. Com ela, os alunos eram quase anjos; eram obedientes, faziam as atividades em paz e sem bagunça e eram todo amor. Entretanto, para JungKook, MinYoung era uma praga por, além de o irritar com toda sua bondade, conseguia tirar o poder de suas mãos, desfazendo toda sua pose de ditador dono de tudo.

 

A coordenadora se aproximou da mesa, cruzando os braços, esperando JungKook terminar de falar. Mas esse se calou e encarou a única mulher na sala, já sabendo que ela iria se intrometer. O Min vibrava internamente, um sorriso que até ousava querer se formar.

 

O silêncio pairava no cômodo e o único que estava gostando dele era o aluno.

 

— Bom dia, senhor Jeon. — a mulher se pronunciou, baixando os braços e apoiando as mãos no móvel entre o diretor e o aluno — Eu posso saber o que o senhor Min fez para estar sentado aqui e ouvindo todas essas palavras grosseiras?

 

— Bom dia, senhora Lee. — Jeon suspirou, passando as mãos pelo rosto e recostou-se na cadeira confortável, sem desviar os olhos da mulher — Não, a senhora não pode. E, por favor, retire-se. Estou tendo uma conversa particular.

 

— O aluno é da escola, diretor… E está em horário de aula. — ela se aproximou do diretor e sussurrou sorrateira. — De matemática… — se afastou e sorriu confiante para Jeon, que não conseguiu evitar bufar irritado com a interrupção, que veio acompanhada de provocações por parte da mulher que sempre o tirava do sério.

 

MinYoung tomou as rédeas da situação, jogando o diretor para escanteio, e dispensou o aluno que levou apenas um aviso de que precisaria conversar com a coordenadora depois. Quando só havia JungKook e MinYoung na sala, o Jeon pode colocar para fora a sua raiva. Encheu a coordenadora de desaforos, dizendo que ela não tinha o direito de desacatá-lo na frente de qualquer um que fosse! Lee apenas ouviu todas as indignações do diretor com um sorriso cínico no rosto, que provocou JungKook ao ponto de fazê-lo gritar.

 

— Mantenha a calma, JungKook! — referiu-se ao superior pelo nome do próprio, o que foi um ato ousado. Mas o que é que MinYoung faz em relação ao Jeon que não é ousado? — Esqueceu que estamos aqui pelo bem dessa escola e pelo futuro desses alunos? E quando digo futuro, não digo sobre como esmagar os sonhos desses jovens como se fossem baratas! Não tem esse direito!

 

— Quem pensa que é para falar de direito? — o rapaz levantou-se indignado com a petulância da moça e espalmou as mãos na mesa - com certa brutalidade - surpreendendo Lee, que, no entanto, não esboçou nenhuma reação. — Não sabe seu lugar! Está sempre arrumando confusão comigo! Não sabe ser profissional, fica diariamente correndo atrás dos alunos como se eles fossem seus filhos, e você, a nobre Teresa de Calcutá, mas adivinha…. — sorriu irônico, esperando que MinYoung esboçasse qualquer reação negativa perante a ele e o deixasse satisfeito, mas ela não moveu um músculo, e continuou a olhá-lo. — Você não é a mãe deles!

 

A única reação de MinYoung foi rir. E alto. Chegou até a bater palmas enquanto JungKook tentava entender o que estava acontecendo, afinal não era essa reação que ele esperava que a moça tivesse. Ela, por sua vez, jogou-se na cadeira depois de ter cessado sua risada - mas o sorriso cínico ainda estava lá, dançando em seus lábios - e respirou fundo. Sabia que se desse corda, o Jeon não pararia de falar e ignorá-lo era muito melhor. MinYoung adorava testar JungKook.

 

Sabia que os comportamentos do jovem diretor eram inferiores aos de uma criança, e ela não ficava muito longe no que tangia a sua preferência por explorar esse lado impaciente do rapaz. Provocá-lo durante boa parte do dia era seu hobby favorito. Adorava ver JungKook inflar as bochechas e ranger os dentes, fechar os punhos e explodir em palavras rudes a cada provocação.

 

— Faça o favor de sentar aí nessa cadeira e me ouça. — apontou para a cadeira e encarou o Jeon que, mesmo relutante, sentou-se — E eu vou fingir que não ouvi nenhuma das baboseiras que você acabou de falar. Não faz nem sentido. Por que eu iria ficar caçando confusão contigo? Pelo amor, Jeon! Não vale nem a pena. — mais uma vez, provocou o diretor que já estava pronto para rebater, mas a mão de MinYoung o impediu — Não vim aqui para discutir com você, vim te passar um comunicado. — pôs sobre a mesa uma folha de papel que JungKook sequer notou.

 

— O que é isso? — indagou o Jeon, analisando o papel.

 

— Leia! — MinYoung respondeu-o, esperando que ele terminasse de ler.

 

Depois de quase 10 minutos analisando aquele pedaço de papel em mãos, o jovem a olhou incrédulo.

 

— O que significa isso, MinYoung? — o grito pode ser ouvido da sala dos professores, mas Jeon pouco se importava, queria mesmo é que pudesse apertar aquele fino pescoço em suas mãos, até que ela engolisse toda aquela papelada e pedisse desculpas. — Como ousa?

 

Mas mais do que raivoso, Jeon estava preocupado, pois acima de qualquer desavença, era o nome do colégio que estava marcado ali, com o carimbo da secretaria que ele coordena…

 

— O orfanato da cidade precisa de uma mãozinha. Movimentei os pais dos alunos e os arredores e conseguimos doações de tintas, móveis, materiais de construção… — ele a observava como se Min fosse de outro planeta. Será mesmo que ela não entendia a gravidade da situação?

 

— Com a autorização de quem? — ele conseguiu sussurrar sem rasgar aquele maldito papel e fazê-la engolir. — Não me lembro de ter dado permissão para nenhuma ação em orfanato!

 

— Como eu ia dizendo… — MinYoung ignorou completamente o ataque de pelanca do diretor e sorriu satisfeita, olhando para a própria calça, enquanto relembrava o processo de arrecadar materiais e dinheiro para a reforma ser dada totalmente sem custo ao orfanato. — Os pais e comerciantes da cidade simpatizaram com a ação e cederam mais do que o necessário para uma boa reforma no casarão. E os alunos estão agitados com a reforma. — ela olhou brevemente o moreno, que já respirava com dificuldade e afrouxava a gravata, na esperança de melhorar seu estado. — Ficaremos 10 dias por lá.

 

— Posso saber… — respirou fundo e fechou os olhos com força, tentando manter a calma. — Quem é que vai realizar essa reforma? — perguntou mesmo temeroso da resposta. Trabalhando há 2 anos com MinYoung, ela já tinha aprendido que ela era tão imprevisível quanto petulante.

 

— Ora, não se faça de tolo, JungKook! Se está aí no papel dizendo que a escola está comprometida com a reforma, quem você acha que vai realizar? — MinYoung movimentava as mãos enquanto falava o que, para ela, já estava claro — É óbvio que são os alunos. Com a nossa supervisão.

 

Ao ouvir a resposta de MinYoung, JungKook engasgou-se com a própria saliva. Como ela pode ser ousada ao ponto de enfiar a sua escola e, ainda por cima, ele numa reforma sem ao menos comunicá-lo? Sentiu o sangue ferver e agora a vontade de apertar o pescoço da coordenadora estava ainda maior.

 

— Eu não vou a lugar nenhum! — o diretor gritou e MinYoung fez uma careta — Você só pode estar louca! Não tem noção nenhuma do que é ser um diretor de um colégio de elite. Você acha que eu tenho tempo de ficar trabalhando em reforma com alunos? Pior ainda; com você?!

 

— Não seja escandaloso, Jeon JungKook! — MinYoung, com toda paciência e mansidão, repreendeu o superior — E também deixe de ser mimado. Você fala tanto em ser profissional… Mas acha que está sendo agora, com todos esses gritos, fazendo todo esse alvoroço por causa de um simples comunicado? — encarou o jovem diretor que, mesmo calado, exalava raiva. Era realmente um garoto mimado — E você vai, sim! Sua presença, por mais irritante que seja, é importante nessa ação. Favor estar com suas coisas prontas até amanhã, que será o primeiro dia da reforma. Pegue apenas o essencial. — a Lee levantou-se sorrindo como se estivesse tudo bem. Para ela estava tudo bem — Nos vemos amanhã, Kookie.

 

Por pouco JungKook não jogou o porta-canetas na moça. Ela sabia que o Jeon não gostava de ser chamado por aquele apelido no seu ambiente de trabalho, ainda mais por ela. Não teve como argumentar mais nada, porque a mulher já havia deixado a sala. O diretor encarou mais uma vez o papel, lendo e relendo, tentando descobrir como MinYoung conseguiu arrecadar tantas coisas e mobilizar tantas pessoas escondido de si. Era realmente uma praga, mas uma praga inteligente.

 

[...]
 

Na manhã seguinte, todos os alunos do 1º e 2º ano estavam devidamente uniformizados, com as malas nas costas e o consentimento de seus pais assinados para embarcarem na viagem de 1 hora até o orfanato, que ficava do outro lado da cidade.

 

E o diretor Jeon? Foi emburrado o percurso inteiro, enquanto a coordenadora se divertia e cantava músicas do momento com os alunos. Vez ou outra ele espiava a interação deles, mas logo se encolhia no assento e tentava dormir, já que sua noite foi às claras, pensando em como seria ficar 10 dias confinado com adolescentes, crianças, uma reforma, e… MinYoung.

 

Não seria nada fácil não ceder às provocações da mais nova, ainda mais convivendo durante 24 horas, já que fora informado que preparam quartos especiais para os dois em uma pequena residência perto do orfanato, onde ficariam só os dois.

 

Já quando desembarcaram em frente ao orfanato viram o tamanho da necessidade daqueles pequenos órfãos… O local caia aos pedaços, e mesmo com duas turmas cheias, teria que se esforçar muito para entregar tudo pronto em 10 dias; o casarão necessitava não só de reparos, mas de algumas intervenções urgentes. E Jeon no fundo sabia que o trabalho pesado lhe cairia sobre os ombros, já que era o único supervisor masculino dali, e duvidava muito que MinYoung fosse do perfil que coloca a mão na massa de verdade.

 

“Agitadora insolente!” era o que a mente de Jeon gritava enquanto eles seguiam a responsável pelo orfanato os guiar até a pequena casa onde se hospedariam, enquanto os alunos seriam alocados nos quartos vagos, ou até mesmo dividindo o dormitório com os órfãos menores.

 

Depois de terem visitado todos os cômodos do casarão, os alunos vestiram seus macacões e, seguindo as orientações da coordenadora, começaram a trabalhar. O primeiro passou foi desocupar a sala, que era o cômodo que mais precisava de manutenção. Os alunos puxaram os tapetes, pondo-os para o lado de fora, juntamente aos sofás e outros móveis que ocupavam a sala. A coordenadora Lee, além de orientar, também ajudava puxando algo aqui e ali. Já o diretor continuava com sua cara emburrada, encostado em um canto com os braços cruzados, e ainda tendo a audácia de dar palpite.

 

— Diretor Jeon, o senhor, em vez de estar apenas dando palpite, poderia estar ajudando, não? — uma aluna do 2º ano lançou a frase, recebendo o olhar raivoso de um Jeon que não suporta ser desacatado, muito menos por uma adolescente.

 

— E você deveria estar seguindo minhas ordens em vez de estar palpitando o que não é da sua conta! — arqueou as sobrancelhas e encarou a menina, que estremeceu no lugar e logo buscou os olhares atentos da coordenadora.

 

MinYoung parou tudo o que estava fazendo para encarar JungKook. Tranquilizou a garota e voltaram a trabalhar. Se não fosse por um JungKook intrometido, estariam em paz.

 

O diretor continuou parado vendo toda a movimentação e se sentiu inquieto ao observar a forma com que a coordenadora tentava inutilmente puxar o último sofá - o maior de todos - para fora, enquanto todos estavam ocupados já começam os trabalhos na sala.

 

Repentinamente a jovem sentiu o sofá ficar mais leve e quem levou o susto foi ela, ao perceber que Jeon a ajudava a arrastar o último móvel. Ele se virara sem nem olhá-la nos olhos, para então suspirar e caminhar até um grupo de rapazes que discutiam sobre como eles pintariam as paredes, se as mesmas estavam destruídas. MinYoung se deixou sorrir, resultado da atitude do diretor.

 

Quando a sala já estava vazia, começou-se o processo de restauração das paredes. Os alunos estavam empolgados. Um deles até animou o local com música. Foi questão de segundos para todos estarem cantando em coral enquanto trabalhavam.

 

O diretor preferiu não se juntar aos adolescentes, voltando a ficar no canto, só que dessa vez não mais palpitava sobre nada. Estava quieto. Seus olhos eram os únicos que se moviam, seguindo, sem querer, cada movimento da coordenadora. Era encantadora a forma como ela conseguia se comunicar muito bem com os vulcões de hormônios prestes a explodir. E JungKook deu-se conta de que o único vulcão que explode perante Lee MinYoung era ele.

 

Do outro lado da sala, MinYoung trabalhava com um sorriso no rosto, cantando com os alunos. Poderia ser facilmente confundida com uma adolescente, já que estava no meio de adolescentes e sua face não denunciava sua idade. Entretanto, mesmo focada no trabalho, seus olhos paravam algumas vezes em seu superior. E em todas as vezes que seus olhares se encontravam, ela desviava rapidamente. Já estava ficando intimidada com os olhos negros de jabuticaba de JungKook sobre si. Tentava, a todo custo, que seu olhar não encontrasse com o do Jeon, mas era inevitável. Era como se uma força magnética os atraísse. E o rapaz tampouco tratava de esconder que a fitava constantemente, já que nem passava por sua cabeça que MinYoung saberia que era justamente ela o foco de seus olhos e seus pensamentos conflituosos sobre a postura da companheira — teimosa — de trabalho.

 

— Diretor? — uma voz feminina chamou por JungKook, que piscou algumas vezes, direcionando seu olhar à uma das alunas do 1º ano. Essa sacudia suas mãos na frente do rosto do diretor — O senhor está aí?

 

— Sim. — sua voz saiu baixa, totalmente diferente do tom que normalmente usava com os alunos. Por isso pigarreou, desencostando da parede, ficando em pé corretamente — Sim. O que foi?

 

— Precisamos de sua ajuda. Dividimos as tarefas e os garotos ficaram para reconstruir aquele lado, e as garotas esse daqui. — a aluna apontou para os lados — Mas, como é evidente, o lado de lá precisa de uma mãozinha, já que tem mais meninas do que meninos. O senhor poderia nos aju…

 

— Posso. — Jeon não esperou nem a mais nova terminar de falar; deu logo suas respostas e atravessou a sala, indo de encontro ao grupo de meninos.

 

O dia foi cansativo, entretanto foi também divertido. Os alunos conseguiram um bom começo de reforma e algumas piadas que se contextualizaram em uma habilidade falha de um ou em uma frase mal colocada de outro. Até Jeon e MinYoung conseguiram se divertir sem problemas.

 

A hora do banho foi bem organizada, e a coordenadora orientou as meninas, enquanto Jeon checava a “fila” masculina para tomar banho nos únicos 4 banheiros do orfanato, um em cada andar… E depois do jantar, cada um dos ajudantes da reforma se dirigiu para onde dormiriam e descasariam o corpo tenso de um dia de trabalho voluntário.

 

Mas Jeon não, ele vagou pelo casarão e adentrou a biblioteca precária do local, analisando bem os títulos que ali estavam e pensando em uma forma sutil de ajudar aquele lugar a ganhar uma cara nova com a reforma e também livros novos para encorajar as crianças que ali habitavam a serem fortes e imaginativas…

 

Entretanto, JungKook não era o único acordado. Por conta de um descuido, um pequeno baque ecoou no cômodo e os olhos atentos do diretor correram das prateleiras para a porta - de onde veio o barulho - que estava aberta. Ao baixar um pouco mais o olhar foi possível ver a figura de um garotinho de cabelos castanhos e ondulados, que usava um pijama listrado. Esse passava as mãos na roupa, na tentativa de tirar o pouquinho de poeira. JungKook o analisou, tentando entender o que uma criança estaria fazendo acordada uma hora daquela. O menino então se aproximou do jovem diretor, que acompanhou cada passo ainda desajeitado, e abriu um sorriso infantil. O Jeon não soube o que fazer afinal não sabia lidar com crianças!

 

— Oi. — o garotinho se pronunciou, quebrando o silêncio, e acenou com uma de suas mãozinhas para o mais velho. Uma onda de desespero surgiu em JungKook, que se sentiu encurralado com apenas um cumprimento. O menino caminhou em direção à uma prateleira um tantinho longe de onde Jeon estava e puxou um livro verde de lá, voltando a caminhar, dessa vez para o tapete no canto — Hyung? — a fala manhosa era encantadora para qualquer pessoa que visse o pequeno, menos para JungKook.

 

— É, eu… — coçou a nuca, olhando para o menino sentadinho com pernas de índio segurando seu livro — Eu preciso ir. E você deve dormir. — e lá estava o Jeon autoritário atuando novamente.

 

O menino sequer moveu-se, deixando JungKook intrigado. Ele estendeu o livro num pedido mudo para que o diretor pegasse e lesse. Jeon observou a capa colorida e chamativa. Não queria ler. Na verdade, não queria aqueles olhinhos cheios de expectativa o olhando. Mas a cara fofa e infantil do garotinho, que não devia ter mais do que 4 anos, ainda o colocava em uma situação complicada. E se aquele menino chorasse?

 

Em meio a um suspiro, o maior se dirigiu até o tapete, ajoelhando em frente ao garoto e o encarando, tentando perceber se ele estava pelo menos sonolento, ou se tinha a chance dele mudar de ideia… Mas não, o menino continuava impassível o olhando atentamente, enquanto estendia o livro em sua direção.

 

Nenhuma palavra foi dita e Jeon se incomodou por estar fazendo algo que não queria. Nem era para ele, ou aquele menino, estarem ali… Era para Jeon estar em seu quarto, deitado em sua cama… Ao lado da cama de MinYoung…

 

De repente a leitura ficou atrativa, e Jeon sentiu-se um pouco inquieto, já que era principiante nisso. O menino também havia percebido, mas não se importava, sentia que Jeon é quem tinha que ler para ele, acreditava que seria divertido se o maior lesse para ele seu livro favorito.

 

— Ér… — suas grandes mãos abriram o livro infantil e ele se deparou com um mundo colorido que há tempos não via. As figuras, as letras atrativas… Ah o mundo infantil! — Então. — pigarreou e  pronunciou as primeiras palavras destacadas na página ilustrada. — Era uma vez…

 

Podia ser a primeira vez que Jeon lia algo para alguém, mas para aquele garotinho a experiência tinha valido a pena, pois no meio da história sua mãozinha buscou o braço do maior, e coçando os olhinhos o mesmo tentou olhar o jovem diretor, que interrompeu a leitura para dar-lhe atenção, quase que instintivamente.

 

— Está com sono agora? — perguntou sereno para o menor que apenas concordou com a cabeça e continuou a olhá-lo.

 

Jeon fechou o livro e se preparou mentalmente para se colocar de pé. Tinha lido quase metade do livro infantil, enquanto o menor dedicava toda a sua atenção a ele e a história lida. Mas antes mesmo que o diretor se colocasse de pé, e o menino nem ao menos tinha se mexido, ainda lutando contra o cansaço e coçando os olhinhos em uma tentativa falha de se manter acordado, o pequeno garoto deixou novamente Jeon um pouco desconfortável. Crianças tinham sempre esse jeito manso de se agarrarem aos adultos, ou era só aquele serzinho mesmo?

 

— Hyung, amanhã você lê o resto… — fechou brevemente os olhinhos e o “hyung” em questão (ainda abalado pelo comunicado — e não “pedido” — do projetinho de gente disposto no tapete, sem condições algumas de caminhar até seu quarto sozinho) fechou os olhos com força, se recriminando por ter se deixado envolver em uma situação como aquela, prevendo que não tinha como acabar muito bem…

 

Mesmo a contragosto, e um pouco descontente com o ato, Jeon pegou o menor sonolento em seus braços e guardou o livro na estante mais próxima.

 

— Onde fica seu quarto? — não obteve resposta, pois o menos se agarrara a sua camiseta e fechava os olhinhos, sentindo-se confortável nos braços do novo “Hyung”. — Garoto… — sussurrou tentando fitar o rostinho infantil, mas não foi preciso.

 

— Segunda escadaria. — resmungou e se apertou um pouco mais no “colo” do mais velho, deixando-se ser guiado para sua caminha no último quarto daquele corredor.

O menor adormeceu atento ao calor dos braços de Jeon o segurando com delicadeza e cuidado, assim como se rendeu ao sono ao som dos batimentos ritmados do coração do mais velho, que nada conseguia pensar naquele momento.

 

JungKook se sentia levemente esquisito ao encontrar sozinho o quarto do menor, e ao confirmar que ele era o único que estava fora da cama, então a cama menor e esverdeada só podia ser dele… Sendo assim, depositou o menor com cuidado na cama, e o ajeitou melhor para que dormisse bem.

 

Quem visse de longe, nem pensaria que era o mesmo diretor que gritava e era perverso em alguns comentários… Mas lá estava ele, lutando contra a vontade de tocar nas madeixas do mais novo, e com muito autocontrole, conseguiu recuar a mão a tempo e se dirigir para fora do quarto, largando o menino adormecido e em bons sonhos.


Notas Finais


E então, o que acharam? Podem soltar o verbo! Não poupe esforços em dar seu depoimento. Isso nos ajuda muito a melhorar e a pensar no que fazer daqui em diante!

Não me responsabilizo pelos danos causados, AnaJoon é a culpada kkkkkk
Escrever "Reformando Relações" foi uma experiência incrível! Como sempre Aninha me encantou! Ela arrasa né? Ela fez eu me apaixonar por Jeon novamente haha

PS da Sarah (eisenhorita): AnaJoon me ARRASOU de tal forma escrevendo esse projeto, que nem sei se serei capaz de me recuperar, porque olha... Muito amor envolvido! Quem resiste a uma relação explosiva como essa?

Vamos panfletar MUITO amor por Reformando Relações, por favor. Que em breve teremos att de cap (2º capítulo lindão) e a chegada de banners para a fic, e quem sabe a betagem <3 Vão nos ajudar dando muito amor a esse projeto, e panfletando? <3 Queremos ver Reformando Relações ganhando muitos corações!

E sim, vai ter mais parceria (em breve) com a minha dongsaeng maravilhosa! Vamos só esperar o caos do fim de ano diminuir.

Se quiserem, e puderem, venham em nossos perfis conferir nossos outros projetos solos!

✔️ Saudade is calling - Imagine Kim NamJoon (Imagine Comemorativo) (nossa primeira colab postada) : https://spiritfanfics.com/historia/saudade-is-calling-imagine-kim-namjoon-10315057/ ✔️

Até breve, anjinhos.


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