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História Release - Tre


Escrita por: pearljam

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 3 - Tre


Ontem.

– Você acha que ela gostaria dessa música? – pergunto.

Concorda.

– Adoraria. – sorri, finalmente sorri .

Vejo que Katherine está pensativa desde que saímos do hospital, mas ainda não comentou. Só que cumprimentou quem ajudou a Suzen ou buscou saber quem era. Não lembro.

– Deixei Syd Barret tocando para ela. – digo, e ela sorri novamente.

Mesmo que seja bom, não é legal a forma como falamos de Suzen, e Katherine não responde muito talvez não queira falar sobre isso ou só não seja o momento.

Hoje.

Minha cabeça lateja, e meus olhos estão inchados. Sinto um cansaço enorme no corpo, desde ontem ficamos calados lá em casa; minha mãe perguntou como estávamos, mas mais a mim. E me deu um abraço. Passei a noite pensando sobre muita coisa e remexi meu computador.

Jogo as cobertas para o lado e visto uma roupa qualquer.

Será horrível ir para a escola. Não respondi a ninguém muita coisa. Me sinto caído.

Dou uma visão geral do meu quarto, ele continua com detalhes agressivos. E sobre a mesa fotos minhas com quem eu amo.

Desço até a cozinha e preparo um cereal.

– Quer uma carona? – Katherine quebra o silêncio.

Terça-feira? Não, olho para o calendário e com total esforço lembro que hoje é o dia em que Katherine se junta com suas amigas.

– Eu levo ele. – minha mãe responde.

Ela apenas diz “ok”. E minha mãe me espera ali na cozinha. Talvez ela quisesse conversar comigo, mesmo quieta como está.

Minha mãe para o que está fazendo e presta atenção em nós.

– Então, ela está em coma, certo? – e – Vocês não precisam agir como se estivessem de luto, pois, talvez ok, tenha algo circundando a mente de vocês, e se precisarem eu escutarei vocês.

Ergo os olhos e encontro os de Katherine da mesma forma. Ela até se prepara para indagar alguma coisa.

– Otimismo? – pergunta – Ok?! – aumenta o tom de voz.

Eu balanço a cabeça concordando.

– Kevin, olha para mim. – uau, ela me chamou de Kevin. – Podes conversar comigo no caminho, e... – vira para Katherine. – Quinze dias, mocinha. – enfasa, talvez seja algum assunto delas.

A resposta de Katherine é uma feição tanto entediada e um “ok” forçado. Minha mãe até releva.

Termino de comer e lavo o que sujei, e caminho até o carro junto com a minha mãe.

Dois minutos.

– Olha só, quer me contar o que está pensando? – pergunta.

De bancária passou a ser psicóloga.

– Vocês dois estão quietos demais, poxa. – diz – Não entenda como se eu tivesse querendo dizer que Suzen não mereça ou não significa nada para vocês – nego com a cabeça. – Ou melhor, nós. Adoro aquela garota. E bom que sabe.

Continuo em silêncio, deveria dizer algo. Mas o que? “Arrependo-me de ter enchido o cu de cachaça enquanto Suzen estava passando mal.” OK. Ela bebeu e escolha dela, mas mesmo assim, eu poderia estar lá.”

– Às vezes algumas coisas acontecem e, cara, elas acontecem. – começa – E não adianta nos questionar muito, talvez tirar algo dela para não cometermos mais. Não nos corroer e ficar martelando isso, ok, foi forte tal coisa que aconteceu, mas poxa, tira alguma lição. E como numa prova, o que você erra você refaz e entende qual foi o erro, não fica se martirizando, lembra disso na prova e, meu caro, tem muitas provas. – um tapa na cara.

Ela me encara esperando uma resposta.

Respiro fundo.

– Vou na casa de Suzen após a aula, tudo bem? Preciso dar uma olhada. – e – fazer pesquisas. Obrigado pela carona. – pisco para ela e ela semicerra os olhos para mim.

Fecho a porta do carro e ela me manda um beijo.

[...]

Caminho pelos corredores recebendo alguns olhares, a maioria sabe que eu e Suzen somos amigos e talvez maioria estava lá.

Arrumo as merdas que precisa usar hoje e outras que posso deixar ali.

Arrumo os livros dentro da bolsa e deixo outras coisas ali, me dá um aperto ao ver algumas fotos minhas com Suzen e minha irmã. E se eu abrisse o armário dela? Eu sei a senha, e mesmo que ela me bata quando acordar, tudo bem, talvez tenha algo lá.

– E aí, Gregory, aprendeu como se joga com sua amiga? – Danny pergunta, ignoro-o. Ele ri a mil, otário.

Fecho o meu armário.

– Se quiser, não precisa ter vergonha. Suzen também te ensina a jogar. – e os amigos dele riem.

– Mas ela está em coma.

– Pois então, quem sabe tu consiga fazer o que ela consegue fazer em coma.

Abro o armário. (tenho a senha)

“Eu sinto muito.” Num papel que cai na minha mão.

(?)

Puta merda. Aconteceu alguma coisa. Eu deveria jogar a minha mochila no chão e me socar por não ter percebido nada, eu sou um lixo total.

1-Suzen enche a cara e ela não costuma beber; 2 - abro o armário dela e cai um bilhete de alguém dizendo que sente muito.

 

Fecho o armario e quando viro o rosto, ao mesmo tempo que dou de cara com uma das principais líderes me olhando (acho que é a Anna?) com “pena” ela engole em seco, como se tivesse cuidando tudo que estou fazendo. Forço o olhar para ela, como se fosse um “vá se ferrar, garota, você ajudou a fazer aquilo e nem a ajudou”. Mas estranho ela estar me cuidando, uma sensação meio estranha.

 

Caros alunos, encaminhem-se até o ginásio – para falar sobre Suzen.  

 

Todos se encaminham entediados, tendo noção do assunto.

 

 

 

E que merda, continuam me olhando. Olhando como olharam para Suzen quando viram que a coisa era séria.

Sento na quarta fileira da ariquibanca e escuto uns comentários bem necessários. E a decoração dali e pessoas que não são do colégio dá uma noção do que vai ser.

O diretor se posciona no pulpito e começa a dizer o mesmo clichê de sempre.

Sabemo que temos uma aluna internada e gostariamos de conversar sobre isso. – começa – Eu sei como é ser adolescente, o pastor que veio aqui hoje também sabe.

O que é isso? Querida aluna? Vá se ferrar.

Ao meu lado soltam um:

– Pelo menos para isso Suzen serviu. Estamos sem aula. – e riem.

“Nico, tu é um incapaz de gritar com eles e xinga-los, Suzen é sua melhor amiga e você está aí parado.”

– Achamos que temos o mundo em nossas mãos, saimos por aí bebendo... – lição de moral para Suzen?

Ridiculo. E quando estamos na fase adulta traimos nossas mulheres como você diretor. Eu socaria sua cara tanto.

Ele faz um enorme discurso sobre bebidas e drogas, como também fez para outras ocasiões do tipo. E também chamou o pastor para falar sobre como podemos mudar e que disponibolizava qualquer ajuda para amigos de Suzen, caralho, ela está em coma. E mais balburdias. Todos ali falam sobre, tomam três aulas, o que os alunos comemoram e o sinal está prestes a bater para o intervalo.

– Finalmente. – a garota diz quando o sinal bate.

Vejo uma garota magricela e negra. Com camiseta de banda pesada e jaqueta de couro, ela ri com alguns amigos que nem parece pertencer a escola. A fito de longe, e por sorte ela não percebe. Ela parece com as características que me passaram da garota que ajudou a socorrer Suzen, o nome dela é Elia. E teve um garoto, de óculos alto, branco e com cabelo curto e castanho, nome é Gregory.

Continuando olhando-a em camera lenta, sem contar que ela sorri de adoravelmente. Daqui a pouco ela me flagra e pensara que: “rapaz descarado”.

E então flagra. Por um momento o sorriso não dança mais em seu rosto,ela para e depois não expressa decepcão – ainda bem – apenas me olha. E eu levanto e mantenho olho a olho com ela enquanto desço a arquibancada, e interrompo quando viro-me e seria mais descaramente continuar com o rosto virado e com risco de bater em algum lugar por não prestar atenção no caminho.

Suzen costuma fazer isso, mas não fiz por ela fazer. Porque tive vontade.

Os corredores para o refeitório não estão tão cheios, e sim, o refeitório é o clichê dos filmes que a maioria costuma assistir.

No lado direito, bem no canto, enquanto Seba e Will – dois garotos super espertos, o Seba é revoltado e hacker, já Will é mais geek e exatas, mas também sabe hackear.

– E aí? – digo, sentando-me na mesa.

Eles se entreolham.

– Nós, ahm – Seba começa – vimos o quanto te gente adora Suzen hoje. – e Lucas expressa um “é”

Não consigo falar nada.

– São otários e filhos de um macho otario – começo a rir – Não é mesmo? Suzen nos ensinou assim.

– É, sinto falta do ativismo dela, e cara, que garota passava oito horas comigo além dela? – pergunta – Desde que passou a jogar futebol não passou mais oito, mesmo assim, uma ótima amiga.

Uma confusão dos principais celebres de merda do colégio puxa nossa atenção. Babaquice total.

Levanto o olhar e lembro do que gostaria de pedir ao Seba ou Lucas, principalmente Seba.

Ergo o olhar para ele, com os braços cruzados e percebe, e logo um “o que foi?“

– Eu gostaria de hackear o computador de Suzen. – digo, ele arregala os olhos, impressionado.

– Paixão platonica por ela? Não esperávamos. – diz. – Ok, sabemos que você não é apaixonado por ela, o que há?

Lucas o olha, como se soubesse.

– Acho que houve algo de errado na noite de sábado. – digo.

Lucas volta a falar.

– Claro que houve. Ela não deu uma lavada em vocês dois, ganhou de vocês quase da mesma quantidade de pontos que a mim – brinca, mesmo mostrando saber que não é isso.

Penso no que dizer, mesmo que pareça loucura, e irão dizer que estou lendo Sherlock Holmes demais e deveria ingressar ou Star Wars, ou Star Trek.

– É óbvio que houve. – Lucas diz.

– Com certeza. – Seba completamente.

Mas será que pensam no mesmo que eu?

– Em que está pensando? – pergunta.

– Foi muito estranho. – engulo em seco – E bem, eu abri o armário dela e...

Seba se impressiona outra vez.

– Você abriu o armário dela? – pergunta.

– Encontrou uma revista pornográfica feminina, tipo, de mulheres nuas? – Lucas pergunta – Já esperávamos, porém, o lado comunista dela poderia compartilhar conosco, ou só comigo. – e – Corpo feminino é arte.

Puta merda.  Ele passou muito tempo com Suzen.

– Não... Caiu um bilhete com os dizeres “eu sinto muito”.

– Alguém deve ter ganho dela no jogo, eu tenho certeza. – volta a brincar. – Ok. Ok. Influências Suzen a parte. Como pensa em fazer? Acha que alguém partiu o coraçãozinho de nossa amiga?

– Não sei. Talvez passar na casa dela pegar o computador, dar uma olhada no quarto dela e tal.

Os dois se entreolham outra vez e um “acho que ela não se importaria.

– Com uma condição... – Seba começa.

E Lucas completa:

– Ela não batará em nós. – Lucas completa.

– Porque somos os... Nãoi importa.

Amigos(?)

Uma mão sobre meu ombro me tira total atenção. Quando viro meu rosto dou de cara com a garota do ginásio.

Ela estica as mãos e se apresenta como Elia, o garoto que aparece atrás acena e apresenta-se como Gregory.

– Nicholas. – eu sei, ela murmura.

Seba e Lucas acenam para ela como velhos conhecidos e acho que Gregory também.

– Melhoras para a Suzen. – ela diz.

Tento formular as palavras para não me engasgar.

– Olha, valeu mesmo por ter socorrido Suzen, mesmo. – digo.

– Tudo bem. – ela diz, se despede e fico meio sem noção.

Esqueci de perguntar a ela o que aconteceu além do que foi gravado, puta merda.

Os dois me encaram com os olhos semicerrados, volto ao assunto.

– Hoje a noite na casa da Suzen, pode ser?

“Combinado” expressam com gestos.

 

 


Notas Finais


Obrigada por ler.


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