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História Remember me - Pensar


Escrita por: heatherworis

Notas do Autor


Oi galera, como vão?
Esse capítulo é um pouco importante, vocês conhecerão um pouco da insegurança de nossas protagonistas, personalidade e também o que elas planejam para o futuro. Ele também é um pouco grandinho (para mim). Peço-lhes mil desculpas pela demora com as atualizações, geralmente público aos sábados mas inspiração não cai do céu e as respostas das minhas provas da faculdade também não, então perdão por isso.

Capítulo 5 - Pensar


Fanfic / Fanfiction Remember me - Pensar

Setembro 2017

- Eu sei que não posso, que não tenho direito, mas...- Disse com um suspiro.- Quero que me perdoe Camz, não importa quando tempo dure... Só peço que me perdoe um dia.

- EU ODEIO VOCÊ LAUREN!- Ela gritou.- EU NUNCA VOU PERDOAR VOCÊ... OUVIU? ESTÁ ME OUVINDO?- Ela perguntou em meio ao choro descontrolado.

Suas pernas não tinham mais forças, o quarto que nós dormimos por tanto tempo estava completamente destruído, um filete de sangue escorria de sua mão esquerda, consequência do soco no espelho. Ela chorava como uma criança e eu nem ao menos podia abraçá-la, seus cabelos desgrenhados, a calça jeans surrada, o moletom que um dia foi meu, completamente molhado por suas lágrimas e a chave em seu pescoço, a chave que tinha nosso amor trancafiado e que apenas nós duas tínhamos acesso.

- Eu não consigo Lern.- Confessou levantando a cabeça.- Eu não consigo viver sem você e nem te odiar, você não pode ir embora.- Ela disse negando com a cabeça.- Você não pode me deixar, você prometeu amor.

- Eu sei que sim Camz.- Eu disse me sentando em sua frente e olhando dentro de seus olhos.- Eu sei que prometi mas foi inevitável.

Novembro 2012

Era um sábado de manhã quando o barulho do sino me chamou atenção, então abri um sorriso ao ver Camila entrando pela porta da loja. Ela estava linda como sempre em um de seus vestidos simples, ela sorriu em minha direção e ao ver qual instrumento eu tinha nas mãos, seu sorriso aumentou ainda mais. Olhei as crianças a minha frente e disse:

- Senhoras e senhores, antes de terminamos a aula.- Eles voltaram a atenção a mim.- Eu quero lhes apresentar uma das maiores violoncelista do mundo.- Eu disse apontando para a direção de Camz.- Peço-lhes uma salva de palmas para Camila Cabello.

Então eles a aplaudiram e correram em sua direção. Eles adoravam Camila e aquilo me deixava um pouco enciumada, ela esquecia completamente de mim nas manhãs de sábado quando vinha me "buscar" no trabalho. 

Meu avô materno sempre teve uma grande paixão por música e foi através dessa loja que meu pai conheceu minha mãe, na época ele estava procurando um disco e ela se ofereceu para ajudá-lo, ele disse que nunca viu olhos tão lindos em toda sua vida. Quando meu avô faleceu, meu pai e minha mãe ficaram responsáveis pela loja, ou seja, eu cresci rodeada de música. 

Aos três anos minha mãe começou a me ensinar piano, aos quatro meu pai começou a me ensinar os acordes do violão, aos cinco um roqueiro chamado Derek que sempre comprava CDs na loja, me ensinou a tocar bateria, aos seis minha mãe me matriculou na aula de violoncelo e com minha curiosidade crescendo junto comigo a cada ano, minha paixão pela loja e seus instrumentos só aumentaram. Quando eu tinha 13 anos uma menina de 4 pediu para que eu a ensinasse a tocar o "violãozão" que estava em minhas mãos, hoje, aos 16, eu dava aulas na loja três dias na semana depois da escola e nas manhãs de sábado para crianças com algum tipo de déficit de atenção, eu decidi fazer aquilo por causa de Chris, ele tinha dislexia e era o único de nossa família que não tocava nenhum instrumento, até que eu me dediquei a ensiná-lo por meses. 
As segundas eu ensinava piano, as quartas violão, as sextas bateria e aos sábados era uma coisa variada. Meus pais me davam o lucro de todas as aulas, ou seja, eu tinha uma boa quantia no final do mês, eu tinha economizado desde que comecei para comprar um carro, não era um carro novo, mas eu sempre estava trabalhando para deixá-lo melhor, eu ainda ganhava um bom salário por trabalhar na loja, conseguia sustentar meus luxos sem precisar pedir nada aos meus pais, conseguia levar Camz para sair e ainda pagar por meus instrumentos e encomendas na loja.

- Terra chamando Lolo.- Camila estalou os dedos em minha frente.- Eles estavam me contando como as aulas estão cada vez melhores.- Ela disse sorrindo e eu dei com os ombros acenando de volta para as crianças que já saiam pela porta.

- Eles tem uma ótima professora.- Falei me virando para guardar os instrumentos.

- Eu sei disso.- Ela concordou sorrindo e pegando uma estante de partituras para guardar.- Eu tive aulas com ela, a melhor de todas.

Eu sorri antes de puxa-lá pela cintura.

- Você demorou amor.- Eu questionei escondendo meu rosto em seu pescoço, sentindo seu perfume.

- Eu estava praticando e meio que perdi a noção do tempo Lo.- Ela confessou com uma voz culpada.

- Camz você já é ótima, não precisa se matar de praticar.- Eu falei negando com a cabeça. Há cerca de um ano e meio atrás eu comecei a ensinar celo para Camila, ela tinha se apaixonado pelo instrumento desde a primeira vez em que o viu no meu quarto, então eu me ofereci para dar aulas e como não aceitei pagamento, ela me ajudava em química como recompensa.

- Eu sei, mas eu gosto Lern.- Justificou-se voltando a me ajudar com a arrumação.- Eu ainda lembro quanto odiava não conseguir dedilhar as cordas como você e quão dramática eu era dizendo diversas vezes que odiava violoncelos.- Ela disse nostálgica alisando as cordas no instrumento já na caixa. 

- E olhe para você agora.- Falei conferindo se tudo estava no lugar certo.- Não consegue largar-lo de jeito nenhum.- Ela concordou com a cabeça ao ouvir aquilo.

- Como você e seu violão.- Ela disse e então eu lembrei de pega-lo no escritório do meu pai, onde eu estava tocando mais cedo.- Não disse.- Ela afirmou depois que sai da sala com ele nas mãos.

- PAI ESTAMOS INDO.- Eu gritei depois de subir metade da escada que dava para o estoque onde meu pai conferia os instrumentos.- ATÉ DEPOIS?- Eu perguntei.

- TUDO BEM LAUR, ATÉ DAQUI A POUCO.- Ele gritou em resposta.- DIRIJA COM CUIDADO, AMO VOCÊS.

- TAMBÉM AMAMOS VOCÊ.- Eu e Camz gritamos juntas e então saímos da loja.

- Minha mãe está nos esperando para o almoço.- Camila disse depois de entrarmos no carro.- Ela fez seu arroz doce, disse que era para te dar forças durante o jogo e também para compensar sua ausência.

- Ela sabe que não precisava mas mesmo assim, eu tenho a melhor sogra de todo mundo.- Eu disse levanto às mãos para o alto e Camz gargalhou.

- Você acha que o time vai ganhar hoje?- Ela perguntou enquanto eu parava em um sinal.

- Espero Camz...- Eu disse inserta com um sorriso torto.- Estamos bastante confiantes.

Eu estava parada em frente à casa dos Cabello's a menos de dois minutos enquanto recolhia minhas coisas e ouvia Camila contar como Dinah a fez passar vergonha na aula de história, quando Alejandro bateu na janela nos assustando.

- Entrem agora suas pestinhas.- Ele disse abrindo a porta de Camila.- Parem de se pegar em qualquer lugar, o que os vizinhos vão pensar?- Ele perguntou e Camila o olhou incrédula e logo entrou em casa resmungando coisas sobre seu pai.

- Você não cansa de envergonha-la?- Eu perguntei acompanhando meu sogro até dentro da casa.

- Não.- Falou com um sorriso.- Deixar a Kaki irritada é sempre bom.- Ele disse depois de fechar a porta atrás de nós e eu neguei com a cabeça rindo.

- VAI LOLO!- Eu ouvi o grito de Camila da arquibancada.

Faltava uma bola para que meu time ganhasse o campeonato regional e pausaríamos os jogos oficiais para as festas de final de ano, se eu rebatesse aquela bola, nossa equipe estaria nas finais. 

Passei meu antebraço em meu rosto limpando uma fina camada de suor que escorria do mesmo, apertei o taco com mais firmeza em minhas mãos, a lançadora do time adversário parecia estar com raiva pois eu já tinha rebatido todos os seus lances, eu nunca tinha perdido um lançamento durante todo o campeonato.

 

Ela lançou a bola com toda sua força e por um estante achei que não fosse conseguir, quando tive certeza que realmente tinha acertado a bola, eu corri e quando finalmente cai sobre a base o juiz levantou os braços apitando, o jogo estava ganho.

Meu time correu em minha direção e Verónica e Dinah me pegaram sobre seus ombros, me jogando para o alto. 

- ESPERA!- Eu gritei para que elas ouvissem, já que o barulho da torcida era alto.- ONDE ESTÃO ME LEVANDO?

Elas trocaram olhares com largos sorrisos antes de continuarem a me carregar. Quando finalmente fui posta no chão, vi que todo o time me cercava. 

- Lauren Jauregui.- Stephanie Warren começou, ela era nossa capitã.- A temporada regional acabou e graças a você, nossa melhor batedora, temos o prazer de lhe fazer um convite, rufem os tambores.- Ela disse com um sorriso e as meninas começam a barulheira.- Como vocês sabem garotas esse é meu ultimo ano como sua capitã e...- Ela foi interrompida por um coro de aplausos.- Obrigada, obrigada.- Disse sorrindo e então continuou.- E quando eu me formar quero que alguém de confiança fique em meu lugar, eu venho conversando com a treinadora a um tempo sobre ela e seu talento nato para o softball, então eu tenho uma pergunta para vocês meninas. Eu quero que Lauren Jauregui seja sua nova capitã.- Ela disse sorrindo e me encarou.- O que acham? 

Então elas responderam, gritando meu nome, e dizendo diversas vezes sim. Eu estava muito feliz e agradeci diversas vezes Stepi, as meninas foram em direção ao vestiário ou as suas famílias enquanto eu ficava sozinha em meio à multidão. Senti uma bolada fraca em minha bunda e me virei vendo Camila tentando não rir, com as mãos para trás enquanto olhava para cima como se na tivesse acontecido. 

Eu andei em sua direção e ela soltou um grito quando eu a coloquei sob os ombros.

- LAUREN ME SOLTE!- Ela exigiu.- Lolo por favor.- Choramingou quando eu comecei a gira-lá.

- Camila Cabello você foi uma garota muito má, onde já se viu, acertar bolas na bunda das pessoas?- Eu perguntei.

- Não foi na bunda de qualquer pessoa, foi o bumbum da minha namorada, que tecnicamente também é meu.- Eu sorri e a coloquei no chão.

- Então quer dizer que ele é seu?- Eu perguntei curiosa.

- Todinho meu.- Ela disse com um sorriso sapeca enquanto rodeava seus braços em meu pescoço.

- O que é todinho seu Mila?- Dinah perguntou com uma cara maliciosa, então ela se virou e deu de cara com todos os nossos pais.

- É Camzzzz? O que é todinho seu?- Verônica perguntou me imitando enquanto pronunciava o apelido de Camila, elas sempre zombavam com isso.

- Parem com isso meus pequenos monstrinhos.- Lucy chegou nos salvando enquanto puxava a orelha esquerda de Vero e à direita de Dinah as puxando para o vestiário enquanto elas resmungavam pelo aperto.

- Eu vou tomar banho e encontro vocês no estacionamento, pode ser?- Perguntei a meus pais.

- Claro Laur.- Meu pai disse sorrindo ainda por causa das meninas.- Só não demore, ok?

Assenti e sorri para Camz, que estava vermelha de tanta vergonha.

As meninas sempre nos envergonhariam, isso nunca iria mudar. 
Em todos os meus jogos desde que entrei para o time de softball, meus pais sempre assistiam, acabou virando uma espécie de tradição. Então nós sempre íamos a mesma pizzaria com as meninas e seus pais.

- Verônica Inglesias!- Lucy disse com uma cara de nojo.- Sua porca imunda, pare com isso antes que eu te mate aqui mesmo.

- Eu sinceramente não sei como você namora esse bicho selvagem que arrota no meio de um restaurante lotado.- Eu exclamei sorrindo, Vero e Dinah estavam fazendo uma competição de arrotos no meio de uma pizzaria cheia. 

- Nem eu Laur, nem eu.- Ela disse enterrando o rosto sobre as mãos e negando com a cabeça.

- Vamos?- Eu perguntei a Camila enquanto pegava sua mão por de baixo da mesa, ela concordou com a cabeça e então nos levantamos.

- Mas já Camren?- Dinah perguntou com um sorriso malicioso.

- Dinah Jane eu te salvei hoje duas vezes por causa dos seus péssimos arremessos.- Ela fechou a cara ao ouvir minhas palavras.- O que acha de retribuir?- Eu perguntei com um sorriso sugestivo e todos na mesa gargalharam.

- Usem camisinha.- Me virei assustada para meu pai que apanhava da minha mãe enquanto a mesa toda explodia em risadas.- O que amor? Eu só não quero netos agora.

- Perdoe meu marido Mila.- Minha mãe pediu ao ver que Camila estava mais vermelha que um tomate.

- Tudo bem Clara.- Ela disse com um leve sorriso.- Até mais pessoal.-Disse com um aceno.

- Tchau gente.- Eu disse enquanto pegava a mão de Camila.  

Depois de todas as despedidas e entrarmos no carro, finalmente seguimos em direção a casa de Camila.

- Está entregue.- Eu disse sorrindo enquanto abria a porta do carro para que ela saísse. 

- Então... Até amanhã?- Ela perguntou com um sorriso. 

- Até amanhã.- Eu disse apoiando-me no carro e a puxando pela cintura.

Quando eu estava perto de grudar nossos lábios as luzes da varanda começaram a piscar, então eu soltei um gemido e Camila uma gargalhada.

- Dez horas?- Eu perguntei com o rosto em seu pescoço.

- Dez horas.- Ela disse afagando meus cabelos.

- Eu adoro seu pai Camz, mas às vezes eu só queria poder.- Eu movimentei minhas mãos fazendo um gesto de estrangulamento.

- EU TAMBÉM AMO VOCÊ LOLO.- Alejandro gritou da janela imitando Camila ao pronunciar meu apelido, desde que Dinah e Vero ficaram ensaindo com ele como nos imitar ele sempre que podia o fazia.- Entre agora Camila Cabello, não quero ver sua namoradinha com as mãos bobas dela em cima do meu bebezinho.

- Pai, pare de gritar, quer que a vizinhança toda ouça?- Camz perguntou irritada e Alejandro fechou a janela a ignorando.

- A cada dia que passa eu tenho total certeza que nossos pais são loucos Camz.- Eu disse beijando seu rosto emburrado.

- Eu também Lolo, eu também.- Ela disse negando com a cabeça e se aconchegando mais em meus braços.

Depois de um silêncio agradável eu senti Camila cutucar minha barriga e então ela levantou o rosto em direção ao meu.

- Eu sou uma péssima namorada.- Ela disse.- Esqueci de te dar parabéns pelo jogo e por ser a nova capitã.

- Eu ainda não sou a capitã Camz.- Eu disse sorrindo.

- Mas em alguns meses vai ser Lolo.- Ela segurou meu rosto com as duas mãos.- Então meus parabéns!- Colou nossos lábios em um beijo intenso.

- Ual, tenho que ganhar mais jogos.- Ela me deu um leve tapa no braço.

- Até parece que não ganha.- Disse como se fosse óbvio.

- É, tem razão.- Eu disse a encarando.- Eu sou demais.- Sorri presunçosamente.

- Você é ridícula Lern.- Negou com a cabeça.- Eu estava conversando com papa hoje sobre as faculdades.- Ela disse mudando de assunto e eu suspirei ao ouvir aquilo, eu sabia que esse momento iria chegar e ela teria que ir embora para seguir seus sonhos.

- E você já se decidiu?- Eu perguntei fingindo interesse.

- Berklee?- Ela disse em forma de pergunta. 

- Esse é seu sonho?- Perguntei.- Estudar música em Berklee?

- Sim. É meu sonho Lolo.- Ela disse suspirando pesadamente.

- E o que lhe impede Camila Cabello?- Eu perguntei mas não obtive sua resposta, apenas seu olhar desviando do meu aos poucos.- Sou eu, certo?- Perguntei e ela apenas continuou encarando o chão.

Então eu suspirei e a puxei para um abraço. 

- Eu não quero ir sem você Lern.- Ela disse com o rosto enterrado em meu pescoço.- Eu não sei o que fazer Lauren, você não quer ir para faculdade e eu sim. Eu estou tão perdida, sei que ainda falta muito mas relacionamentos a distância não dão certo e eu não quero ter meu coração partido pela pessoa que deveria cuidar dele Lern.

- Isso não vai acontecer.- Eu a assegurei.- Nós não vamos nos separar Camz e eu nunca partiria seu coração.

- Promete?- Ela pediu.

- Sim, eu prometo.- Eu não a deixaria escapar, não depois de tudo.

Depois de ficar mais um tempo com Camila, eu finalmente cheguei em casa. Sentei em minha cama suspirando, acho que foi bem alto, pois meu pai apareceu na porta entre aberta, já vestido em seu pijama.

- Deixou Camila em casa querida?- Ele perguntou entrando e eu apenas confirmei com a cabeça.- Posso saber o porque dessa carranca? Você e ela brigaram?- Ele perguntou preocupado.

- Pior que isso.- Eu disse enquanto desamarrava meus coturnos e então continuei.- Ela falou sobre faculdade hoje.

- E qual o problema nisso? Você não deveria ficar feliz por ela?- Ele perguntou sentando-se ao meu lado na cama.

- Sim, eu estou feliz.- Eu disse deitando a cabeça em seu colo, eu realmente estava feliz?- O problema é que o sonho dela fica a mais de dois mil quilômetros de Miami.- Eu disse suspirando e logo suas mãos foram para meus cabelos.

- Nova York?- Ele perguntou e eu assenti.- Ela comentou quando eu perguntei sobre isso outro dia, disse que estava criando coragem para te contar.

- Eu não sei o que fazer pai. Eu sei que ainda faltam dois anos mas é um pulo sabe?- Eu perguntei e ele assentiu.- O senhor sabe que eu nem sei o que vou fazer ainda.- Então pausei esfregando os olhos.- Ou se quero fazer.- Eu disse em um sussurro e foi a vez dele suspirar.

- Sabe que eu não vou obrigar você a nada Laur, meu sonho era ver minha filha mais velha formada e você sabe disso.- Ele disse e eu voltei a sentar na cama e o encarei.- Sua felicidade é a única coisa que importa para mim, se você quiser fazer uma faculdade, faça. Se quiser ficar em Miami e cuidar da loja, fique. E se quiser ir com sua namorada para Nova York Laur...- Ele segurou minhas mãos.- Vá! 

- Eu amo você pai, amo muito.- Ele era tudo para mim, mesmo não estando feliz com minhas decisões, ele sempre me apoiava.- Obrigada.- Eu disse e o abracei.

- Eu também amo você Laur.- Ele se levantou e me deu um beijo na testa.- Agora vá dormir pois amanhã chegam novos instrumentos e sua mãe quer toda a família lá cedo para ajudar.- Ele caminhou até a porta mas antes de fecha-lá disse.- Pense bem nisso filha, não faz mal planejar e nem pensar no futuro de vez enquanto, às vezes é preciso.- E então fechou a porta e tudo que eu ouvir foram seus passos cada vez mais distantes pelo corredor.

Depois da conversa com meu pai eu parei para analisar a situação, eu não queria ir para a faculdade, eu amava trabalhar na loja de música com meus pais e eu não me via saindo de Miami. Eu pensava pequeno sim e não tinha medo de falar sobre isso, o problema é que os sonhos de Camila por mais que não fossem tão grandes para ela, eram enormes para mim e isso me assustava. Eu evitava prometer coisas para as pessoas pois tinha medo de não poder cumpri-las mas eu manteria a promessa que fiz a Camila, eu nunca partiria seu coração.

- Alô.- Eu exclamei sonolenta, não percebi quando adormeci mas acordei com meu celular tocando as 2:18 da amanhã.- Camz?- Eu perguntei e ouvi um soluço. 

- Lolo.- Ela disse com a voz desesperada e eu levantei em um pulo vestindo um casaco e procurando por minhas chaves.

- O que aconteceu Camila? Onde você está Camz?- Eu perguntei descendo as escadas e saindo pela porta.

- Eu só tive um pesadelo Lolo.- Ela disse ainda chorando e eu pude me acalmar apoiando meus braços e cabeça no volante do carro.

- Jesus Camz... Eu achei que tinha acontecido alguma coisa com você, achei que você pudesse estar machucada.- Eu falei abrindo a porta do carro, eu podia ouvir sua respiração bastante pesada ainda.- Eu estou indo para sua casa amor, pegue um casaco e me espere na casa da árvore, ok?- Eu perguntei enquanto saía do carro para entrar novamente em casa.

- Ok Lolo.- Ela disse e então nos despedimos.

Eu entrei em meu quarto e calcei meus coturnos, não tinha percebido que sai apenas de meias, peguei um travesseiro e dois cobertores no armário. Desci na cozinha e peguei mais algumas coisas para finamente ir para casa dos Cabello's.

 

- Oi!- Eu disse com um pequeno sorriso em sua direção depois de passar pela porta, deixei as coisas no chão da pequena casa e antes que eu pudesse me aproximar Camila já estava com o corpo colado ao meu.- Quer me contar o que ouve amor?- Ela negou e eu apenas a apertei mais em meus braços.

Eu forrei um dos cobertores no chão e depois ficamos deitadas frente à frente enquanto eu a abraçava. Camz deslizou uma das mãos para meu rosto como se estivesse conferindo se era realmente eu ali, ela suspirou quando eu coloquei minha mão por cima da sua e a acariciei.

- Por favor amor...- Eu estava tão preocupada com ela, era difícil vê-la tão quieta.- Me conte o que está passando aqui?- Eu pedi tocando sua cabeça e depois levei minha mão até seu coração.

- Foi só um pesado Lauren.- Ela disse desviando o olhar do meu.- Eu acho que acordei assustada, só isso.

- Não foi só um pesadelo, lembra quando prometemos nunca mentir uma para outra?- Ela assentiu e ficamos em silêncio, eu achei que ela tinha adormecido quando finalmente sua voz se fez presente no ambiente.

- Foi horrível.- Os olhos delas começaram a brilhar por conta das lágrimas acumuladas.- Nós estávamos juntas e de repente eu-eu ia embora e você tinha seguido em frente, pareceu que eu nunca tinha existido para você.- Ela não conseguiu segurar as lágrimas.- Você tinha me esquecido tão rápido e fácil.- Seus soluços ficaram mais altos e eu a abracei.

- Lembra quando você me fez prometer que ficaríamos juntas para sempre? E eu prometi Camz.- Ela olhava no fundo dos meus olhos.- Se lembra? Camz da Lolo e Lolo da Camz?- Ela gargalhou ao ouvir as palavras que ela usava para me provocar. 

Eu jurei a mim mesma que nunca falaria essa coisa fofa e ridícula de casal que Camila tinha inventado e lá estava eu, fazendo por ela.

- Sabe Lauren?- Perguntou retoricamente.- Eu me sentia tão sozinha e quando você chegou tudo mudou, tudo ficou melhor e hoje pareceu tão real, eu não sei o que faria sem você, então obrigada por estar sempre aqui.- Ela colou nossos lábios e quando nos afastamos eu suspirei.- Eu amo você, amo muito.

- Eu amo você Camz.- Então eu a abracei mais forte para que ela adormecesse em meus braços.

E eu querido leitor, peço desculpas, pois não consegui cumprir a promessa que fiz a Camila e mesmo não querendo foi inevitável.

 


Notas Finais


• Lolo não cumpriu a promessa. 😕
• Eu errei uma data no primeiro capítulo mas já corrigi.
• Peço-lhes desculpas pelos erros, sempre procuro concerta-los mas escrevo pelo celular e o maldito corretor ama caçoar de minha pessoa.
• Eu queria agradecer pelos votos e se vocês pudessem comentar o que estão achando, eu ficaria muito agradecida.


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