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História Reprise - Era do caos - 062 - A arte é uma explosão


Escrita por: _Stilisnki_

Capítulo 28 - 062 - A arte é uma explosão


31 de Junho de 1997

Escócia - Hogwarts

Quando Sirena e Alisson deixaram o combate para ir atrás de um dos Comensais que desviava dos feitiços para ir em direção a Torre de Astronomia, as duas o pegaram descendo a escada em caracol rapidamente. Aparentemente ele achava que não havia sido seguido, porque descia as escadas de cabeça baixa e não notou quando Alisson o atingiu em cheio.

— Devemos deixá-lo aqui? — Alisson arqueou uma das sobrancelhas.

Sirena deu de ombros, sentando-se no terceiro degrau da escada, encostando a cabeça no corrimão e fechando os olhos.

— Sirena, você está bem? — Alisson se aproximou da menina, abaixando para ficar na mesma altura que ela. — Algo atingiu você?

— Estou bem. — a ruiva respondeu, mas ela não aparentava estar bem; estava pálida.

As duas ficaram em silêncio por alguns minutos; minutos esses que não duraram muito, já que Alisson parecia estar muito inquieta.

Então… só vamos esperar?

— Sim.

— Esperar enquanto uma luta está acontecendo lá fora?

— Não se preocupe, Ally, a qualquer minuto um deles aparecerá por aqui e você terá com o que se distrair.

— Por que você acha que eles estão aqui? — tentou puxar assunto — Não acredito que queria apreciar as estrelas...

— Alisson — Sirena abriu os olhos para encarar a amiga — estou tentando pensar.

Alisson bufou, cruzando os braços enquanto se sentava no chão como uma criança birrenta.

— Escute — Sirena disse depois de alguns minutos, suspirando —, se algo acontecer hoje…

— Por que algo iria acontecer hoje? — Alisson perguntou na mesma hora. — Não estou gostando desse tom de despedida.

— Provavelmente porque a escola está sendo invadida por Comensais, Alisson. — Sirena bufou — Não é uma despedida.

— Justo… — a morena suspirou — você acha que vamos morrer?

Sirena piscou, franzindo o cenho ao ver o sorriso no rosto de Alisson.

— Você não está com medo, está? — a menina segurou a mão de Sirena, sorrindo com diversão — Eu protejo você, Siren.

Alisson recolheu a mão no mesmo momento em que ouvira a porta atrás de si abrir; Sirena viu quando Alisson deu um pulo e já parara com a varinha apontada para a porta.

— Parece que a minha distração chegou, Siren — Alisson disse assim que Draco passou pela porta com a varinha apontada para si.

O olhar do Malfoy recaiu para a ruiva atrás de Alisson.

Draco… — Sirena disse. —, que coincidência.

Alisson riu.

— Você não se importaria se eu o acertasse, não é, Sirena? — Alisson espiou a amiga por cima do ombro — Sei que vocês dois têm um… relacionamento?

— Você seria realmente corajosa se fizesse isso, Blonsson. — Draco Malfoy disse, embora ainda não olhasse para a garota que apontava a varinha para si.

— Ah, eu sou sim — Alisson retrucou — E não gostei nem um pouco desse seu tom desafiador, Malfoy, não é uma boa entrar em desafios comigo.

— O que você veio fazer aqui, Draco? — Sirena perguntou.

Malfoy repentinamente pareceu inquieto.

— Já falei para não meter o nariz em minhas coisas, Weasley — respondeu depois de alguns minutos.

— Ah, me deixe acertá-lo e acabar logo com isso — Alisson pediu. — Poderíamos esconder o corpo dele na Sala Precisa, ninguém iria encon…

Draco arregalou os olhos; Sirena acabara de acertar um feitiço em Alisson, os joelhos da menina cederam e seu corpo mole foi segurada por Sirena; a ruiva arrastou o corpo de Alisson para encostá-lo com cuidado na parede.

— O que você está fazendo?! — Draco olhava incrédulo para a garota em sua frente.

Sirena se aproximou de Draco, ele deu um passo para trás, a Scamander não se abalou; Sirena acolheu o rosto pálido de Draco em suas mãos, seu rosto tranquilo, mesmo que o do garoto estivesse alarmado.

— Uma pessoa que se arrisca pela outra, você lembra? — ela acariciou a bochecha do sonserino — Draco, por favor, eu só quero ajudar você…

Draco parecia muito surpreso.

— Você não pode me ajudar… — disse baixinho, como se confessasse algo. —, não quero que você se envolva nisso…

— Não é você que toma essa decisão — Sirena respondeu, sua voz aparentava estar tranquila quando ela retirou uma das mãos do rosto do menino para pegar sua mão — Eu me importo com você, Draco, por favor…

Ele permitiu que ela erguesse a manga de seu pulso e visse a Marca Negra cravada em seu antebraço.

— Isso não assusta você? — Draco continuava a falar baixo, parecia estar bastante surpreso com a situação na qual se encontrava.

— É claro que me assusta — Sirena riu baixinho, como se ela estivesse dizendo algo engraçado —, mas eu não me importo. Eu quero ficar com você, Draco.

Depois… — a voz de Draco pareceu falhar, ele fingiu tossir para disfarçar — Depois não tem mais volta, você seria burra demais se…

— Tudo bem.

Sirena pensou que o garoto iria xingá-la e depois lhe acertar um feitiço, mas Draco a abraçou.

(...)

Harry e Dumbledore deixaram Hogsmeade com a ajuda de Madame Rosmerta, que emprestou a vassoura de dois dos seus filhos e fora avisar imediatamente o ministério a pedido de Dumbledore. Harry voava velozmente atrás de Dumbledore, em alerta para qualquer sinal que o professor desse que não se aguentaria em cima da vassoura; Dumbledore estava inclinado sobre o cabo da vassoura, quase deitado com os olhos fixos na Marca Negra. Harry também olhava para o crânio à sua frente, o medo crescendo dentro dele como bolhas de veneno, comprimindo seus pulmões...

Quanto tempo eles ficaram fora? Será que a sorte de seus amigos já havia acabado? Teria sido um deles a razão da Marca ter surgido na escola, talvez Neville, Luna, ou outro membro da AD? E, se fosse... ele é quem pedira a eles para patrulharem os corredores...

Quando sobrevoaram a estrada sinuosa que eles haviam percorrido antes, Harry ouviu Dumbledore sussurrar em uma língua desconhecida. Ele achou que entendia o motivo, pois sentiu a vassoura vibrar por um momento quando transpuseram os muros da propriedade: Dumbledore estava desfazendo o feitiço que ele lançou ao redor do castelo para que eles pudessem entrar. A Marca Negra brilhava acima da Torre de Astronomia, a torre mais alta do castelo. Isso significava que a morte ocorrera lá?

Dumbledore havia cruzado as ameias da torre e estava desmontando; depois de alguns segundos, Harry pousou ao lado dele e olhou em volta.

As ameias estavam vazias. A porta da escada em espiral que conduz ao castelo estava fechada. Não havia sinais de conflitos, batalhas mortais ou cadáveres.

— O que isso significa? — Perguntou Harry a Dumbledore e ergueu os olhos para o crânio verde com a língua de cobra. — A marca é real? Existe realmente alguém... professor?

Sob a fraca luz verde da Marca, Harry viu Dumbledore apertar o peito com as mãos escuras.

— Acorde, Snape — ele disse com uma voz clara e fraca. — Diga o que aconteceu e traga-o aqui. Não faça mais nada, não fale com mais ninguém e não tire a sua capa. Estarei esperando aqui.

— Mas...

— Você jurou me obedecer, Harry, !

Harry correu para a porta que dava para a escada em espiral, mas assim que sua mão tocou a argola de ferro da porta, ele ouviu alguém correndo do outro lado. Ele olhou para Dumbledore, que fez um gesto para que ele desse um passo para trás. Harry se afastou e puxou sua varinha no mesmo instante.

A porta se abriu e alguém passou por ela gritando:

Expelliarmus!

O corpo de Harry imediatamente ficou rígido e imóvel, e ele se sentiu tombar contra a parede da Torre, incapaz de se mover ou falar. Incapaz de entender como aconteceu, Expelliarmus não era um feitiço paralisante...

Então, sob o brilho de Marca Negra, ele viu a varinha de Dumbledore desenhar o arco por cima das ameias e entendeu... Dumbledore silenciosamente o imobilizara, e o segundo que levou para lançar o feitiço fez com que ele perdesse a oportunidade de se defender.

Dumbledore estava encostado nas ameias, seu rosto estava muito pálido e ainda não havia sinal de pânico ou problema. Ele apenas olhou para aquele que o desarmara e disse:

— Boa noite, Draco.

Malfoy deu um passo à frente e olhou em volta rapidamente para ver se ele e o diretor estavam sozinhos. Seus olhos encontraram o segundo cabo de vassoura.

— Quem mais está aqui?

— Poderia te fazer a mesma pergunta. Ou você está agindo sozinho?

Harry viu os olhos claros de Malfoy virando-se para Dumbledore.

— Não — respondeu ele. — Tenho apoio. Há Comensais da Morte na escola esta noite.

— Bem — Dumbledore disse, como se Malfoy estivesse mostrando a ele seu ambicioso trabalho. — É realmente bom. Você encontrou uma maneira de trazê-los, certo?

— Sim — Malfoy respondeu sem fôlego. — Bem debaixo de seu nariz, e o senhor nem percebeu!

— Engenhoso. Mas... me perdoe... onde eles estão? Você parece indefeso.

— Eles encontraram sua guarda, não vão demorar… vim na frente. Eu tenho… tenho uma tarefa a cumprir.

— Bem, meu caro rapaz, você não deve se deter, faça-a — Dumbledore disse calmamente.

O silêncio se fez presente no local. Harry continuava paralisado, invisível, olhando para os dois, ouvindo o som da luta distante, enquanto Draco Malfoy apenas observava Dumbledore em sua frente.

— Draco, Draco, você não é um assassino.

— Como você sabe? — Draco respondeu rapidamente.

Ele deve ter notado como suas palavras soaram infantis, porque Harry o viu corar.

— O senhor não sabe do que sou capaz — disse o menino com mais firmeza —, não sabe as coisas que já fiz!

— Oh, eu sei. — O diretor respondeu suavemente. — Você quase matou Ethan Hawke e Coralinne Weasley. Você tem tentado desesperadamente me matar o ano todo. Me perdoe, Draco, mas suas tentativas não surtiram efeito... Para ser sincero, suas tentativas foram tão ineficazes, que me pergunto se você realmente queria...

— Queria sim! — Confirmou Malfoy com firmeza. — Eu tenho trabalhado muito o ano todo, e esta noite...

De algum lugar nas profundezas do castelo, Harry ouviu um grito abafado. Malfoy olhou rigidamente para seu ombro.

— Alguém está resistindo bravamente — Dumbledore disse — Mas estava dizendo… sim, você conseguiu infiltrar Comensais da Morte em minha escola, admito, achava ser impossível... Como você fez isso?

Mas Malfoy não respondeu: ele ainda estava tentando ouvir o que acontecia lá embaixo, e parecia quase paralisado como Harry.

— Talvez você deva completar a tarefa sozinho. — Dumbledore disse — E se o seu apoio for intimidado pelos meus guardas? Como você talvez tenha percebido, há membros da Ordem da Fênix aqui hoje à noite, também. E, afinal, você realmente não precisa de ajuda... não tenho uma varinha no momento... não posso me defender.

Malfoy apenas olhou para o diretor.

— Entendo — Dumbledore disse gentilmente, quando viu que Malfoy não estava se movendo ou falando. — Você tem medo de agir antes que eles cheguem.

— Eu não estou com medo! — gritou Malfoy, embora ele não tenha feito nada para atacar Dumbledore. — O senhor que deveria estar com medo!

— Mas por que? Não acho que você vá me matar, Draco. Matar não é tão fácil quanto os inocentes acreditam... Então, enquanto esperamos por seus amigos, diga-me... Como você os trouxe secretamente para dentro? Parece que demorou muito para encontrar uma maneira de fazer isso.

Malfoy parecia estar suprimindo a vontade de gritar ou chorar. Ele encarou Dumbledore, engoliu em seco várias vezes e respirou fundo, com sua varinha apontada diretamente para o coração do diretor. Então, como se não pudesse evitar, ele respondeu:

— Tive que consertar o Armário Sumidouro, aquele que ninguém usa há anos. Montague desapareceu nele no ano passado.

Aaaah.

Dumbledore suspirou quase instantaneamente. Ele fechou os olhos por um momento.

— É uma ideia inteligente... deixe-me adivinhar, existe um par?

— O outro está na Borgin & Burkes — Malfoy respondeu —, e os dois formam uma passagem. Montague me disse que estava preso em um armário de Hogwarts, suspenso no limbo, mas às vezes ele ficava ouvindo o que acontecia na escola, às vezes ouvindo o que acontecia na loja, como se o armário se movesse entre os dois pontos, mas ninguém ouvia sua voz... Enfim, mesmo que nunca tenha passado no exame, ele conseguiu sair aparatando. Quase morreu nessa tentativa. Todo mundo pensa que esta é uma história muito emocionante, mas eu fui o único que percebeu o que significava, nem mesmo Borgin sabia, fui o único que percebi que havia um jeito de entrar em Hogwarts, se eu consertasse o armário que estava quebrado.

— Muito bom — murmurou Dumbledore. — Então os Comensais da Morte puderam passar da Borgin & Burkes para a escola e ajudá-lo... um plano sábio, um plano muito sábio... como você disse… bem debaixo do meu nariz...

— É! — Malfoy estava surpreso, ele parecia criar coragem e conforto com o elogio do diretor. — Sim, ele é!

— Houve vezes, no entanto, em que você perdeu a certeza de que conseguiria consertar o Armário, não é? — Dumbledore continuou — E então lançou recorreu a planos óbvios e mal avaliados como me mandar um colar amaldiçoado, que estava fadado a ir parar em mãos erradas... envenenar um hidromel que era pouquíssimo provável eu beber…

— Sim, mas mesmo assim, o senhor ainda não sabia quem estava por trás disso, não é? — disse Malfoy quando Dumbledore escorregou nas ameias, aparentemente perdendo a força das pernas. Harry lutou em silêncio, falhando.

— Na verdade, eu descobri. Tinha certeza que era você.

— Então, por que o senhor não me impediu? — perguntou Malfoy.

— Eu tentei, Draco. O professor Snape tem seguido minhas ordens...

— Ele não está seguindo suas ordens, ele prometeu a minha mãe...

— Naturalmente isto é o que ele lhe diria, Draco, mas...

— Ele é um agente duplo, seu velho idiota, ele não está trabalhando para o senhor!

— Precisamos concordar em discordar disso, Draco. Acontece que eu acredito no professor Snape...

— Bem, então o senhor não está mais no controle de nada! — Malfoy olhou para ele novamente. — Ele tem me oferecido muita ajuda... querendo toda a glória para ele!

— Muito interessante — Dumbledore disse suavemente. — Todos gostamos de receber aplausos pelos nossos esforços, é mais do que natural... mas você deve ter um cúmplice... alguém em Hogsmeade para poder... aaaah...

Dumbledore fechou os olhos novamente e acenou com a cabeça como se fosse dormir.

— Claro, Rosmerta. Há quanto tempo ela é governada pela maldição Imperius?

— O senhor percebeu só agora, é? — perguntou Malfoy.

Um segundo grito foi ouvido, mais alto que o anterior. Malfoy olhou para seu ombro nervosamente novamente, então para Dumbledore, que continuou:

— Então a pobre Rosmerta foi forçada a se esconder em seu próprio banheiro e entregar o colar para o primeiro aluno de Hogwarts desacompanhado? E o hidromel envenenado... bem, é claro, Rosmerta poderia ter envenenado para você antes de enviá-lo a Slughorn, acreditando que seria meu presente de natal... sim, muito inteligente... muito inteligente... Claro que o Sr. Filch não consideraria checar uma garrafa de hidromel enviada por Rosmerta... Mas, por favor, me diga, como você se comunica com Rosmerta? Achei que monitorávamos todos os meios de comunicação de saída e entrada da escola.

— Moeda encantada — Malfoy respondeu, sua mão que segurava a varinha tremia muito. — Eu tenho uma, e ela outra, então eu posso mandar recados para ela...

— Não é esse o método de comunicação usado pela Armada de Dumbledore no ano passado? — Dumbledore perguntou. Sua voz estava relaxada e casual, mas quando falou, Harry o viu deslizar mais um centímetro contra a parede.

— Sim, copiei a ideia deles — Malfoy disse com um sorriso vago. — Tirei também a ideia de envenenar o hidromel da Sangue Ruim, ouvi quando ela disse na biblioteca que o Filch não era capaz de reconhecer poções...

— Por favor, não use essa palavra ofensiva na minha frente. — Dumbledore disse.

Malfoy franziu o cenho.

— O senhor se importa com uma palavra estúpida quando estou prestes a matá-lo?

— Incomodo-me — Harry vira os pés do diretor deslizando levemente no chão, enquanto ele tentava permanecer de pé. — Sobre me matar, Draco, você teve longos minutos. Estamos sozinhos. Estou mais indefeso do que gostaria, mas você ainda não o fez...

A boca de Malfoy torceu involuntariamente, como se ele tivesse provado algo com um gosto amargo.

— Agora, sobre esta noite — Dumbledore continuou — Estou intrigado com o que aconteceu... você sabia que eu tinha saído da escola? É claro… — ele respondeu à sua própria pergunta — Rosmerta me viu saindo e o avisou... inteligente, com certeza...

— Sim. Ela me disse que o senhor ia beber alguma coisa, que voltaria...

— Bem, sem dúvida, eu bebi alguma coisa... e de alguma forma... estou de volta… — Dumbledore murmurou. — Então, você decidiu armar uma armadilha para mim?

— Decidimos colocar a Marca Negra sobre a Torre e fazer o senhor voltar correndo para cá, para ver quem tinha sido morto. Funcionou!

— Bom… sim e não... Mas eu devo entender, então, que ninguém foi morto?

— Alguém morreu, ou irá morrer — disse Malfoy, sua voz parecia subir uma oitava. — Um de vocês… não parei para confirmar... eu deveria estar aqui esperando por você, mas alguém me bloqueou na entrada… — Draco voltou a espiar por cima do ombro.

— Imaginei que sim. — Dumbledore respondeu — Posso saber como conseguiu ultrapassá-lo? Você não machucou ninguém, ou machucou, Draco?

— Era Sirena Scamander — Draco não respondeu a pergunta de Dumbledore.

Harry sentiu todo o seu corpo entrar em alerta; ele não teria a machucado, ou teria…?

— Ela traiu vocês...

Harry franziu o cenho.

—… atingiu um dos seus para me proteger.

Não poderia ser verdade, Harry pensou.

Ouviu-se um estampido e gritos embaixo, mais altos que antes; parecia que as pessoas estavam lutando na escada de acesso ao lugar em que se encontravam, e o coração de Harry reboou inaudivelmente em seu peito invisível... alguém ia ser morto... mas quem seria?

— Sei — Dumbledore disse depois de alguns minutos —, tenho certeza que sim. Em todo caso, não temos muito tempo. — ele sorriu — Então vamos discutir suas opções, Draco.

Minhas opções?! — Malfoy gritou. — Estou apontando uma varinha para o senhor... para matá-lo...

— Meu caro rapaz, vamos parar de fingir. Se você fosse me matar, teria feito isso quando me desarmou.

— Eu não tenho escolha! — Malfoy respondeu, e, para a surpresa de Harry, algumas lágrimas rolaram por sua bochecha pálida — Eu fui escolhido — com a mão que segurava a varinha, ele ergueu a manga de seu paletó, mostrando a Dumbledore a Marca Negra em seu antebraço — Devo fazer isso, ou ele vai me matar! Ele vai matar minha família!

— Eu avalio a dificuldade da sua posição. Por que pensa que não o confrontei antes? Porque eu sei que se Lord Voldemort perceber que duvido de você, você seria morto.

Malfoy estremeceu ao ouvir o nome.

— Não ousei falar sobre as tarefas confiadas a você antes, pois previ que ele poderia usar sua Legilimência para lidar com você. — Dumbledore continuou — Agora, finalmente, podemos deixar isso claro... não houve mal algum, você não feriu ninguém, embora tenha tido muita sorte que suas vítimas impremeditadas sobrevivessem... — ele fez uma pausa — Há alguns anos, eu conheci um menino que fez todas as escolhas erradas... Draco, eu posso ajudá-lo.

— Não, o senhor não pode. — A mão de Malfoy tremeu ainda mais — Ninguém pode. Eu preciso matar o senhor, caso contrário, ele me matará...

— Venha para o lado certo, Draco, e podemos escondê-lo junto com os seus irmãos mais completamente do que pode imaginar. Além disso, posso mandar membros da Ordem à sua mãe hoje à noite, e escondê-la também. Seu pai está seguro em Azkaban... Quando chegar a hora certa, posso protegê-lo também. Venha para o lado certo, Draco... Você não é um assassino...

Malfoy arregalou os olhos para Dumbledore.

— Mas estou aqui, não estou? — Ele falou retrucou — Eles pensaram que eu morreria tentando, mas eu estou aqui... e o senhor está em meu poder… sou eu quem empunho a varinha... sua vida depende da minha piedade...

— Não, Draco — Dumbledore disse baixinho. — É a minha piedade, e não a sua, que importa agora...

Malfoy não respondeu. Sua boca estava aberta e a mão da varinha ainda tremia. Harry pensou ter visto ele baixar a mesma…

Mas, de repente, o som de passos subindo as escadas ecoou pelo local silencioso, e um segundo depois, algumas pessoas de vestes negras irromperam pela porta em direção às ameias. Harry ainda estava paralisado, observando sem piscar, olhando para os estranhos com horror: Aparentemente, os Comensais da Morte haviam vencido a batalha lá embaixo.

— Onde está Sirena Scamander? — Draco perguntou, e Harry viu o desespero brilhar em seus olhos — O que vocês fizeram com ela, idiotas?

— Sirena Scamander? — o Comensal de boa aparência perguntou — Hum, deveríamos saber quem é…?

— A ruiva que estava na escada! — Malfoy respondeu com urgência.

O desespero de Harry e Draco subiu em níveis consideráveis ao verem as vestes de um deles sujas de sangue.

— Não se preocupe com isso — a mulher que estava ao lado de Thomas DeVil disse calmamente, mas isso não pareceu acalmar Draco, nem Harry.

— Dumbledore está encurralado, que outro assunto importa no momento?! — a voz miada de Bellatrix Lestrange soou. — Muito bem, Draco, muito bem...

— Boa noite, Bellatrix — Dumbledore disse baixinho, como se estivesse dando boas-vindas. — É você quem fará as apresentações?

A mulher sorriu com dureza.

— Oh, adoraria, Alvo — ela disse com falsa compaixão — Mas estamos com o tempo apertado!

— Mate logo — disse o estranho parado ao lado de Harry. Sua voz parecia um latido rouco, e o homem não cheirava bem; o menino sentiu um cheiro forte de sujeira, suor e, sem dúvida, sangue. Harry sentiu seu coração espancar o peito ao ver suas afiadas unhas amarelas repletas de sangue.

— É você, Lobo? — Dumbledore perguntou.

— Acertou — respondeu. — Feliz em me ver, Dumbledore?

— Não, não posso dizer que esteja...

Fenrir Lobo Greyback riu, mostrando suas presas. Uma gota de sangue escorreu por seu queixo e ele lambeu os lábios lenta e obscenamente.

— Você sabe o quanto eu gosto de criancinhas, Dumbledore.

— Devo entender que mesmo depois da lua cheia, você ainda está atacando? Que insólito... você criou um gosto por carne humana que não pode ser satisfeito uma vez por mês?

— Acertou novamente — disse Greyback. — Isso te assusta até a morte, não é, Dumbledore? Isso te surpreende?

— Bem, não posso fingir que não me desgoste um pouco. E, sim, estou um pouco chocado que o Draco, aqui, convidasse logo você a vir a uma escola onde seus amigos vivem...

— Eu não o convidei — Malfoy disse suavemente. Ele ainda olhava em desespero para o sangue nas vestes do lobo — Eu não sabia que ele iria vir...

— Eu não iria querer perder uma viagem a Hogwarts, Dumbledore — respondeu roucamente o lobisomem. — Não quando há gargantas a estraçalhar... uma delícia, uma delícia…

Greyback ergueu uma unha amarela, palitando os dentes da frente enquanto olhava para Dumbledore maliciosamente.

— Eu poderia comê-lo de sobremesa...

— Basta, Fenrir — outro Comensal da Morte interrompeu em voz alta.

— Ah — o lobo rosnou, não pareceu gostar da ordem —, e porque eu faria isso, Aaron? "Comê-lo" é muito rude para você?

— Temos as nossas ordens. Draco é quem tem de fazer isso. Agora, Draco, e rápido.

Malfoy mostrou menos determinação do que nunca. Parecia aterrorizado ao encarar o rosto de Dumbledore, agora ainda mais pálido e mais baixo do que o normal, porque deslizara bastante pela parede da ameia.

— Se você quer saber, ele não vai demorar muito neste mundo! — Thomas incentivou Draco — O que há de errado com você, Dumby?

— Ah, menos resistência, reação mais lenta, Thomas. — Dumbledore respondeu — Resumindo, velhice... talvez um dia, se você tiver sorte, te aconteça a mesma coisa...

— O que você quer dizer com isso? — Gritou a Comensal da Morte ao lado de Thomas, de repente furiosa. — Apresse-se, Draco, mate-o imediatamente!

Mas naquele momento, o som de luta no andar debaixo se sobressaltou mais uma vez, e uma voz gritou: "Eles bloquearam a escada...! REDUCTO!"

O coração de Harry bateu forte: Então os Comensais não eliminaram toda a oposição, eles apenas abriram caminho para a torre e lançaram uma barreira em suas costas.

— Agora, Draco, se apresse! — Aaron gritou.

Mas as mãos de Malfoy tremiam tanto que ele mal conseguia mirar.

— Eu faço — Greyback rosnou, e caminhou em direção a Dumbledore mostrando os dentes.

— Eu disse não! — Gritou o homem. Uma luz brilhou, e o lobisomem fora violentamente lançado em direção a parede, ele se levantou cambaleando e olhou furioso para o Comensal. Harry de debatia tão ferozmente que ele imaginou que as pessoas logo poderiam ouvi-lo parado ali, preso pelo feitiço de Dumbledore.

— Draco, mate-o, ou se afaste para que um de nós… — Madelaine foi interrompida, pois naquele momento a porta da ameia se abriu novamente, e Snape apareceu segurando sua varinha; seus olhos negros passaram de Dumbledore encostado na parede aos Comensais da Morte, incluindo o lobisomem furioso e Malfoy.

— Nós temos um problema, Snape — disse Thomas, seus olhos e varinha fixos em Dumbledore. — O menino parece incapaz de...

Mas outra voz chamou Snape, baixinho:

Severo...

A voz de Dumbledore o assustou mais do que qualquer outra coisa que passara naquela noite. Dumbledore parecia implorar pela primeira vez.

Snape não respondeu e avançou para tirar Malfoy do caminho. Os Comensais da Morte recuaram calados. Até o lobisomem pareceu se encolher.

Snape olhou para Dumbledore por um momento, as linhas em seu rosto estavam duras; sua expressão era de puro nojo e repugnância.

Severo... por favor...

Snape ergueu sua varinha e apontou para Dumbledore.

Avada Kedavra!

Um raio de luz verde saiu da ponta da varinha de Snape e atingiu Dumbledore no meio do peito. O grito de horror de Harry jamais saiu; silencioso e paralisado, ele foi forçado a assistir Dumbledore explodir no ar: em menos de um segundo, ele pareceu levitar sob o crânio brilhante, então lentamente caiu de costas por cima das ameias, e então desapareceu de vista.

Harry teve a sensação de que também havia caído da torre; não aconteceu... não podia acontecer...

— Fora daqui, rápido!

Ele agarrou o pescoço de Malfoy e o empurrou porta afora, à frente dos outros; Greyback, Bellatrix e o casal os seguiram de perto, respirando pesadamente. Quando eles desapareceram pela porta, Harry percebeu que não estava mais paralisado; agora, não fora a magia que o fez desabar na parede, mas o choque e o terror.

O terror acertou Harry em cheio... ele tinha que alcançar Dumbledore, tinha que alcançar Snape... por alguma razão, os dois estavam conectados... se ele pudesse juntar os dois, ele poderia reverter tudo que aconteceu... Dumbledore não podia estar morto…

(...)

Nathair deixou a sala do professor Slughorn com urgência assim que conjurara o feitiço mais aterrorizador de sua vida.

Slughorn estava morto.

Nathair sentia repulsa de si mesmo, vontade de vomitar e inúmeros outros sentimentos ruins, todos eles direcionados para si mesmo. Sentia a necessidade de ficar sozinho, não acreditava que havia acabado de matar uma pessoa… A raiva que invadiram no momento, ele jamais havia sentido nada parecido antes...

— Nathair… — ele ergueu o olhar, avistando Blásio e Mérida correndo em sua direção. Sem pensar duas vezes, o Malfoy se jogou nos braços do garoto, finalmente liberando as lágrimas —, o que aconteceu?!

— Eu… eu matei ele! — respondeu, sentindo todo o seu corpo se arrepiar ao ouvir esses palavras saírem de sua boca.

— Muito bom, muito bom — Mérida disse, espiando a porta aberta — Achei que você não iria conseguir.

— Faça o favor, Mérida. — Blásio rosnou para a menina, enquanto acariciava a cabeça de Nathair.

Mas Mérida não estava dando atenção para o sonserino; ela observava o corpo de Slughorn sem vida no chão, seus olhos estavam abertos, aterrorizados. Lily e Ariana também estavam caídas na sala, mas a menina não acreditava que as duas estivessem mortas.

— Precisamos sair daqui — Júpiter disse depois de alguns minutos.

— Lamentável — Mérida disse, se aproximando do corpo de Slughorn, agachando e fechando seus olhos. — Os olhos são as janelas para a alma. — disse aos três.

— É, é… muito comovente, que tal sairmos daqui? — Alexa perguntou, já deixando o escritório. — Os Hawke não apareceram — disse a Damon —, Lorde Voldemort ficará sabendo que eles quase colocaram tudo a perder.

— Cruel — Damon cantarolou, dando um tapinha no ombro de Blásio, insinuando que os dois deveriam acompanhá-los.

O caminho até o Saguão de Entrada fora dificultado por diversos alunos que ousaram entrar no caminho deles; um garoto não muito sortudo que estava em frente a porta de carvalho foi cruelmente acertado por Blásio, seu sangue respingou na porta e no chão.

— Ele não está morto, está? — Júpiter mexeu no corpo mole com o pé, olhando para o sangue com nojo — Você o matou, Blásio?

— Claro que não. — o garoto disse como se fosse óbvio — Ele só está desacordado.

Hum — Júpiter abandonou o corpo para deixar o castelo.

Os seis saíram para a escuridão da noite, uma brisa fraca e gelada acariciando seus rostos. A missão de Nathair que Damon, Alexa e os Hawke ficaram encarregados de supervisionar já estava completa, eles não tinham mais o que fazer alí.

— Isso aqui está muito quieto — Mérida disse com desconfiança.

Eles deixaram a frente da porta de carvalho, caminhando em direção ao portão em que poderiam Aparatar; porém, algo chamou a atenção deles, os Hawke indo em direção a um pequeno grupo ao lado de uma cabana.

— Hawke! — Alexa gritou — Seus estúpidos, quase morremos por sua culpa!

Os três pararam no mesmo momento, olhando para trás, estáticos.

— O que você disse?! — a voz de Arabella saiu quase histérica — Ele já está morto? Slughorn está morto?!

— Não graças a vocês. — Damon arqueou uma das sobrancelhas.

Arabella virou o olhar fulminante em direção ao filho, a raiva a consumindo por completo quando quase apontou a varinha para ele.

— Bom… — ela riu, uma gargalhada maldosa —, vocês não se importam se brincarmos um pouco, não é? Há um grupo de criancinhas bem alí…

— Estamos livres para ir embora, Hawke, não invente — Alexa disse com impaciência. 

— Precisaremos passar por eles de qualquer maneira para deixamos o castelo, Blanchard — Arabella disse, seus olhos faiscando em direção ao pequeno grupo que começava a notar a movimentação não tão próxima a eles — O que custa nós nos divertimos um pouco?

— Você deveria chamar o lobo Greyback, Bella — Damon disse com tédio — Não sou nada contra a diversão, mas, caso você não tenha percebido, acabamos de matar um velho bem ligeirinho.

— Acabamos, que engraçado — Murilo zombou —, achei que o garoto fosse matar.

— Você não é idiota, entendeu o que eu disse.

Murilo rosnou.

—… claro que não, Cora…

Uma voz soou bem próxima a eles.

—… você tá cega? São membros da Ordem, Ariana, para de ser burra…

Ethan se virou rapidamente, na intenção de avisar ao grupo que se aproximava para correr, no entanto, tarde demais…

— Puta merda, não são membros da Ordem! — Bianca exclamou.

Expelliarmus!

A menina desviou, deixando que o feitiço atingisse uma árvore.

Estupefaça! — Cora apontou para Damon, que desviou do feitiço e lançou outro em sua direção — O que está acontecendo, Ethan?!

E a compreensão passou pelo rosto de Coralinne assim que Arabella apontou a varinha para ela, lançando um feitiço atrás do outro. Murilo já iria fazer o mesmo, mas fora abordado por Cameron, fazendo com que ele focasse sua atenção nela.

— Sua mãe não te ensinou que é feio acertar os outros pelas costas?! — Cameron perguntou, um sorriso zombeteiro brincando em seus lábios quando ela desviou de um feitiço.

— Vão, vão… — Alexa murmurou para os quatro adolescentes, empurrando-os na direção em que o portão ficava. 

— Mérida! — Damon disse em alerta assim que a garota virou a cabeça para olhar o que estava acontecendo.

— Você não pode fazer nada — Júpiter disse para a prima —, só vamos sair daqui… 

E ninguém os impediu de sair, todos ocupados demais em seus duelos para prestarem atenção nos quatro adolescentes que escapavam.

— Eu não tenho nada contra você, amorzinho — Arabella protegeu o feitiço que Cora lançou — Mas você tem sido um problema para mim, e eu costuma acabar com os meus problemas…

Cora tropeçou quando tentou desviar de uma maldição imperdoável; a garota cambaleou para trás e caiu, a varinha escapando de sua mão.

Hum… — Arabella deixou que um biquinho zombeteiro tomasse conta de seus lábios —, é realmente uma peninha… você é tão bonitin…

E então, Arabella fora arremessada para longe; Cora ergueu o olhar em tempo de ver Murilo correr em direção a esposa e Ethan vir em sua direção.

— Você está…?

— Sim, sim…

Cora aceitou a ajuda do menino, se apressando para apanhar sua varinha.

— Eu tenho uma explicação…

— Sei que tem. — Cora pôs a mão no ombro do garoto e tentou sorrir — Eu confio em você.

(...)

Harry pulou os últimos dez degraus da escada em espiral e parou onde aterrissara, segurando a varinha: Metade do telhado parecia ter cedido e uma batalha feroz ocorria à sua frente. Quando tentou distinguir quem estava enfrentando quem, ouviu a voz que odiava gritar: "Acabou, é hora de ir!" E viu Snape se virar. Ele, Malfoy e… os inconfundíveis fios ruivos esvoaçavam à sua frente como uma língua de fogo, Draco segurava firmemente a mão de Sirena, eles pareciam ter passado pelos combatentes e escapado ilesos. Quando Harry os perseguiu, um dos bruxos saiu do conflito e foi até ele; esse era Greyback, o lobisomem. Derrubara Harry antes que ele conseguisse ergueu sua varinha: o garoto caiu de costas, sentindo os cabelos imundos no rosto, o fedor de suor, e o sangue na boca e no nariz, um bafo quente e voraz em seu pescoço...

Petrificus Totalus!

Alguém gritou e Harry sentiu Greyback desmontar em cima dele; o lobisomem fora jogado para o chão sem muito esforço por outra pessoa, e, desviando de uma luz verde lançada em sua direção, Sirius o ajudou a se levantar.

— É bom ver você. — Sirius disse. Por mais que Harry sentisse o mesmo, ele não teve tempo para responder.

Havia dois corpos caídos ali, de cara para baixo, em uma poça de sangue, mas não havia tempo para investigar. Harry viu Yvaine lutando contra a Comensal da Morte, Bellatrix Lestrange, que lançava feitiço sobre feitiço contra a garota, que se desviava; a bruxa ria, sentindo prazer no esporte:

Crucio... Crucio... você não pode dançar para sempre, lindinha...

Impedimenta! — Harry gritou.

Seu feitiço atingiu o peito de Bellatrix. Ela emitiu um guincho de dor ao ser arremessada contra a parede oposta, de onde deslizou para o chão e desapareceu atrás de Rony, da professora McGonagall e Lupin, cada qual enfrentando um Comensal da Morte; Além disso, Harry viu Medusa lutando contra um bruxo loiro que lançava feitiços em todas as direções, os feitiços ricocheteavam nas paredes, quebrava algumas pedras e as janelas mais próximas...

— Harry, de onde você veio? — Yvaine gritou, mas não teve tempo de responder. O menino abaixou a cabeça e correu para o corredor, escapando por pouco da explosão acima de sua cabeça. Snape não podia escapar, ele tinha que alcançá-lo...

— Isto é para você! — Professora McGonagall gritou, e Harry teve um vislumbre de Aleto, a mulher Comensal da Morte, com os braços erguidos acima da cabeça enquanto fugia. Harry disparou atrás dos dois, mas pisou em algo e, no momento seguinte, estava deitado nas pernas de alguém. Olhando em volta, ele encontrou o rosto de Noah.

— Noah, você está...?

— No chão — ele murmurou, segurando a barriga com força. — Harry... Snape e Malfoy... passaram correndo… Sirena está com eles...

— Eu sei, eu sei! — Harry respondeu no chão, direcionando o feitiço para o Comensal da Morte que causava a maior parte da confusão; o homem foi acertado no rosto e soltou um grito de dor. Ele se virou, cambaleou e se encolheu atrás de Amico e Aleto.

Harry se levantou do chão e correu de volta para o corredor, ignorando o desastre atrás dele, as chamadas dos outros e os gritos silenciosos de alguns estudantes caídos...

Ele estava deslizando no corredor por conta de seus tênis ensanguentados; Snape desempenhou um grande papel de liderança - era possível que já tivesse entrado no Armário na Sala Precisa, ou será que a Ordem tomara providências para fechá-lo e impedir que os Comensais da Morte se retirassem por ali? Harry não ouviu nada, exceto o barulho de seus próprios pés correndo, seu batimento cardíaco galopando enquanto ele passava correndo por outro corredor vazio. Então ele viu manchas de sangue no chão, indicando que pelo menos um Comensal da Morte fugitivo estava indo em direção ao portão – talvez a Sala Precisa estivesse, de fato, bloqueada…

Ele pegou um atalho, na esperança de alcançar Snape, que certamente já devia estar no jardim agora; lembrando-se de saltar o degrau que sumia na metade da escada secreta, ele rompeu a tapeçaria abaixo e entrou no corredor onde alguns alunos da Lufa-Lufa de pijama estavam de pé, confusos.

— Harry! Ouvimos um barulho, e alguém mencionou a Marca Negra... — Foi Ernesto Macmillan.

— Saiam da frente! — Harry gritou, empurrou os dois meninos e correu em direção ao patamar e a última escada de mármore. A porta de carvalho na entrada havia sido arrombada; havia manchas de sangue no chão e vários alunos amedrontados espremidos contra a parede, alguns cobrindo o rosto com os braços.

Harry voou sobre o hall de entrada para o jardim escuro: uma batalhar também era travada ali, fazendo com que ele tivesse dificuldade para enxergar as três pessoas caminhando pelo gramado em direção ao portão, onde poderiam Aparatar.

Harry sentiu o ar frio da noite dilacerar seus pulmões quando disparou atrás deles; ele viu um lampejo ao longe que momentaneamente recortou a silhueta dos fugitivos; Apesar de não saber o que iria acontecer, ele continuou correndo, mas não estava perto o suficiente para mirar...

Outro flash, grito e uma explosão de luz: Hagrid também tentava parar os Comensais da Morte em fuga, embora cada esforço parecesse rasgar seus pulmões e seu peito. Quando Harry ouviu um estourou, acelerou, e ao mesmo tempo uma voz surgiu em sua mente: Hagrid não... Hagrid também não...

Algo atingiu o rim de Harry com força e ele caiu; seu rosto bateu com força no chão, e ele sentiu sangue escorrer de suas narinas: concluiu, mesmo enquanto se virava, com a varinha em punho, que algum dos Comensais que ele ultrapassara se aproximavam às suas costas...

Impedimenta! — Ele gritou, virou-se novamente, agachou-se no chão escuro e, milagrosamente, seu feitiço atingiu um deles, que cambaleou e caiu, derrubando o outro. Harry saltou e continuou a perseguir Snape...

Sob o reflexo da lua aparecendo de repente atrás das nuvens, ele viu o vasto contorno de Hagrid; o Comensal grandalhão mirou nele com feitiços sucessivos, mas o grande força de Hagrid e a pele dura que ele herdou da mãe giganta pareciam protegê-lo; no entanto, Snape e Malfoy continuaram correr. Em breve estariam fora do portão e poderiam Aparatar...

Harry passou, desembalado, por Hagrid e seu oponente, mirou nas costas de Snape e berrou:

Estupefaça!

Errou; a luz vermelha passou por cima da cabeça de Snape. Harry viu Malfoy se virar para olhá-lo, mas Sirena não o fez, o professor disse algo aos dois adolescentes que correram. Snape se virou completamente. A cerca de quinze metros de distância, ele e Harry se encararam, então ergueram a varinha novamente.

— Cruc..

No entanto, Snape bloqueou o feitiço e empurrou Harry para trás antes que Harry pudesse terminar a maldição. Quando o enorme Comensal da Morte gritou, o menino rolou para o lado e se levantou novamente: "Fogo!". Harry ouviu um barulho alto, e uma luz laranja brilhou em todos: a cabana de Hagrid estava pegando fogo.

— Canino está preso lá dentro, seu maligno...! — gritou Hagrid.

— Cru… — Harry gritou pela segunda vez, mirando na figura iluminada pelas chamas, mas Snape bloqueou o feitiço novamente. Harry pode ver seu sorriso maldoso aparecer.

— Sua maldição imperdoável não vai me atingir, Potter! — Ele gritou, superando o som das chamas, os gritos de Hagrid e as alucinações dos cão — Você não tem coragem, nem habilidade.

— Incarc… — Harry rosnou, mas Snape desviou do feitiço com uma postura preguiçosa. — Revide — gritou Harry. — Revide, seu covarde...

— Você me chama de covarde, Potter? — Snape perguntou. — Seu pai nunca me atacou, a não ser que fosse quatro contra um, que nome você daria para ele?

— Impedi...

— Bloqueado outra vez e outra e mais outra, até você aprender a manter a boca e a mente fechadas, Potter! — debochou Snape, desviando mais uma vez o feitiço. — Agora, venham! — gritou o professor para os Comensais da Morte às costas de Harry. — Está na hora de ir, antes que o Ministério apareça.

— Expe...

No entanto, antes de Harry terminar o feitiço, ele sentiu uma dor cruciante; ele caiu no gramado e alguém gritou. Ele definitivamente morreria de tortura. Snape planejava torturá-lo até a morte ou até que enlouquecesse...

— Não! — Snape gritou e a dor de repente começou a desaparecer. Harry se encolheu no gramado escuro, apertando sua varinha. Snape gritou em algum lugar acima: “Você esqueceu a ordem? Potter pertence ao Senhor das Trevas... Devemos deixá-lo!

E Harry sentiu o chão estremecer sob seu rosto quando os Comensais, em obediência, correram para os portões. O garoto soltou um grito inarticulado de raiva: naquele instante, não se importava se ia viver ou morrer; pondo-se em pé com esforço, ele cambaleou às cegas em direção a Snape, o homem que agora ele odiava tanto quanto odiava o próprio Voldemort...

— Sectu...

Snape acenou com a varinha, e o feitiço foi de novo repelido; mas Harry agora estava a poucos passos, e finalmente podia ver com clareza o rosto de Snape: ele já não ria desdenhoso nem caçoava; as labaredas mostravam um rosto enfurecido. Reunindo todo o seu poder de concentração, Harry pensou Levi…

— Não, Potter! — Snape gritou. Com um barulho alto, Harry voou para trás e atingiu o chão novamente, desta vez, a varinha escorregara de sua mão. Quando Snape se aproximou e olhou em seu rosto, Harry o encarou impotente enquanto ouvia os gritos de Hagrid e os latidos de canino. O rosto pálido do professor, iluminado pela cabana em chamas, estava cheio de ódio, como estava antes de amaldiçoar Dumbledore.

— Você se atreve a usar meus feitiços contra mim, Potter? Fui eu quem os inventou: Eu, o Príncipe Mestiço! E você viraria as minhas invenções contra mim, como o nojento do seu pai, não é? Eu acho que não... não!

Harry pulou na grama para recuperar sua varinha. Snape lançou um feitiço na varinha, e a varinha voou para longe no escuro e desapareceu de vista.

— Então me mate — Harry ofegou. Ele não estava com medo nenhum, apenas com raiva e desdém. — Mate como você o matou, seu covarde...

— NÃO — gritou Snape, seu rosto inesperadamente selvagem e desumano, como se a dor que sentia fosse tão dolorosa quanto o cachorro gritando preso na cabana em chamas atrás dele — ME CHAME DE COVARDE!

Então ele cortou o ar com sua varinha: Harry sentiu uma espécie de chicotada em brasa atingi-lo no rosto e foi atirado de costas no chão. O ponto de luz explodiu na frente de seus olhos, e depois de um tempo, parecia que todo o ar havia escapado de seu corpo, e então ele ouviu um farfalhar de asas no céu, um enorme animal cobrindo as estrelas: Bicuço voava em direção a Snape, este último cambaleou para trás quando atacado por garras muito afiadas. Quando Harry tentou se sentar, sua cabeça ficou atordoada com o último impacto no chão, ele viu Snape correr a toda velocidade com o enorme animal perseguindo-o.

O garoto se levantou com dificuldade, procurando sua varinha vertiginosamente, as tontas, na esperança de continuar sua caçada, no entanto, percebeu que seria tarde demais; de fato, até conseguir localizar a varinha e se virar, ele viu apenas o hipogrifo circulando sobre os portões. Snape conseguira Aparatar fora dos limites da escola.

— Hagrid — Harry murmurou, ainda estupefato, olhando ao redor. — HAGRID?

Quando uma figura enorme saiu da cabana com um cachorro nas costas, ele estava caminhando em direção à casa em chamas. Harry sentiu o alívio passar por todo o seu corpo quando cambaleou e caiu; todos os seus membros tremiam, todo o seu corpo doía e sua respiração lhe causava uma dor aguda.

— Você está bem, Harry? Você está bem? Fala comigo, Harry...

O enorme rosto peludo de Hagrid pairava acima de Harry, escondendo as estrelas. O garoto sentia o cheiro de madeira e pelo de cachorro queimados; ele esticou a mão e tocou o corpo quente e vivo de Canino, agitando-se ao lado dele.

— Estou bem — Harry ofegou. —, e você?

— Claro que estou... precisa de muito mais para me liquidar.

Hagrid colocou as mãos sob os braços de Harry e o ergueu com força, fazendo com que os pés do garoto saíssem do chão instantaneamente, enquanto o gigante o colocava de pé. Harry viu o sangue escorrendo pelo rosto de seu amigo e um de seus olhos inchado.

— Deveríamos apagar o fogo na sua casa — disse Harry —, o feitiço é Aguamenti...

— Eu sabia que era algo assim — murmurou Hagrid, segurando um guarda-chuva rosa fumegante e ordenando-lhe; — Aguamenti!

Um jorro de água fluía da parte superior do guarda-chuva. Harry ergueu o braço da varinha como chumbo e murmurou: "Aguamenti"; Ele e Hagrid despejaram água na cabana até que o fogo se apagasse.

— Nada mal — comentou Hagrid esperançoso alguns minutos depois, olhando para o rescaldo fumegante. — Nada que Dumbledore não possa resolver...

Harry sentiu uma dor no estômago ao ouvir o nome. No silêncio e na quietude, o terror o despertou.

— Hagrid...

— Quando eu ouvi os Comensais da Morte chegando, eu estava as pernas de uns tronquilhos. — disse tristemente, ainda olhando para a cabana destruída. — Eles devem ter queimado o graveto, coitadinho...

— Hagrid...

— Mas o que aconteceu, Harry? Eu vi Comensais da Morte descendo correndo do castelo, mas o que Snape fazia entre eles? Onde ele foi?... Ele está perseguindo eles?

— Ele… — Harry pigarreou. A garganta estava seca, cheia de pânico. — Hagrid, ele matou...

— Matou?! — Hagrid gritou, olhando para Harry. — O Snape matou? Do que você está falando, Harry?

— Dumbledore. Snape matou... Dumbledore.

Hagrid o encarou, havia apenas uma pequena expressão em seu rosto que ele não entendia.

— Dumbledore, Harry?

— Snape o matou...

— Não diga isso — Hagrid o repreendeu ferozmente. — Snape matou Dumbledore... Não seja bobo, Harry. Onde você tirou essa ideia?

— Eu vi.

— Você não pode ter visto.

— Ok...

Hagrid balançou a cabeça; havia uma expressão inconformada, mas amigável em seu rosto, e Harry percebeu que seu amigo pensava que ele havia sido atingido na cabeça, e ele ficou atordoado, talvez por causa das consequências do feitiço...

— Dumbledore deve ter enviado Snape para acompanhar os Comensais da Morte. — Hagrid disse — Acho que ele precisa encobrir isso. Olha, vamos levá-lo de volta para a escola. Vamos, Harry...

O menino não tentou argumentar ou explicar. Ele ainda tremia incontrolavelmente. Hagrid descobriria logo…

— Ei... — Cameron vinha mancando na direção deles, acompanhada por Bianca, Coralinne e Ethan. —, parece que você estava certo, Harry...

— Vocês estão bem? — Harry perguntou imediatamente.

— Já estivemos melhor. — Coralinne quem respondeu, havia um corte em sua boca. — E você?

Harry não respondeu.

— Harry... eu vi a Sirena...

— Não. — sua voz soou dura e fria.

Não queria saber disso, não agora... Sirena não poderia ter feito isso com eles, não poderia ter feito isso com ele...

Quando eles caminharam para o castelo, Harry notou que muitas janelas estavam acesas agora: podia imaginar nitidamente as cenas quando as pessoas fossem, de um aposento a outro, contar que os Comensais da Morte tinham entrado, que a Marca brilhava sobre Hogwarts, que alguém devia ter sido morto…

À frente, a porta do carvalho estava aberta, iluminando a estrada e o gramado. Pessoas com pijamas caminhavam lenta e incertamente pelos degraus da entrada, procurando nervosamente por sinais de Comensais da Morte pelos terrenos escuros. Mas os olhos de Harry estavam fixos no gramado ao pé da torre mais alta. Ele pensou ter visto uma massa escura deitada ali, embora estivesse muito longe para ver qualquer coisa. Mesmo olhando silenciosamente para o lugar onde o corpo de Dumbledore estava, ele ainda viu pessoas começando a se mover para lá.

— O que todo estão olhando? — Hagrid perguntou, enquanto os dois se aproximavam da parede externa do castelo, Canino colado em seus calcanhares. — O que está deitado no gramado? — Perguntou Hagrid com atenção, vendo as pessoas se amontoarem em frente a maior torre do castelo. — Está vendo, Harry? Bem no pé da Torre? Embaixo do lugar onde a Marca... caramba... você acha que alguém foi atirado…?

Hagrid ficou em silêncio, o pensamento parecia muito assustador para expressá-lo em voz alta. Harry caminhava ao seu lado, sentindo o desconforto e as dores no rosto e nas pernas onde fora atingido por feitiços, na última meia hora, embora de um modo estranhamente neutro, como se outro alguém próximo a ele os sentisse. Real e inelutável era a sensação terrível que comprimia o seu peito…

E então, abrindo caminho entre as pessoas, Ariana parou em frente a massa ao pé da torre; a garota pareceu paralisada por alguns segundos, e então, um grito agonizante escapou de sua garganta enquanto ele se ajoelhava ao lado do corpo de Dumbledore. Harry ouviu o murmúrio de dor e surpresa de Hagrid que parou assim que eles estavam perto o suficiente, mas Harry não parou; ele continuou até chegar onde Dumbledore estava e se agachou ao lado de Ariana, que estava chorando de soluçar.

O menino percebeu que não havia esperança no instante em que o Feitiço do Corpo Preso que Dumbledore lançara sobre ele cessara; ele percebera que isso só aconteceria porque a pessoa que lançou o feitiço já estava morta; contudo, ainda não tinha se preparado para vê-lo ali, de braços e pernas abertas, quebrado: o maior bruxo que Harry conhecera ou jamais conheceria.

Dumbledore estava de olhos fechados; exceto pelos ângulos estranhos de seus braços e pernas, ele poderia estar dormindo. Harry viu quando Ariana estendeu a mão trêmula para ajeitar os oclinhos torto no nariz do bruxo, limpando uma gota de sangue que escapara de sua boca logo em seguida. A menina se aproximou para beijar a testa do tio e, depois, aceitou a mão erguida de Hermione, que a acolheu em um abraço. Harry olhou para o velho rosto sábio, tentando absorver a grande e incompreensível verdade: Dumbledore nunca mais falaria com ele, nunca mais poderia ajudar...

Harry viu o corpo de Dumbledore ser estranhamente iluminado; olhando para trás, viu McGonagall ascender sua varinha, e, em seguida, todos os alunos e professores fizeram o mesmo.

Depois de muito tempo, ele percebeu que estava ajoelhado sobre uma coisa muito dura, então olhou para baixo.

O medalhão que eles conseguiram roubar algumas horas atrás havia caído do bolso de Dumbledore e aberto, talvez devido à força com que atingiu o chão. E, embora Harry não pudesse sentir maior choque, horror ou tristeza do que já sentia, ele percebeu, ao apanhá-lo, que alguma coisa estava errada...

Ele moveu o medalhão em sua mão. Não era tão grande quanto o que ele tinha visto na penseira, não havia nenhuma marca óbvia, e não havia nenhum sinal do S caprichoso que supostamente era a insígnia de Slytherin. Além disso, não havia nada dentro, apenas um pedaço de pergaminho, dobrado e instalado à força no local onde o retrato era requerido.

Com um gesto automático, Harry pegou o pedaço de pergaminho, abriu-o e leu com base nas muitas varinhas mágicas iluminadas atrás dele:

Ao Lorde das Trevas

Sei que há muito estarei morto quando ler isto, mas quero que saiba que fui eu quem descobriu o seu segredo. Roubei a Horcrux verdadeira e pretendo destruí-la assim que puder. -Enfrento a morte na esperança de que, quando você encontrar um adversário à altura, terá se tornado outra vez mortal.

G.R

Harry não sabia o que a mensagem significava e não se importava. Só uma coisa era importante: isso não era uma Horcrux. Dumbledore bebeu a terrível poção e se enfraqueceu por nada. Harry amassou o pergaminho em uma bola, e quando o cachorro começou a uivar atrás dele, as lágrimas queimaram seus olhos.



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