História Relações Cruzadas - No Passado

Quão malvado é o amor.
Seria tão bom ser maltratado assim?

A porta abriu-se rapidamente. Dois homens entraram na casa. Estava escura e silenciosa, apenas podia-se ver a forma dos móveis pouco iluminados pela luz que entrara quando a porta fora aberta.
Marcelo acendeu a luz amarela, a casa pareceu iluminar-se com a luz do sol. Sentaram-se no sofá ao mesmo tempo. Cansados. Filipe de um lado e Marcelo do outro. Olhavam para a frente como se a tv estivesse ligada e eles assistindo a um programa de humor entediante na Band. Sim, na BAND.
Marcelo começara a lembrar do seu tempo de solteiro, quando passava horas em frente à tv assistindo novelas, séries, filmes e seu programa preferido, South Park. Não horas e horas como se fossem o dia todo, mas metade do dia, a outra metade trabalhava em frente ao computador digitando contos de terror para uma revista do mesmo gênero. Recebia por isso. E logo depois, no fim da noite, masturbava-se nu na cama. Não tinha parceiro e nem parceira. Não saira de casa, por isso. Não queria gozar em alguém (ou dentro de alguém) por meio de sites de relacionamento. Queria alguém para amar e para satisfazê-lo. Íris morava com os pais, ainda era a mais comportada. Fazia faculdade de jornalismo quando se meteu com más influências. Havia supostamente engravidado, a barriga crescera, e crescera, e crescera, e crescera. Os pais a tiraram de casa, acreditavam que não havia mais jeito. Veio animar a vida de Marcelo, a barriga de alguma maneira diminuira até voltar ao normal. Ela dizia que havia perdido o bebê, mas alguns diziam que era nada mais nada menos que uma gravidez psicológica. Ela rejeitava-se a acreditar. Até hoje ainda espera por uma linda criança...
A falta do que fazer de Marcelo e Íris havia os levado ao incesto. Passavam horas em casa, Íris havia trancado a faculdade, ainda não tinha se tornado uma puta fedorenta. Apenas tocava os órgãos quando defecava, Marcelo se tocava quando ia dormir. Precisavam de parceiros. Certa vez haviam compartilhado o toque. Sentiam como era tocar o corpo do sexo oposto, fora uma experiência para a vida toda. E o gozo mais estranho. A partir dai o relacionamento foi fluindo. Na juventude - no início dela - casaram-se, mesmo proibido, foi uma cerimônia com um padre falso, com papéis falsos, menos o amor... o amor era verdadeiro. Ainda é, pensava Marcelo quando não discutia com Íris ou quando não trepava com Filipe.
Conhecera Filipe no ônibus, quando voltava da cede da revista para qual escrevia. Sentara-se ao seu lado, sentira os pelos arrepiarem-se todos. Ele acreditava em amor à primeira vista.
Enganava a esposa. Dizia que o trânsito estava ruim. Mas ele estava no apartamento de Filipe entrando e saindo silenciosamente do ânus limpo e liso de seu amado. Seguravam-se para não gemerem, temiam o gozo enquanto a ligação ainda estivesse ativa. Marcelo guardava energia, sabia que teria outra rodada em casa com a esposa. Mas limpara sempre o pênis antes de adentrar na vagina da irmã. Filipe não limpava o ânus, restos de fezes ficavam no corpo do pau de Marcelo. Não achava isso nojento, apenas não queria compartilhar as fezes dos outros com a esposa. E era também uma questão de higiene.
Numa noite chuvosa Filipe aparecera na porta de sua casa. Sem proteção contra a água que caia sobre ele. Íris abrira a porta e Marcelo aparecera logo em seguida atrás dela olhando para Filipe. Ele havia sofrido um assalto no apartamento. Lhe levaram tudo. Não sobrou nada. O mundo acabara de tirar tudo dele. Já havia tirado a família num acidente de avião (eram bem remunerados). Mas não haviam tirado-lhe Marcelo. E apartir deste dia passaramm a habitar o mesmo teto. Íris não gostava dele desde primera vista, talvez sentisse a traição assobiar no seu ouvido como um fantasma que lhe deixa tenso e pesado antes de lhe mostrar o terror. Filipe sempre foi agradável com ela.

A história deles ainda era pensada por eles até hoje. Marcelo ter expulsado Íris de casa assim tão rápido trouxe uma nostalgia imensa. Sentiam falta de algo, parecia que Marcelo havia arrancado um pedaço deles.