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História Renegade Of Heaven - Ser o suficiente


Escrita por: RobertaDragneel

Notas do Autor


Eu gosto muito desse capítulo por mostrar várias perspectivas diferentes em cada dupla.
A primeira foi a Emily e a Kaylessa, as duas foram a primeira a passar no teste. Com a ajuda da elfa, a Emily nem precisou se preocupar em usar seus poderes – que ainda nem desenvolveu.
Houka e Satiko são uma boa dupla, mas nesse capítulo não quis expor os poderes dele pois tudo terá o seu momento.
Ririchiyo e Yuuta são uma combinação interessante, já que ambos possuem poderes relacionados com um de seus sentidos. Por isso, tenho em mente mostrar mais momentos dos dois – até porque dariam um bom casal, mas nada confirmado.
Kaito e Manami... Humpf. Esses dois não combinam em nada por isso é uma das duplas que mais gostei. Estranho, né? Mas logo verão como a sincronia de ambos é peculiar e até que bonita.
Sobre Megumi e Kazaki... Nada da dizer, completo desastre.

Espero que gostem do capítulo de hoje, por abordar mais ação do que os demais e também um pouco de algumas das quatro personagens principais – como a Houka por exemplo.

Ps: Fotinha super "cute" do último monstro que a dupla (Kazaki e Megumi) enfrenta.
Boa leitura!

Capítulo 33 - Ser o suficiente


Fanfic / Fanfiction Renegade Of Heaven - Ser o suficiente

O monstro surgia entre as sombras, mostrando ser um tipo de humanoide em forma de elefante. Ele andava nas duas patas, usando uma armadura envolta da cintura e os dentes de marfim eram cobertos por duas lâminas afiadas. Seus braços fortes e musculosos revestidos pelo metal de uma armadura junto com outros adereços com função ornamental. A tromba do animal também era revestida, onde havia uma bola cheia de espinhos na ponta.

Yuuta parecia calmo enquanto o elefante avançava com um machado em mãos. Os olhos do rapaz se abrem mais do que antes, ficando em uma coloração avermelhada. Quando o monstro erguia o braço para golpeá-lo com o machado, ele já havia desviado o corpo para o lado. Os olhos vermelhos analisavam o oponente com cuidado, ativando a sua habilidade de “ler” o adversário.

— Um bestial de rank B, seus poderes são aumento de atributos físicos. — Yuuta dizia enquanto desviava de uma sequência de ataques com extrema facilidade. — O machado aumenta em cinco vezes o poder de impacto quando entra em contato com o corpo do oponente.

Ele está absorvendo informações do seu oponente apenas com o olhar. — Ririchiyo pensava surpresa.

Os olhos de Yuuta viam através das ligações nervosas do corpo do monstro, sabendo como seus músculos iam se contrair em cada golpe, prevendo-os muito antes de acontecer. O elefante gigante tentava mais uma vez acertar o rapaz, mas ele desviava com delicadeza mantendo a expressão calma no rosto. O machado chocava-se contra o chão formando uma cratera.

— Eu o deixo confuso e você finaliza. — Ele dizia sorrindo, jogando seu corpo para trás vendo a lâmina do machado fazer um movimento horizontal na tentativa de acertá-lo.

— Tudo bem. — Disse fria.

Yuuta aproveitava que o monstro lançava um golpe vertical com o machado, então deu alguns passos para trás desviando do ataque. Depois, subia no cabo da arma com um salto e corria até percorrer os braços do animal. Seus olhos vermelhos brilhavam mais que antes, usando uma de suas habilidades que consistia causar uma confusão mental no oponente.

O minotauro cambaleava para os lados e o rapaz pousava no chão. Ririchiyo dava um impulso, aparecendo na frente do monstro e só precisou puxar um pouco sua Zanpakutou para que o oponente não passasse de pedaços de carne, voando ao vento. Os longos cabelos dela flutuavam em câmera lenta enquanto as gotas de sangue pairavam no ar. Então, a garota girava o corpo cortando a cabeça do monstro.

Logo após guardar a katana, prosseguiu a caminhada em silêncio enquanto os olhos de Yuuta voltavam ao normal. Ele se abaixava pegando a bengala e acompanhando a garota. Ririchiyo estava com uma expressão tensa no rosto, percebeu que não podia julgar nenhum oponente naquele colégio.

Do outro lado da floresta, Houka andava em passos lentos abraçando o próprio corpo. A chuva havia parado de cair mas ainda estava frio. Satiko percebe o corpo da bruxa trêmulo, tirando o seu casaco e colocando-o sobre os ombros dela.

— O-Obrigada. — Dizia corada.

— Não precisa agradecer. — Sorria gentilmente, puxando os óculos para cima com a ponta do dedo indicador. — Se algum monstro aparecer aqui, pode dar conta dele sozinha?

— Posso sim. Por que?

— Porque não gostaria que me visse naquela forma.

— Não deveria sentir vergonha disso. — Houka comenta andando ao lado dele. — Você é muito forte.

— Não sinto vergonha da minha aparência, tenho vergonha do que cometi no passado quando me transformei... — Murmurava com um cabisbaixo.

— O que você fez?

— Eu matei uma pessoa. — Dizia virando o rosto em direção à rosada. Ela o encarava com os olhos arregalados e surpresa.

Enquanto isso, Ivy avançava contra um goblin atirando em sua cabeça. Ela continuava a atirar nos goblins que se aproximavam, usando seu rifle – arma favorita – para acertar na testa. A mira da albina era impecável, mal piscando os olhos e prendendo a respiração durante os disparos. O rapaz de cabelos azuis, o seu parceiro nesse teste, apontava um cajado com uma esfera azul na frente. A esfera emitia uma forte luz que cegava os oponentes, tornando mais fácil para Ivy derrubá-los. Ao final disso, os dois saíam da floresta negra sem conversar muito.

Kay e Trifus já devem ter saído da floresta, mas e o Kaito? Ele é péssimo em trabalho em equipe e socialização. — Ivy pensava colocando o rifle preso em suas costas, sendo transportada para o colégio envolta de uma nuvem de penas.

Em uma região mais calma da floresta, Kaito olhava ao redor e sentia as correntes de ar, detectando o caminho para a saída. Ele apressava os passos pois não aguentava a succubus ruiva falando sobre as suas unhas.

— Para de me ignorar! — Exclama Manami tentando acompanhar os seus passos.

— Pare de falar. — Ele dizia com um olhar de poucos amigos.

— Ora, como você é....! — Ela acabava tropeçando em uma raiz exposta, caindo no chão e torcendo o pé. — Droga!

Manami via o rapaz continuar a andar sem ao mesmo olhar para trás, soltando um longo suspiro desviando o olhar para baixo. Muitos homens gostavam de ter contanto físico – e bem íntimo – com a ruiva, mas aqueles mais reservados a tratavam com nojo. A succubus não se surpreendia com nada disso, pois sabia que era vista como uma pessoa impura. Porém, foi afastada dos seus pensamentos quando um par de braços a ergue, voltando a caminhada. Manami fitava o jovem de cabelos preto e branco, seu olhar sério fixo no caminho.

— Por que você voltou? — Questiona surpresa.

— Porque ninguém fica para trás.

Ela arregala os olhos, suas bochechas coram um pouco e a ruiva escondia o rosto no peito do garoto. Ele franze um cenho, querendo afastá-la mas decide ignorar e continuar sua caminhada. Afinal, eles estavam perto da saída da Floresta Negra.

— Quem é essa pessoa que você ama? — Manami murmurava com um olhar distante. — Ela é daqui do colégio? Não me diga que é a tal elfa?! Devo admitir que seus seios são atraentes mas...

— Ela já morreu. — Diz seco.

— Ah, perdão...

Ela decidiu ficar em silêncio durante a caminhada até que ambos saem da floresta. Eles foram a única equipe que teve a sorte de não encontrar nenhum monstro no caminho. Ao serem levados de volta para o colégio, Kaito soltava Manami de uma vez no chão e ela grita ao bater as costas contra o solo.

— SEU GROSSO!

Porém, Kaito não dava atenção e colocava os fones de ouvidos. Então, voltava para o quarto onde descansaria.

Do outro lado da floresta, Kazaki bocejava apoiando a palma da mão sobre a boca. Ele ficou de guarda o tempo inteiro enquanto sua parceira dormia. Enquanto isso, Megumi analisava a floresta com um semblante pensativo. Queria saber o porquê de um treinamento tão arriscado. Estava tão distraída que acaba dando de cara com o galho baixo de uma árvore, caindo sentada.

— Era só essa que me faltava, estar nessa floresta com a aluna mais inútil do colégio. — Ele comenta revirando os olhos.

— Você fez algum curso especializado para ser babaca ou já nasceu com esse “dom”? — Megumi se levanta dando leves tapinhas na roupa.

— Eu adoraria te quebrar em pedaços. — Kazaki dizia se virando para a garota e a erguendo pela gola da camisa.

— Eu quero ver você tentar. — Ela sorria de canto.

— Você se acha suficiente para esse colégio? — Soltava uma alta risada sarcástica. — Já parou para pensar que você não chega aos pés de muitos alunos aqui?

— Ah! E você chega, senhor garanhão?

— Eu estou de saco cheio de você falando merda durante esse teste. — Ele a jogava contra o chão, fazendo-a bater a cabeça com força e grunhir de dor.

— Seu desgraçado...!

Kazaki apertava o pescoço de Megumi com força enquanto ela se debatia. Ele era um demônio de força física invejável, por isso a garota pensou em mostrar seu poder para valer mas escuta o som de pessoas perto dali. O rapaz a solta, ficando de pé e caminhando em direção ao som.

A saída é por aqui. — Ele pensa apressando os passos.

Ele vai me pagar! — Megumi ficava de pé, acariciando a região do pescoço e o seguindo com raiva.

Porém, quando pretendiam avançar, um grupo de monstros em formato de escorpiões gigantes com cabeça humanas e chifres aparece. Kazaki respirava fundo, fazendo um sinal com desdém para que Megumi se afastasse. Então, abria os braços e sombras saíam debaixo do seu corpo, tomando a forma de cães vorazes que avançavam contra os monstros.

(...)

O tempo passava e só faltava apenas duas horas para o término do teste. A maioria dos grupos conseguia sair mas alguns com machucados ou pedaços do corpo decepados. Outros com algum trauma por causa do que viu naquela floresta.

Yuuta se mantinha em silêncio, os monstros que ficavam em seu caminho se transformavam em meros pedaços de carne pela lâmina da shinigami que o acompanhava. Ririchiyo avançava contra a última criatura, seu corpo já estava do outro lado dela enquanto o oponente caía lentamente no chão repleto de cortes. Ela soltava um longo suspiro, guardando a lâmina e buscando algum contato com Utau. Porém, ele se mantinha calado.

— Finalmente. — Yuuta dizia ao sair da Floresta Negra. Ele conseguiu sentir que a energia negativa havia sumido, deduzindo que estavam do lado de fora.

— Uhum.

Ao serem cobertos pela nuvem de penas, Ririchiyo saía dali indo em direção ao pátio do colégio. O início da tarde era um ótimo momento para treinar seus golpes, principalmente agora que os alunos preferiam descansar do que continuar os estudos.

Houka ajeitava o casaco sobre seu corpo, soltando um longo suspiro. Então, um sorriso surgia em seus lábios como forma de confortar o loiro na sua frente.

— Eu sei que se arrepende do que fez, por isso não precisa carregar toda essa dor... Não mais.

— E se eu machucar alguém novamente? E se eu não controlar o monstro que há em mim? — Satiko questiona preocupado. — Você não entende.

— Eu entendo sim! Eu também tenho um monstro em mim, a única diferença é que esse eu posso controlar quando usar. — Disse firme. — Se bem que nunca mais o usarei... De qualquer forma, pare de se preocupar tanto. Nós não somos perfeitos, mas não significa que devemos desistir. A cada dia é uma luta para não ser vencido pelo lado ruim, então seja forte para não perder nenhuma delas. — Houka ficava frente à frente com o rapaz, abrindo um sorriso gentil. — Eu acredito que você pode vencer.

— Houka... — Ele dizia emocionado mas era interrompido por um ser que se aproximava.

Era um tipo de múmia enrolada em um pergaminho branco, todo velho e coberto de sangue. Pedaços da carne podre dele estavam expostas, os dentes tão escuros quanto suas orbes sem vidas. A baba escorria pelo canto da boca, os membros moles como se estivessem quebrados. Então, atrás desse ser aparecia outro e, quando menos esperava, já havia um mini exército de zumbis.

— Você dá conta, Houka? — Satiko colocava a mão em seu ombro, dando um singelo sorriso disposto a lutar ao seu lado caso fosse necessário.

— Sim. — Sorria fofa.

Houka tomava a frente, puxando uma carta e apontando em direção aos oponentes. Uma rajada de vento afastava a maior deles enquanto outra parte continuava a avançar, obviamente com dificuldades. Ela sorria fraco apontando outra carta e, desta vez, uma corrente elétrica dizimou metade dos zumbis por causa da intensidade. Então, a bruxa começou a correr em direção aos oponentes, usando uma carta defensiva onde criava um par de asas e começava a voar acima dos inimigos.

A rosada erguia a mão em direção ao céu com uma carta entre os dedos. Ao apontar a carta, um furacão de chamas atingiu os zumbis até que todos virassem pó, exceto dois deles que ainda cambaleavam em chamas. Houka pousa entre os dois, girando a perna e dando um chute na cabeça de um dos monstros, já abaixando o corpo e executando uma rasteira no outro. Logo após, andava de volta para Satiko enquanto os dois zumbis rastejavam para atacá-la.

— HOUK-.... — Satiko ia gritar mas é interrompido pelo último golpe da garota.

Ela jogava uma carta para trás e uma chuva de espinhos atingia os zumbis, deixando-os em pedaços. Depois, a rosada guardava suas cartas e sorria fofa para o lobisomem.

— Vamos?

— V-Vamos. — Engole seco, começando a andar. — Essa garota é incrível. Por que a equipe dela fracassou naquele teste?

Depois de alguns minutos de caminhada, os dois avistam a saída da floresta. Houka se anima tanto que segura a mão do loiro, puxando-o até o local e só percebe tal ato ao atravessar as densas árvores. Soltava a mão sorrindo sem jeito, desviando a atenção para a saída.

— A Megumi e o seu amigo também estão saindo. — Ela comenta.

— Ah! — Satiko virava o corpo em direção à floresta. — É verdade! — Acenava para o amigo sorrindo. — Que coincidência!

— Eae. — Kazaki dizia se aproximando da saída enquanto a garota ao seu lado permanecia em silêncio.

No final das contas, eu acabei não fazendo nada... — Megumi pensava erguendo o olhar para a rosada que acenava sorrindo.

Porém, quando faltavam poucos metros até a saída, o chão começa a tremer e um monstro aparece entre as árvores, correndo em direção aos dois demônios. A criatura tinha mais de trinta metros de altura, era magra com os membros inferiores e superiores finos. Mesmo assim, o corpo era forte e a cabeça achatada como de um jacaré. Em sua boca, uma fileira de enormes dentes se posicionavam em todos os cantos possíveis e a fina língua movia-se como uma serpente.

— Mas que droga! — Exclama Kazaki parando de andar. — Tão perto da saída.

— Eles encheram o meu saco! — Dizia Megumi fechando os punhos com força, era possível ouvir o som de seus ossos se estalando. — Já deu para mim!

— Hã?

A garota caminhava lentamente em direção à criatura que corria contra eles. Então, Megumi firmava os pés no chão e segurava o monstro com ambas as mãos posicionadas em seu rosto. Seu corpo recuava um pouco e uma onda de ar foi liberada por causa do impacto. Ela trincava os dentes, o longo cabelo flutuando ao ar e os músculos contraídos enquanto impedia a criatura de avançar. O ser tentava avançar mas seus pés não iam para frente por causa da força aplicada pela garota demônio.

Kazaki ficou boquiaberto, arregalando os olhos e recuando assustado. Essa era a primeira vez que via tamanha força brutal. Satiko não estava com uma reação diferente, apenas Houka que sorria alegre ao ver a colega de quarto mostrar seu potencial.

— C-Como...? — Kazaki tentava falar mas as palavras não saíam.

— Não sabia? — A rosada franze o cenho confusa. — A Megumi está em primeiro lugar em força bruta de todos os alunos do colégio.

Megumi dava um soco no centro da cabeça do monstro e ele recuava vários metros. O impacto do soco – junto com sua imensa força – causou outra corrente de ar, porém essa foi tão forte que destruiu todas as árvores ao redor. A garota estalava o pescoço com uma expressão de poucos amigos, correndo em direção ao oponente e aparecendo em sua frente numa curta fração de segundos. Então, flexionava os joelhos dando um salto e ficando na mesma altura da criatura – ou seja, trinta metros – e girando a perna. O chute foi perfeitamente executado e o monstro virou a cabeça para o lado por causa da força, cambaleando tonto.

Ela sacava sua espada, já desviando de um ataque do inimigo que tentava golpeá-la com sua enorme pata. Megumi aparecia em cima do galho de uma árvore, dando impulso para ficar novamente no ar e executar um corte girando o corpo absurdamente rápido. A jovem parecia um “bumerangue” de tão rápido que girava. A lâmina cortava o peito do animal que grunhia de dor, mostrando os dentes e tentando morder a garota. Porém, ao pousar no chão, ela jogava graciosamente o corpo para o lado desviando do ataque.

Então, Megumi impulsionava novamente o corpo e subia em cima do corpo do monstro. Ela grava a espada nas costas dele, ouvindo seu grito ecoar por toda a floresta. Logo após, corria por todo seu corpo e cortava a cauda do oponente com um golpe horizontal de sua arma. Ao pousar no chão, não demorava nenhum segundo para avançar mais uma vez contra a criatura.

— Sua expressão muda quando está lutando, mas o brilho de seus olhos continuam. Cada movimento é minuciosamente executado, havendo uma probabilidade menor de falha. Mesmo usando a força bruta e golpes violentos em luta, seus traços femininos acabam se destacando como o gracioso rebolado e a dança de seu longo cabelo ao vento. — Kazaki analisava a garota enquanto seu amigo, Satiko, fitava-o confuso como se estivesse ficado louco.

Megumi cravava a espada no chão após deixar seu oponente repleto de cortes. Logo após, dava outro salto aplicando uma quantidade maior de força e ficando mais alta que o monstro. Dava um chute de cima para baixo na cabeça da criatura, vendo-a cair completamente no chão. Ao pousar em solo, a garota tocava levemente a lâmina da espada murmurando algumas palavras.

Minha mãe disse que ela tem poderes, então esse é um ótimo momento para testar.

A lâmina da arma tinha um sutil brilho durante as palavras em latim que eram ditas. Megumi dava alguns passos para trás, erguendo a espada para cima e efetuando um golpe na vertical. O poder de corte foi tão forte que partiu o enorme monstro ao meio junto com uma fileira de árvores atrás dele. Logo após, ela dava as costas guardando a arma e passando por Kazaki.

— Eu acho que sou “suficiente” para esse colégio, Kazaki. — Megumi dizia com um sorriso convencido no rosto, passando pelo rapaz que ainda estava com uma expressão surpresa. — Ah! Vai deixar a baba cair.

As duas duplas – Houka e Satiko, Megumi e Kazaki – voltam para o colégio na mesma hora. Então, todos decidem ir para os seus quartos exceto Megumi que ficava andando pelos corredores. Ela passava por um grupo de alunos, concentrada na palma de sua mão que fitava com intensidade. Em sua mente, vários pensamentos sobre como poderia usar suas outras habilidades sem depender das chamas. Apoiava a mão sobre a “coleira” que continha seus poderes e soltava um longo suspiro.

Aquele grupo de alunos cochichavam entre si sobre pregar uma peça na garota. Ela tinha uma péssima fama depois do fracasso no teste em equipe e, naquele colégio, os fracos eram oprimidos pelos fortes. Um dos rapazes apontava um canudo para a garota, assoprando com força. Um dardo saía de lá, acertando a coxa da menina que soltava uma exclamação surpresa.

— Aí! Quem fez is...

O corpo de Megumi ficou pesado e ela acaba caindo no chão do corredor com tudo. Tentou mover seus braços e pernas mas foi em vão. Também tentou falar, porém a voz não saía. Só conseguia mover os olhos e a cabeça com enorme dificuldade.

— Esses dardos mágicos serviram para algo. — Um dos rapazes diz ao se aproximar.

— Já que não é útil em batalhas, pelo menos podia usar esse corpo para satisfazer os alunos. — Outro garoto comenta.

Eles aproveitaram a fraqueza da garota, abrindo sua camisa deixando o sutiã exposto e depois ergueram sua saia. Logo após, colocaram uma folha de papel colada em suas costas escrito “Use à vontade” e a deixaram deitada de barriga para baixo. O grupo saía rindo alto e passando por um certo rapaz de cabelos rebeldes. Eles cochicharam como Megumi estaria ferrada por encontrá-lo logo de cara.

Ela tentava se mover ou falar mas só conseguia resmungar baixinho. Ouviu passos se aproximando, olhando por cima dos ombros e vendo que era Kazaki. O olhar dele estava focado no corpo da jovem e ela sentiu calafrios percorrerem toda a pele               .

Droga! Tantas pessoas e logo ele! Preciso sair daqui, antes que eu seja est...

— Urgh!

Kazaki a pegava no colo mas antes ajeitava suas roupas, tirando a folha de papel presa em suas costas. Ele a amassava com raiva, jogando-a no lixo e continuando a sua caminhada. Invadia a enfermaria – que estava fechada – com um chute, deitando a garota na primeira maca que viu. Então, ia para o armário de medicamentos procurando algo enquanto xingava alto todo tipo de palavrão que vinha em sua mente.

— Que droga! — Ele exclama dando um soco no armário até que avista um frasco. — Eles esconderam bem essa merda.

Voltava até onde a jovem estava deitada, apoiando a mão em seu maxilar e forçando-a a abrir a boca. Mesmo com o seu jeito rude de tratar alguém, era perceptível a preocupação em seu olhar. Colocou um comprimido na boca de Megumi enquanto continuava a fitá-la com intensidade. Apesar de fechar a boca, ela não ousou quebrar o contato visual. Ambos ficaram em silêncio e tão próximos. Kazaki sente um estranho desconforto, dando as costas e caminhando em direção à saída.

— P...Por que...Fez isso...? Acha que sou fraca, não é? — Megumi dizia com certa dificuldade. Aos poucos, recobrava os sentidos.

— Não, faço isso porque reconheço a sua força. — Ele respondia ainda de costas.

E dito isso, saía da enfermaria em passos apressados colocando a mão no bolso e soltando um longo suspiro.

Eu odeio essa maldita sensação, Kazaki pensava. 


Notas Finais


E foi isso, até que o Kazaki não é de todo mal.
Mesmo tratando a Megumi de forma rude no começo do capítulo, ao vê-la lutar algo mudou na sua forma de ver.
Então, o que seria?

Obrigada pela leitura!


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