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História Remetente De Um Soldado - Confrontos


Escrita por: zack-uchiha

Notas do Autor


Ohayo Minna!

Penúltimo cap lançado. E bem mais cedo do que eu esperava. Desfrutem da leitura 💖
Participação especial da "Cavaleria"

Ps: Atenção as notas finais!!!

Capítulo 9 - Confrontos


Fanfic / Fanfiction Remetente De Um Soldado - Confrontos

Fúria fazia o sangue do Uchiha correr nas veias quando brecou o carro bruscamente diante de sua casa. Que desperdício de tempo, pensou. E aquilo era bem típico de Kaito. Marcar um encontro e então não aparecer. Fazer outras pessoas perderem tempo. Ele se perguntou por que não esperava por isso desde o começo.

Com um suspiro cansado, abaixou a testa para descansá-la contra o volante. Agora teria de enfrentar Sakura, contar-lhe que fracassara, que tinha chegado em casa de mãos vazias. Ela ficaria chateada. Que coisa, ele estava chateado! Esperava poder assegurá-la de que ele nunca mais lhes causaria problemas.

Com mais um suspiro, abriu a porta do carro e desceu. Pausou um momento para estender os músculos do corpo, tentando aliviar a tensão que vinha sentindo o dia inteiro, antes de se dirigir para casa.

Sasuke:_ Alguém em casa? – assim que entrou e fechou a porta, chamou.

Tenten saiu correndo da cozinha para encontrá-lo no hall.

Tenten:_ Sr. Uchiha – veio chorando – Eles foram embora. Ela fez as malas e partiu.

Sasuke:_ Sakura partiu? – pânico o assolou.

Tenten:_ Sim, senhor. Assim que Kaito saiu, ela arrumou as malas e se foi.

Sasuke:_ Kaito esteve aqui? – o coração dele pareceu parar.

Tenten:_ Hai. Saí esta manhã para ir ao mercado e ele deve ter passado pelo portão enquanto ainda estava aberto. Eu não o vi, mas Kaito estava aqui dentro quando voltei para pegar a lista de compras que tinha esquecido no balcão da cozinha – levantou o avental e enterrou o rosto nele – Foi tudo culpa minha. Eu nunca deveria ter deixado Sakura sozinha. Deveria saber que aquele homem faria alguma maldade.

Sasuke segurou-a pelos braços e a sacudiu.

Sasuke:_ Ele a machucou?

Ela secou o rosto no avental e meneou a cabeça.

Tenten:_ Não fisicamente. Mas deve ter dito alguma coisa que a fez fugir.

Sasuke:_ Para onde ela foi?

Tenten:_ Tóquio. Disse que ia para casa. Tentei fazê-la esperar o senhor voltar, mas ela não me ouviu. Parecia fora de si. Pediu que eu lhe dissesse para anular o casamento, conforme lhe prometeu.

Ele deixou os braços cair na lateral do corpo.

Sasuke:_ Não – sussurrou, então se virou e colocou os punhos fechados sobre os olhos – Oh, Deus, por favor, não.

Sasuke não estava disposto a perder Sakura. Iria para Tóquio e a traria de volta, juntamente com o bebê, para onde os dois pertenciam.

Mas antes de fazer isso, precisava acertar as contas com Kaito. Dessa não passava mais.

Não sabia o que seu meio-irmão tinha dito a ela e realmente não se importava. O que sabia era que Kaito era o responsável pela partida de sua esposa, e se certificaria de que ele nunca mais tivesse o poder de interferir na sua vida.

Uma vez que sua última tentativa de encontrar Kaito fracassara miseravelmente, decidiu tentar uma tática diferente.

 

Às nove horas em ponto, dois dias após a partida dela, parou o carro no estacionamento do prédio em Mihara, onde Kaito estava morando atualmente, e pegou o grande arquivo que o investigador particular lhe dera, juntamente com um arquivo mais fino dos documentos que Shikamaru preparara, e desceu do carro. Deu uma olhada para o carro parado ao lado do seu, e se dirigiu para o apartamento.

Sasuke pôs o dedo na campainha e pôde ouvir o som contínuo da mesma através da porta e sorriu, sabendo que Kaito não poderia ignorar o som irritante por muito tempo.

Em poucos minutos, ouviu passos zangados se aproximando da porta e a voz de seu meio-irmão praguejando. Rapidamente, deu um passo ao lado e saiu de visão, de modo que ele não pudesse vê-lo pelo olho mágico.

A porta se abriu e Kaito saiu, vestindo nada além de uma calça de pijama e uma carranca.

Sasuke:_ Boa noite, Kaito – tirou o dedo da campainha.

Kaito:_ Vá para o inferno – replicou seu meio-irmão e puxou a porta com força.

Sasuke colocou o coturno na abertura, antes que a porta se fechasse e entrou.

Sasuke:_ Bonito lugar – comentou olhando ao redor.

Kaito:_ O que você quer? – o rosto dele estava vermelho de raiva.

Sasuke:_ Uma vez que você perdeu seu compromisso anterior comigo, decidi que era mais seguro passar por aqui sem ser anunciado – calmamente tirou os arquivos debaixo do braço.

Kaito:_ Se é a renúncia de paternidade que você tem aí, está perdendo seu tempo. Não vou assinar.

Sasuke:_ Você pode querer reconsiderar sua decisão – sugeriu nem um pouco abalado.

Kaito:_ Se acha que pode entrar aqui e me fazer assinar um papel que tire meus direitos sobre a criança, está enganado – cruzou os braços sobre o peito nu, a postura arrogante – Estou um passo à sua frente, mano. Descobri seu pequeno esquema. O bebê é meu e você vai pagar muito caro para tê-lo.

Inabalável, Sasuke abriu a pasta com os documentos que Shikamaru tinha preparado.

Sasuke:_ Falando sobre dinheiro, tenho algumas declarações financeiras que podem interessá-lo.

Kaito:_ Que declarações financeiras? – o olhou desconfiado.

Ignorando a pergunta, Sasuke olhou ao redor.

Sasuke:_ Há algum lugar onde possamos nos sentar e discutir isso mais confortavelmente?

Kaito hesitou por um momento, apertando os olhos franzidos, então se virou com um suspiro.

Kaito:_ Ali – apontou com o queixo, conduzindo o caminho para a sala de estar – Seja rápido – gesticulou para uma poltrona oposta ao sofá, antes de se esparramar no sofá – Quero voltar pra cama.

Sasuke se sentou na beira da poltrona e abriu o arquivo de Shikamaru sobre a mesinha de centro. Pegou o primeiro conjunto de documentos e colocou-o na frente de Kaito.

Sasuke:_ Como pode ver – começou indicando os papéis com um gesto de cabeça – Esta é a declaração deste ano do fundo que mamãe deixou para você antes de morrer.

Ele nem mesmo olhou para o documento.

Kaito:_ E daí? Recebo uma dessas do contador a cada trimestre.

Sasuke:_ Você alguma vez a leu?

Kaito:_ Para quê? – se movimentou desconfortavelmente – É só um monte de números.

O Uchiha se inclinou e pegou o documento.

Sasuke:_ Se tivesse se dado ao trabalho de ler o relatório – disse enquanto virava para a última página – Saberia que o balanço de seu fundo está zerado há quase dois anos.

Ele teve a satisfação de ver Kaito empalidecer.

Kaito:_ Não pode ser! – se levantou de sua postura meio deitada, sentando-se bruscamente – O dinheiro tem sido depositado em minha conta pessoal todos os meses, como sempre.

Sasuke:_ Isso é verdade – concordou se recostando na poltrona, fazendo pouco caso – Mas o dinheiro não tem vindo de seu fundo. Como mencionei, aquela conta foi zerada há mais de dois anos.

Kaito:_ Isso é mentira! – gritou se levantando – Havia um milhão e meio naquele fundo – Sasuke apenas assentiu.

Sasuke:_ E você conseguiu gastá-lo em um pouco mais de 12 anos.

Kaito passou uma mão pelos cabelos nervoso, então começou a andar de um lado para o outro.

Kaito:_ Não pode ser. Não posso ter gastado todo esse dinheiro.

Sasuke:_ Oh, mas você gastou. E mais um pouco.

Kaito:_ Mas ainda estou recebendo dinheiro todos os meses – se virou para ele – Devo ter investimentos aplicados que estão pagando as dividas.

Sasuke meneou a cabeça.

Sasuke:_ Você não tem nada. Recorda-se que tirou todo seu dinheiro aplicado no seu aniversário de 30 anos? Contra meu conselho, devo acrescentar. Pelo que me lembro, você queria o dinheiro para comprar um barco. Um pequeno iate, não foi?

Sasuke podia ver que seu meio-irmão estava começando a transpirar, e sabia que o tinha onde queria.

Sasuke:_ Mas isso é uma velha história – prosseguiu – Por respeito à nossa mãe, continuo fazendo os depósitos mensais em sua conta bancária, a fim de sustentá-lo.

Querendo dar a Kaito um momento para absorver aquela informação, antes de atingi-lo com o golpe final, inclinou-se para frente e pegou a declaração. Após guardá-la cuidadosamente de volta na pasta, recostou-se de novo e encontrou os olhos de Kaito.

Sasuke:_ Mas não farei mais estes depósitos. 

Kaito:_ Mas como vou viver? – o sangue drenou do rosto dele – Como vou pagar minhas contas?

Sasuke:_ Venda o iate – deu de ombros – Isso deve ser o bastante para mantê-lo até que você arranje um emprego.

Kaito se sentou no sofá com um gemido e cobriu o rosto com as mãos.

Sasuke:_ Algum problema? – fingiu estar preocupado.

Kaito:_ Não tenho mais o iate.

Sasuke:_ Não tem? – repetiu em confusão, embora já soubesse disso.

A guarda costeira o confiscara durante uma busca por drogas um ano antes, informação que o detetive particular havia descoberto.

Kaito:_ Não – respondeu com tristeza — Eu o emprestei para um amigo e ele... – tirou as mãos do rosto e deu um longo suspiro – Bem, ele se meteu em um pequeno problema em seu retorno para a Rússia e os policiais confiscaram o iate.

O Uchiha meneou a cabeça.

Sasuke:_ É uma pena Kaito – olhou ao redor da sala, notando os móveis e acessórios caros – Talvez a mulher com a qual está morando possa sustentá-lo, até que você arrume um emprego. Parece que ela tem condições.

Kaito:_ Não por muito tempo – passou as mãos pelo rosto – Ela está reclamando de minha estadia aqui.

Sasuke:_ Meu Deus – fingiu cumplicidade – Isso o deixa numa situação difícil, verdade?

O Usotsuki encarou o meio-irmão.

Kaito:_ Sabia disso o tempo todo, não sabia? Toda essa conversa sobre minhas finanças foi armada, para que você possa ficar com a criança.

Sasuke alcançou de novo os arquivos que Shikamaru tinha preparado.

Sasuke:_ Eu preferia dizer que nós estamos colocando as cartas na mesa. Parece mais civilizado, não acha?

Ele tirou o segundo conjunto de documentos da pasta e colocou-os na mesa diante de Kaito.

Sasuke:_ Estes são os papéis que você deveria ter assinado ontem na estação. É um documento legal que Shikamaru preparou, no qual você abre mão de todos os seus direitos de paternidade sobre o filho de Sakura – um sorriso lento brincou nos lábios dele – Mas suponho que você já sabe no que consiste uma renúncia de direitos paternos. Já assinou tantas durante os anos para conhecê-las de cor.

Irritado, Kaito puxou o documento para mais perto.

Kaito:_ O que ganho com isso? – perguntou enquanto estudava o documento – Mereço uma boa recompensa deste negócio. Afinal, sou o pai da criança.

Sasuke:_ Uma responsabilidade da qual você fugiu – o relembrou.

Kaito:_ Lucro seu, certo? – levantou a cabeça e riu – Vamos Sasuke, diga-me, quanto esta criança vale para você?

O mundo, pensou de imediato. Mas não contaria a ele o quanto amava Kizaiha-kun.

Sasuke:_ Não se pode pôr um valor numa vida humana – disse secamente, então pegou o último conjunto de documentos, colocou-os por cima dos outros e recostou-se na poltrona – Mas sinto que tenho uma obrigação moral com nossa mãe. Antes de morrer, ela me fez prometer que cuidaria de você, uma promessa que tenho honrado há 14 anos. Mas estou cansado Kaito. Não vou mais depositar nenhum dinheiro em sua conta, e não vou tirá-lo de mais problemas.  .

Ele gesticulou com o queixo, indicando o último documento que pusera sobre a mesa.

Sasuke:_ Tenho certeza de que Shikamaru achou um jeito muito mais complicado de declarar isso, mas é exatamente o que diz o documento. Sua assinatura na última página reconhece o que acabei de lhe explicar. A mesma assinatura é necessária no documento no qual você abre mão dos direitos de paternidade, o qual vai livrá-lo da obrigação de qualquer apoio obrigatório financeiro requerido, agora e a qualquer tempo no futuro.

Kaito rapidamente virou para a última página, onde uma linha preta e grossa esperava por sua assinatura.

Kaito:_ E se eu não assinar?

Sasuke:_ Quanto ao documento que atesta minha responsabilidade financeira em relação a você no futuro, tanto faz se assinar ou não. Você gastou seu fundo, portanto, o que possuo, posso gastar do jeito que quero e não tenho mais a obrigação de lhe dar nada – fez uma pausa – Todavia, o documento sobre seus direitos de paternidade é uma outra história. Se insistir em reter seus direitos de pai, então também será responsável pelo sustento da criança, o qual será decidido por um juiz.

Kaito:_ Um juiz não pode me obrigar a dar o que não tenho – bufou indignado.

Sasuke apontou para o documento que seu meio-irmão ainda segurava.

Sasuke:_ Se olhar o parágrafo três, na página um, vai descobrir que possui algum dinheiro. Não muito, considerando a quantidade que gastou, mas o bastante para me deixar com a consciência limpa e dar-lhe o tempo que precisa para achar um emprego.

Kaito rapidamente achou a página e o parágrafo indicados.

Kaito:_ ¥11.295.450 ienes (equivalente a R$400.000) — leu incrédulo, então ergueu o olhar – Você está me dando só isso?

Sasuke:_ Leia um pouco mais adiante, e vai descobrir que somente ganhará o presente se assinar o documento.

Kaito voltou os olhos para o papel novamente. Após um momento, deu uma risada.

Kaito:_ Ah, entendi agora. Esta é uma armadilha. Se eu assinar isso, mas me recusar a perder meus direitos de paternidade, terei de me sentar diante de um juiz, o qual vai me tirar uma boa porção dos fundos para sustentar a criança.

Sasuke tirou uma caneta do bolso da camisa e jogou-a sobre a mesa.

Sasuke:_ Aos olhos da justiça, uma criança deve ser sustentada pelo pai – um sorriso triunfante desenhou seus lábios lentamente na cara dura.

Meneando a cabeça de desgosto, Kaito pegou a caneta.

Sasuke:_ Espere um minuto — disse antes que seu meio-irmão assinasse o papel. Levantando-se, foi em direção à porta da frente.

Kaito:_ Aonde você vai? – perguntou frustrado – Vamos acabar logo com isso.

Sasuke:_ É o que pretendo – replicou, então abriu a porta e acenou uma das mãos, sinalizando para que os homens, que tinham parado o carro ao lado do seu, entrassem.

Kaito olhou boquiaberto quando o advogado, o padre, o banqueiro e Juugo adentraram a sala.

Sasuke:_ Apenas para tornar tudo legal – explicou orgulhoso, quando se sentou de novo na mesma poltrona e sorriu – Não gosto de deixar nenhum furo.

 

No porão da casa, na cidade de Tóquio. Uma pequena névoa de poeira pairava no cômodo. Sakura tirou de lá um velho baú desgastado e empoeirado, arrastando para o seu quarto onde seu filho estava. Depois de limpa-lo devidamente, alcançou Kizasa que estava sentado no chão olhando tudo o que sua mãe fazia.

Sakura:_ Não que estejamos pobres – assegurou a Kizaiha quando fechou a trave de segurança do balanço infantil que o colocou – Mas ter uma esperança de algo melhor não faz mal a ninguém – pondo o balanço em movimento, se aproximou do baú – Reze – murmurou para o bebê e levantou a tampa.

Ajoelhando-se, começou a remover os itens. Torceu o nariz pelo mal cheiro do mofo, puxando um ramo de flores secas de dentro, as pétalas amassadas e amareladas pelo tempo.

Sakura:_ Por que mamãe guarda tudo isso?

Após dez minutos procurando, sem sucesso, alguma coisa que lembrasse um pedaço de papel rasgado que supostamente pertencera a seu pai, ela se sentiu desencorajada.

Sakura:_ Não sei por que estou perdendo meu tempo – murmurou para o bebê, enquanto removia os últimos itens do fundo do baú – Se ele enviou isso para a mamãe, ela deve ter jogado fora.

De repente, viu um envelope com um selo vermelho e azul desbotado pelo tempo, mas distinto o bastante para ser reconhecido. Com dedos trêmulos, retirou-o do baú e se sentou no chão.

Sakura:_ O selo é do Vietnã – disse alisando a frente do envelope – Mas não tem um nome no remetente – Fechou os olhos, prometendo a si mesma que não ficaria decepcionada com o que encontrasse dentro do envelope.

Reunindo coragem, removeu a carta. Quando a desdobrou, um pedaço de papel caiu em seu colo, e o coração dela pareceu parar.

Sakura:_ Kizaiha-kun – sussurrou, como se o papel pudesse se desintegrar, se falasse muito alto – Achei! Oh, meu Deus, realmente achei!

Com o coração batendo descompassado no peito, ergueu o pedaço de papel para examiná-lo. Franziu o cenho quando olhou para as palavras fragmentadas, incapaz de compreender o significado das mesmas. Rapidamente, virou o papel e olhou do outro lado, onde encontrou o carimbo de um tabelião, o nome de uma mulher e o que parecia ser a assinatura de Haruno Kizashi. Passou a ponta do dedo sobre as letras, encantada que a assinatura tinha sido feita pela mão de seu pai.

Sakura:_ É como tocá-lo – murmurou e então engoliu o nó de emoção que se formou em sua garganta – Nunca o conheci, nunca o vi. Ele morreu antes de eu nascer.

Ela olhou para seu filho, os olhos nublados pelas lágrimas.

Sakura:_ Era seu avô – sorriu feliz – Haruno Kizashi era meu pai e seu avô. Esta é a assinatura dele.

Kizasa balançou os pezinhos e riu, fazendo o balanço se mover. Precisando compartilhar aquele momento com o filho, ela pegou a carta e foi se sentar diante do balanço. 

Sakura:_ Vamos ver o que a carta diz – abriu-a para ler em voz alta.

 

Prezada Mebuki,

Você não me conhece, portanto, vou me apresentar. Meu nome é Namikaze Minato e servi junto com Kizashi no Vietnã. Eu estava a seu lado no dia em que ele morreu.

 

Sakura ergueu a cabeça para olhar para Kizasa.

Sakura:_ A carta não é dele – contou e continuou a ler.

 

Sei que o que vou lhe contar não compensará a perda que você sofreu, mas sinto que é meu dever lhe dizer o que penso sobre Kiza-san.

Conheci ele em Tóquio no dia que embarcamos na Base Aérea de Yokota, a primeira parte de nossa jornada para o Vietnã. Não sabia o nome verdadeiro dele na época, uma vez que tinha recebido o apelido de Kiza-san no exército. Acho que não é difícil para você entender o motivo de tal apelido.

Kiza-san era muito mais do que um ótimo soldado. Tinha um coração imenso, e um tipo de personalidade que o fazia o favorito entre os rapazes. Aqui no Vietnã, às vezes temos dificuldade de rir, mas quando estávamos tristes ou deprimidos, sempre podíamos contar com ele para fazer ou nos dizer alguma coisa que levantasse nossos ânimos.

Ele era um bom companheiro para os rapazes com quem serviu, principalmente de Sarutobi Asuma, a quem tratava como um irmão. Discutia e brigava com ele, às vezes, como os irmãos fazem, suponho. Mas se alguém mexesse com ele, Kiza-san era o primeiro a defendê-lo. Alguns dos homens perturbavam Asuma, dizendo que ele tinha o coração muito mole. A ideia de atirar em outro ser humano, inimigo ou não, era alguma coisa que não podia aceitar. Mas Kiza-san não zombava dele como os outros. Na verdade, costumava golpear quem chamava Asuma de covarde.

Como falei antes, eu estava com ele no dia em que ele morreu. A missão na qual estávamos deveria ser "segura", mas suponho que nada é seguro em tempos de guerra. Não entrarei em detalhes sobre a batalha, mas quero lhe dizer uma coisa. Kizashi era um soldado valente e deu sua vida para proteger os homens com quem servia.

Na noite antes de ser morto, contou-me sobre o bebê que você carrega. O bebê dele. Disse que se sentia culpado por ter fugido para o exército e a deixado sozinha para cuidar de tudo, e queria fazer alguma coisa para recompensá-la. O plano dele era enviar uma parte de seu salário todos os meses. Quando voltasse para casa, pretendia arrumar um emprego que pagasse mais do que o salário de um soldado, de modo que fosse capaz de ajudá-la com o sustento da criança. Suponho que seja desnecessário dizer que isso não será mais possível agora.

Ele me fez prometer uma coisa naquela noite, enquanto conversávamos. Prometi que enviaria a você este pedaço de papel que incluí na carta. Talvez seja melhor eu explicar o significado do mesmo. Na noite que partimos para o Vietnã, estávamos num bar próximo a base tomando alguns drinques. Conhecemos um homem lá que perdera o filho na guerra. Uma vez que não tinha mais para quem deixar sua fazenda, disse que queria dá-la para nós. Improvisou uma escritura de venda e rasgou-a em partes, dando um pedaço para cada um de nós, então chamou uma tabeliã para validar todas as assinaturas.

Não sei se isso algum dia terá valor, ele comentou que não possuía nada de valor para deixar, se alguma coisa acontecesse a ele, e me pediu que lhe enviasse isso.

Esperei nunca precisar cumprir minha promessa, mas infelizmente tenho de fazê-lo agora. Achei seu endereço no meio dos pertences de Kizashi. Eu a contatarei depois que voltar para casa, e lhe direi o que precisa fazer afim de obter a parte da fazenda de Kiza-san. Como já disse, não há garantias, mas pela segurança dele e desta criança, eu gostaria que este pedaço de papel viesse a ser a herança que ele tanto queria que seu bebê tivesse.

Sinceramente,

Capitão Namikaze Minato

 

Com lágrimas escorrendo pelo rosto, Sakura olhou para a carta, a mão pressionada contra o coração.

Sakura:_ Você acha que isso significa que ele me amava? – ergueu a cabeça para fitar o filho – Quero dizer, pense bem. Ele disse para esse tal de Minato que se sentia mal por ter abandonado mamãe para me criar sozinha, e queria ajudar a me sustentar. Até mesmo pediu que ele enviasse esse pedaço de papel, porque era tudo que possuía para me dar.

O lábio inferior de Kizasa tremeu e ele chorou. Sakura se levantou, guardando o papel e o envelope dentro do bolso do robe.

Sakura:_ Oh, meu bebê, não chore – sussurrou enquanto o tirava do balanço – Só porque mamãe está triste, não significa que você tem de ficar também – aninhou-o na curva de seu pescoço e beijou-lhe a testa – Você tem um pai. Não há necessidade de chorar. Você tem Sasuke e sempre saberá que ele o ama.

De longe ela ouviu alguém bater na porta. Olhando para o seu filho que soluçava, se perguntou quem estaria na porta tão tarde da noite. Acalentando Kizaiha em um balanço terno, ela caminhou para atender.

 

Sasuke parou seu carro diante da casa de Sakura, então ficou sentado por um minuto, estudando a propriedade. As janelas da frente estavam escuras, mas havia luz nos fundos da casa. Era tarde, provavelmente bem tarde para aparecer na casa de alguém, mas não tinha viajado de tão longe para voltar agora.

Respirando profundamente para controlar os nervos, desceu do carro e passou uma das mãos sobre os cabelos, enquanto começava a andar, sabendo que sua aparência não devia estar muito boa, depois de dirigir o dia inteiro partindo de Mihara, única parada em Osaka para comer algo e abastecer o carro, depois Tóquio. Mas não quisera parar e tomar um banho descente. Tudo que queria era ver Sakura.

Bateu à porta e esperou. Diferentemente da outra vez que batera àquela porta, a resposta foi quase imediata. As luzes da varanda se acenderam, e Sasuke ouviu a pergunta nervosa do outro lado.

???:_ Quem está aí?

Sasuke:_ Sou eu... Sasuke – ele não reconheceu a voz – Preciso falar com Sakura.

Um longo momento de silêncio se seguiu, o fazendo se perguntar se conseguiria entrar. Mas então, uma fresta da porta se abriu, revelando uma fatia estreita do rosto da mulher.

Tsunade:_ Sasuke por que você está aqui?

Sasuke:_ Eu sei e me desculpe, mas... nós precisamos conversar – olhou através dela, esperando encontrar a silhueta de Sakura.

 

Sakura:_ Quem está aí?

Não ouviu respostas. Olhou rapidamente para o relógio de sala e constatou que eram ainda onze da noite. Bisbilhotou através da janela estreita ao lado da porta e nada. Deixando o nervosismo de lado, abriu de uma vez a porta. O susto foi inevitável ao ver quem estava ali e o que ele segurava em mãos.

Kaito:_ Precisamos conversar Sakura – disse sério, levantando a pistola contra a sua cabeça.


Notas Finais


My God!

Estamos na final!
Fico muito triste q já esteja acabando. Mas fico mais contente com as prévias da segunda temporada "Remetente de um Soldado"

Como lancei muito cedo esse cap, o cap seguinte vai demorar mais q o previsto. Já q agora entrei de férias de trabalho e vou sair pra viajar e aproveitar minha carta de alforria ("euforia" para os mais íntimos). Mas não se preocupem não vou abandonar a fic.

Até a próxima ❤️...


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