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História Resident Evil: fantasmas - Parte cinco


Escrita por: redrosess

Capítulo 5 - Parte cinco


Suor corria pelo rosto de Claire enquanto ela inclinava a cabeça contra uma parede de concreto. Os seus pulmões ficavam mais comprimidos e suas pernas doíam ao passo que ela lentamente deslizava para o chão. Removendo mechas de cabelo da frente de seus olhos, ela tentou se concentrar na sala em que estava. Então ela percebeu onde se encontrava: na Delegacia de Polícia de Raccon City.

Não, não! Por que ela estava aqui de novo? De repente, o ar ficou mais denso e a sala começou a girar. Claire encontrou um resto de granada largado no chão e tentou o apertar, mas a gravidade parecia tão forte que suas mãos, úmidas, não puderam segurar por muito tempo a sucata.

"Não desista. Nunca desista", Claire dizia a si mesma.

Mas ela já podia sentir seu corpo esfarrapado no chão. Estava prestes a se afundar no eterno desespero, mas aí lembrou de Leon. Se estava ela aqui, então seu grande amor também deveria estar.

Usando a última injeção de força que mantinha, Claire reergueu-se e estendeu a mão para pegar sua faca. O que ela não esperava, porém, era sentir uma coisa rígida e fria como gelo ser pressionada contra a sua cabeça. Era uma arma. Os olhos da jovem tentaram enxergar atrás dela, mas as luzes já tinham sido afundadas na escuridão.

A arma pressionou mais fundo na têmpora de Claire, advertindo que ela morreria caso fizesse alguma coisa estúpida. De forma surpreendente, a arma deixou a cabeça de Claire, que pôde ouvir os cliques de sapatos se afastarem um pouco.

O sentimento era horrível. Os olhos de Claire, tentando se concentrar no escuro, falharam no momento em que a luz de uma explosão ofuscou o breu por um instante. Uma pitada de enxofre alcançou suas narinas. O brilho encheu a sala. A respiração de Claire paralisou-se e seus olhos seguram terror...

... Havia uma figura a alguns metros de distância de Claire. As sombras queriam o esconder a todo custo. No entanto, Claire conseguiu distinguir aquele rosto enquanto ela ainda estava ajoelhada no chão em frente a esse horror sem precedentes em sua vida.

"Leon...!"

A cabeça dele estava inclinada para trás e seus olhos estavam fechados. O sangue em Claire virou gelo ao ver, atrás de Leon, um vulto cujos olhos pareciam lançar um brilho prateado. Havia um revólver em uma das mãos desse ser ocultado pela escuridão, cujo alvo era a cabeça de Leon. Antes de o resquício de luz se apagar completamente, Claire viu os olhos de Leon se abrirem, mirando-a como se pedissem socorro. A boca dele sussurrou o nome de sua amada; foi tão fraco, quase sem som, tal como a morte.

Inconscientemente, Claire se rastejou para Leon. Mas em menos de um segundo, a vida dela foi destruída quando uma bala atravessou a cabeça da pessoa que mais lhe importava, rasgando sua carne, derramando seu sangue quente sobre a jovem que, perplexa, viu aquele rosto único e lindo cair no chão. Nesse instante, Claire só queria morrer também. Ela rezava e chorava pela morte, enquanto lágrimas brotavam pelo seu rosto. Forçou-se a olhar para ele mais uma vez e então ela ouviu um som horrível e penetrante, cheio de aflição. Sentiu sua garganta arder e seus pulmões se comprimirem mais. Percebeu que era seu próprio coração acenando.

E então Claire soltou um grito aterrorizante que despertou Leon e o abalou até a alma. Ele imediatamente rolou na cama e envolveu seus braços ao redor de Claire. Os gritos dela se tornavam soluços, e lágrimas corriam em seu rosto. Leon gentilmente tentou levá-la a acordar, e ela o segurou com força.

— Claire, acorde — ele pediu perto do ouvido dela.

Imediatamente, o choro da jovem diminuiu, e Leon seguiu lhe sussurrando palavras de conforto.

— Está tudo bem — ele disse. — Foi apenas um pesadelo, você está segura agora.

Como uma noite tão boa podia ter se tornado tão aterrorizante? Eles tinham acabado de fazer amor algumas horas antes. Mas agora Claire estava tendo a pior reação a um pesadelo que Leon já havia visto. Ele sentia os braços dela deslizando nos ombros dele, procurando por seu suporte, como se estivessem se certificando de que ele era real. Ainda a segurando, Leon se afastou e olhou nos olhos de Claire, que parecia estar chocada ao ver o rosto dele.

— Claire…?

Assim que esse nome saiu de sua boca, Leon pôde ver o choque nos olhos azuis de sua esposa se transformarem em alívio. Ela os fechou e pousou a cabeça na cabeceira da cama.

Leon não pensou muito antes de se inclinar e a beijar como uma forma de lhe transmitir segurança. Os olhos de Claire voltaram a se abrir enquanto ela agarrava o rosto de Leon, beijando-o com tanta paixão que até o assustou. Ela quase puxava os cabelos dele, lhe mordia o lábio... Por que ela estava beijando-o dessa maneira, como se ele tivesse morrido e voltado à vida?

Leon estava apenas começando a se recuperar do choque quando a porta tremeu.

— Leon! Claire! Tudo bem aí? — Chris gritou de forma abafada por trás da porta.

No entanto, Claire pareceu ignorar seu irmão e não interrompeu seu beijo faminto. Suas mãos apertaram as costas de Leon até o arranhar, enquanto isso seus lábios deixaram os dele para acariciar seu pescoço e ombros.

— Claire… — murmurou Leon entre gemidos —, Chris está lá fora…

Ela então parou.

— Tô entrando! — Chris avisou.

— Não! — Claire gritou. — Chris, estou bem.

O casal resolveu se vestir para logo caminhar para a porta do quarto.

— O que há de errado? Ouvi você gritar, Claire.

O aspecto de Chris era bastante estranho. Lá estava ele, com cabelo bagunçado e olhos vermelhos, uma careta estranha em seu rosto. Ele não estava sozinho: ali se encontravam também Jill, Rebecca e o resto do grupo.

— Eu tive um pesadelo, Chris, só isso — disse Claire suavemente.

— Isso não soou como um pesadelo comum — falou Barry.

— De lá da sala nós ouvimos você! Que susto, caramba! — Rebecca exclamou, parecendo ter estado à beira de um ataque cardíaco.

— O que está acontecendo? Quem está gritando? — questionou Sherry enquanto subia as escadas.

— Tudo bem, Sherry, volte para a cama — disse Carlos, sorrindo calorosamente para ela.

— Vocês têm certeza? — a menina insistiu.

— Sim, querida. Agora volte para a cama — Jill pediu.

— Certo, então. Boa noite — Sherry disse a todos eles, mas seus olhos, entristecidos, relutaram em deixar. Claire.

— Você tem certeza de que está bem? — Chris perguntou de novo.

— Sim! Não é grande coisa, eu tive sonhos assim milhões de vezes.

Embora o tom despreocupado de Claire fosse convincente, não persuadiu seu irmão.

— Isso é esse verdade, Leon? — Chris transferiu o questionamento para o amigo.

— Bem, eu…

Leon olhou para Claire, que lhe mostrava um olhar suplicante. Não podia ser humilhada na frente de seus amigos e familiares por causa de um sonho. Leon entendia que ela era orgulhosa, não querendo preocupar demais. Ele queria fazer tudo que fosse melhor para que pudesse protegê-la de seus medos. Mas às vezes era difícil resistir a seus lindos olhos…

— Sim, ela tem esses pesadelos com certa frequência, não é motivo para grande preocupação — ele mentiu.

— Certo… — Chris não parecia satisfeito. — Então vamos dormir. Melhores sonhos para você, Claire.

Claire bufou ante o fim da fala de seu irmão.

Ao fechar a porta do quarto, Leon suspirou e apoiou a cabeça contra a superfície de madeira. Claire, andando rapidamente, sentou-se na cama com um suspiro também. Leon olhou para ela, notando que a mesma parecia totalmente distante. Seus olhos azuis pareciam tão profundos e escuros como o oceano.

E Leon tinha que fazer algo, precisava tentar explorar mais as águas mais profundas desse oceano chamado Claire.

Perdida em pensamentos, os cabelos cobrindo metade de seu belo rosto, ela parecia aterrorizada. Sem dúvidas que este pesadelo havia sido pior, este a assustou até o ponto em que Leon teria que intervir.

— O que foi desta vez? E você não se atreva a me dar desculpas — ele falou, sua voz suave, mas firme.

Claire olhou para ele e balançou a cabeça, puxando o lençol para a envolver como se ela estivesse sentindo frio. Leon sentou-se cuidadosamente ao lado dela e segurou uma de suas mãos.

— Por favor — ele implorou. — Por favor, não desta vez.

— Eu não posso... — A voz dela engatou. — Realmente eu não posso.

Inclinando-se, Leon encostou seu rosto no dela. Deveria ter sido um sonho muito ruim, ele pensou.

— Não há nada com que ficar envergonhada. Eu também tive pesadelos. Todos nós temos.

Claire apenas balançou a cabeça e fez um esforço para se afastar dele. Envolvendo os braços em volta dela, mais firme ele a segurou. O calor que foi produzido pelo contato entre eles pareceu relaxá-la.

— Você morreu — ela disse e pareceu quase se engasgar.

— O quê? Morri?

— Nós estávamos de volta a Raccon. Alguém segurava uma arma na sua cabeça. — Ela se moveu para mais perto dele. — E então aconteceu… Eu podia ver isso acontecendo como se fosse absolutamente real, eu podia sentir seu sangue no meu rosto enquanto você desabava, morto — ela falou, parecendo ter dificuldade para respirar.

— Querida, estou aqui. — Tentando acalmar os nervos de sua esposa, Leon estendeu a mão para o rosto dela e puxou-o suavemente para o dele, para então a beijar suavemente. — Eu não vou a lugar nenhum.

Claire acariciou o rosto dele, como se estivesse tentando se certificar de que ele estava realmente lá.

— Normalmente — Leon continuou —, quando fazemos amor, você não tem pesadelos.

— Eu sei, eu me sinto satisfeita. Mas esta noite... — Ela beijou o pescoço dele. — Eu apenas percebi que não sei o que faria se eu o perdesse.

— Acredite, o sentimento é mútuo. — A boca dele de repente se curvou em um sorriso malicioso. — Já que que eu não consegui relaxar você até agora, me dê uma última chance?

— Oh, por que não? — Claire respondeu enquanto seus lábios roçavam os dele.

[ … ]

— Carlos, o que você está fazendo? — Jill perguntou no dia seguinte, na hora do café da manhã.

Carlos, que tinha papel e caneta em mãos, olhou para ela e respondeu:

— Estou apenas escrevendo para minha namorada, quero que ela saiba que acabou o nosso "lance".

— Ah, homens! — Rebecca falou, encontrando-se de pé ao lado do balcão da cozinha. — Vocês são todos iguais.

— Espero que você use as palavras certas — disse Chris, olhando para ele. — Você sabe, algo que diga adeus, mas que faça ela se sentir amada.

— Oh, que adorável... — O toque de sarcasmo na voz de Carlos fez Rebecca zangar-se. — Mas saiba que eu não preciso dos seus conselhos, homem, eu sou profissional nisso.

Rebecca caminhou até Carlos e olhou para o papel na mão dele.

— Meu amor — ela leu em voz alta —, bem-vinda a Dumpsville. População: Você. — Ela golpeou a parte de trás da cabeça de Carlos. — Quão poético. Coitada da mulher que namorar você.

— Onde estão Leon e Claire? — perguntou Jill.

— Dormindo, eu acho — Rebecca, já sentada à mesa, respondeu. — Eles não devem ter dormido muito na última noite, sabe…

Os olhos de Chris ficaram arregalados.

— O que você quis dizer com isso? — ele perguntou.

— Que Leon se divertiu para valer! — Carlos brincou, e Chris balançou a cabeça em sentido negativo.

— Ah, qual o problema, Chris? — Jill falou. — Eles são recém-casados. É assim que deveria ser.

— Certo, mas eu não tenho que ficar ouvindo sobre isso.

— Falando sobre onde as pessoas estão, alguém pode me dizer onde está Sherry? — perguntou Barry, entrando na cozinha e se juntando à conversa. — Bati na porta dela, mas não tive resposta.

— Ela foi lá fora, disse que iria pegar um ar fresco — respondeu Jill.

Naquele momento, Leon e Claire desceram a escada.

— Dormiram bem? — Carlos, de forma bem sugestiva, perguntou, e Chris franziu o cenho para ele.

— Sim, obrigada — Claire respondeu educadamente.

Todo o grupo, com exceção de Sherry (e de Barry, que não achou seguro deixar a menina só), entrou na cozinha e sentou-se ao redor da mesa.

— Então, agora que todos tiveram algumas horas para esfriar a cabeça — Chris disse —, vamos aos negócios. É hora de chegarmos a um consenso sobre o que fazer a respeito do nosso pequeno problema.

— Sugiro que tentemos parar Wesker de uma vez por todas — propôs Leon. — Quero fazer uma visita a essa tal Nexxus…

— E onde está localizada a sede principal da Nexxus? — Rebecca perguntou.

— Itália — disse Jill.

— É isso mesmo que vamos fazer? — perguntou Carlos, com voz não muito excitada.

— O que você sugere, Chris? — Jill questionou.

— Eu acho que é hora de fazermos uma viagem.

Chris sorriu quando Carlos bateu a testa contra a mesa, e Claire descansou a cabeça no ombro de Leon.

Essa viagem seria longa...



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