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História Rendição (Jikook) - Capítulo 01


Escrita por: JosianeVeiga

Notas do Autor


CES TÃO DE BRINCADEIRA????
Poh, escrevo que nao atualizo sem no minimo 5 comentários e vocês batem a meta em duas horas?
]hjuiahaahuahauahauaha
Obrigada gente. Cumprindo a promessa, abaixo o primeiro cap.

Capítulo 46 - Capítulo 01


O barulho só o deixava ainda mais tonto. A cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento, e a voz aguda, estridente e alta de Jung Hoseok não colaborava em nada para a maldita enxaqueca.

— Jimin! – Jung exclamou. – O que você acha?

"Sobre o quê?" – Jimin quis perguntar.

Havia chegado ao estúdio cedo para gravações de rotina de sua nova novela. Após ter que aguentar um diretor mal humorado, atores incapazes de decorarem seus próprios textos, e uma produtora como Karin (que fazia questão de deixar explícito seu ódio pela humanidade), Jimin agora era obrigado a tolerar a felicidade extravagante de Jung.

Amava o loiro à sua frente, mas seu humor não estava dos melhores. Além de todos os problemas profissionais que enfrentou naquela manhã infernal, estava fazendo aniversário e seu namorado Jeon Jeongguk sequer havia o esperado acordar. O outro saíra ao nascer do sol, só deus sabia aonde!

— E então, Jimin?

Jung insistiu. Talvez tenha sido um erro, já que Jimin não parecia disposto a conversar.

— Descu murmurou. – Não estava prestando atenção.

Por mais que a sinceridade fosse impiedosa, era sempre a melhor saída. E pessoas naturalmente doces como Hoseok compreendiam imediatamente.

— Estava falando do meu projeto de comprar um sítio para cuidar de animais abandonados.

Naturalmente, o assunto de Hoseok era animais. Ele comandava um programa sobre bichos, mantinha vários na casa da mãe, até tornara-se dono de um pequeno macaco há dois anos. Aparentemente, queria mais.

O tema poderia irritar Jimin, muito mais preocupado com seu lar prestes a ruir, maso próprio Jimin percebeu-se sorrindo perante o amigo.

— É uma boa ideia.

— Eu gostaria de criá-los comigo, mas meu apartamento não é o melhor lugar!

Com certeza não era!

— E como aquele sítio perto das montanhas está a venda, resolvi adquiri-lo. Poderei ter vários canis.

Park pensou imediatamente em Junior. Quem sabe a ideia de Jung pudesse ser benéfica para seu cão! O cachorro andava inquieto e cabisbaixo ultimamente. Talvez precisasse de amigos.

Suspirou.

Junior havia vindo morar em seu apartamento juntamente com Jeongguk. Em janeiro daquele ano, Jimin e Jeon romperam seriamente. A briga não foia primeira do relacionamento que mantinham já há algum tempo; mas, com certeza, foi a mais séria. Ficaram quase um mês sem se falarem, machucando-se mutualmente com olhares carregados de ódio velado.

O motivo de tamanha ira, Jimin não se recordava mais. As brigas com Jeongguk eram frequentes, já que a personalidade de ambos se mostrou oposta. Porém, ao final daquele infernal janeiro, os dois voltaram às boas.

Jimin sorriu ao relembrar o quanto Jeon e ele se evitaram naquele mês. Corriam um do outro para, logo em seguida, se procurarem desesperadamente. Quando o mês se findou, o casal já se espreitava no conhecido desespero de se amar.

Logo após uma noite fenomenal, Jeon carregou suas coisas para o apartamento de Jimin. Como o local não era muito grande, combinaram de comprar algo maior e mais confortável assim que pudessem. No entanto, o tempo passou e os planos começaram a ser adiados, dia após dia, até que se tornaram apenas uma vaga promessa futura, sem grande esperança de realização.

Agora aquele pequeno espaço era o lar de dois homens e um cão.

Não que Jimin realmente se importasse de dividir o espaço. Ele amava Jeon, disso nunca houve dúvidas. Porém, seria muita falsidade fingir tranquilidade ao encontrar a toalha molhada sobre a cama, ou as roupas desarrumadas no roupeiro e, até mesmo, a louça suja na pia.

Jeon nunca havia morado sozinho antes. Filho caçula e mimado, acostumado a ter tudo ajeitado pela mãe. Jimin, ao contrário, morava só desde os primórdios, sabia que as coisas não se encaixavam por passe de mágica ou telepatia. A organização era uma marca de Park, e o fato de Jeon não respeitar isso o entristecia.

De início, quando percebia algo fora do lugar, sorria e colocava em ordem novamente. Entretanto, a paciência foi se esvaindo juntamente com os meses.

— Jimin? – A voz de Jung o tirou da letargia. – Algum problema?

Todos.

A cabeça de Jimin voltou a latejar. Por que ninguém nunca havia lhe dito o que acontecia depois do "felizes para sempre?"

— Quanto tempo faz que você e Kim estão juntos?

Jung Hoseok era seu melhor amigo. Sempre foi. Os dois se conheceram na infância, e compartilharam tudo. No entanto, de início, a relação de Namjoon e Jung era um segredo. Assim sendo, naquele momento, Jimin percebeu que não sabia com exatidão o tempo que os amigos mantinham o relacionamento.

— Nossa – Jung riu –, faz tempo! – Exclamou. – Com certeza já fazem mais de dez anos!

— Você não sabe a data do início do seu namoro? –estranhou.

— Não sou bom com números – Hoseok se explicou. – E você conhece Kim! Ele nunca que ia memorizar algo do tipo. Se duvidar, não sabe sequer como foi nosso primeiro beijo, ou nossa primeira vez.

Jimin riu.

— Realmente, Kim é um poço de romantismo ironizou.

Um breve silêncio se instalou entre eles.

— Por que, Jimin?

Jimin, que estava cabisbaixo, levantou a fronte e encarou o amigo.

— Hum?

— Por que indaga sobre o tempo que estou com Kim?

Desviando os olhos de Jung, Jimin murmurou:

— Vocês parecem tão apaixonados...

— Como assim?

— Parecem que acabaram de descobrir que se amam. –Afirmou. – É algo admirável.

Logo Jimin sentiu o sofá afundando a sua direita. Virou-se em direção a Jung, num misto de nervosismo e apreensão, percebendo a preocupação estampada na face do colega.

— O que está acontecendo?

Sentiu vontade de retrucar aquela questão com um riso fácil, e uma ironia vulgar qualquer. Porém, não conseguiu.

— Jeon perdeu o interesse – confessou, com a voz embargada.

Sim, era o que havia acontecido.

Talvez todas as suas reclamações sobre a vida conjugal, e também o excesso de trabalho de Jimin – que fazia o namorado ir pescar com cada vez frequência –, haviam colaborado para o esfriamento no relacionamento.

— Jimin...?

A voz de Jung parecia longe. Jimin percebeu que estava tremendo. O vínculo tão firme entre Jeongguk e ele parecia cada vez mais frágil, e Jimin não podia evitar o medo. No fundo, nunca acreditou que algo assim pudesse acontecer entre eles. Sempre considerou que fossem almas gêmeas. Pessoas destinadas uma para outra não podiam enfrentar tamanha crise, certo?

Porém, enfrentavam.

— Jimin – Jung o puxou pelos ombros. – Isso não é verdade! Jeon ama você. Ama você desde a infância. Depois de tudo que passaram, ainda duvida disso?

Jimin viu-se sendo puxado para os braços do anjo do BTS. Hoseok tinha realmente o dom de acalmar. Nos braços dele até que a perspectiva de sua união não parecia tão ruim.

— Eu não sei mais se ele ama,Hoseok...

— Todos os relacionamentos têm seus momentos ruins, Jimin! Kim e eu já tivemos tantas crises.

Jimin fechou os olhos, envergonhado.

— Jeon simplesmente não me vê mais, Hoseok! Ele não me enxerga! É como se eu não existisse! Jeongguk prefere ir pescar a passar um final de semana comigo.

— Jeon sempre foi assim! Lembro-me de que certa vez ficou uma semana inteira no mar!

— Mas, quando voltava, nós fazíamos sexo...

Jimin não queria confidenciar aquilo, pois era vergonhoso demais.

— Vocês não transam mais?

— Já faz mais de dois meses – Jimin murmurou. – Ele não me procura...

— E você?

— Há mais ou menos um mês, o procurei. No entanto, ele disse que estava com dor de cabeça, virou-se de costas e dormiu. Depois disso, perdi a coragem.

Jung sentiu o ombro umedecer lentamente. Sabia que Jimin odiava chorar, então não buscou seu rosto, deixando o amigo desabafar com privacidade.

— Está tão claro que acabou, Hoseok. Se eu tivesse o mínimo de dignidade pediria para ele ir embora.

— Jimin...

— Sei que invento desculpas para mim mesmo. Em alguns momentos, tento encarar as atitudes do Jeon com naturalidade, desculpando-o. Outras vezes, vejo-me no chão, abraçando Junior e dizendo ao cachorro que não mando o pai dele embora porque não quero que ele vá também...

Jung riu. Um riso triste, mas contagioso, pois até mesmo Jimin se viu sorrindo.

— Bom, na partilha dos bens você pode ficar com Junior– sugeriu, baixinho.

— Duvido que Jeon aceitasse.

O sorrir de ambos se findou. Puxando Jimin para trás, Jung contemplou aqueles belos olhos repletos de lágrimas. Jimin parecia tão pequeno, frágil e fraco diante do problema.

—Jimin, você precisa conversar com Jeon sobre isso. Não pode ficar sofrendo quieto, chorando pelos cantos. Céus, depois de tudo que passaram, nenhum dos dois merece isso! Já pensou na possibilidade de Jeon estar com algum problema?

Jimin moveu a cabeça, negando. Realmente não havia pensado nisso.

— Você tem que trabalhar à tarde?

A pergunta de Jung também recebeu uma resposta negativa.

— Ótimo! Também estou de folga! – O rapaz riu. – Vamos aproveitar essa folga e preparar um jantar especial para vocês dois? Hoje é seu aniversário, e você não pode ficar assim! Verá que, depois de uma boa conversa e um bom vinho, as coisas vão voltar ao normal entre vocês.

Após, Jung saltou do sofá. Tentou puxar Jimin pelo braço, sem sucesso.

— Hoseok? – Jimin o chamou. – Ainda sou bonito? – indagou, de supetão.

Só então Hoseok percebeu que, além de sentir-se rejeitado pela atitude de Jeon, Jimin estava sofrendo de baixa estima. Desde quando aquilo vinha acontecendo? Por que não notou nada antes?

— Como assim? Você é simplesmente perfeito! replicou.

Apesar de Jimin não ter parecido convencido por aquelas palavras, o mesmo se deixou puxar dessa vez.

***

Era seu aniversário. Não um dia qualquer, mas seu aniversário! Com certeza, seria uma data especial. Jung estava certo! Devia aproveitar aquela comemoração e voltar às boas com Jeongguk.

Pelos céus, Jimin amava aquele bochechudo! Não enfrentou tantas adversidades por aquele sentimento? Não podia aceitar que a relação deles morresse de braços cruzados.

Abriu a porta do apartamento. Pelo silêncio, percebeu que Jeon ainda não havia voltado. Quando acordou de manhã e não viu o amante ao lado na cama, ficou muito decepcionado. Apesar das brincadeiras, Jeon nunca havia esquecido uma data tão importante. Assim, esperava receber algo quando acordasse, nem que fosse um simples beijo.

— Não vou me abater agora! – Jimin murmurou para si mesmo.

Ainda no camarim, recebeu carinho e abraços da equipe de filmagem e de Jung. Kim e Min estavam gravando trabalhos próprios – Min, uma novela, e Kim um especial jornalístico –, então apenas ligaram para Jimin, e mandaram-lhe presentes através de Hoseok. No entanto, Jeon sequer mandou uma mensagem de celular.

— Ei, Junior! – Jimin agachou-se no chão, acariciando a cabeça do cão.

Percebeu o animal cheirando sua sacola repleta de comida, e fez sinal de negativo com o dedo.

— Isso não é pra você! – disse. – Isso é a janta do seu pai! – Explicou, rindo.

Foi até a cozinha e deixou os mantimentos sobre a pia. Iria preparar algo muito especial para Jeon. Durante a tarde, ouvira conselhos de Hoseok, e resolveu agir de forma compreensiva com o namorado. Após jantarem, conversariam e Jimin iria reafirmar seu sentimento.

Tudo daria certo!

No entanto, ao se virar em direção à geladeira, percebeu um pequeno bilhete colado na porta de ferro. A caligrafia de Jeongguk e a frase seca e fria destruíram todas as suas esperanças:

"Fui pescar" era o que dizia.

Somente isso. Nada além.

Jeon havia esquecido seu aniversário... E também havia esquecido o amor que os unira em alguma curva do tempo.

Sentado ao lado da porta, Junior viu o dono de cabelos negros encostar a testa na geladeira. O cão não podia ouvir, mas sabia que Jimin soluçava.

 


Notas Finais


META PRO CAP 2 - pelo menos 8 comentários.


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