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História Renascer - Second Chance


Escrita por: writejustforfun

Notas do Autor


Olá, tudo bem com vocês? Então, essa é a minha primeira fanfic por aqui, mas espero que gostem!
Harry Potter pertence a J.K Rowling e eu estou aqui apenas escrevendo por diversão!
Espero que curtam minha ideia, é isso!

Capítulo 1 - Second Chance


Second Chance

(Segunda Chance)

 

Severo nunca havia tido esperanças de sobreviver a guerra, mas não era como se ele quisesse estar morto no fim de tudo. Pelo menos na maior parte do tempo ele desejava estar vivo, já que por muitas vezes ele desejou morrer ao servir o Lorde das Trevas. Houve momentos que seu passado o traía e ele desejava voltar no tempo e provocar a sua morte para que isso o impedisse de cometer seus erros irreversíveis.

Deitado ali, as feridas sangrando e o cheiro de Nagini ainda adentrando seu olfato, ele desejou que nunca tivesse entrado para o lado negro daquela guerra. Ele desejou, mais do que nunca, não ter denunciado os Potters para o Lorde depois de escutar parte daquela profecia ridícula.

Talvez dessa forma Voldemort nunca tivesse retornado e tivesse sido derrotado de outra forma? Quem saberia o destino do mundo se Lilian nunca tivesse se sacrificado? Mas por mais “talvez” que ele pudesse imaginar, o passado estava no passado e isso ele não poderia mudar.

E, no fim, ele morreria naquele lugar, sozinho como ele sempre esteve.

Era ainda mais trágico que ele tivesse um antídoto para o veneno de Nagini em seus aposentos no castelo. Ele havia feito um tempo antes, achando que, se algum imprevisto acontecesse, poderia sobreviver, já que o Lorde vivia com aquela cobra ameaçadora em seu lado.

Um imprevisto aconteceu e ele estava bem longe de sua salvação. Não havia mais tempo. Era o fim.

Foi engraçado, a mente dele incialmente pensou que tudo aquilo fosse uma miragem. Em que desdobramento de sua imaginação ele poderia enxergar Harry Potter caminhando em sua direção? Ele não poderia nem ao menos morrer em paz sem ser humilhado pelo seu destino ao encontrar o menino que havia sofrido nas mãos dele por muitos anos?

Veja bem, ele nunca quis conhecê-lo de verdade. Severo montou uma imagem em sua mente de Harry, alguém idêntico ao seu pai, alguém em quem o seu eu-sonserino poderia se vingar de todo aquele tempo. Ele aceitou protegê-lo, mas se recusou a enxergar além da imagem projetada por sua imaginação.

Ele se recusava a enxergar Lilian nele além do que havia dela na cor dos seus olhos.

Contrariando tudo que ele pensou que Harry Potter faria, ele viu o menino se ajoelhar em sua frente e tampar o ferimento em seu pescoço em uma tentativa um tanto esperançosa de estancar seu sangramento milagrosamente. Seus olhos não esbanjavam pena ou raiva, esbanjavam compaixão, e isso fez algumas lágrimas de Severo rolarem de seu rosto.

Ele estava falhando em não enxergar sua melhor amiga no menino em sua frente.

O menino desviou seu olhar do dele para olhar para seus amigos e só naquele instante Severo reparou que Rony e Hermione também estavam ali. Não era tanto uma surpresa, já que os dois acompanharam Harry até o fim.

— Hermione, eu coloquei um bezoar em sua bolsa há um tempo, depois que estivemos na casa de Xenófilo, veja se ainda está aí. Talvez possamos estabilizá-lo com ele antes de buscarmos um antídoto mais eficaz — Harry disse a ela, voltando a encarar Severo, como se ele pudesse confirmar que ele estava certo em tentar.

A mente de Severo, no entanto, pouco entendia o que ele dizia e parecia ter se esquecido de todo o seu conhecimento de poções por um instante.

— Espere um segundo — ela respondeu, mexendo em sua bolsinha de contas. — Accio bezoar.

Ela pegou a pequena pedra em suas mãos, entregando-a para Harry.

— Não sei se isso vai funcionar, Harry — Hermione disse em um sussurro. — Eu não faço ideia da espécie de Nagini e como fazer um antídoto para o veneno dela.

— Mas nós podemos tentar — Harry disse, sem pestanejar.

— E porque iríamos tentar algo por ele, Harry? — Rony questionou.

— Ronald! — Hermione o censurou.

Harry nada disse e apenas ajudou Severo a engolir o bezoar. O homem não conseguia entender porque o menino estava fazendo aquilo por ele, já que havia visto quando Severo assassinou Dumbledore, havia ouvido tudo que ele havia feito. Ele não entendia a compaixão de Harry naquele instante.

Passado um tempo, a respiração de Severo se estabilizou o máximo que podia após ter perdido tanto sangue. As feridas não se fecharam completamente, mas pareciam estáveis. Harry suspirou aliviado.

— Parece estabilizado, mas não acho que será por muito tempo, temos que ver Madame Pomfrey — Harry disse.

— Não acho que isso possa ser aconselhável, não é como alguém no castelo quisesse ver o professor agora — Hermione pontuou.

— Eu tenho um antídoto — Severo respondeu.

Sua voz soou em um sussurro, completamente fraca, mas ela pôde ser escutada por Harry, ainda ajoelhado ao seu lado.

— O que? — Harry questionou. — Você tem um antídoto para Nagini?

— Na minha sala — ele respondeu vagamente.

— As masmorras estão lotadas de sonserinos agora, você não passará despercebido — Hermione apontou.

— Vou cobrir Snape com a capa, darei um jeito, não se preocupe. Não temos muito tempo — Harry disse.

— Não — Severo se pronunciou. — Precisa ver minhas memórias.

— Precisamos levar você para dentro se quiser ser salvo — Harry respondeu firmemente.

O menino não entendia porque estava se esforçando tanto para salvá-lo. Ele havia recebido o pior de Severo Snape por anos, havia o visto fazer coisas terríveis, o visto assassinar Dumbledore a sangue frio. Contudo, ao tê-lo ali em sua frente prestes a morrer, Harry apenas pôde enxergar em seus olhos um homem assustado, um homem cansado de tanta guerra.

— Precisa ver minhas memórias — Severo repetiu.

Ele começou a se mexer, fazendo com que Harry o segurasse para impedi-lo de se levantar.

— Não, não se mexa muito, pode piorar a sua situação — Harry pediu. — Tudo bem, eu vejo as suas memórias se isso o fizer ficar quieto.

Severo não entendia o que estava acontecendo direito e não entendia porque Harry estava tentando salvar a sua vida, mas ele tinha que lhe mostrar suas memórias. Imaginava que ele só queria levá-lo a justiça depois de tudo, afinal, ele foi um comensal.

Mesmo tendo ajudado a Ordem em certo ponto, Severo já havia se conformado com seu destino. Ter sido espião não anulou tudo o que ele fez no passado. E, de qualquer forma, ele devia aproveitar aquele suspiro de vida.

Severo encarou os olhos de Harry profundamente, sentindo certa resistência a sua Legilimiência. Ele não pôde deixar de se surpreender com as defesas da mente do menino. A última vez que havia tido contato com a mente dele havia sido fácil invadi-la.

— Desculpe — Harry pediu, fechando os olhos e finalmente deixando cair suas barreiras.

As memórias da vida de Severo flutuavam entre eles. Ele relembrou quando conheceu Lilian, quando adentrou Hogwarts pela primeira vez, quando sofreu em sua estadia no castelo. Ele mostrou seus erros, a maneira como ele foi destruído quando entregou Lilian e como dedicou sua vida a reparar aquele erro.

Mostrou cada momento que protegeu Harry, que salvou a sua vida. O menino viu o homem se torna espião, se arriscar pela Ordem, se sacrificar por aquela guerra. Viu quando Dumbledore pediu para que ele o matasse, viu quando ele mandou o patrono com a espada de Griffindor.

Viu quando Dumbledore disse que Harry deveria morrer. Que ele era uma horcrux. Ele finalmente conheceu a verdade e ela trazia um gosto amargo a sua boca.

Harry voltou a realidade, abrindo os olhos com a respiração acelerada e encontrando os olhos cansados de Severo.

— Eu sinto muito — Severo disse.

De uma maneira um tanto quanto estranha e reconfortante, Harry sabia que ele se solidarizava por muito mais do que apenas a sua sentença de morte. Se solidarizava com toda a sua vida sendo levado até o momento de seu sacrifício.

— Temos que levar você para o castelo, está bem? — Harry disse, não deixando transparecer o quanto tudo aquilo havia o abalado.

— Harry, o que ele mostrou? — Hermione questionou.

— A capa, Hermione — Harry pediu suavemente, encarando os olhos da amiga. — Eu encontro vocês daqui a pouco, temos pouco mais de meia hora.

— Harry, você não vai se entregar — Hermione disse firmemente. — Não importa o que ele tenha te mostrado, você não vai se entregar.

— Mione, a capa — Harry pediu novamente.

Hermione hesitou por um instante antes de pegar a capa em suas mãos e o entregar. Rony olhou para ela, espantado.

— Hermione... — ele começou a dizer, mas a menina o interrompeu.

— 10 minutos, Harry, nos encontramos nas escadas perto do Salão Principal — Hermione disse.

Harry assentiu e se virou para um Severo mais branco que o normal. Ele cobriu o homem com sua capa.

— Irei lançar um feitiço de levitar — ele avisou.

Harry foi levitando um Snape invisível em meio a propriedade do castelo. Hermione e Rony estavam um pouco mais a frente e, quando chegaram dentro da escola, se encaminharam em direção ao Salão Principal enquanto Harry desceu para as masmorras em silêncio.

Ele foi verificando se havia algum sonserino por perto, mas encontrou apenas mais silêncio. Quando viu que o corredor em direção a sala de Snape estava livre, ele apenas seguiu em frente até estar em frente aos aposentos do professor.

A porta estava destrancada, de modo que ele entrou, ainda com o homem sobre a capa. Harry desfez o feitiço que levitava Severo e apoiou seu corpo com o seu, retirando a capa de cima dele. Ele o levou até uma poltrona e o sentou.

— Onde está o antídoto? — Harry questionou.

— Há uma porta ali à direita — Severo apontou para uma direção da sala. — Ela dá para os meus aposentos. Há uma escrivaninha no primeiro cômodo, o antídoto está na primeira gaveta à esquerda. Vou tentar retirar os feitiços de proteção daqui.

— Certo.

Harry o observou levantar sua varinha, com as mãos trêmulas, em direção a porta. Após um tempo, ele indicou que Harry poderia seguir em frente. O menino seguiu para o outro cômodo, achando a escrivaninha rapidamente e o antídoto. Ele retornou para perto de Severo com pressa, entregando o frasco com um conteúdo escuro para ele.

Severo bebeu o líquido de uma vez, sentindo-o amargar na garganta. Ele tossiu fortemente, fazendo com que Harry segurasse seus ombros involuntariamente. Após um tempo, ele sentiu a poção o anestesiar e ele se encostou na poltrona.

— Obrigado — ele disse, encarando os olhos verdes de Harry.

— É o mínimo que eu poderia fazer — o menino respondeu. — Mas você ainda não parece muito bem.

— A poção ainda demorará um pouco para fazer efeito — ele respondeu.

— Ficará bem aqui sozinho? Preciso encontrar Hermione e Rony — ele disse.

— Harry, o que você pretende fazer? — ele perguntou.

O menino evitou demonstrar seu espanto por ele ter utilizado o seu primeiro nome e apenas recolheu sua capa.

— Você sabe o que eu tenho que fazer — o menino respondeu. — Fique aqui, falarei com Hermione e ela mandará Madame Pomfrey para te examinar quando for seguro.

Severo o encarou, incapaz de dizer algo. Ele não tinha direito de dizer nada, por mais que sentisse uma dor incômoda em seu coração por causa daquela situação.

— Eu quero agradecer por tudo aquilo que eu vi em suas memórias e por tudo que eu não vi. Eu peço perdão por todas às vezes que te julguei sem saber, por todas as palavras que falei. Sei que não posso apagar o passado, mas espero que possa me perdoar — Harry disse.

— Não há o que perdoar — ele respondeu. — Eu também cometi meus erros, e foram muitos.

— Mas eu espero que me perdoe mesmo assim.

Severo assentiu, observando Harry soltar um suspiro.

— Fique bem — ele disse, pegando sua capa da invisibilidade.

O menino se cobriu com ela, caminhando para fora da sala.

— Fique bem, Harry — o menino escutou o sussurro de Snape antes de sair.

O homem escutou a porta bater, levando o menino invisível com ela. O homem encarou as mãos e suspirou.

O que ele havia feito?

 

*

 

Harry entrou no Salão Principal para procurar por Hermione e Rony, mas se arrependeu no momento que viu Remo e Dora mortos ao lado um do outro. Escutava o choro da Sra. Wesley sobre o corpo de Fred e as outras lamúrias de quem havia perdido alguém.

Ele ainda estava sob a capa, por isso ninguém o viu e o menino agradeceu por estar invisível naquele instante, pois poderia externalizar sua dor em sua expressão, em suas lágrimas. Ele reprimiu o soluço que sairia de sua boca e apenas virou de costas, saindo do Salão para procurar por seus amigos.

Harry encontrou Neville Longbottom no caminho, na escuridão, procurando por sobreviventes. Uma ideia percorreu a sua mente naquele instante e ele despiu a capa, conversando com seu companheiro da Grifinória, pedindo que ele ajudasse a terminar a sua missão. Logo ele seguiu seu caminho, colocando a capa novamente e descendo as escadas.

Ele encontrou Rony e Hermione sentados nas escadas que davam para o primeiro andar. Retirou sua capa novamente, aproximando-se em silêncio dos dois enquanto descia os degraus.

Hermione estava abraçando Rony, segurando suas mãos firmemente. Eles já haviam sofrido tanto naqueles meses e era ainda pior para ele que visse seu melhor amigo sofrer ainda mais naquele instante.

A menina finalmente reparou nele ao se virar para trás e se levantou, se afastando de Rony.

— Harry — a menina o chamou, vendo os seus olhos vermelhos. — Você não esteve no Salão Principal, esteve? — ela questionou preocupada.

— Estive — ele respondeu em um sussurro.

Hermione se aproximou dele, o abraçando e murmurando palavras de conforto. Ele encarou Rony tristemente, que também se juntou ao abraço. Harry desejou ficar aconchegado e protegido por eles para sempre, mas não podia. Ele começou a se afastar dos dois lentamente, encarando os olhos de sua amiga.

— Harry, você não está pensando em se entregar, está? — Hermione questionou, embora no fundo soubesse a resposta.

O menino se manteve em silêncio, encarando os amigos por um instante. Um filme passou em sua mente, cada momento que eles viveram juntos. Harry foi feliz apesar de tanto sofrimento, foi feliz por causa deles, e por isso os agradecia tanto.

Ele sorriu tristemente, acariciando levemente o rosto de Hermione, sua irmã do coração. Ele viu a lágrima solitária sair de seus olhos e a menina segurar suas mãos.

— Matem a cobra, está bem? Assim só restará ele. Deixei Snape na sala dele nas masmorras, ele precisa ser visto por Madame Promfrey, cuide dele quando tudo estiver seguro — ele pediu.

— Harry, não pode fazer isso, não podemos perder você — Rony pediu, segurando seu ombro. — Estamos juntos, nós vamos te proteger.

— Não, não há mais o que proteger, Rony — ele sorriu tristemente.

Ele pediu a Hermione um frasco de sua bolsa. Lentamente, ele foi retirando as lembranças de Snape de sua mente, protegendo algumas que se referiam ao passado dele com sua mãe, afinal, elas eram pessoais demais para que ele pudesse compartilhar.

Ele havia aprendido aquele feitiço de uma maneira estranha, mas Harry sempre se interessou por tudo no mundo bruxo e conseguia aprender algumas magias muito rapidamente. Às vezes ele mesmo se puxava para trás, se privava de estudar mais para, de certa forma, passar despercebido entre os outros.

Ser tão popular havia sido uma maldição naqueles anos e não queria parecer estudioso demais e atrair mais atenção para si. Contudo, isso não o impedia de usar um pouco do conhecimento armazenado em sua mente para deixar a Hermione uma resposta.

Harry entregou a ela o frasco com as memórias.

— Leve-as para a penseira de Dumbledore, tenho certeza que a Gárgula irá deixá-los passar. Não demorem, temos pouco tempo até a trégua acabar — Harry indicou. — Vocês vão entender tudo então.

— Harry — a menina o abraçou, soluçando levemente.

Ele se virou para Rony.

— Cuide dela, está bem? Ela é minha irmã — ele pediu.

— Com a minha vida, companheiro — Rony disse, visivelmente abalado.

Harry assentiu, afastando Hermione de seu abraço. Rony a segurou suavemente enquanto Harry pegava a sua capa. Ele ainda lhes dirigiu um último sorriso antes de sumir embaixo dela.

E, sem olhar para trás, Harry Potter caminhou em direção a morte.

 

*

 

Severo sentiu que as feridas de Nagini estavam finalmente se fechando e o antídoto estava fazendo efeito. Ele não pôde impedir o seu suspiro de alívio naquele instante, mesmo que o efeito anestésico da poção tivesse passado e ele começasse a sentir algumas dores inevitáveis.

Contudo, ainda se sentia fraco, havia perdido muito sangue. O homem sabia que em seu escritório havia uma poção para repor sangue, por isso se levantou e foi caminhando lentamente em direção a porta, se apoiando em tudo que encontrava no caminho.

Seu coração, no entanto, batia forte em seu peito, como se quisesse deixar claro que ele estava bem vivo. Seus pensamentos estavam com Harry, imaginando onde o menino estaria naquele instante. Uma sensação de culpa sempre arrancava seu ar quando pensava que por causa de sua boca o filho de Lilian pagaria com sua vida.

Aquilo o sentia se sentir sujo por estar vivo e por ter sido salvo por ele apenas para condenar a sua vida.

Ele finalmente chegou até a porta, respirando fundo antes de adentrar o seu escritório. Severo se arrastou até a prateleira de poções, procurando pelo frasco da poção correta. Quando ele a achou, teve que se segurar muito para não deixar que ela caísse no chão ao sentir a marca negra queimar em seu braço.

Severo tentou afastar quaisquer que fossem seus pensamentos e apenas engoliu a poção de uma vez enquanto sentia a dor em seu braço se intensificar, fazendo com que se apoiasse perigosamente na estante cheia de frascos de poções.

As palavras do Lorde das Trevas adentravam e perfuravam a sua mente como se ele estivesse sendo atacado novamente por Nagini.

Harry Potter está morto, foi abatido em plena fuga, tentando se salvar enquanto vocês ofereciam as vidas por ele. Trazemos aqui o seu cadáver como prova de que o seu herói deixou de existir.

A batalha está ganha, vocês perderam metade de seus combatentes. Os meus Comensais da Morte são mais numerosos que vocês, e O-Menino-Que-Sobreviveu está liquidado. A guerra deve cessar.

Quem continuar a resistir, homem, mulher ou criança, será exterminado, bem como todos os membros de sua família. Saiam do castelo agora, ajoelhem-se diante de mim e serão poupados. Seus pais e filhos, seus irmãos e irmãs viverão e serão perdoados, e vocês se unirão a mim no novo mundo que construiremos juntos.”

Severo sentiu seu corpo ceder e ele cair no chão. Sentiu quando as poções das prateleiras espatifaram no chão e caíram sobre ele. Nada disso importava enquanto ele perdia a consciência.

Harry Potter estava morto e a culpa era dele.

 

*

 

Harry tentava entender tudo o que havia acontecido naquelas horas, mas se tentasse fazer um retrospecto apenas ficava mais confuso ainda. Ele se viu em meio a uma confusão de pessoas que ajudavam a recuperar feridos e corpos enquanto sua mente ainda tentava entender que ele havia morrido e voltado a vida.

Voldemort estava morto, a guerra estava acabada de uma vez por todas — pelo menos era o que ele esperava. Luna estava sentada ao seu lado no Salão Principal enquanto apreciavam uma xícara fumegante de chá.

— Se eu fosse você, iria querer um pouco de paz — a menina disse, após um tempo de silêncio.

— Acho que vai ser um pouco difícil sair despercebido dessa vez — ele respondeu.

— Eu te ajudo a escapar — ela ofereceu com um sussurro. — Hey, olha só, zonzóbolos! — ela exclamou, chamando a atenção de algumas pessoas ao redor deles.

Harry não pode impedir o sorriso e escorregou para debaixo da capa. Ele precisava verificar Snape e levar Madame Pomfrey até as masmorras. O menino foi caminhando, se abrigando no silêncio daquela parte do castelo. Em alguns instantes ele já estava em frente a sala do professor, batendo nela antes de testar a maçaneta.

— Professor? — ele questionou antes de entrar.

Ele não obteve resposta, por isso apenas tentou abrir a maçaneta. Ao verificar que ela estava destrancada, ele entrou. Harry não encontrou Severo na poltrona onde havia o deixado, o que o fez estranhar. Ele caminhou pela sala, observando que a porta para o escritório estava aberta.

O menino se encaminhou até lá, levando um susto ao encontrar Severo jogado no chão com diversas poções e vidros quebrados jogados ao redor dele.

— Merlin! — ele exclamou, se aproximando.

Ele pisou em alguns cacos de vidros e achou prudente limpar tudo aquilo com um feitiço antes de avançar. Depois de um aceno de varinha, ele viu o chão se limpar. Harry se ajoelhou ao lado do homem e estranhou sua aparência por um instante.

— Severo? — ele chamou, sem obter sucesso. — Talvez se eu... Enervate — ele tentou.

Harry não esperava obter sucesso com aquele feitiço, mas suspirou aliviado quando viu Severo recuperar a consciência com um suspiro alto. Ele o segurou ao ver o homem se levantar de repente.

— Tudo bem, você está bem — o menino disse.

Só então Harry reparou com mais atenção no rosto de Severo. Ele franziu as sobrancelhas, aquela não era a aparência que o homem possuía na última vez que ele o viu, ele parecia jovem, como em uma das lembranças dele.

— Mas o que...? — Severo questionou ao ver Harry em sua frente. — Potter, mas o que...?

— É, eu também estou tentando me acostumar a estar vivo — ele respondeu.

— Mas eu escutei o Lorde das Trevas dizendo que você estava morto, eu... Eu estou morto? — Severo questionou.

— Não, estamos bem vivos, mas acho que Voldemort não se encontra mais entre nós — ele explicou. — Mas tem alguma coisa estranha acontecendo por aqui, já se olhou no espelho?

Severo arqueou as sobrancelhas para Harry, confuso. O menino o ajudou a se levantar e acompanhou o sonserino até o banheiro. Se ele não estivesse sendo apoiado por Harry ainda, teria caído no chão.

— Pelas barbas de Merlin! — ele exclamou.

Um Severo rejuvenescido o encarava no reflexo. O homem colocou as mãos no espelho, tentando entender o que havia acontecido. O cansaço físico e emocional, no entanto, cobrou o seu peso e ele se sentiu fraquejar sobre suas pernas.

— Professor! — Harry chamou, mesmo estranhando chamá-lo dessa forma com aquela aparência tão jovem.

O menino o levou até o escritório, o ajudando a se sentar.

— Eu vou chamar Madame Pomfrey, ela saberá o que dizer, não se mexa — ele disse.

Severo não pôde protestar e apenas observou Harry correr para fora da sala. Ele encarou suas mãos, completamente confuso. Mas, de uma forma estranha, ele sentiu uma sensação boa em seu coração. Ele até mesmo arriscou se permitir um sorriso.

O Lorde das Trevas estava morto e, de uma maneira um tanto estranha, ele havia renascido.

É, ele podia se acostumar com isso.

 


Notas Finais


Então, curtiram? Espero que sim!
Contem aí, vocês gostam de snarry? Eu confesso que tenho uma quedinha hhaahha
Espero que tenham gostado, vejo vocês no próximo capítulo!
Beijinhos!

Just For Fun


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