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História Repentance - Repentance


Escrita por: Nuel

Capítulo 2 - Repentance


Fanfic / Fanfiction Repentance - Repentance

Ouço um barulho ao longe que aos poucos vai se aproximando. Percebo que se tratava do meu celular, era uma ligação do Yoongi.

−Desculpa NamJoon, eu não deveria ter dito daquela maneira... Eu só não sabia como...

Eu o interrompi, − Não precisa se desculpar Yoongi, eu entendo.

E na verdade entendia. Não tinha uma maneira “legal” de avisar alguém que sua namorada e os pais dela haviam sofrido um acidente de carro.

−Onde você está? Sua mãe me ligou perguntando por você. Por que não atendeu o celular?

Queria dizer que não ouvi as chamadas, que estava na casa dela, que por algum motivo achei que ela estaria lá, mas o que saiu foi:

−E... Ela não está aqui Yoongi!

−Aqui onde irmão? Onde você está?

Tentei responder, mas a voz insistia em ficar presa na garganta.

(...)

 

 

Por que você está se prendendo ao passado? Justo quando ela mais precisa de você!

Você acha que é a pessoa que mais está sofrendo nesse momento?

Pare de ser egoísta!

Finalmente encarei a realidade, eu estava realmente agindo como uma criança. Eu não era a vitima e não deveria agir como uma.

 

(...)−NamJoon? NamJoon?

Respiro fundo e me ergo do chão.

−Yoongi, você sabe pra qual hospital eles foram?

− Espera irmão, vou aí te buscar e te levo lá.

− Não precisa; de carro.

−Idiota! Você ao menos pegou sua carteira antes de sair de casa?! Espera aí, já indo.

Ele desligou antes que eu pudesse convencê-lo. Aquilo não era assunto dele; Ele nem a conhecia direito. Zombava quando furava um compromisso para sair com ela. Ele até costumava dizer que eu estava sendo “adestrado” por ela.

Mas decidi esperar, em parte porque me sentia exausto de tudo aquilo e por saber que Yoongi estava certo; Me analisando em frete ao espelho que estava ao lado do guarda-roupa, percebo que ainda estou usando a calça de moletom e a camisa regata que dormi noite passada.

Percebo também que a casa começa a esfriar; provavelmente porque eles desligaram o aquecedor antes de saírem.

Aquele quarto me parecia tão familiar e ao mesmo tempo tão estranho; Vou até a cama e começo a deslizar os dedos sobre o tecido macio da colcha. Seu aroma havia se prendido em cada fio daqueles cobertores e isso desencadeava em mim uma sensação de vazio. De repente uma coisa me chama a atenção: Parecia haver algo embaixo do travesseiro; então o ergo e encontro um livro dourado com um bilhete pregado na capa.

“Pedir ao NamJoon Oppa que leia-o para mim”

 

 

 

 

Assim que me aproximo para pega-lo ouço uma buzina.

Finalmente!

Saio correndo; assim que começo a descer os lances de escadas tropeço e perco o equilíbrio.

Mais que p*&%#!

Quando finalmente chego ao chão da sala sinto um dor terrível no braço direito.

Não dá pra pensar nisso agora!

Uso o outro braço para me ajudar a levantar e continuo correndo.

(...)

 

 

− O que foi aquilo? − Yoongi pergunta quando entro no carro, se referindo à porta da casa dos Lee.

− Depois eu explico, agora anda!

− E isso?− Ele aponta o indicado para meu rosto.

Olho no espelho retrovisor e percebo que o lado esquerdo do meu rosto está sujo de sangue.

Droga!

−O que aconteceu com;

−YOONGI SE VOCÊ NÃO DÉ PARTIDA NESSE CARRO AGORA EU VOU TE BATER ATÉ VOCÊ FICAR NA MESMA SITUAÇÃO QUE MEU ROSTO!

E com isso ele sessa as perguntas e liga o carro.

Ninguém mais falou uma única palavra até avistarmos o hospital.

−Vai vê não foi nada grave.

Ele disse isso para tentar me acalmar, eu sei, mas aquilo me deu tanta raiva. Certo que em momentos assim essa é a única forma de ajudar, mas como acreditar?! Sendo que nem a própria pessoa acreditava no que acabará de dizer!

Preferi ficar calado, não queria dizer algo que fosse me arrepender depois.

(...)

 

 

Yoongi mal termina de estacionar o carro; −Valeu pela carona− E já estou em disparada à entrada do Hospital.

Assim que chego ao balcão da recepção; −Onde está a paciente Lee SunHee? Minha voz saiu um pouco alterada.

Uma das recepcionistas que mexia no computador se assusta ao me encarar e leva uma das mãos a boca.

−UM MÉDICO AQUI POR FAVOR! − Ela grita e um enfermeiro se aproxima. Tento dizer que estou bem, que vim apenas ver minha namorada, mas ele parece não ouvir e tenta me levar para sei lá onde.

−EU SÓ QUERO SABER DA MINHA SUNHEE!

Mais um enfermeiro aparece e me segura pelo braço direito. Uma dor aguda percorre todo meu corpo e eu grito desesperadamente.

O Enfermeiro se assusta e solta meu braço.

−SEU FILHO DA P*&#!

Todos começam a pedir que me acalme, mas eu simplesmente não consigo para de xingar e tentar me livrar daqueles idiotas. É como se eu tivesse perdido o controle do meu próprio corpo.

Mais pessoas começam a me rodear e de repente sinto uma picada no braço esquerdo; Meu corpo começa a adormecer, a visão falhando, −Eu preciso saber da minh...

Antes de conseguir terminar a frase tudo escurece diante dos meus olhos.

 

(...)

 

 

Abro os olhos, a visão embaçada, pisco algumas vezes até que entre em foco. Percebo que estou em um carro, dirigindo, alguém está ao meu lado conversando... Mas não consigo ver seu rosto. Tento focar em suas palavras, mas tudo parece tão distante.

De repente começo a rir.

Por que estou rindo?

Tento me conter, mas meu corpo não responde, é como se eu... eu estivesse desligado dele!

Nossa conversa parecia calorosamente interessante quando de repente avisto faróis altos à frente e uma buzina frenética, a pessoa ao meu lado grita e logo em seguida um clarão.

Reabro os olhos e me ergo de súbito, a respiração ofegante, procuro pela pessoa ao meu lado, mas não encontro ninguém, eu estava sozinho... Sozinho em um quarto.

...Em um quarto?

Havia uma poltrona bem próxima da minha cama e uma mesinha mais a frente. Viro a cabeça para o lado e percebo que estou recebendo soro; também vestia algum tipo de manta azul.

Que Por&# é essa? Onde estão minhas roupas?!

Mais uma rápida avaliação da minha situação e percebo que meu braço direito está enfaixado.

Antes que meu corpo pudesse reagir a tudo aquilo a imagem de SunHee sorrindo me vem à mente; De repente todas as coisas que fiz naquele dia antes de apagar passam como um filme diante dos meus olhos.

*SunHee... Os pais... Compras... Acidente...

Um frenesi se forma em minha cabeça, não consigo pensar direito, a única coisa clara era que eu precisava encontra-la. Puxo as ataduras que prendiam a agulha ao meu braço e me atiro da cama. Assim que abro a porta me deparo com uma enfermeira segurando uma bandeja com alguns medicamentos, ela se assusta e deixa a mesma cair. Peço desculpas e continuo correndo; ouço-a dizer algo sobre eu não poder sair dessa forma, mas não dou muita importância.

Avisto o elevador ao final do corredor e sigo até ele, aperto o botão inúmeras vezes até que finalmente as portas se abrem. Assim que entro percebo um sujeito vestido com um jaleco branco, pergunto se ele trabalhava ali e ele confirma com a cabeça.

­− Você não parece um paciente apto a deixar a sala de recuperação− Ele observa enquanto o elevador desce.

−Estou procurando alguém− Eu realmente não tinha tempo para conversa fiada.

−Seu médico?

Que cara irritante!

−Não, não estou procurando pelo meu médio, agora será que dá pra parar de falar comigo... Espera um pouco... Você trabalha aqui não é mesmo?

−Foi isso que eu disse.

−Então você sabe sobre os pacientes que sofreram um acidente de carro hoje? Preciso muito saber como eles estão.

−Meu jovem, a todo o momento chegam pacientes que sofreram acidentes de carro.

−SunHee, o nome de um deles é Lee SunHee.

−Lee SunHee? – Ele fica pensativo.

−Sim!

Pela primeira vez desde que tudo aquilo havia começado eu pude me sentir aliviado. Eu finalmente saberia sobre minha SunHee.

−Você é algum familiar?

Aigoo!

Aquele cara já estava me tirando do sério, mas se ele era alguém que me daria respostas eu teria que suporta-lo.

−Sou o namorado dela.

Ele me encarou confuso.

−Não fui informado que havia mais uma pessoa dentro do carro na hora do acidente;

Agora chega!

Usei o braço esquerdo e o peguei pela gravata, que estava em baixo do jaleco, e o puxei para mais perto.

−VOCÊ VAI ME RESPONDER OU EU VOU TER QUE TE OBRIGAR?

Ele tenta se soltar, mas aumento a pressão em volta do seu pescoço. Ele desiste e assente com a cabeça.

−Agora fala! − Digo ao soltá-lo.

Ele arruma a gravata e bate no jaleco como se estivesse limpando-o.

− Devido ao grave acidente, a paciente Lee sofreu uma fratura craniana e por isso está em coma.

Coma?

Minhas pernas começam a falhar novamente, dou uma passada para trás em busca de algo para me apoiar e acabo encontrando a parede lateral do elevador.

 Isso não pode ser verdade!

−Coma? A voz era de incredulidade.

−E a reação dela ao tratamento não é nada animadora. Eu sinto muito meu jovem.

E a reação dela ao tratamento não é nada animadora. Eu sinto muito meu jovem?!

Um médico não deveria dar esperanças aos familiares e amigos de um paciente? Como ele pode me dizer uma coisa dessas? Ele realmente está dando tudo de si para salva-la?

Ele não sabe que eu preciso dela...

Assim que a porta do elevador se abre ele sai; alguns passos depois vira-se, −Você não quer vê-la? – E faz um sinal com a cabeça para que o siga.

E assim o faço.

Enquanto caminhávamos, ele um pouco mais a frente, percebo que não deveria tê-lo tratado daquela maneira. Andei um pouco mais rápido até ficar lado-a-lado, −Olha cara, foi mal pelo que aconteceu no elevador.

Pedir desculpas nunca foi meu forte, agora eu acredito no Yoongi.

Ele interrompe as passadas e me olha de lado, −Só vou deixar passar porque compreendo sua situação.

Em seguida ele aponta para uma porta branca ao meu lado, −Os pais dela não autorizarão visitas, mas eu imagino o que você deve ter passado pra estar aqui− Mais uma vez ele me analisa da cabeça aos pés.

Eu apenas confirmo com a cabeça e ele parte.

Assim que coloco minha mão sobre a maçaneta o escuto dizer, −Mais uma coisa, você dormiu por três dias.

Três dias? Isso é sério?

Pensando bem, isso explicaria a poltrona próxima da minha cama, provavelmente minha mãe ficou lá vinte e quatro horas me observando. Ela com certeza vai surtar se voltar ao meu quarto e não me encontrar.

Levo a mão até o bolso, mas não havia bolsos. Eu sempre esquecia de que não estava vestido nas minhas roupas.

De repente me pego pensando o porquê de ainda não ter entrado naquele quarto; O porquê de não estar segurando sua mão e sussurrando que tudo ficaria bem e que ela acordaria logo.

A verdade era que eu não havia sentido tanto medo como agora. Eu que nunca fui de ter medo, agora estava com medo de ver minha própria namorada deitada em leito em coma!

EU SOU UM FRACO!

Eu merecia ser o namorado de uma garota tão especial? Eu que não tenho coragem de abrir aquela maldita porta e encarar a realidade? Eu que demorei três dias para ficar ao seu lado? EU QUE SE QUER A LEVEI PARA FAZER COMPRAS?!

–JÁ CHEGA!

Soquei a parede ao lado da porta e a dor tornou tudo real; Eu não seria mais esse cara covarde, eu seria o namorado que ela merecia e precisava!

Abro a porta e entro.

(...)

 

 

A visão da minha SunHee deitada naquela cama com um tubo inserido na sua boca me faz estremecer e recuar alguns passos.

Seja o namorado que ela precisa Namjoon!

Um passo após o outro vou me aproximando.

Você tem que ser esse cara!

Chego até a ponta do leito e a observo com mais atenção; Ela estava pálida, e isso, com certeza a deixaria irritada.

–Você não me deixaria lhe vê tão pálida assim não é amor?

Um fraco sorriso insistiu em aparecer.

 

(...)

 

 

Ela sempre teve uma expressão no rosto, na maior parte do tempo estava sorrindo, não importava de quê. Ficava séria e fazia bico quando estava com raiva; Vermelha quando sentia vergonha e sorria sem jeito para tentar disfarçar... Até quando dormia seu rosto expressava paz... E agora, ali deitada, estava completamente indecifrável.

Agora eu não conseguia mais interpretar seu rosto...

Percebo que estou chorando quando as lágrimas começaram a pingar no tecido do seu cobertor roxo; Enxuguei o rosto e sorri fraco ao perceber que não detestava mais aquela cor, pelo contrário, ela se tornou minha cor favorita.

Me aproximei mais um pouco e me inclinei em frente ao seu rosto, –Me desculpe... Me desculpe por não ter ido com você ao shopping. Por ter demorado tanto... Por ter derrubado a porta da sua casa e sujado o piso da sala de sangue... Me perdoe por não ter conseguido ser o namorado que você precisou...

 

 

 

Ajoelhei-me ao seu lado, segurei sua delicada mão e deixei toda aquela tristeza e arrependimento tomar conta de mim.



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