Gojo olhava em volta a procura de qualquer sinal de uma maldição de nível especial. Foram dias difíceis, ultimamente o feiticeiro mal tem visto seus alunos, e muito menos alguma maldição. Isso era muito estranho, as cidades são sempre infestadas de maldições, mas agora estava tudo calmo. Calmo de mais. Gojo estava sentado no parapeito de um prédio, a cidade estava completamente vazia, afinal, todos foram evacuados, assim como as cidades vizinhas. O feiticeiro observava tudo com cautela, apesar dele saber que maldições costumam ficar em lugares mais cheios, ele sabia que maldições especiais costumam ficar em lugares vazios.
Estava extremamente quente ali, mesmo que o céu estivesse com nuvens de chuva, o clima estava muito quente. Mas nada disso atrapalhava o feiticeiro de ir no mesmo lugar todo dia para observar o local. Todo santo dia.
- Até quando eu vou ter que observar essa cidade? Eu sei que tem maldições aqui, eu consigo sentir a presença de vocês, então porque não aparecem de uma vez!?- exclamou Gojo, ele já se sentia irritado. A dias ele sentia várias maldições ao seu redor, mas ele não queria as matar, pois ele queria tirar informações delas, então por isso ele não podia atacar primeiro. Mas isso já estava ficando cansativo.- Tsc!-ele se levantou, mas continuou a ficar no parapeito do prédio, pois nunca se sabe quando uma das maldições poderia aparecer.
Tudo estava silencioso, e aquele calor infernal estava começando a irritar Gojo, que mais uma vez, teve que limpar o suor que escorria de sua testa. O feiticeiro suspirou já cansado de esperar que alguma maldição se manifestasse, ele então deu um passo para frente e caiu. Durando o percurso de sua queda, o feiticeiro pode ver pelo menos cinco maldições que agora estavam no parapeito averiguando o que tinha acontecido com o feiticeiro, Gojo sorriu abertamente, e de repente ele já não estava mais caindo. Em um piscar de olhos, o feiticeiro já estava flutuando dianto dos olhos das maldições, estas que tentaram correr, mas obviamente Gojo foi mais rápido.
- E então? Resolveram das as caras?- Gojo disse sorridente enquanto todas as maldições se contorciam no chão, elas nem ao menos conseguiram ver quando que foram atacadas.- Preciso que me contem uma coisa. Vocês por acaso sabem onde está Sukuna? Quer dizer, claro que vocês sabem disso, afinal, foi ele que mandou vocês para me observarem.- o feiticeiro riu animado.
- Porque iriamos contar alguma coisa para você?!- exclamou uma das maldições.
- E porque não contariam? Tudo o que eu vejo é bons motivos para me contarem! Porque, se não contarem, eu os matarei.- Gojo agora ficou sério, ele se aproximou da maldição que falou consigo, e se agchou para olhar em seus olhos. A maldição era formada por um corpo muito parecido com um corpo humano, mas sua cor era totalmente vermelha, e seus cabelos eram longos e pretos, além de ter músculos definidos apesar dele ser um pouco magro. Sem dúvida, uma maldição forte.
- Tsc! Você vai nos matar de qualquer jeito!
- Você tem um ponto.- Gojo pôs uma mão no queixo pensativo.- Bom, então você poderia me contar apenas para que sua morte não seja em vão!- o feiticeiro disse animado.
- Ah, dane-se!- uma maldição que estava ao lado disse irritado.- Você nunca vai acha-lo, e mesmo que ache, será tarde de mais! Você nunca mais conseguirá ferir ele! Nosso rei é invencível!- Gojo já perdendo a paciência, os matou rapidamente.
O feiticeiro suspirou mais uma vez, e vou a sentar-se no mesmo lugar de antes. Ele passou a observar o céu. Claramente irá chover, mesmo que aquela chuva fosse ser obviamente radioativa devido a explosão de dias atrás.
Gojo sabia que não seria fácil encontrar Sukuna, ele sabia disso, mas não era como se ele fosse desistir assim tão fácil. Não era só questão de vingança, mas sim por que se Sukuna ficasse vivo, se Gojo perdesse contra Sukuna, só haveria uma única pessoa capaz de lutar contra o Rei das Maldições, mas mesmo assim, essa pessoa perderia.
Gojo arregalou os olhos e levantou-se rapidamente.
- É isso! Eu preciso dele!- o feiticeiro caiu novamente do prédio, e usando seus poderes que o permitem voar, ele conseguiu aterrissar graciosamente no chão. Gojo começou a andar, ele pegou seu celular e clicou no contado que desejava. Só precisou de dois toques para que a pessoa atendesse a ligação.
- Que foi?- com uma voz levemente rouca o homem disse. Gojo sorriu.
- Está na hora de voltar.- houve-se um silencio, que logo foi cortado por um suspiro vindo da pessoa através da chamada.
- Pensei que demoraria mais. Vou me preparar então, se você está me chamando, então deve ser porque algo aconteceu. Tem haver com a explosão e o terremoto que houve aí no Japão?
- Sim.
- O que aconteceu? Com quem você lutou?
- Sukuna. Ele é forte, mesmo sem estar com todos os poderes. Mas desconfio que agora ele já esteja com boa parte dos poderes recuperados.
- Mais forte que Rikka?
- Tão forte quanto.
- Isso é possível?
- Sim. Vocês sabe não é? Ryomen Sukuna é o Rei das Maldições...
- E Rikka é a Rainha. Vejo que teremos muitos problemas. Vou tentar não demorar para chegar aí.
- Yuta.- o feiticeiro disse sério.- Essa luta, pode destruir muita coisa. Você está preparado para isso?- Okkotsu suspirou para tomar coragem.
- Eu sei. E estou preparado.- Yuta desligou a ligação, e Gojo continuou seu caminho. Fazia uma semana que ele não ia para a escola jujutsu, e agora que estava finalmente voltando, ele não poderia ficar mais que dois dias lá.
Yuta Okkotsu virá em breve, então Gojo tinha que estar ali para recebe-lo.
- Itadori, já disse que você precisa se concentrar mais!- Fushiguro disse já irritado com o garoto ao seu lado. Itadori estava treinando com Megumi, mas Yuji não estava conseguindo se concentrar no que Megumi dizia. Sua mente estava perdida, mas ele tentou focar mais no treinamento depois de Megumi ter chamado sua atenção. E novamente, Fushiguro lhe dava mais uma série de golpes, estes que Itadori tentava se desviar, vezes conseguia, vezes não.
Os dois garotos decidiram treinar isoladamente, pois eles queriam um tempo longe dos outros alunos. Fushiguro ainda se lembrava de quando Gojo foi em seu quarto, afinal, depois dessa conversa, o feiticeiro nunca mais pareceu na escola. Megumi sentia saudades.
- Você... acha que ainda consigo lutar?- Fushiguro foi tirado de seus pensamentos com a fala de Itadori.
- Não sei. Você parece ter um tipo de poder diferente quando se trata de feitiços.
- Como assim?
- É tipo como a Maki. Ela não consegue lanças feitiços, e nem conjurar algum tipo de animal, mas mesmo assim ela tem uma força sobre-humana.- Itadori olhava para o chão pensativo, o garoto entedia que ele tinha uma força sobre-humana como a Maki, mas ele também sabia que só força física não adiantaria contra maldições fortes, contra Sukuna.
Itadori passou todos esses dias amaldiçoando Sukuna, e agora, seu objetivo era ficar forte o suficiente para conseguir lutar contra Sukuna. Yuji queria ajudar Gojo a mata-lo, afinal, mesmo Gojo sendo um feiticeiro poderoso, ele poderia precisar de ajuda alguma hora. Itadori se sentia exatamente como Sukuna havia falado: um fraco.
- Me ensina um feitiço!- o garoto levantou a cabeça agora olhando para Fushiguro, este que o olhava confuso.- Pode ser qualquer coisa! Eu sei que consigo! Mesmo que demore, eu consigo!- Fushiguro pensou em negar, mas o olhar confiante de Itadori o persuadia a dizer o contrário. O garoto de cabelos pretos respirou fundo pensando em como ele ensinaria um feitiço a alguém que nunca fez um.
- Não sei como fazer isso Itadori, desculpe.
- Você consegue! Eu aprendo rápido!- Megumi coçou a nuca e suspirou.
- tá, eu posso tentar.- Itadori sorriu animado.
- Senhor, você está pensativo hoje.- Getou disse sorridente.
- O que você quer?- Sukuna suspira ao falar, afinal, ele não suportava a face sorridente de Getou.
- Nosso tempo está acabando. Ouvi que Yuta está voltando da África, com certeza a mando de Gojo. Ele está planejando alguma coisa, e se Yuta e Gojo se juntarem, não teremos chance.
- Está dizendo que eu sou mais fraco que aquela maldição de Yuta?- Getou agora ficou sério.- Eu sou um Rei, e no meu Reinado, não há rainha. Espero que eu tenha deixado bem claro.
- Eu não quis dizer isso, senhor. Apenas quis dizer que Yuta é tão forte quanto Gojo, e se eles se juntarem para lutar contra você, será tarde de mais.
- Tsc! Gojo já está me tirando do sério!- Sukuna se levantou e caminhou em direção a saída.- Mas você tem razão, está na hora de agirmos, só restam 2 dedos para pegar, e eles estão na escola Jujutsu, temos que os pegar logo.
- Eu tentei pegar pelo menos mais um, mas depois que um dos dedos sumiram, eles passaram a deixar os dedos escondidos, nem mesmo eu sei aonde eles os esconderam.
- Até que eles são espertos, não pensei que aqueles bando de velhos pudessem pensar em algo além de matar quem for mais forte que o alto escalão.- Getou sorriu enquanto andava ao lado de Sukuna, os dois seguiram caminho nas ruas vazias da cidade abandonada, a mesma que Gojo estava a alguma horas atrás, o Rei das Maldições teve todo o cuidado para que o local estivesse longe do alcance de percepção de Gojo, além de tentar enganar o sentido de feiticeiro mandando várias maldições ficarem ao redor de Gojo, tudo isso para que o feiticeiro não os achasse.
Sukuna não teve tempo de planejar como seria esse ataque a escola, Gojo estava a sua espreita, o que não deixou que a maldição pensasse em algo, mas foi tempo o suficiente para que Sukuna se acostumasse com a volta de seu poder quase completo agora. Nessa semana, Getou entregou todos os dedos que a seita tinha, e agora, Sukuna já estava com 18 dedos.
- O que vamos fazer contra Gojo?- Sukuna sorriu abertamente.
- Não precisamos fazer nada por enquanto.- Getou o olhou curioso.
- Porque?
- Por que já tem alguém que fará algo por nós. Esses velhos são mesmo burros.- Sukuna riu de sua fala, afinal, a única coisa que o impedia de começar um massacre, era o fato de Gojo e Yuta estarem vivos, e agora, os próprios líderes dos feiticeiros jujutsus vão o matar. Tinha como ser mais irônico que isso?
Gojo entrou na escola feliz por finalmente estar de volta, a primeira coisa que fez foi procurar por seus alunos, ele conversou com Nobara, e a garoto disse que Fushiguro e Itadori estavam treinando no campo de trinamento, e foi para lá que o feiticeiro foi. Gojo se encostou na parede e observou Itadori e Fushiguro treinarem, ele viu também quando Itadori pediu para Megumi o ensinar algum feitiço, Gojo sorriu ao ouvir a resposta de Megumi, mas ele ficou preocupado também, pois o feiticeiro sabia muito bem o porque de Itadori querer tanto assim ficar forte: para ir com Gojo para a luta contra Sukuna. Gojo já imaginava que isso iria acontecer, mas ele não queria levar Itadori para essa luta, pois algo dizia que se ele o levasse, algo muito ruim aconteceria.
- Aaahhh, vocês crescem tão rápido, quando eu menos espero já estão treinando sozinhos!- Gojo disse animado se aproximando de seus alunos, estes que o olhavam surpresos.
- Gojo-sensei!- Itadori sorriu ao dizer isso. Fushiguro nada disse, ele apenas abaixou a cabeça claramente envergonhado.
- Itadori, fico muito feliz em ver que você está se esforçando em ficar mais forte. Mas receio que saiba o porque de tanta determinação.- Itadori o olhou confuso, mas ao entender, ele cerrou os punhos e olhou para os próprios pés.
- Você me disse para eu concentrar meu ódio e frustração em alguém, e eu decidi que esse alguém será Sukuna. Eu quero me vingar!- ele levantou o olhar determinado.
- Nós queremos ajudar!- Fushiguro se pronunciou pela primeira vez na conversa.
- Vocês querem me ajudar mesmo?- os dois concordaram com a cabeça esperançosos.- Então fiquem aqui.- o dois garotos agora o olhavam frustrados.
- O quê!? Nós podemos te ajudar! Eu só preciso ficar mais forte não é? Eu posso treinar duas vezes mais!- Itadori agora estava irritado, ele se sentia uma criança pedindo permissão ao pai para sair.
- Itadori, você não pode ficar tão forte em tão pouco tempo. Sei que se você se esforçar mais, você com certeza aprenderia um feitiço incrível, mas estamos falando de Sukuna. E mais, ele agora provavelmente está com mais de 15 dedos, seria perigoso até mesmo para eu lutar contra ele com a atual força dele.- Fushiguro o olhou preocupado, o feiticeiro suspirou em cansaço.- Eu já tenho alguém forte o suficiente para me ajudar.
- Quem?- Megumi pergunta curioso, mas logo ele pareceu se lembrar de quem poderia ser.
- Yuta Okkotsu. Ele chegará em breve, talvez ele demore alguns dias para chegar, mas tudo bem.- Megumi abaia novamente a cabeça. Itadori parecia mais frustrado ainda com isso.
- É injusto! Depois de tudo que aquele desgraçado fez comigo, eu queria pelo menos o socar!- Gojo pôs a mão na cabeça do garoto e sorriu.
- Vamos fazer assim. Se você conseguir aprender pelo menos 3 feitiços diferentes até o ataque, eu prometo que o deixarei participar da luta, mas ainda com a condição de que você não poderá sair do meu lado. Não só você, como o Fushiguro também também, essas condições se aplicam para os dois.
- Mas eu já sei usar feitiços.
- Tem razão, porém nenhum que seja afetivo contra uma maldição de nível especial. Boa sorte para vocês dois, eu tenho que ir.
- Pensei que você iria ficar.- Itadori diz confuso, porém ainda sim feliz por poder lutar.
- Vim apenas para avisar para os feiticeiros especiais que Yuta iria voltar. Tenho que voltar, até mais.- Gojo sorriu para os dois e logo ele segue caminho para a saída da escola, e ao sair e se distanciar consideravelmente, ele parou e olhou em volta.- Pois bem, quem é você?- ele diz em voz alta para que quem quer que estivesse o seguindo ouvisse. Logo uma risada pode ser ouvida, e de repente, alguém caiu na frente do feiticeiro, este que apenas observou a poeira se dissipar, assim dando para ver quem havia aparecido.
- Achei que não fosse me chamar nunca.- Gojo agora estava em posição de luta, e com uma expressão de clara preocupação.
- Achei que mortos não pudessem falar, Toji.- o feiticeiro disse sério. Toji apenas riu e cruzou os braços.
- Não vim lutar. Não ainda. Sabe como é né? Eu sou de aproveitar oportunidades, e logo logo haverá uma oportunidade única em um milhão para te matar sem problema nenhum.- Gojo estreitou os olhos desconfiado.
- Não sei do que está falando, mas tenho uma ideia do que seja, assim como também tenho de como você está vivo.
- Eu sei, você é inteligente. Vou indo, tenho trabalho a fazer.- ele vira e logo começa a seguir seu caminho.
- Espera!- Gojo diz sério, Toji para de caminhar e nem ao menos se virou para olhar o feiticeiro.- Eu não sei quanto aquele velho ofereceu, e nem me importo com isso, apenas quero que dê um recado a ele.- Toji sorriu.- "Se Toji não conseguir me matar, eu juro que quando for a sua vez, será pior".
- Vai finalmente fazer alguma coisa contra esse velhos?
- Sim.
- Acha que pode derrotar Sukuna?
- Sim.
- Só precisava saber disso. Até mais, Gojo-kun.- Toji voltou a andar, agora, sorrindo abertamente.
Gojo também voltou a seguir seu caminho, agora pensativo. Se Toji sabia sobre Sukuna, significa que Sukuna também sabe dele. Isso torna as coisas ainda pior. Alguma coisa vai acontecer. Mas quando? Hoje? Amanhã? Gojo não fazia ideia.
Sukuna observava a visão de cima do prédio, ele olhava para o mar de lava que não estava tão distante daqui, sua mente estava a mil, ele pensava e pensava em que plano seria efetivo contra dois feiticeiros tão poderosos assim, ele sabia que aquela luta não será como a que teve com Gojo antes, será mil vezes pior. Ele tinha de ser esperto, mas nada lhe vinha a mente.
Sukuna agora entedia o porque de Gojo ficar neste mesmo prédio todo dia, pois daqui era possível ver tudo o que ele fez, além de tudo que ele ainda vai fazer.
Será hoje?
Será amanhã?
Quando será que tudo isso perecerá? Ao contrário de Gojo, Sukuna sabe quando será. A resposta é clara.
E Sukuna finalmente conseguiu pensar em algo. Ele sorriu e pulou do prédio caindo em pé com facilidade. Agora Sukuna sabia para onde ir, pois onde ele irá, será o começo de uma nova guerra. E assim, Sukuna seguiu seu caminho para a escola jujutsu, e para que ele não perdesse muito tempo, o Rei das Maldições utiliza seu poder para que pudesse chegar lá mais rápido.
Foi questão de minutos para que ele pudesse chegar, e lá estava Sukuna na frente do prédio dos dormitórios, ele pode ver a varanda do quarto de Itadori aberta, ele também viu o garoto sem camisa com uma toalha enxugando seus cabelos, aparentemente ele havia acabado de sair do banho. Ele apenas observou, sem desviar os olhos um minuto sequer, ele viu o garoto retirar a toalha que estava em sua cintura e usa-la para enxugar o corpo, como se fosse em câmera lenta, viu ele enxugar cada parte do corpo. Sukuna pulou silenciosamente e aterrissou silenciosamente na varanda, Itadori nem ao menos notou a presença da maldição, ele parecia entretido em uma musica que tocava de seu celular.
Sukuna estava com um olhar sério, ele observou o garoto começar a cantar a musica animadamente, sua voz era desafinada, mas mesmo assim ele parecia se divertir muito cantando, mesmo que baixo. A maldição cruzou os braços, e sorriu de lado. Ele então entrou no quarto de Yuji, este que estava de costas cantando enquanto enxugava o rosto. Sukuna se aproximou do corpo do garoto e aproximou o rosto do ouvido do garoto, este que estava agora estático, pois ele não sabia e nem havia visto quem havia entrado em seu quarto.
- Você canta mal.- Sukuna riu de sua fala, ele se afastou do garoto, e Itadori virou-se rapidamente, o olhando com uma mistura de surpresa e fúria.
- Mas que porra você está fazendo aqui!?- esbravejou irritado, o garoto começou a se arrumar rapidamente, pois ele estava literalmente pelado.
- Não se dê ao trabalho de colocar uma roupa, não ficarei por muito tempo.- ignorando a fala da maldição, Yuji começou a vestir uma cueca qualquer que havia visto em cima da cama.
- O que você quer?- perguntou ainda irritado.
- Nada de mais. Vim apenas te ver, não posso?- Sukuna sorri em deboche.
- Vai pro inferno seu filho da puta!- Itadori diz enquanto lutava para conseguir colocar uma calça. A maldição ri e se senta na cama.
- Quanta raiva. Pensei que gostasse de mim.- ele diz ainda com um sorriso debochado no rosto.- Yuji, você é uma pessoa bem estranha sabe? Mas gosto de você.
- Você só pode estar brincando com a minha cara!
- Talvez eu esteja, quer arriscar?
- Arriscar o que? Pouco me importa se você gosta de mim ou não.
- É assim que se fala!- ele morde o lábio inferior sorrindo mais divertido ainda.- Você está mais atrevido, pensei que ficaria de coração partido sabe? Era o que eu queria, mas vejo que o efeito foi totalmente contrário. Interessante.
- Achou mesmo isso? Que pena não é? Acabou que não foi bem como você pensou que seria.- agora totalmente vestido, Itadori se preparou para uma luta contra a maldição, Sukuna riu da atitude do garoto.
- Eu já disse que não vim para lutar. Mas claro, se você atacar primeiro serei obrigado e revidar.- Itadori não pensou duas vezes e partiu para cima da maldição, tentando o socar, mas em questão de segundos o garoto estava deitado na cama. Itadori abriu os olhos confuso, pois ele nem ao menos viu o que aconteceu. E ao abrir os olhos, teve a visão de Sukuna em cima de si, o olhando. Ele estava entre as pernas do garoto, segurando os braços do mesmo em cima da cabeça do garoto, que agora o olhava assustado.- Yuji, você não precisa me odiar.- Sukuna percorreu seus olhos por todo o corpo de Itadori, ele o olhava perdido.- Não precisa de nada disso. Você só precisa me escutar.
- Mas de que merda você ta falando!?
- Você é precioso para mim. Eu preciso de você, tanto quanto você precisa de mim.
- Eu não preciso de você!
- Tem certeza?- Sukuna aproximou o rosto do de Yuji, este que tentava soltar seus braços da mão de Sukuna.- Yuji, você sempre precisou de mim. Eu estou em você desde que nasceu, não finja que não precisa de mim agora.- a maldição disse com um tom suave.- Está tudo bem se precisar de mim.
- Vai se foder!
- Não, não é essa a resposta garoto. A resposta é mais prazerosa que isso.- Itadori arregalou os olhos entendendotra sobre o que ele estava falando.
- Você está me zuando não é? Isso só pode ser mais um dos seus planos idiotas!
- Talvez seja.- ele aproximou ainda mais seus rostos e sussurrou contra a boca de Yuji.- Pode ser um plano, pode ser que eu só esteja brincando com você, eu sei que você pensa isso. Mas se é isso que pensa, então...- ele aproximou seu rosto agora do ouvido do garoto.- Porque está tão nervoso?- Sukuna sorriu vendo que o garoto se arrepiou. Tudo indo como planejado.
- D-do que você esta falando? Eu não estou nervoso!
- Está. Você esta tremendo, seu coração acelerado, esta suando e sua respiração está acelerada.
- É ódio!
- É nervosismo. Você esta ansioso para o que eu vou fazer, esta nervoso porque eu estou perto, mas porque? O que você sente quando eu faço isso?- a maldição usou sua outra mão para adentrar a blusa do garoto, este que se arrepiou com o contato e arregalou os olhos.
- O que você está fazendo? Me solta!- Yuji começou a se contorcer ainda mais, mas não fazia efeito algum na maldição que o olhava como se estivesse buscando respostas nas reações do garoto.
- Entendo.- ele então sorriu abertamente.- Yuji, você gosta de mim?- Itadori desviou o olhar e permaneceu calado, o que já era uma resposta. Sukuna então riu, riu por longos minutos.- Yuji, eu matei o seu avô, eu te usei e você se apaixonou por mim? O quão burro e patético você consegue ser?- Itadori nada respondeu. Sukuna então ficou sério.- Eu fiz coisas ruins não fiz? Eu até mesmo disse que você é precioso, e você ainda cogitou acreditar. Você não é precioso Yuji, você e nada não faz a menor diferença para mim. Mesmo sabendo disso tudo, você ainda se apaixonou. Como consegue ser tão burro? Você realmente me da pena Yuji.- Sukuna sorriu, afinal, ele não precisou fazer nada de mais para que Itadori se apaixonasse. Itadori estava completamente vermelho de vergonha de si mesmo, e seus olhos estavam cheios de lágrimas, então tudo o que ele conseguia fazer, era olhar para qualquer lugar, menos para Sukuna.- Vamos ver até onde isso vai.- Itadori o olhou.- Quero ver até onde sua burrisse vai. Haverá uma guerra, em qual lado você estará? É difícil saber, pois o seu coração está dividido.
- Eu estarei do lado de Gojo, isso é obvio!
- Você tem certeza?
- Sim!
- Yuji, você realmente tem certeza?- Itadori olhou nos olhos de Sukuna, este que ainda estava com o rosto perigosamente próximo ao seu.
- Eu... tenho.- Sukuna sorriu.
- Você tem certeza que irá para o meu lado? Eu não gosto de você, e o mataria sem pensar duas vezes.
- Eu... não disse que iria para o seu lado.- Sukuna levantou-se da cama e caminhou em direção a varanda prestes a sair, mas antes, ele parou e sem ao menos se virar, disse:
- Vou avisar só uma vez, tente se lembrar desse aviso antes de quebrar a cara.- Itadori olhava para o teto, sua respiração estava ainda mais desregulada.- Nada do que eu farei será real.- Sukuna então pulou da varanda e utilizou novamente seus poderes para que pudesse chegar rapidamente no esconderijo. Já Itadori se sentia confuso, ele apenas ficou deitado na cama tentando se acalmar, e entender o que aconteceu.
Sukuna ao chegar no esconderijo, viu Getou em pé ao lado de um trono feito de pedra que havia ali, o Rei das Maldições sentou-se nesse trono e sorriu.
- Pelo visto conseguiu pensar em algo.
- Não exatamente. Eu já sei como iremos seguir com nosso objetivo, mas o plano que estou fazendo é para outros fins.
- Tipo quais fins?
- A mais pura diversão. Afinal, preciso me divertir não é?- Getou sorriu negando com a cabeça.
- Yuta! Aqui!- Gojo acenou para o garoto ao longe. Yuta ao vê-lo, caminhou na direção do feiticeiro que chamava atenção das pessoas do aeroporto, Yuta já havia se acostumado com isso, pois não importa aonde Gojo fosse, ele iria chamar atenção.
- Olá.- Yuta disse tímido pois todos olhavam na direção dos dois. Gojo sorriu e logo os dois seguiram caminho para o carro que estava estacionado em frente a entrada do aeroporto. Os dois entraram e logo o motorista deu partida no carro.
O caminho foi silencioso, e eles logo chegaram na escola jujutsu. Eles entraram e todos olharam em direção a Yuta, este que ficou envergonhado, mas ele ainda seguiu caminho com sua mesma expressão de sempre. Ao chegarem a sala de Gojo, eles se sentaram um em frente ao outro.
- E então? O que devo fazer?- Yuta pergunta olhando para os próprios pés.
- Lutar.
Itadori não conseguiu dormir essa noite, e durante o treino ele ficou perdido em pensamentos. As memorias da noite passada o atormentava, e ele não conseguia se concentrar em nada, nem ele, e nem Fushiguro.
Megumi ouviu falar de Yuta já havia chegado, e que ele passou o dia na sala de Gojo. O garoto tentava não pensar nada sobre isso, pois ele sabia que o assunto que ele deveriam estar conversando era sério, mas sua mente lhe pregava peças, e ele não conseguia não ficar incomodado, então o treino se resumiu aos dois lutando calados e depois eles foram direto para seus dormitórios.
Itadori deitou-se na cama e sorriu sem ao menos perceber. Ele sorriu, pois as memórias da noite passado o fizeram sorrir. Itadori sentia que havia se esquecido de algo, mas nem ao menos se importou.
Não era como se ele fosse ficar do lado de Sukuna, pois ele ainda queria matar o Rei das Maldiçoes, ele apenas se sentia confuso. Mas essa confusão pode ser perigosa. E era exatamente com isso que Sukuna estava contando.
- Uma gerra logo irá começar, Getou. Se prepare, pois não pretendo a estender muito.- Sukuna sorriu.- Eu já tenho um plano.
- Consegue fazer isso?- Gojo pergunta sério para Yuta.
- Sim. Mas não posso ter certeza de que irá funcionar.
- Não se preocupe com isso.
- Gojo.- o garoto o chama e Gojo continua o olhando esperando ele terminar de falar.- Eu não confio nesse Itadori. Você tem certeza de que ele irá participar?
- Mas você nem o conheceu. Tudo o que você sabe dele é o que eu te disse por telefone.
- Gojo, nunca se deve confiar em uma pessoa influenciável.
Itadori conseguiu dormir essa noite.
Fushiguro permaneceu acordado a noite inteira.
E enquanto Gojo observava o céu em cima do mesmo prédio de sempre, Sukuna o observava uma distância segura.
E mais longe ainda, estava Toji observando Gojo.
Três planos que se interligarão futuramente, qual irá dar certo? Nenhum deles sabem.
E Yuta temia que o plano errado, dê certo. Mas mesmo que qualquer plano dê errado, Yuta só tinha uma certeza.
Que não falharia.
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