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História Remember - Midnight


Escrita por: VOID_

Notas do Autor


oi olha quem voltou kkkkkk é serio, me desculpem a demora eu estava muito ocupada esses dias e um bloqueio criativo me pegou de jeito. mas aqui estou de volta. vamos deixar de enrolação e qualquer coisa importante vai estar nas notas finais.

EU PODERIA ESTA ROUBANDO, MATANDO DORMINDO OU COMENDO, MAS ESTOU AQUI COM MAIS UM CAP PARA VCS.

Capítulo 24 - Midnight


Dor. era o que Derek sentia. Emocionalmente e fisicamente. Ele estava de cabeça baixa despido, sentado sobre as próprias pernas na cerâmica fria do banheiro, enquanto a água do chuveiro parecia queimar em contato com os músculos das suas costas. A iluminação do banheiro era nula e só uma fina luz do luar invadia o lugar  pela pequena e estreita janelinha. 

 Lydia havia - de algum jeito- o convencido a  tomar banho e limpar os ferimentos, saindo assim por algumas horas de perto da banheira e consequentemente de Stiles. 

  Derek e a tristeza andavam de mãos dadas, eram como velhos amigos, mas o inegável, era que Derek nunca saberia como lidar ou tratá-la, mesmo que andassem frequentemente Juntos. 

   O alfa se sentia fraco, ele nunca foi de demostrar fraqueza mesmo quando estava em pedaços por dentro, ele nunca se permitiu sentir. Ele era um Hale.

   Derek balançou a cabeça bufando, Desde muito pequeno, o alfa sempre teve a visão de que a família Hale era o leão com a juba mais brilhante e macia de toda a selva. Nada poderia abala-la. Quando criança nunca viu seu pai derramar uma única lágrima, nem mesmo reclamar de dor ou qualquer outra coisa. Alexander era forte...  Os Hale's eram fortes...

Hale's não choravam. 

Hale's não se abalavam..

Hale's não sofriam. 

E Hale's não sentiam...

Eram inatingíveis ... Mas não eram...

 Contudo Com o tempo, a vida tratou de mostrar que isso era tudo uma grande mentira. Hale's Na verdade, haviam nascido para sofrer e chorar, e com Derek não era muito diferente, ele só havia adotado a carranca no rosto e os muros em volta do coração como forma de proteção; que Stiles tratou de quebra o deixando vulnerável. 

A vida de um Hale se tratava do inferno, com direito a todas as camadas que Dante descreveu. 

Derek sentia tanto luto que era inexplicável, por alguma razão sentia que tinha perdido Stiles para sempre. Se você prestasse bastante atenção poderia ver as lágrimas escorrendo do seu rosto abaixado, entre as gotas de água. Sem barulho, apenas lágrimas silenciosas escapando dos seus olhos. 

Uma dor tão enraizada e crua que chegava a realmente Doer, seu coração pulsava em agonia. 

Derek se sentia tão vulnerável como nunca antes. Ele apertou os olhos com os dedos, fazia tempo que não chorava daquele jeito. O lobo sempre se preocupou em nunca deixar ninguém ver a sua fragilidade, mas agora ele realmente não ligava Se tinha um bando inteiro lá fora que podia sentir a sua tristeza. 

Ele queria poder ver Stiles com sua verborragia, queria ver o seu jeito desastrado, poder escutar o coração do garoto acelerar toda vez que o via, queria voltar no tempo e ter feito tudo direito. 

Eles nunca foram um casal de falar coisas fofas um para o outro, nunca tiveram que ficar repetindo que se amavam porque eles viam isso nos pequenos detalhes, quando Derek deixava Stiles beber da sua caneca ou quando Stiles sentava em seu colo na mesa de jantar, eram pequenos detalhes íntimos onde eles viam que faziam parte da vida um do outro. Mas agora Derek queria dizer e repetir pro garoto que o amava, falar todas as coisas bobas que casais apaixonados se falavam. 

 ... Queria poder da um abraço apertado daqueles que se encaixam e parece que faz o tempo parar ali. 

O lobo sempre teve essa careta mal humorada que dizia " não sou do tipo que ama." Mas a verdade era que Derek gostava dos afagos e carinho que recebia, e esse era um lado seu que só Stiles conhecia, só Stiles sabia o quanto Derek se sentia vulnerável a noite, e só Stiles sabia o quanto o lobo se sentia protegido nos braços de um humano. Só Stiles...

 o único que o alfa deixou se aproximar e derrubar todos os seus muros de proteção depois da morte da sua família. 

Ele queria Stiles. 

O lobo fechou a mãe em um punho e desferiu um soco contra a cerâmica fria e molhada do chão. apertou os olhos deixando as lágrimas escorrerem mais fortes. 

- eu preciso de você, não me deixe - ele pediu baixinho balançando a cabeça negativamente -  por favor me escute, eu não consigo mais sem você. 

Derek se sentia morto, seu lobo estava quieto de mais. Nas primeiras horas ele hurrava de dor, depois simplesmente se silenciou, como em todas as vezes que Derek perderá alguém. Ele tinha se envolvido na sua própria bolha de luto. 

Pela primeira vez em muito tempo Derek estava com medo. Se sentia uma criança em um lugar escuro e deserto, queria poder correr pros braços de alguém.

Acima de tudo, queria correr para os braços de Stiles, o garoto que tinha cheiro e gosto de lar. e mais uma vez, uma maldita vez, parecia que seu lar havia ardido e queimado em chamas. 

°°°∆°°°

Era uma clareira, no centro havia uma enorme e ardente fogueira. O Céu já estava cheio de estrelas e havia crianças brincando ao redor do fogo. As pessoas ali pareciam felizes. 

A luz refletia nas folhas verdes,e a brisa era apenas um sopro no rosto daquelas pessoas. Muitas pessoas,não chegava a ser uma multidão, mas com certeza Stiles reconhecia muitas daquelas faces. 

Nostalgia. 

Vizinhos, ex professores do fundamental e da creche, colegas que Stiles nem sabia que haviam falecido se encontravam ali.

Todos pareciam no limite da felicidade. Sorriam, brincavam, conversavam. Ninguém com a face cansada ou triste, era bonito de se ver. Enfim, o descanso eterno não parecia tão ruim agora. 

Jonh e Claudia sorriram pro garoto e apertaram o seu ombro. Stiles olhou pro pai e viu que o homem sorria e olhava um pouco mais além. O peito do castanho aqueceu. Fazia muito tempo desde a última vez que viu aquele sorriso. 

Stiles olhou pra mãe e viu os olhos da castanha pálida brilharem, exatamente e identicamente aos seus, Ou pelo como costumavam brilhar... 

E novamente Stiles voltou a sua atenção a jonh, curioso para saber o que os olhos do pai fitavam. E então os olhos de Stiles fizeram o tráfego até encontrar o que o velho xerife olhava. 

Ou quem olhava..

O demônio raposa sentiu seu coração falhar uma batida, os olhos marejarem e a garganta secar. 

Allison. 

Linda e majestosa, com um vestido de linho longo branco, os pés descalços, cabelos castanhos cumpridos e brilhantes soltos, uma aljava nas costas com um belo arco e flechas na mão. Ela sorria imensamente, o sol refletia na sua pele, dando um contraste incrível. Allison girava alegremente brincando com um grande lobo Branco. 

O lobo branco pulava na garota e balançava a calda como um cachorrinho feliz. Flexionava as patas da frente deixando o traseiro para o ar enquanto seu rabo continuava a balança freneticamente. Eles pareciam se dar muito bem e os olhos de Stiles já transbordavam lágrimas por sua face. Allison parecia tão em paz...

Com um salto, o lobo derrubou a castanha no chão ficando por cima dela. Ele lambeu o rosto da garota que acariou-lhe as orelhas. O lobo branco saiu do cima de Allison e a mesma se sentou na posição de lótus encarando o animal.  Eles se encaravam intensamente. 

Stiles deu um passo inseguro pra frente, mais parou novamente sentindo o coração voltar a disparar....

 Não podia ser...

O lobo desviou o olhar de Allison para Stiles. Olhando-o fixamente, sem ao menos procurá-lo. Era como se já soubesse onde exatamente ele estava. O animal deixou a cabeça tombar de lado fazendo uma orelha dobrar, e Stiles quase pode jurar que viu um sorriso nos lábios do mesmo. 

Então o castanho viu o antes lobo, se transformar agora em um completo humano, completo homem. ...

Aiden

Nú, Em toda sua Glória... O sol banhava o seu corpo bronzeado e ele realmente não se importava de ficar tão exposto, e sinceramente? Stiles também não se sentia nem um pouco envergonhado em ver o homem nu... Parecia tão normal. 

O Castanho prendeu a respiração por alguns segundos e seu rosto tomou uma expressão de insegurança. Stiles olhou para trás e viu John e Claudia sorrirem acenando. O encorajando. Contudo, Stiles não sabia o que fazer. ele tinha medo. 

Ele engoliu em seco e voltou a fitar os outros adolescentes, seus olhos eram marejados. Stiles sabia o que queria fazer, mas não sabia se podia ou deveria. 

O Garoto recuou um passo exitante para trás quando viu Allison o fitar e levantar, ficando lado a lado com Aiden, começando a caminhar na sua direção. Seu coração batia forte, quase estilhaçando o  peito. Suas pernas tremeram e ele teve que lutar para não deramar tantas lágrimas. 

Céus, como ele podia ainda​ sentir todas essas emoções estando morto?como podia se sentir ainda tão culpado e inseguro? 

Os olhos marejados transbordaram e lágrimas silenciosas escorreram por seus olhos. era tão surreal o fato de estar ali, naquele lugar e com aquelas pessoas, as mesmas pessoas pela qual Stiles chorou e sofreu tanto. Finalmente ele tinha a oportunidade de se desculpar, de dizer o quanto sentiu com os acontecimentos. 

Stiles fechou os olhos com força e colocou as mãos nos olhos. O menino se sentia como se um avalanche de sentimentos estivesse o invadindo , ele estava feliz por finalmente rever as pessoas que ele ama mas os sentimento pesados o invadiam nublando todos os outros. 

Não tinha como explicar, não tinha como qualquer outro ser - morto ou não - entender. o que ele sentia vinha de momentos que só ele viveu, ninguém nunca iria saber o que ele passou ou o que é olhar nos olhos dos seus amigos e ver a Dor e o julgamentos neles. O que é ver um pai chorando no túmulo da filha e saber que foi você que abriu aquela enorme ferida no peito do homem. Era algo que ninguém sabia como doía, algo que vai te consumindo dia após dias, noite após noite até não sobrar nada....

 ....Até você finalmente desistir. 

Os ombros de Stiles começaram a sacudir levemente em um claro sinal que o choro havia se intensificado. Ele já não se importava se agora era o centro das atenções. Ja não se importava com nada mais a não ser a sua Dor interna. 

Não era sofrimento, era apenas como se todos os sentimentos houvesse caído de uma só vez no seu colo e ele não soubesse como lidar. Então só o choro poderia aliviar tudo aquilo. Era o seu cano de descape. Sempre foi. 

Dizem que chorar aliviar a alma, essa pessoa está certa. Quando não cabe mais nada em você, é pelos olhos que tudo isso transborda.

Mas todos esses pensamentos se vão quando ele sente algo sólido contra o seu corpo, o levando ao chão, acompanhado de um gritinho agudo

Stiles tremeu e as lágrimas fluíram livremente novamente.

– BATMAN. 

foi o que Stiles escutou. 

Quando abriu os olhos viu uma enorme cabeleira loira em cima de si o abraçando apertado em meio a grama verde.  O castanho sorriu e soluçou passando os braços pelas costas da loira e afundado o rosto na curva do pescoço da garota, sem ao menos se importar com a cena. 

Era Érica ali. Como poderia se importar. 

O Garoto apertou os braços em volta de Érica que continuava em cima de si. 

Deus, era a Érica. Como podia não chorar? Como não podia se sentir de uma certa forma aliviado? 

Quando a loira faleceu Stiles tomou o maior choque de realidade da sua vida. O castanho percebeu no momento exato em que viu o corpo da loira que eles não eram os heróis imortais de uma série adolescente. Eles eram mortais, pessoas importantes poderiam morrer. Ali as coisas começaram a mudar e desandar, desde então nunca mais pararam. O destino ou seja lá o que, quis mostrar que a vida não é uma fábrica de realizações de sonho.

Primeiro Érica e depois em um curto espaço de tempo foi Boyd, depois Allison, Aiden e por último e não menos importante, seu pai.  Sua vida havia virado uma roleta Russa e Stiles ficava se perguntando quem seria o próximo. com tudo isso ele não podia não se sentir culpado, afinal, foi ele que começou tudo. Ele quem levou Scott a uma floresta para procurar um corpo pela metade. Não tinha como não se sentir culpado...

- Cat girl - Stiles sussurrou carinhosamente rouco entre os soluços. 

- eu senti saudades Batman -  disse a garota também em um sussurro. - muita saudade. 

Stiles apertou os olhos e afundou mais o rosto no pescoço da garota sentindo o seu aroma. Campo. 

- eu também senti muita a sua cat girl. 

- Okay, todo mundo sentiu saudades de todo mundo mais agora solta a minha garota - uma voz rouca pronunciou puxando Érica de cima do castanho, e por um momento Stiles sentiu falta do abraço da garota mas não achou ruim pois logo conheceu aquela Voz 

Boyd.

Quando abriu os olhos já inchado de tanto chorar viu o moreno parado ao lada da loira que o fuzilava com os olhos. Mas Boyd a ignorava e mantinha um sorriso e uma mão esticada para Stiles. Boyd estava feliz em vê-lo. 

Stiles estendeu a não ainda sem jeito por estar chorando, e o moreno o puxou para cima o envolvendo com um braço enquanto o outro soltava a mão do garoto e lhe dava um tapinha nas costas. Típico cumprimento de homem, o que de qualquer forma não deixava de ser um fato surpreendente para Stiles. 

Era Boyd com alguma coisa no rosto sem ser a sua típica expressão de porta. 

- é bom te ver de novo cara - Boyd pronúncia e da mais duas tapinhas leves nas costas do amigo o soltando. 

Stiles funga e passa as costas da mão direita no nariz fungando e enchugando divas lágrimas. 

- é bom te ver também. - Stiles sorrir enquanto Érica continua fuzilando Boyd com seus olhos. 

Um arranhar de garganta interrompe o momento e automaticamente Stiles vira a cabeça para olhar quem quer que fosse. Ele engole em seco e seus olhos voltam a marejar. 

Era Allison e Aiden do seu lado. 

O Garoto prendeu a respiração por momentos. 

- Allison - Stiles sussurrou.

Ele viu Allison o olhar sério e ficar a sua frente. Seu olhar era severo e sua face tinha uma expressão carrancuda, aquilo faz com que o coração de Stiles quebrasse mais um pouquinho. 

Aquele olhar era tudo que Stiles mais temia. A concretização dos seus pesadelos.

O silêncio se instalou no local e o castanho viu Allison se inclinar um pouco em sua direção ficando com a boca a centímetros do seu ouvido. 

- sera que eu também mereço um abraço desses? - a menina sussurrou pegando Stiles de surpresa. 

Após alguns segundos ainda processando a fala e o sorriso que brotou no rosto da garota, Stiles finalmente abraçou Allison com toda a sua força. 

As lágrimas brotaram nos cantos do seus olhos de novo e Stiles deitou a bochecha nos cabelos escuros de Allison. Talvez parecesse drama demais, mas que. Poderia culpa-lo?  Caramba era a crush do seu melhor amigo, umas das suas melhores amigas, e  a razão por muitos dos seus pesadelos. 

- me desculpe - sua voz vacilou. 

- shhh, não tem o que desculpar. Não há nada para pedir desculpas. 

Ele sentiu Aiden, Érica e Boyd se juntarem ao abraço, e naquele momento Stiles já não sabia se voltar era uma boa ideia. 

Enfim se sentia em paz novamente. 

(...) 

Havia uma fogueira no meio da clareira, ela aquecia as crianças que brincavam ao redor dela e iluminava as pessoas na clareira. já era final de tarde e as cores amarelo e vermelho pintavam o céu,  o tempo era agradável e a sensação de paz pairava no ar.

Stiles se sentia bem, verdadeiramente bem. Seu coração estava leve e sua mente vazia,  era como se finalmente conseguisse respirar direito, ele se senti pleno. 

Jonh, Cláudia, Allison, Aiden, Érica, Boyd e Stiles estavam sentados em uma mesa enorme feita de madeira, parecia aqueles bancos de piquenique que costuma ficar nos parques ambientais, no entanto aquela mesa em específico parecia muito antiga. Com eles também sentado havia algumas outras pessoas conversando. Pessoas a qual Stiles reconhecia. 

Stiles observava extasiado a sua família e amigos interagindo, gargalhando e zuando uns aos outros. O Garoto tinha adoração nos olhos, ele via aquela cena e sabia que poderia ficar admirando aquilo a eternidade inteira. 

Os cotovelos apoiados na mesa e a mão apoiava as bochechas assim segurando a cabeça. Um sorriso fino nos lábios e os olhos marejados. Ele não ia chorar, não ia! 

O Garoto simplesmente adorava aquele clima família que o lugar exalava, se sentia acolhido e bem vindo. As pessoas conversavam entre si harmoniosamente , as crianças brincavam a toda velocidade, risos e gargalhadas eram ouvidos. Era simplesmente o lugar perfeito. 

Nas conversas em que Stiles interagiu, ele conseguiu deixar o seu sarcasmo e língua afiada fluírem como a muito tempo não fluía. Ele com conseguiu ser verborrágico e exagerado nos gestos, enfim, Stiles conseguiu voltar a ser o velho e bom Stiles. Aquela clareira, aquele lugar e aquelas pessoas pareciam extrair o seu melhor. 

– e o Scott ? - Allison soltou de repente quando a conversa havia dado uma pausa.-como ele está? 

Stiles suspirou e olhou a menina. Ele não queria dizer que Scott estava diferente. muito diferente. O lobisomem já não era mais aquele garoto ingênuo de antes. Não sabia se deveria contar que eles já não tinha toda aquela irmandade com o moreno e que já não havia mais certeza se poderia contar com Scott pra tudo. 

Aquilo doía, na verdade muitas coisas doíam demais. Scott sempre fora o seu melhor amigo, sempre foi o seu cúmplice, e o mais importante e indispensável; sempre fora seu irmão de coração e alma. Aquele pra quem ele sempre correu, nos momentos bons e nos momentos ruins. ver que as coisas mudaram tanto em tão pouco tempo foi com certeza uma das maiores decepções da sua vida.  

Ele não queria quebrar aquela imagem do antigo Scott para Allison, O Scott ingênuo, de coração puro. Não que o alfa fosse agora uma pessoa ruim, afinal o Moreno continuava sendo um true alfa, mas acontece que Scott também teve suas feridas e já não era o mesmo de alguns anos atrás.

O moreno já não via o lado bom de todo mundo, já não evita os confrontos e Stiles não sabia mais se Scott era o tipo de amigo a qual ele chamaria para o ajudar a enterrar um cadáver. Muitas coisas aconteceram e talvez a confiança já não fosse um Ponto forte naquela amizade. 

No entanto Stiles ainda amava Scott, ele ainda sentia aquela necessidade de proteger o moreno, mesmo que o garoto fosse um lobisomem poderoso, Um true alfa. Stiles ainda via Scott como um irmão, talvez agora, um irmão distante, mas ainda sim um irmão. Como não se sentir assim quando Scott está em todas as suas memórias? Principalmente no pós morte de Cláudia. O castanho lembra que Scott esteve em seu lado a todo momento sempre o distraindo daquela dor insuportável e o mantendo vivo

- ele não é mais o mesmo não é? - Allison perguntou com um tom de voz tímido e decepcionado.

Stiles passou a não nos cabelos e suspirou. Não eram pra eles estarem falando daquilo. 

- não Allison, ele não é o Scott que você conheceu. Não em parte - todos ali prestavam atenção nos dois. - sabe, lá em baixo as coisas complicaram muito. Depois que você... Que você veio pra cá,as coisas não melhoraram, Scott se machucou e machucou também. Tivemos ferimentos expostos, fomos obrigados a mudar, eu por exemplo, fiz coisas que nunca pensei que seria capaz...

Allison abaixou a cabeça e suspirou. 

- eu sei que não foi fácil. Eu sei. - ela olhou pra Stiles - eu sei que ele já não é mais o velho Scott, sei que a minha morte foi dura pra ele, mas... Ele não amou mais ninguém? Eu estraguei a vida dele? 

O castanho franziu a testa com o tom na voz da amiga. Era culpa?  

- não Allison, não. - Stiles esticou a mão exasperadamente pegando a da amiga - ele voltou a se apaixonar, primeiro por Kira mas não deu certo. Ela está agora com o seu primo, que aliás é um péssimo caçador, fala sério, que diabos de treinamento ele recebeu? Tipo, quem te ensinou? Foi o Chris? Porque se foi, ele perdeu muito o jeito da coisa. O Átila quando ver um wendigo grita mais que a Lydia em um dos seus ataques bansheesaticos. Santo De....

- Batman - Érica interrompeu o falatório do castanho no meio falando manhosa enquanto tinha a cabeça no ombro de Boyd. - você está divagando de novo.  

As pessoas riram o que foi foi bom para aliviar o clima que havia ficado pesado. 

- desculpe - ele riu sem graça vendo seus pais gargalharem ainda mais. - o que eu quero dizer é que o Scott sofreu por você mais ele superou. - o garoto sorriu - ele tá agora com Isaac.

As cabeças viraram de repente para Érica que começou a se engasgar e a tocir compulsivamente. As pessoas ai gargalharam

- Scott é gay? - perguntou ela com os olhos marejados ainda dá crise de tosse. 

Stiles sorriu. 

- aparentemente.- ele olhou para os pais enquanto ainda via Érica olhar para Boyd e Aiden atônita. - pensei que vocês sabiam de tudo que acontecia no mundo dos vivo. 

- bom... Normalmente é proibido - Cláudia olhou pra jonh que sorriu  e balançou a cabeça negativamente.  O homem já conhecia aquele olhar travesso da esposa, era o mesmo que Stiles fazia quando sabia que fez algo errado e não seria punido por isso. - masssss sempre há um jeitinho sabe. 

Stiles sorriu. Era tão bom ver a interação dos pais juntos, algo que ele nunca teve realmente a oportunidade de ver. 

- você herdou o dom da sua mãe para coagir as pessoas a fazerem o que vocês querem... Até mesmo os mensageiros - jonh soltou e Cláudia fez uma careta ofendida.

A castanha deu um tapinha no ombro do marido que lhe sorriu pegando a mão que lhe estapiou levando a boca, a Beijando. 

- o mal dos seres aqui é subestimarem os Stilinski's. - ela piscou um olho para o filho que riu orgulhoso.  

- subestimarem a  Cláudia - jonh corrigiu. 

A mulher bufou e Stiles gargalhou junto com os outros adolescentes na mesa.

- eu sigo as regras - continuou jonh, afirmando. 

A castanha revirou os olhos bufando.

- agora me diga uma novidade Noah. - retrucou ela. 

Noah. Sua mãe era a única que chamava jonh, de Noah. 

Jonh gargalhou e tacou um beijo estalado nas bochechas da mulher a abraçando de lado. Cláudia tinha razão, o ex xerife sempre zelava pelas regras de qualquer lugar, em qualquer situação. 

Cláudia e Noah

Tudo aquilo era muito novo pra Stiles, ele nunca tinha visto realmente uma interação entre os seus pais, e isso era tão... Incrível. Vê-los enfim juntos e felizes como se nunca nada de ruim houvesse acontecido. 

Aquilo era o descanso eterno. 

O castanho olhou rapidamente para todos na mesa onde estava e pode contemplar seus pais abraçados parecendo um verdadeiro casal apaixonado. Seus olhos marejados - sim, Novamente! - aquilo era algo que ele nunca presenciou, nunca em nenhuma situação em vida, Stiles viu jonh tão feliz.  viu também Érica, Boyd, Aiden e Allison conversarem entre si animadamente. 

Mesmo que ainda a culpa reverberasse por cada célula do seu corpo, ele estava feliz por seus amigos. 

O menino viu Allison desviar os olhos de Érica e olha-lo com um sorriso brilhante no rosto. Allison piscou um olho para Stiles e gesticulou a boca em um mudo: 

- estou feliz por Scott e Isaac. - e então voltou sua atenção novamente para a conversa totalmente alheia a um Stiles emocionado. 

Alguns minutos depois, Stiles teve sua atenção roubada pela voz de sua. 

- e então...vai me contar como se apaixonou por um Hale? - Stiles engasgou com a própria saliva, vendo o sorriso malicioso que havia surgido no rosto da mais velha. 

Jonh torceu o nariz e escutou novamente Érica engasgar com algo caindi do banco em uma posição cômica. Boyd estalou um tapa na testa enquanto corria para ajuda a garota. Érica parecia que iria morrer a qualquer hora... Não espera, ela já tava morta. 

- você... - ela começou a falar quando já estava quase recuperada dá crise de tubércul... Opa, quer dizer, crise de toçe. -  você e o Derek juntos? Pelo pai, quantos anos eu fiquei morta? 

Stiles se remexeu desconfortável, porque :

1° - ele realmente odiava lembrar que estavam todos mortos. 

E 2° - ele havia esquecido de Derek.

Derek....

Stiles havia ficado tão impressionado e feliz com tudo aquilo que havia realmente esquecido de Derek por um momento. Talvez isso soasse um pouco egoísta, mas por um longo momento Stiles havia esquecido das pessoas que havia deixado para trás. 

Esquecido de todo sofrimento que causou, esquecido que todos estavam ali por sua culpa. Mas uma vez a aquele sentimento reverberou por seu corpo, Derek não merecia todo o sofrimentos que estava passando enquanto o egoísmo dele o mandava esquecer toda a merda que fez e viver feliz ali como se estivesse tudo bem. Como se ele nunca houvesse causado a morte de mais da metade daquelas pessoas com quem ele conversavam nesse momento. 

Ele preferia ignorar os rostos conhecidos até mesmo das pessoas que matou, não havia como olhar ao redor e não ter flashbacks de sua mão estrangulando ou decapitado algumas das pessoas ali. Contudo ele poderia viver com isso, viver com os olhares tortos. O amor daqueles seis bastavam.

- Eu... 

A voz falha de Stiles foi interrompida por um uivo arrepiante que percorreu a sua espinha inteira até pinicar a sua nuca. Ele olhou em direção a trilha da floresta e viu uma alcatéia inteira De lobos saindo dela. 

O castanho engoliu em seco. 

O Alpha tinha pelagem negra brilhante e os olhos vermelhos. Era enorme, o maior de todos. Por alguma motivo seu corpo se arrepiou intero quando viu o lobo farejar o ar e seus olhos brilhantes cravar em si. 

Stiles automaticamente se levantou e sua respiração ficou entrecortada. Ele conhecia aquele olhar, algo quase familiar. Aquele ar perigoso, Céus, ele realmente conhecia. 

Os lobos começaram a se aproximar conforme o Alpha também se aproximava. Stiles tremeu. Do lado do Alpha havia mas dois lobos um em cada lado, o da direita tinha a pelagem cinza e seus olhos eram azuis cintilantes, o da esquerda também era um Alpha mas toda a soberania do primeiros ofuscava o poder do segundo Alpha. Sem dúvida o poder do Alpha líder era impressionante. 

Stiles reconhecia aquele ar inumano, aquele ar perigoso que fazia todos prenderem a respiração e ficarem imóveis observando o impressionante animal. 

Conforme a distância entre eles ia sendo coberta os lobos tomavam a forma humana, nus, eles se dispensavam para outros lugares da clareira. Stiles se perguntou por um momento se todos naquele lugar ainda ficavam impressionado com aquelas transformações.

Agora apenas três lobos caminhavam em direção a Stiles, em poucos segundos ele viu os dois lobos ao lado do grande Alpha tomarem as suas formas humanas. O lobo da direita de pelagem cinza, na verdade era uma loba que se transformou em uma bela mulher. Cabelos negros como o vazio, olhos cinza claro, tom da pele bronzeada e com um corpo esguio e esbelto. Ela era linda. 

Stiles sentiu o coração acelerar quando o segundo Alpha se transformou em um homem cuja as feições e traços brutos, ele conhecia. Forte, alto e músculoso, aquele homem tinha a barba por fazer, e céus, os mesmos olhos verdes que Stiles conhecia bem. O homem era a cópia exata de Derek, tirando apenas os cabelos cobre acinzentado que aquele Alpha possuía, Até mesmo a carranca era idêntica a de Derek. 

Stiles olhava para a figura de um Derek mais velho.

Era Alexander Hale. 

O seu sogro. 

Os cabelos negros do amado, Stiles sabia bem de quem ele havia herdado. Talía Hale, a grande Alpha. O lobo estonteante tomou forma de uma mulher morena cujos cabelos eram os mais negros que Stiles já virá. O queixo do menino caiu. Ele nunca em toda a sua curta vida havia visto talía, mas naquele momento ele tinha a plena certeza que aquela mulher, que exalava e transbordava poder e dominação era talía Hale. 

Sua sogra. 

É, Stiles não tinha se quer cogitado a ideia de conhecer seus sogros, nunca na vida ( ou até mesmo na morte. ) Pensou na possibilidade. Mas  ali na sua frente a exatamente três palmas de distância, jazia talía Hale e Alexander Hale sem contar na cunhada, Laura Hale. 

Shit! ( merda!)

A boca do menino secou. Ele estava nervoso. Era os seus sogros e sua cunhada alí. Nus. Pela cueca do Batman, haveria como isso ficar mais constrangedor? 

O garoto deu uma pequena olhada por sobre os ombros e nem os seus pais estavam mais no banco. 

Traidores - pensou Stiles 

Ele voltou a sua atenção para os três lobos a sua frente e suas pernas tremeram quando viu da onde Derek havia herdado as sobrancelhas e expressão facial julgadores. Stiles se sentiu mal, era como se eles tivessem o analisando e julgando. O que era totalmente verdade. 

Isso o deixou desconfortável, muito desconfortável na verdade. Ele sabia o que os lobos estavam fazendo, estavam analisando o seu caráter, quando a sobrancelha de Alexander subiu, Stiles teve certeza que o homem pode ver toda a culpa e remorso que Stiles carregava nos ombros. Uma coisa que era talhada na sua alma e que agora xz era visível para todos. 

Fale alguma coisa seu idiota. - ele pensou. 

Mas o que dizer? Oi, eu sou Stiles o namorado morto do seu filho!? Oi Talita, Alexander e Laura, então eu sou mais um Dos Amores do seu filho que terminou em Tragédia!? Oi eu sou o cara quebrado que seu filho de dedo podre para amores, escolheu para amar!? Ou até mesmo, Oi eu sou a razão pela qual seu filho vai acabar se afundando na merda novamente..

Mas todos os pensamentos e possibilidades de iniciar uma conversa se foi quando ele viu os olhos de talía majarem e um sorriso fraco brotar no seu rosto. 

Estranho. A família sobrancelhas julgadoras, sorriam? 

- oh querido... - foi o que ela disse com a voz quebrada, antes de passar os braços em volta do pescoço do garoto e puxa-lo para os seus braços o abraçando apertado. 

Dizer que Stiles não entendeu nada era eufemismo. Porém, apos alguns segundo ele cedeu  ao abraço que parecia muito com um dos seus favoritos nesse e no outro mundo. 

O castanho sentiu seus ombros serem apertados por duas mãos distintas e ele soube na hora que se tratava de Alexander e Laura. Na teoria, conhecer os sogros sempre era mais fácil do que na prática, mas aquela apresentação era pra lá de bizarro porrque;

1° - ele não sabe porque está sendo abraçado já que provavelmente Derek irá voltar a ser aquela pedra de gelo sem sentimento além da raiva, por sua culpa. 

E 2° - estava abraçando a sua sogra pelada. 

Muito, muito desconfortável. 

A morena desfez o abraço delicadamente e com uma expressão que Stiles não soube identificar, mas que parecia muito com gratidão, ela falou.

- então você é o famoso Stiles Stilinski de quem ouvi tanto falar. - afirmou. 

Stiles deu de ombros timidamente.

- não muito famoso. - um pequeno sorriso sem graça se formou nos seus lábios e ele continuou baixinho, quase um sussurro. - pelo menos não do jeito que eu queria. 

Convenhamos que ter a fama  de destruir tudo que toca, não é lá muito encorajador. 

- o Garoto que conseguiu conseguiu quebrar as barreiras do coração duro de meu filho... E destruí-lo mais uma vez - rápido e direto, sem cautela com as palavras. Esse era Alexander Hale.

É, realmente a família Hale não tinha noção do quanto palavras podiam doer, e aquelas tinham dado um soco na cara de Stiles. Ele abaixou a cabeça envergonhado sem dizer uma palavra, porque no final Alexander estava certo. 

- Alexander - talía rosnou pro marido. 

O homem mais velho suspirou e encolheu no lugar.

- desculpe querida - ele olhou para a matriarca e um lampejo de tristeza invadiu seus olhos. 

Não que Stiles soubesse se realmente era tristeza. Deaton disse que ali não existia esse sentimento... Era verdade. Não existia tristeza e sofrimento, mas com certeza a culpa existia... Então o que foi isso com Alexander? Ele realmente estava triste? Talvez quando se trata de ligações com os seres vivos, eles ainda possam sentir vagamente essas emoções.

- é que eu não me conformo sabendo que nosso filho sofrerá novamente. - ele continuou - que vai passar pelo mesmo inferno de quando Paige e nós morremos. Ele merece ser feliz e não passar o resto da vida chorando a morte de quem ele. Ama. Derek é um bom homem, não merece tanto sofrimento. 

Alexander está certo e Stiles sabia disso.

Um bolo cresceu na garganta de Stiles, e lágrimas marejaram seus olhos. Talvez ele sentisse essa tristeza porque ainda não está completamente morto, ainda faltava o seu cosmo parar de queimar. E sinceramente, Stiles queria que aquela sensação fosse embora logo, aquilo já era recorrente de mais pra ele.

Stiles melhor do que ninguém sabia o quanto Derek estaria sofrendo, o quão ruim o lobo deveria se sentir. No lugar de Derek, Stiles definharia de tristeza, dor e culpa. O castanho também sabia muito bem o quanto lobo se fecharia para o mundo e que provavelmente o moreno não seguiria em frente como ele havia pedido. 

Isso fazia Stiles querer chorar. 

- papai - Laura começou - não seja tão duro, Stiles não teve culpa do que aconteceu. Ninguém escolhe esse destino. Der bear vai superar mais essa. Ele é um grande homem. 

Stiles engoliu em seco o bolo que se formou na sua garganta. Na verdade ele tinha sim a opção de escolha, e mesmo com toda essa onda de tristeza, o castanho ainda não sabia o que fazer. Uma parte sua gritava para voltar e se jogar nos braços de Derek, o outro implorava com todas as forças para que ele não voltasse para lá, que ele não aguentaria mais tanta tristeza e sofrimento. Que ele já não aguentaria mais nada. 

- eu tenho muito orgulho do que o meu pequeno lobinho se tornou. Um homem forte, com princípios e inteligência - disse talía, sua voz agora um tom mais baixo. - eu só quero agradecer por você ter mostrado ao meu filho o que é felicidade de verdade. O que é amar novamente.  Eu queria ter estado ao lado dele - agora Stiles tinha certeza, a tristeza existia ali. A voz de Talía deixava isso claro. - mas isso foi arrancado de mim muito cedo. 

Stiles estava agora confuso. 

O que aquele lugar era de verdade? 

                               †

Era manhã, sim, todos sabiam por causa do horário que o relógio marcava na parede, no entanto, lá fora, continuava a chover intensamente. O Céu era tão negro que realmente parecia noite, a chuva caia intensamente lá fora e os relâmpagos e raios não paravam de atormentar o tempo. 

O pack continuava na clica, esparramados pelo chão. Uns conseguiram cochilar, outros, não pregaram os olhos ao menos um minuto. Agora estava todos acordados, todos em silêncio e pensativos. 

Derek por sua vez, desde que voltou do seu  banho não havia arredado o pé dali. A hora passando e suas esperanças diminuindo. A banheira com uma nova remessa de gelo, era visto por Derek agora, como um Cachão. 

O recém Alpha já havia adotado o sentimento de luto tão bem conhecido por si. 

Derek ja se via levando flores ao túmulo de Stiles, chorando a perca, e sucumbindo a dor. Ele se sentia um estúpido por ter deixado Stiles quebrar suas barreiras e se infiltrar na sua vida daquele jeito. Derek deveria ter previsto que assim como tudo na sua vida, aquele amor não daria certo. Que acabaria em dor. 

O alpha se sentia sufocado. O bolo na garganta crescia e ele já não sabia o que fazer com o tamanho do vazio no seu peito. Ele tinha vontade de chorar, aquele tipo de choro que os ombros sacodem. Um choro de desespero. 

Afinal, ele era um sobrevivente, ou um largado pelo destino? 

Uma risadinha fraca chamou a atenção de Derek e do resto do pack. 

Do que diabos Scott estava achando graça?!

- sabe - o moreno começou. Ele estava sentado no chão entre as pernas de Isaac, que por sua vez estava apoiando a parede . - eu lembro que a tia Cláudia...- ele limpou a garganta- a mãe do Stiles, morreu quando nós dois tínhamos exatos 3 anos. 

As pessoas ali estranharam a fala do moreno. Onde ele queria chegar afinal?

- ... E o Stiles conseguiu entrar em um estado de depressão tão profunda que achamos que iríamos perde-lo também. - Scott tinha lágrimas nos olhos, assim como todo o resto do pack. Issac apoiou a testa no ombro do namorado por trás, deixando antes um beijo no lugar. -  ele não comia, não dormia, muito menos levantava da cama. - a voz do Alpha ficou embargada e ele fechou os olhos forte, deixando algumas lágrimas molharem a sua face. - cara, ele ficou sem falar por meses. Stiles tinha apenas três anos. Eu não entendia muito bem o que estava acontecendo, nem o porquê do meu melhor amigo estar tão triste, afinal, eu também era um criança e tinha a minha mãe, e nunca estive em uma real relação com meu pai. Eu juro que não fazia ideia do que estava acontecendo. 

Scott levou as mãos as olhos e abaixou a cabeça, forçando as lágrimas a continuarem em seus olhos. 

- mas eu lembro muito bem, tive muito medo de perde-lo - continuou com a voz quebrada - lembro que minha mãe cuidou dele, já que o tio jonh na época se afundou na bebida e o estado dele só piorou ainda mais quando viu que Stiles estava aos poucos e inconscientemente cometendo suicídio. - as lágrimas agora escorriam livres por seus olhos e seus ombros mexiam. Isaac apertou os braços mais ao redor do namorado, tentando passar o conforto que nem mesmo ele tinha. - um dia eu cheguei no quarto do Stiles e ele chorava muito - Scott parecia perturbado - ele chorava tanto que mal conseguia respirar, seu rosto estava tão pálido e seus lábios roxos, que parecia não haver mais sangue circulando nele. Deus, ele estava sufocando e não havia ninguém em casa. Eu estava sozinho e ele estava morrendo. Eu não sabia o que fazer, não fazia a mínima ideia de como parar aquela crise de pânico, ou seja lá o que ele tinha. Eu acho que foi a primeira vez que realmente temi a morte... Lembro de que em desespero eu subi na cama dele e me abracei a ele, chorei muito também. O disse que não poderia perder o meu irmão, e que eu sempre estaria lá por ele, que nunca o abandonaria. Mas que para isso, ele precisava reagir, se acalmar e sair daquela. - Scott olhou Derek. - eu não sei de onde surgiu aquelas palavras, eu era uma criança e não sei de onde saiu aquele discurso adulto. Acho foi que o medo de perder o meu irmão. Mas deu certo, ele voltou a respirar normalmente e nós dois dormimos abraçados.  Duas semanas mais tarde, consegui convence-lo e convencer o tio jonh a ir em um piquenique. No dia, mamãe fez bolo de chocolate e para a nossa surpresa, Stiles pediu mais uma fatia. Foi a primeira vez que ele falou em quase um ano, e a primeira vez que jonh sorriu, e ficou sem beber o dia todo, em meses. 

Scott deu um pequeno sorriso 

- no final da tarde eu e Stiles corremos pela reserva até o Rio que havia ali, nós sorrimos e olhavamos um para o outro enquanto o vento soprava nos nossos rostos, bagunçando nosso cabelo. - Scott pareceu se acalmar aos poucos como se lembrasse que aquilo foi a muito tempo atrás. Ele se re-encostou no namorado apoiando agora a cabeça no peito do amado, sorrindo afetado pelas lembranças nostálgicas - eu lembro que foi ali que começou realmente a nossa irmandade. Ali eu soube que Stiles seria o amigo a quem eu chamaria para esconder um cadáver... - o sorriso desapareceu -  Mas parece que eu acabei o decepcionado e arruinando a nossa amizade. 

Poderia parecer estranho, mais ninguém além de Scott, Realmente sabia o quanto a morte de Cláudia havia afetado Stiles, nem o próprio Derek sabia. E por algum Motivo ele gostou de Scott ter compartilhado essa lembrança. 

Stiles nunca demostrou de verdade o quanto já era quebrado, muito antes do sobrenatural adentrar a sua vida. Talvez Derek não fosse o único a colocar muralhas em torno do seu coração, mas diferente de lobo, Stiles usava o sarcasmo e não a frieza. 

Derek queria ter mais tempo para conhecer Stiles, queria saber como havia sido sua infância sem uma mãe, como foi a escola e seu primeiro amor. Mas ele queria ouvir tudo aquilo de Stiles, queria poder ter uma crise de ciúmes e brigarem, para logo depois se reconciliarem com uma transa selvagem como em todas as vezes que transaram. 

- muito antes de entrarmos no mundo sobrenatural, o Stiles já tinha suas próprias batalhas a vencer. - continuou Scott com a voz rouca do choro - só fomos egoísta de mais para perceber isso antes. 

A sala caiu em silêncio e apenas soluços abafados era ouvido. A clínica cheirava a tristeza e luto. 

Stiles tinha muito mais história por baixo das cobertas do que todos podiam ver. Ele lutava pela sua sanidade muito antes de lobisomens, banhees e Nogtisunes aparecerem na sua vida.

Derek também sentiu a necessidade de compartilhar algo.

- eu também lembro que quando cai na piscina, no confronto com o kanima - Derek começou com a voz mais rouca que o normal - tive a certeza que morreria ali. Eu estava paralisado, não conseguia me mover. Vi a superfície da piscina se distanciando ao mesmo tempo que meu corpo afundava. eu tinha certeza que morreria daquele jeito patético. Um lobisomem morto por afogamento. - ele riu amargo - havia apenas, a mim e um humano idiota a qual eu achava que nunca arriscaria a vida por me. - uma pausa longa, ele pareceu pensar, e então continuou - e porque salvaria um lobisomem idiota, que na maioria das vezes estava o ameaçando e o jogando contra superfícies sólidas? 

O pack tinha a atenção em Derek. 

- mas então eu senti a água balançar e meu corpo se chocar contra um peito magrelo. - ele bufou e balançou a cabeça  descrente - Era ele, o humano idiota tinha pulado na piscina, nadado até o fundo e me colado junto ao seu corpo enquanto tentava nos levar de voltar a superfície. Stiles é tão inacreditável, poderíamos ter morrido nos dois.  Aquele filho da mãe conseguiu nos manter boiando por duas malditas horas. Um humano de 62 kg Conseguiu manter um lobisomem de 92 Kg boiando por duas fuking horas.

Derek respirou fundo. 

- não, não foi ali que eu me apaixonei. - confessou abaixando  a cabeça e olhando  o corpo pálido de Stiles - mas foi ali que eu soube que poderia realmente confiar nele, confiar minha vida a ele... aquele garoto a quem eu julgava ser inferior, Era nele que eu poderia depositar minha confiança.  

Silêncio. 

No silêncio daquela sala, com sentimentos de mágoa, luto e tristeza as pessoas começaram a lembrar de momentos nostálgicos com o garoto. 

Até Peter relembrava a época que tentou matar o garoto com a ajuda da sua enfermeira macabra, mas Derek apareceu lá e lutou bravamente para salvar a bunda branca do moleque... Era como Derek disse, um sempre estava lá para o outro, mesmo que inconscientemente, e Peter admirava isso. Fato. 

Kira por sua vez lembrava de como Stiles ficou relutante em tê-la por perto, quando se conheceram. Kira não o culpava, ele só estava tentando proteger os seus. Na verdade, Stiles sempre estava tentando proteger o pack, em todas as vezes, em todos os momentos. Tudo que ele fazia era para o bem deles, mesmo que as vezes fosse mal compreendido e até mesmo julgado. 

.... Mas Era sempre por eles. 

(...)

Três dias. 

três dias haviam se passado  e a única coisa que mudava era o gelo na banheira, onde Stiles - ainda - se encontrava. 

Faltavam exatamente 12 horas para o prazo do ritual acabar. Foram três dias e 12 horas de pura tensão, lágrimas e orações silenciosas. 

A tempestade continuava a assolar Beacon Hill, em nem um momento desde daqueles três Dias, a chuva atormentadora havia cessado. Parecia que o clima da cidade sabia da dor daquele pack, e adotou pra si também. Beacon Hills chorava junto a eles. 

Não se sabia exatamente quando era dia, ou quando era noite. Apenas os ponteiros do relógio marcava essa passagem de tempo. O céu sombrio e escuro, refletia por completo o sentimento daquelas pessoas, que mesmo depois de dias, ainda choravam como se fosse o primeiro, se agarrando bravamente a um fio de esperança. 

Dizer que o pack não comeu, bebeu ou dormiu aqueles três dias, seria exagero. Eles comeram, eles beberam e por vezes com o cansaço da espera, acabará Adormecendo, as vezes nos braços de alguém ou apenas no chão duro e frio da clínica.

Derek por vezes se pegava fitando o garoto com corpo extremamente pálido e lábios roxos, na banheira com gelo. O alfa sempre odiou ficar vulnerável, não tinha palavras ( ou palavrões, depende do seu ponto de vista) que expressassem a sua irá por ver algo acontecendo e não poder interferir. 

Não era novidade para ninguém que Derek gostava de ter as coisas ao seu controle. Que era dominador ao extremo. Gostava do seu mundo cinza, onde a sua carranca e personalidade bruta afastava todo mundo, deixando as coisas no seu devido lugar, onde ele podia as controlar. 

Mas então veio Stiles, o desarmou completamente, tirando seu mundo do eixo e arrancando sorrisos bobos do seu rosto. Destruindo as suas barreiras o deixando esse lobo idiota que agora sofre pela porra de um humano - talvez não tão humano assim -  magricela - talvez não tão magricela assim. - hiperativo e verborrágico. 

O alfa nem se reconhecia mais, desde quando ele havia ficado tão emotivo ao ponto de chorar na frente dos outros? Aliás, quando ele se permitiu chorar?  Onde estava aquele Derek que só se comunicava através de rosnados e palavras monossilábicas ? Do coração duro?

No fundo Derek sabia, a resposta de todas essas perguntas. E todas elas giravam em torno de um adolescente, e um sentimento. 

Stiles. Amor. 

Droga, talvez eles não fossem o tipo de casal romântico de palavras doces ou ganhassem o prêmio de melhor casal do ano, mas ainda sim, era amor

Os dois tinham as suas personalidades, sempre contrastando uma com a outra. Derek era o caladão, Stiles o tagarela. Derek nunca tinha um sorriso no rosto, Stiles vivia sorrindo pro vento. Derek o bad wolf mal humorado, Stiles o garoto simpático de humor ácido. 

Diferentes. 

Água e vinho.

 O fato era que, a personalidade de um completava a do outro.  E isso, ninguém, absolutamente ninguém, podia contestar.

O jeito idiota e irritante de Stiles, conquistou o coração duro feito pedra do lobisomem. Isso não queria dizer que de vez em quando, Derek não sentisse vontade de socar ou até mesmo arrancar a jugular de Stiles. Porra ele era irritante para caralho... mas acontece que isso nunca iria acontecer. Derek nunca tocaria um dedo em Stiles para machuca-lo 

E vê-lo daquele jeito, sem vida, era desesperador pro lobo. Aquilo o trazia lembranças horríveis. Só podia ser maldição, não era possível que Derek estivesse condenado a ver todos quem ele ama morrer lentamente. Sua família, queimada viva. Paige morrendo nos seus braços. 

Porra! Eles não tiveram tempo, desde que Derek voltou as coisas nunca Deram uma trégua. Era sempre pulando de uma quase morte, para a outra. 

Não fazia nem três meses que Stiles havia voltado de Oregon. 

Não era justo... 

- precisamos falar sobre isso - a voz de Peter se sobressaiu por cima dos trovões, chamando a atenção do pack. - evitamos por muito tempo. 

Derek sabia do que o lobo mais velho queria tratar. 

- falar... - Malia levantou a cabeça das coxas do pai, o olhando e pigarreou para fazer sua voz funcionar - falar sobre i que exatamente? 

Derek bufou.

- sobre o que vamos fazer caso Stiles realmente morra. - disse com amargor na voz. 

- o que? - Scott exclamou já totalmente acordado. Óbvio que Stiles iria voltar. 

Peter revirou os olhos. Eles também era um dos mais afetados naquela sala, no entanto, o lobo melhor do que ninguém sabia lidar com a realidade. 

- vocês não podem lidar com isso como se fosse uma opção descartável. - Peter era duro nas suas palavras - Stiles poderia voltar a qualquer momento, mas nada aconteceu e faltam apenas dez horas para o prazo do ritual acabar. Não ajam como crianças mimadas e encarrem a droga da realidade como ela realmente é. 

Derek já não tinha forças para descordar do tio. Era verdade, se Stiles ainda estava lá, era por escolha própria. Deaton explicou a eles como o ritual acontecia e que nada prenderia Stiles lá. 

Derek só tinha medo que Stiles não fosse forte o bastante ou não tivesse motivos suficientes para voltar. E mais uma vez em silêncio, Derek fez como havia feito quando Stiles partiu para Oregon. pediu que ele fosse motivo o bastante para Stiles voltar. 

O lobo olhou pro relógio, haviam se passado duas horas e ele nem ao menos percebeu. 

- nosso maior problema não é esse - Deaton falou entrando no cômodo da clínica onde o pack e Stiles estavam. 

– e então qual é? - perguntou Átila. 

— o que iremos fazer caso ele volte - Deaton viu as pessoas na sala estranharam. Era meio óbvio essa resposta. Comemorar. - como vamos ensinar uma raposa demoníaca com sede de sangue a se controlar? 

A sala caiu em silêncio. 

- vamos nos preocupar com um coisa de cada vez - Scott como alfa tomou as rédeas da situação. Já era hora. - primeiro vamos nos concentrar na sua volta. O resto é consequência. 

Então horas se passaram. a sala tença com cada segundo a menos no relógio. A tristeza ecoando e ricocheteando nas paredes da clínica. 

Faltavam apenas três horas. 

××∆××

A tarde era calma e ensolarada, a brisa leve e carregada de paz. Nada acontecia e pela primeira vez em anos Stiles desejou que aquilo durasse pra sempre. 

O garoto estava deitado embaixo de uma grande árvore, provavelmente um Carvalho. Stiles tinha a cabeça nas coxas de Allison, que por sua vez acariciava os cabelos castanhos do amigo.

Tudo era tranquilo e exalava paz. A respiração Calma e regulada, o peito descendo e subindo ritmicamente calmo.  Era paz, pela primeira vez, era paz.  Stiles não teve receio dessa sensação, ele não temeu que tudo mudasse e o deixasse sem chão, jogado no escuro a própria sorte. Pela primeira vez em muito tempo, ele podia fechar os olhos sem medo de um pesadelo. 

E pela primeira vez desde que chegou ali, ele realmente considerou ficar.

Depois de conversar com os pais de Derek por algumas horas, a horas atrás, Stiles entendeu porque o lobo sentia tanta falta deles. Talía, Alexander e Laura eram gentis e amorosos apesar de Alexander se mostra hostil as vezes. Mas Stiles entendia, o Sr Hale estava inconsolável por saber que mais uma vez, Derek perderá quem ama e por imaginar a dor do filho. O Sr Alexander era tão protetor quanto Derek, e Stiles admirava o homem por isso. 

O garoto só estava ali a um dia e já amava o lugar. A morte não era tão horrível afinal. 

Talvez fosse egoísmo seu, mas de algum jeito Stiles achava que faria um grande favor ficando ali faria Um favor a todos,  Principalmente as pessoas lá embaixo. 

Mas na maior parte era puro egoísmo, ele não queria voltar e sofrer mais. Stiles não aguentaria chorar todas as noites  novamente, sentir medo e aquela dor insuportável no peito. Ele simplesmente não podia mais voltar. Estava decidido. 

Allison  limpou a garganta fazendo Stiles desperta do transe e das péssimas lembranças. Parecia karma, mesmo estando naquele lugar de paz as memórias ruins e os sentimentos não o deixavam. 

- as coisas mudaram muito desde que fui arrancada de la, não é? - Stiles não soube identificar aquele tom de voz. 

O coração do menino acelerou.

"Desde que fui arrancada de lá" 

Ela não queria está ali? Porque?

- talvez porquê ela tenha morrido cedo de mais - sua mente sibilou - ou porque você a matou.

Ele suspirou. 

- não muito - girou o corpo e a cabeça para poder olhar Allison de baixo pra cima. 

Seu próprio olhar era machucado. 

Ela riu sem humor.

- qual é - ela parou a carícia e descansou a mão nos tufos castanhos. -  você está namorando o Derek, as coisas mudaram com certeza. Não minta pra mim. 

Stiles suspirou e fechou os olhos quando Allison voltou a brincar com  Seus cabelos. Ele realmente não queria falar sobre aquilo. 

- tudo bem, não mentirei. As coisas mudaram. 

- então me conte.  - ela pediu .

- Allison... - sua voz era exitante e antes mesmo que pudesse terminar a frase, ela o cortou.

- Stiles por favor - era um súplica. O castanho suspirou frustrado - não me negue isso por favor, me diga como está meu pai, me conte mais sobre Scott e Isaac, sobre você e Derek. Como Lydia está? E a Kira? Eu sinto todos os dias saudades de estar com vocês, da escola, do meu pai. Da vida. 

Stiles suspirou e levantou, sentou na posição de lótus fitando Allison diretamente nos olhos. Ele não falou nada  apenas viu o quanto as palavras da morena eram verdadeiras. 

Merda! 

A Dor, culpa e tristeza ( o que obviamente não deveria existir ali) tomaram  o peito do garoto magro, latejando e ardendo. Não tinha um jeito delicado ou até mesmo sutil de contar o quão ruim as coisas ficaram, ou o quanto as elas mudaram. Não havia como falar que o Nogtisune tinha ressurgido dos infernos para o atormentar, não tinha como falar que ele havia novamente matado pessoas,  algumas  inocentes. Não tinha como falar em palavras claras que Scott não era mais aquele menino doce e ingênuo. 

Stiles não poderia simplesmente dizer que Scott havia o negado, julgado e até desprezado. Falar sobre as lágrimas que Kira derramou pela morte dela era impossível, e tão pouco, do quão ruim Chris tinha ficado com a sua partida. Tudo aquilo quebrava Stiles  de um jeito totalmente novo. 

O garoto bufou mentalmente

Talvez ele pudesse falar de como Átila, havia esfregado na sua cara que a morte da castanha era culpa dele e só dele. De como ele cuspiu as palavras bem sonora " Allison morreu por sua culpa.", E como aquilo doeu. Ou pode até contar de como Chris ficou tão ressentido consigo, que foi embora de BH. 

Seria simples, na verdade, ele poderia fazer Allison ter raiva sua. 

Stiles suspirou

Seria bem mais fácil se as pessoas ali sentissem raiva de si. 

Mas ele precisava falar alguma coisa. Contudo, estava decidido a não tagarelar sobre o seu relacionamento com Derek, afinal o que iria dizer? Ia simplesmente falar que Derek havia ressurgido das cinzas, depois de quebrar seu coração em pedaços?! Ou que não havia mais tempo para eles?!

 Também estava decidido a não falar da sua vida exatamente. Iria mentir! Não iria contar o pesadelo que ela se tornou, muito menos falar como as coisas mudaram com a partida da castanha. Não poderia mesmo se quisesse, Stiles não conseguia expressar a sua dor sem trazê-la para a superfície ou sem fazê-la transbordar por seus olhos.  

Como falar o quão difícil as coisas estavam lá embaixo? 

Nada havia sido fácil até aquele ponto. Stiles havia chorado, se machucado, chegando ate mesmo a morte. Ele havia feito de tudo para proteger aqueles que ama, tudo que fez até aquele momento havia sido para protegê-los, deixá-los em segurança. 

Acontece que a vida não foi muito justa com ele. O castanho ficou tão quebrado que era impossível catar todos os caquinhos, a vida batia muito forte e Stiles não conseguia se esquivar. 

Aquela alma era tão quebrada quanto ele deixa transparecer. .

Stiles não queria trazer de voltas lembranças da sua voz ordenando que o Oni matasse Allison, do senhor Argent chorando em cima do tumula da filha ou do olhar machucado e acusatório de Scott e Lydia. Fazer isso era quase uma tortura e tão como uma tortura, aquilo dois demais. 

O mundo havia desabado em cima da sua cabeça tantas vezes que era impossível suportar aquele pezo todo

No entanto, ela não precisava saber de tudo não é? 

Ela não precisava saber como as coisas ficaram ruim depois que ela morreu. 

O castanho foi retirado do seu transe com Allison passando o dedo na sua bochecha enxugando as lágrimas que imperceptívelmente escorreram por suas bochechas. 

- não chore por favor - ela pediu acariciando o seu rosto. - eu não sei que exatamente aconteceu, mas estou disposta a te ouvir. Mas deixe saber por favor. 

Então Stiles suspirou e segurou as mãos da garota nas suas, contando o que havia acontecido nos últimos anos. Claro, omitindo alguns detalhes da qual ela não precisava ficar sabendo.

Contou como Chris foi embora e depois voltou com Átila, e como foi a integração dele ao grupo. Contou que Derek e Scott tinha uma certa rixa com o caçador. E como Átila é uma boa pessoa, claro que ele omitiu a parte sobre a acusação. 

No fim do tópico"Átila", Stiles contou como Kira e Átila se deram bem de primeira. E como estão felizes. ( Talvez não nesse exato momento. ) 

- fico feliz por Átila, ele sempre foi um bom primo e Meu melhor amigo quando morávamos na França. - disse Allison com um sorriso orgulhoso do primo - ele tem sorte de ter Kira ao seu lado. Eu posso dizer que ela é uma garota incrível. 

Stiles concordou 

Se ela soubesse o quanto Átila havia ficado magoado com Stiles....

Depois o castanho contou de como Chris se casou com Melissa e de como esta  feliz. Chris havia se tornado uma pessoa bem melhor, e já não caçava mais a menos que esse sobrenatural fosse um perigo para BH.  

Depois veio Scott e Isaac, Ele e Derek ( uma pequena parte sobre eles na verdade. ) por último contou como Peter havia se tornado uma pessoa muito melhor depois da descoberta de uma filha. 

Era difícil dizer o quão Allison ficou surpresa com o fato de, Peter o psicótico, ter uma filha, e mais surpresa pelo fato disso Tê-lo mudado. 

Excepcionalmente Stiles conseguiu esconder toda a merda. Se sentia culpado por isso? Sim, claro que sim, aquilo seria mais um adicional para a bagagem pesada que carrega. Mas porra, porque ele iria jogar todo aquele saco de estrume nela? Porque envolve-la quando aqueles problemas não pertenciam mais a ela? 

Óbvio que não foi fácil burlar todo o caos, em momentos Stiles precisou se segurar para não chorar ou deixar a sua voz tremer. Ele lembrava de toda a raiva que sentiu do pack quando os mesmo lhe viraram as costas, do sentimento de traição quando os perdoou fácil demais, e do peso que é carregar tantas e tantas mortes nas costas. 

Também lembrou do quanto se sentiu quebrado ao flagrar Breaden e Derek juntos. Não havia sido fácil segurar as lágrimas, mas no final tudo foi bem sucedido e Allison sabia parcialmente do que havia acontecido na vida do seu antigo pack. 

No final de tudo ele viu Allison chorar toneladas de lágrimas, e sinceramente? Stiles não havia entendido nada. 

Ele deixou a garota chorar nos seus braços, permitiu que Allison derramar cada lágrimas que precisava. Ela chorava silenciosamente as lágrimas caiam sem parar e ela tremia um pouco. 

O castanho apoiou o queixo nos cabelos negros da outra e apertou os braços e. Volta dela. 

Stiles estava Confuso, ele havia escondido as partes mais obscuras justamente para evitar aquelas lágrimas que escorriam pelo rosto da caçadora. 

- porque está chorando? Eu pensei que ficaria feliz em saber como as coisas estão - perguntou Stiles com a voz sufocada. 

  A menina enxugou as lágrimas e desvencilhou o abraço, olhando nos seus olhos. 

- eu sinto tanta falta de está lá - confessou .

A garganta do garoto fechou e novamente Ele suspirou triste ou talvez cansado, era muito difícil de dizer. Quem sabe simplesmente fosse os dois juntos. 

Aquela confissão deixava Stiles arrasado, afinal a única coisa que o confortava naquele lugar era saber que as pessoas as quais ele tirou a vida, estavam felizes e verdadeiramente plenas...

Mas em meio a essa confissão, como ele poderia se sentir absorvido das coisas que julgava serem sua culpa? Era claro que aquelas lágrimas que escorriam pelas bochechas da garota, não era de plenitude e felicidade verdadeira, e sim de sofrimento. 

- porque você sentes saudades de lá? - o garoto perguntou com a voz baixa e Seus olhos marejados - Olha esse lugar - fitou os olhos da menina - Allison, isso aqui é muito melhor do que qualquer coisa lá embaixo 

Allison franziu a testa 

- do que você está falando? - sua voz saiu baixa, frustrada e incrédula, quase indignada - Stiles, como alguma coisa aqui pode ser melhor do que lá? - ela parecia irritada, seus olhos brilhavam com as lágrimas ameaçando cair - esse lugar é uma grande mentira. 

Ele piscou. 

- como?

A garota deixou algumas lágrimas rolarem por seu rosto e sua feição era de mágoa. 

Stiles tremeu. 

- essa sensação de paz é falsa, a paz desse lugar é apenas mais uma mentira. - agora Allison estava irritada - só temos essa sensação de paz porque eles não nos deixam ter notícias das pessoas lá embaixo, você faz ideia de como é não saber como está as pessoas que você ama?!

- Alli....

- Calado, você não tem ideia de como é. - ela esbravejava. - temos que desistir das pessoas para " viver a eternidade". Não podemos fazer perguntas, é como se tivéssemos de deletar da nossa mente os momentos que vivemos.  Saber como as pessoas que deixamos para trás estão?! Pufff, apenas temos notícias delas quanto elas chegam aqui de repente e sem mais nem menos. E você faz ideia de como é, não temos ideia do que aconteceu, nem se aquele ente querido sofreu na morte. - ela eleva a voz fazendo Stiles se arrastar para um pouco mais longe dela - isso dói porra! Não é porque morremos que não temos mais sentimentos. É maldade e cruel...

Alguma coisa no tom da voz de Allison, desnorteou o garoto.  Ele balançou a cabeça e a abaixou, colocando as mãos no seu rosto. 

Sua cabeça parecia girar, bagunçando os seus pensamentos, sua hiperatividade veio atona e aquelas milhares de vozes que falavam na sua cabeça ao mesmo tempo, voltaram com mais força do que nunca. 

isso é culpa sua. 

Se você não tivesse a matado ela estaria feliz com o pai. 

As coisas aqui não são como você imaginou. 

Seu assassino, olhe o que você fez com ela. 

Seus olhos lacrimejaram e seu peito doeu  tanto que seu braço esquerdo latejou. Ele olhou pro lado não querendo que Allison visse a sua feição, mesmo que a garota mantivesse o olhar fixo a grama. 

Stiles fechou os olhos e balançou a cabeça negativamente. Uma lufada de ar saiu de seus pulmões. 

Ele levantou cambaleando e dessa vez Allison o olhou. 

- espera !- ela exclamou  quando viu o castanho começando a se afastar parecendo perdido. Ele parou e a olhou.  - para onde você vai? 

Os olhos de Stiles continha uma dor incontestável, que Allison nunca havia visto, mas, era o mesmo que predominava nos últimos tempos. 

Além daquela culpa esmagadora, Stiles se sentia mal, quase doente. Era como se estivesse afogando-se nas lágrimas não derramadas. 

Ele olhou Allison e seus olhos pareciam não focar na garota, ele parecia verdadeiramente perdido. 

- Eu... Eu preciso ficar um pouco sozinho. 

Ele voltou a caminhar pra longe. 

- STILES ! - ela chamou novamente. - STILES !

Ele não se virou, apenas continuou a caminhar para dentro da mata que cercava a clareira, logo sua silhueta fora desaparecendo junto ao garoto. 

(...) 

Depois do que pareceram horas, Stiles chegou ao topo de um desfiladeiro, onde o verde não existia. Era um canyon e no fundo dele um rio que corria furiosamente. Por um segundo Stiles tremeu apenas por pensar em como seria cair daquele lugar. 

Stiles se sentou em uma pedra perto da beirada, afundou as mãos pelos cabelos com sua mente dando voltas e mais voltas. 

Que inferno! Stiles estava condenado a nunca ter descanso, era isso? Porque toda maldita vez que achava que as coisas finalmente estavam tomando seu rumo certo, algo sempre, sempre acabava com a sua alegria e plenitude. Algo sempre estava lá para trazer todos aqueles sentimentos ruins de volta, Não importa onde ele estivesse.

Allison não era plenamente Feliz, toda aquela propaganda que Deaton havia feito era só uma grande fraude. As pessoas a qual ele matou sofria por estarem longe de seus parentes vivos, assim como os parentes vivos choravam a perda de um membro . 

Idiota! 

Ele puxou seus cabelos com força se xingando. Ele sentia as lágrimas nos olhos, mas algo o impedia de deixá-las cair. A tristeza o consumia, mas a raiva de si mesmo era mais forte e talvez isso não deixassem aquelas lágrimas rolarem por suas bochechas. 

Stiles tinha raiva de sabe que mesmo depois de morto, ele jamais descansaria completamente. Aquele peso no peito seria para a eternidade. 

Não tinha como ele se perdoar pelo que fez, oor idos que  matou, porque o que fez não havia perdão. Talvez, ele só descansasse quando as dezenas de pessoas a qual ele havia tirado a vida, estivessem ao lado de quem elas amam. 

Mas isso Stiles não poderia fazer, Estava fora do seu alcance...

Stiles podia lidar com a ideia de não ver por um bom tempo os seus amigos e namorado... Mas esquece-los? Não, aquilo era demais. Stiles não tinha essa capacidade de arrancar os sentimentos fora do seu peito ou as pessoas da sua nente. O castanho sabia que quando a saudade batesse ele faria qualquer coisa para ter notícias dos outros a qual deixou. 

Quando Stiles sentiu a movimentação atrás de si, teve uma pequena ideia de quem seria 

- vejo que não está muito feliz 

A voz disse o óbvio. Era a  morte agora sentado ao seu lado. 

O garoto virou os olhos vermelhos de choro reprimido para olhar nos olhos vazios daquele ser. Stiles tinha raiva. 

- esse lugar não passa de uma fraude - cuspiu o castanho para morte que continuava com sua expressão neutra - dizem que esse lugar é apenas paz, plenitude e alegria. - uma pausa. Ele olhava para o ser com terno preto alinhado ao corpo, com um olhar acusador. - deixa eu te dizer que a paz eterna não existe. 

Morte olhou pro garoto e suspirou deu alguns passos e sentou ao seu lado.

- não Stiles - morte começou - não mentimos para vocês. Existe paz eterna. 

O garoto riu irônico. 

- ah é, existe? Então por favor me mostre, porque eu não estou vendo nada dessa bobagem. 

Morte continuava com sua boa postura e olhar compreensivo no rosto. A sua voz com o mesmo tom filosófico de sempre. 

- me diga Mieczyslaw - ele virou a cabeça para olhar o menino que o fitava com raiva e magoa - o que seria de toda a existência, se os sacrifícios não existissem? 

Stiles passou os olhos por todo o rosto daquele ser se perguntando onde aquele infeliz queria chegar. 

Com o silêncio do menor, morte suspirou. 

- sacrifícios existem desde o começo dos tempo, e absolutamente todo mundo precisa sacrificar algo.- disse- para se ter uma coisa você precisa sacrificar outra.   

Stiles bufou irritado 

- não é justo, como podem exigir que esqueçamos de todos? Como pode existir felicidade assim? 

- não esperamos  que esqueçam, apenas que se desapeguem ao plano material.  Aqui vocês podem ter toda a felicidade quiserem, se assim desejar e estiverem dispostos a deixar tudo para trás. Tudo se tem um preço a pagar Stiles, e não é diferente aqui.  

- mas porque? - insistiu.  ele estava inconfornado. 

Morte olhou Stiles diretamente nos olhos. Ele parecia analisar o garoto. 

A verdade é que morte tinha algumas coisas para falar a Stiles. 

- me diga, o que você acha que seria da humanidade e da minha irmã, se os meus sobrenaturais/humanos resolvessem interferir na vida dos sobrenaturais/humanos dela ? - talvez aquela forma de falar estivesse deixando Stiles um pouco mais confuso. - tudo bem - ele lambeu os lábios - o que você acha que aconteceria se os mortos resolvessem interferir na vida dos vivos? 

- muitas coisas poderiam ser evitadas se você quer saber - Stiles disparou. 

Morte deu de ombros. 

- sim, isso é um fato. Muitas coisas seriam Evitadas e isso seria desastroso, um desastre em escala celestial. As coisas sairiam dos seus eixos...

Stiles interrompeu. 

- eu digo que muitas coisas ruins seriam evitadas, muitas pessoas não precisariam Sofrer....

- ... e um apocalipse surgiria - ele continuou e o castanho automaticamente se calou. Então morte suspirou e seu olhar voltou a ser compreensivo - rotas desviadas, destinos e fados apagados. não fazemos isso por que queremos garoto, apenas temos que seguir regras para que as coisas não acabem em caos. É assim que deve ser, e é assim que será para sempre. Goste ou não.  

Por mais que Stiles quisesse berra o quanto aquilo era injusto, ele sabia que morte tinha razão. Fazia sentido e Stiles odiava esse fato. 

Ele poderia imaginar como seria se espíritos interferissem em suas escolhas. Provavelmente muita coisa em seu caminho teria sido desviados e modificados. Talvez se Cláudia pudesse, ela nunca teria deixado Stiles coagir Scott a ir a reserva com ele. Talvez Scott jamais fosse um lobisomem, talvez Stiles nunca tivesse ido ao encontro com Théo e ocasionado todo o caos que causou. 

E por mais que isso soasse muito bem aos seus ouvidos, o castanho tinha compreensão que milhares de vidas seriam afetadas e as rotas celestiais mudadas.  E isso sim não soava bem.

Talvez se os mortos pudessem interferir, ele jamais haveria conhecido Derek. 

Derek. 

Stiles passou as mãos por entre os seus fios castanhos os puxando e fechando os olhos. 

Porque tinha que ser tão difícil? Nada nunca era simples para ele. Nunca. 

As lágrimas agora escorriam Livres por seus rosto. Uma dor aguda no seu peito ardeu intensamente o fazendo levar a mão ali. Ardia como se houvesse alguém com um ferro quente prescionando contra a sua pele. 

Era culpa, tristeza e uma dor carnal que o infligia, uma dor tão aguda que ele não conseguia respirar, a respiração saiam em lufadas e soluços. As lágrimas banhavam o seu rosto. 

E Stiles se perguntava porque ainda sentia tudo aquilo o esmagar. 

- porque eu ainda sinto isso? - ele olhou morte com a voz rouca e trêmula seus olhos de uma agonia intensa. - porque toda essa culpa aperta o meu coração?

Bom, morte foi rápida e direta. 

- porque você é culpado Stiles. - ele viu o menor fechar os olhos e seus ombros começarem a mexer no ritmo do choro. O sofrimento naquela cena era visível. - não importa o que digam, não importa o quanto neguem, você sabe que a culpa de tudo isso é sua. Foi as suas escolhas e decisões que o levaram a desgraça. - por mais que aquilo doesse em Stiles de uma forma inimaginável, ele não ousava falar uma palavra, porque o castanho sabia exatamente que tudo era verdade. aquele ser seria o único em toda a face da terra que o diria a verdade sem temer a sua reação. - você sabe que foi sua culpa Allison, Aiden, Todo o clã dos calaveras e dezenas de outras pessoas, estarem mortas. Foi você que matou ou causou a morte deles. 

- você não pode dizer isso - o soluço rasgou a sua garganta e ele apertou o linho da camisa na altura do peito, onde seu punho estava cerrado. - não foi culpa minha. - enfatizou. 

Morte bufou, fria e sem nenhuma consideração pelos sentimentos do outro. 

- Claro que foi, ninguém tem mais culpa nisso do que você. Você Stiles, acabou com a vida de muitas pessoas, incluindo a sua. Destruiu a família Argent, a reduzindo em lágrimas e mais sofrimento. Não pode fugir, do passado, essa escuridão que você carrega no peito é a prova de que você sabe de quem é a verdadeira culpa. Não importa quantas vezes você peça desculpas, o número de vezes não vai diminuir essa dor que sentem 

- por favor.. por favor pare - ele pediu e cada vez mais os soluços rasgavam a sua garganta. 

- você melhor do que ninguém sabe disso Stiles - ele apertou levemente e levantou o queixo do mais novo o fazendo olhar em seus olhos. Morte tinha o rosto agora inexpressivel. - aprenda a lidar com Isso, ou isso te destruírar 

O ser passou os polegares com uma certa brutalidade pelo rosto do menino enxugando as lágrimas.

- eu sei que é difícil de escutar garoto, no entanto, quanto mais rápido você aceitar, mais rápido parará de doer. - o peito de Stiles latejou - eu sei o quanto você lamenta, eu estava lá o tempo todo. 

O choro desenfreado já cessando, contudo as lágrimas continuavam ali. 

- estava?

- claro que sim, eu sempre estive lá. Quando o seu pai morreu, quando sua mãe morreu, quando eventualmente você deixou o demônio entrar e matou todos os calaveras. Eu sempre estive lá Stiles, em todo os momentos em que seu tapete foi puxado, eu sempre estive lá. 

Então era verdade quando Stiles dizia que a morte era uma velha amiga e que eles andavam de mãos dadas. A morte rondava Stiles e todos a quem ele chegava perto.

- essa dor que você sente ...- morte soltou seu queixo e tocou a cabeça da caveira que jazia na ponta da sua bengala, no peito de Stiles. No ponto certo onde doía. - ...essa carnal, é o sinal de que você precisa se decidir garoto. 

- como? - ele perguntou um pouco mais calmo. 

- seu tempo está acabando Stiles, está na hora de se decidir se fica ou se vai. 

Do que diabos ele estava falando? Stiles havia ficado ali um dia e Deaton deu-lhe o prazo de quatro. 

- não, eu ainda tenho três dias. - disse convicto. 

Morte balançou a cabeça negativamente

- o tempo aqui é diferente garoto. - falou - você tem apenas cinco minutos. 

Stiles apoiou os cotovelos nos joelhos e afundou a cabeça nas mãos. Ele se sentia sobrecarregado, e frustrado. Seus olhos marejarem e seu corpo tremia levemente. 

O castanho havia  decidido que só resolveria isso depois, quando não tivesse escolha. E agora aquele momento havia chegado e ele não estava preparado para isso. 

Ele tinha apenas cinco minutos. 

- e então ? - morte perguntou. 

Stiles balançou a cabeça negativamente. 

- eu não sei se ... Se posso voltar. 

O ser bufou. 

- você sabe que pode. 

Ele olhou novamente para o homem ao seu lado, ainda com a cabeça nas mãos. 

- eu não sei se devo. 

- você não pode fugir do passado Stiles. 

- eu não estou fugindo okay? - ele berrou pra morte e logo depois sussurrou. - eu não estou fugindo.

- é claro que está - dessa vez foi a vez de morte gritar com o garoto que fechou os olhos para as lágrimas que queimavam neles, continuarem ali.  - o passado pode machucar. Mas você pode fugir dele ou aprender com ele.  E até agora tudo que estou vendo é um garoto assustado fugindo da realidade, aprenda Stiles, não se pode fugir da realidade.  

E novamente as lágrimas estavam ali, mas desta vez ele chorava silenciosamente. 

- eu só não tenho certeza. - sussurrou. 

Morte respirou fundo voltando a se recompor. 

- se você voltar e descobrir que foi a escolha errada, pode contar a hora que quiser. Mas aí você resolveu ficar e se arrepende, viu que fez a escolha errada. O que vai fazer? Ficar a eternidade pensando em tudo que perdeu? Desculpe Mieczyslaw, mas esse caminho não tem volta. Pense em Derek e em seu pack. Faça o melhor pra eles e pra você. 

Droga, isso era tudo que Stiles fazia. Era sempre por eles.. tudo e qualquer coisa que Stiles fizesse era sempre por eles. 

- eu estou pensando neles - sua voz tremia - se eu voltar vou me transformar em uma raposa demônio com cosmo em lobos. - ele olhou pra morte, seus olhos era perdidos - não vou conseguir me controlar e eu sei que como demônio terei gosto pela morte, pelo caos. - seu olhar voltou ao chão - serei um assassino. e não sei se posso lidar com isso. 

- sim, você será uma raposa demônio e eu correrei por suas veias, seu corpo clamará para que derrame sangue alheio e você tomara gosto pelo caos - com a ponta da bengala ele levantou o queixo do garoto para que o mesmo o olhasse novamente - ser ruim está na sua natureza Stiles, a morte agora faz parte de você, isso é fato. Sua natureza tende a ser ruim, mas isso não quer dizer que você precise ser. Você quem decide como quer ser... Se vai seguir o caminho que a sua natureza traçou, ou se vai fazer o seu próprio. A vida é sobre escolhas. Algumas que lamentamos, algumas que ficamos orgulhosos. Nós somos o que queremos. 

Stiles se viu refletindo as palavras do homem. 

- eu não quero machucar mais ninguém. - sussurrou. 

O homem estreitou os olhos. 

- você agora é uma raposa demônio, Stiles. vai machucar muita gente ainda. Vai ser difícil se controlar, mas eventualmente algum dia você conseguirá. Ninguém é bom o tempo todo, ninguém está bem o tempo Todo. Todo mundo tem um limite. Uma dose de rancor, desamor. Não dá pra ser perfeito. Não dá pra fingir ser. Todos são falhos, vocês ainda são humanos. Vocês se machucam e machucam também. 

Agora Stiles fitava a face do homem procurando alguma coisa que nem ao menos ele sabia o que era. 

- não sei se aguento mais alguma dor. 

- aprenda a ser filtro. não esponja. Aprenda a não carregar todo o peso do mundo. Aprenda que mesmo dando o seu melhor, certas coisas não dependem só de você. 

- não sei consigo ser forte o tempo Todo, sem desistir.

- não confunda desabar com desistir. Te vejo Distraindo tuas dores e o que te falta de verdade é deitar no chão de casa e sentir e chorar e aperta os olhos. Se esvazie de suas agonias para que novos rios corra Dentro de você. 

- você quer que eu vá?

Morte deu de ombros. 

- só estou pensando no seu melhor. - Confessou - eu gosto de você Stiles - ele riu - mesmo que isso não soe muito bem. 

Realmente, não era muito bom saber que a morte Gostava de si. 

Stiles riu e morte acariciou o seu rosto pálido. Ele ainda não tinha certeza. 

- eu sei que seu coração pede pra ficar garoto. mas a força que você precisa pra vencer, esta na dor que você não gosta de sentir. 

E então Stiles lembrou de toda a sua agonia, da dor que teria se voltasse. 

E então seu coração deu para trás. 

      †

DUMMM

o relógio deu a primeira batida da meia noite e Derek se levantou cambaleando até a borda da banheira. 

Seus lábios tinha o primeiro sorriso desde os últimos quatros dias. 

Todo o pack Estava na expectativa. 

Eles não viam a hora de ver Stiles levantar daquela banheira. 

DUMM

 Na segunda Derek já imaginava como seria ter o corpo de Stiles junto ao seu novamente. 

DUMMM

quando bateu a terceira e Stiles nem ao menos se mexeu, o sorriso no seu rosto desapareceu e o peito doeu tanto que ele caiu de joelhos ao lado da banheira. 

- vamos lá Stiles - ele pediu chorando - você me prometeu droga!. 

Deaton já tinha as mãos na cabeça e o resto do pack chorava. Os lobisomens uivavan de dor. 

DUMMM

E quando deu 00:01 toda a chama de esperança se esvaiu e apenas uma dor profunda se instalou no peito de cada um ali. 

Um trovão caiu e tudo que sobrou daquela noite foi uma profunda dor.


Notas Finais


não me joguem pedras okay?
o proximo sera o ultimo cap
não sei o dia que saíra, mas ele vai sair okay?
me digam o que acharam
TOME UM CAP ENORME
desculpem os erros, estou com muita fome para betear corretamente.

FUI, ATÉ O PROXIMO.
qualquer coisa eu edito as notas.


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