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História Resiliência - Gigantes em significado


Escrita por: bolodebaunilha

Notas do Autor


Olá, tudo bem com vocês? :)
Achei que hoje eu não conseguiria postar, e tudo isso por conta dessa manutenção do Spirit!
Muitos de vocês devem ter reparado como o site estava com problemas hoje e como eu tinha um aniversário para ir pretendia postar mais cedo, mas o site não colaborou e eu acabei me atrasando mais uma vez! Peço mil desculpas por isso!
Cheguei só a noite em casa e já corri para preparar o capítulo para postar, mas como quem já me conhece deve saber, sou bem lerda com isso e acabo demorando.
Mas o importante é que o capítulo saiu!

Antes de qualquer coisa, quero aproveitar para agradecer os 1111 FAVORITOS ❤❤❤❤
Da para acreditar?! É muito louco pensar que tanta gente me acompanha e gosta do que escrevo!
Olha que número legal, tudo igualzinho! Gente! Eu sempre falo, e vocês devem estar cansados de ler, mas eu fico muito agradecida por todos vocês que favoritam minha fic! É realmente muito emocionante ver que estão gostando ❤
Vocês não tem ideia do quanto isso e os comentários me motivam a continuar. Hoje em dia eu digo com certeza que o que me fez persistir foi receber tanto carinho de vocês ❤

Não vou me demorar nas notas, e vocês vão entender o porque ao lerem as notas finais, por isso:
LEIAM AS NOTAS FINAIS, É MUITO IMPORTANTE ❤
(juro que dessa vez o textão é importante, então não se esqueçam de ler!)
Já peço desculpas pelo tamanho do capítulo, mas ao lerem as notas vocês vão entender!

Obrigada pela paciência e por continuarem me acompanhando,
Espero que vocês gostem do capítulo ❤

Capítulo 25 - Gigantes em significado


A forma como a luz do sol parecia ressaltar as cores daquele jardim era de tirar o folego.

Sakura ficava encantada todos os dias ao chegar e ver o lugar maravilhoso que estava ajudando a criar e cuidar.

A variedade de flores, ervas e até mesmo as árvores, tornavam o cenário quase bonito demais para ser verdade. Ultimamente gostava de parar, com os olhos fechados e as mãos na barriga, apenas sentindo o vento e escutando os sons relaxantes da água caindo, do bambu batendo e do sino do vento soando mais ao longe. O canto dos passarinhos também era relaxante, e ela já até reconhecia alguns por nome.

Também escutava as risadas do filho, os passos dele correndo por todo jardim, se sujando de terra e a ajudando a arrancar algumas ervas daninha. Não sentia necessidade de abrir os olhos, pois sabia que Mikoto estava atenta no neto, assim como vários pares de olhos que cuidavam de sua segurança.

Os seguranças que sempre os acompanhavam foram os primeiros a pular no lago para resgatar Sanosuke certa vez. Na ocasião o pequeno não resistiu e pulou atrás das carpas. Não era fundo e ele nem parecia próximo de se afogar, mas antes que Sakura pudesse se aproximar surgiram seguranças de todos os lados dispostos a resgatar seu filho.

Depois de passada a surpresa, ela apenas conseguiu rir, e riu mais ainda quando contou a história ao marido, que resmungou “Não fizeram mais que a obrigação deles”.

Era estranho pensar que sua vida havia mudado tanto. Como teve que se acostumar com uma realidade totalmente diferente da que vivia. Não só por conta de todo o luxo e fama que veio junto com o sobrenome Uchiha, como também as responsabilidades sendo Hime.

Ainda estava aprendendo, mas já conseguia se sentir em casa na sede da Sharingan. Ainda não havia tido nenhuma aula de luta ou com armas, por conta da gravidez, mas estava gostando de cuidar do jardim, participar das reuniões e ajudar no restaurante do clã. Mikoto estava sendo uma excelente professora e todos eram mais pacientes do que ela podia esperar.

Quando é que ela imaginaria que os membros da Yakuza seriam de certa forma gentis?

Apesar de sempre sérios e compenetrados em suas próprias atividades, a respeitavam muito, assim como Sanosuke, que adorava passar as tardes correndo pelos corredores ou então conversando com quem tivesse paciência de escuta-lo no refeitório.

– PAPAI! – O grito empolgado do filho a fez abrir os olhos e procurar o responsável por tantas mudanças em sua pacata vida.

Passando pelo corredor aberto que ligava uma parte da casa a outra, Sasuke andava, com todo o porte imponente que impunha respeito, sendo seguido por Naruto, Itachi, Sai e Kakashi. Até onde sabia estavam resolvendo algum assunto sobre um carregamento de armas. Ainda estava se acostumando com o fato de seu marido traficar armas e outras coisas também, mas depois de seis meses convivendo diariamente com a Sharingan, não havia muito mais o que a surpreendesse.

Deixou as ferramentas de jardinagem de lado, tirou as luvas e o chapéu que usava na cabeça como proteção do sol, e assim que fez menção de levantar dois seguranças se aproximaram para auxilia-la. A barriga já estava consideravelmente grande e pesada, então tarefas antes consideradas simples eram mais complicadas agora.

Quando esperava Sanosuke era a mesma coisa, a única diferença é que não tinha ninguém para ajuda-la o tempo todo. Sasuke já havia vetado o trabalho no restaurante e agora Sakura só ocupava seu tempo com estudos, o filho e atividades relacionadas à Sharingan. E mesmo assim sempre tinha alguém por perto para não deixa-la exagerar.

Sasuke estava se mostrando um marido bem mais preocupado do que ela podia imaginar.

Agradeceu aos seguranças assim que conseguiu se firmar em pé e sorriu para Mikoto, que sempre estava atenta a cada movimento seu, como se o bebê fosse nascer a qualquer momento. Passou a mão pela testa levemente suada, tirando alguns fios de sua franja, colocou o chapéu de volta e observou o filho atravessando a ponte vermelha em alta velocidade. Sasuke já havia parado e esperava Sanosuke se aproximar pacientemente.

Ele parecia cansado, andava trabalhando mais que o normal ou indicado, e apesar de se preocupar com o marido, se sentia feliz por saber que ele fazia aquilo para ter um tempo a mais com a filha recém nascida. O Oyabun havia confessado certa vez que por ter perdido tanto de Sanosuke, não queria cometer o mesmo erro com Sarada, e por isso queria poder dedicar bastante tempo a ela.

Mas nenhum cansaço do mundo impediria Sasuke de pegar o filho no colo. O fato de Sanosuke estar cheio de terra, sujando assim o terno caro feito sob medida, não o incomodou.

Sasuke nunca admitira em voz alta, mas amava como o filho olhava em sua direção como se estivesse vendo sua pessoa preferida no mundo. Escutar Sanosuke o chamando de papai era um dos pontos altos de seus dias.

– Sasuke-kun! – Assim como Sakura o chamar daquela forma, mesmo depois de casados. 

Diferente do filho, que quase tropeçou pelo caminho pela corrida, ela caminhava tranquilamente, o macacão cor de rosa parecia suficientemente fresco para aquele dia quente, deixava as pernas dela a mostra e os joelhos sujos de terra também. A barriga já grande marcava bem, e se não fosse isso ela nem parecia estar grávida. Era uma visão agradável e que o enchia de orgulho. Sua esposa grávida de sua filha.

– Foi tudo bem? – Ela perguntou se apoiando no cerca de madeira – Alguém se machucou?

– Estamos bem – Sasuke garantiu e Sakura sorriu em resposta – O sol está forte, entre para descansar um pouco – Sugeriu preocupado ao ver as bochechas coradas alem do normal.

– Eu já estava parando mesmo, estou doída por um banho – Garantiu antes de virar e sinalizar para Mikoto que estava indo.

– O jardim está cada vez mais bonito, Hime-sama – Kakashi comentou, apreciando um largo canteiro com flores que não estavam por lá anteriormente.

– Obrigada – O sorriso que ela abriu foi largo. Não achou que fosse conseguir manter o jardim tão bonito, mas Mikoto a estava ajudando bastante e era uma atividade bem prazerosa.

Vendo que Sasuke ainda a olhava severamente por estar sob o sol forte, caminhou até a porta lateral e logo já estava junto ao grupo na passarela.

– Hime-sama está enorme! – Sai comentou assim que ela parou ao lado do marido – Sarada-san deve ser um bebê consideravelmente grande!

Ela parecia surpresa, mas não ofendida, quando riu do comentário. Já Sasuke fechou a expressão na hora, fuzilando o primo com os olhos.

– Sakura-chan está linda! – Naruto tratou de falar, sendo um dos únicos a não usar o tratamento formal – Estou ansioso para que minha doçura fique dessa forma também – O olhar do Uzumaki era carinhoso, e Sakura mais uma vez se sentiu feliz pela amiga, por ter encontrado alguém tão bom quanto o loiro.

Recentemente Hinata havia anunciado estar grávida também, ainda bem no inicio e nem o sexo sabia, mas o casal Uzumaki estava muito feliz e Sakura também, já imaginando que Sarada terá alguém para brincar.

– Você só não esquece a cabeça pois está colada no corpo! – Izumi se aproximou do grupo com Ryou no colo – Tentei te ligar mil vezes, mas então achei seu celular dentro da bolsa de fraldas.

– Opa! – O Uchiha sorriu amarelo e guardou o aparelho no bolso – Ainda bem que tenho a melhor esposa do mundo.

– Nada disso, a melhor do mundo é Hinata! – Naruto tratou de falar.

– Ainda não é minha esposa, mas acho Ino uma forte candidata a esse posto – Sai não quis ficar de fora.

Os três então começaram uma discussão sobre qual esposa era a melhor, enquanto o resto do grupo assistia. Izumi suspirou e voltou sua atenção para Mikoto, que se aproximava empolgada do neto. Sanosuke já conversava a respeito de treinos com Kakashi, enquanto Sakura se distraia admirando o filho, orgulhosa por ele estar crescendo tão esperto e tão forte quanto o pai.

– Como ela está? – Foi desperta de seu momento de admiração por Sasuke, que como costume já deslizava a mão por sua barriga em um carinho.

– Está bem agitada, mexendo bastante – Comentou fechando os olhos para apreciar o carinho – Veja, parece até que ela sabe que você está aqui! – Falou ao sentir um movimento mais brusco, exatamente onde a mão de Sasuke estava.

Um dos passatempos preferidos de Sakura atualmente era observar o marido quando sentia a filha se mexer. Era fascinante como o rosto sempre austero não conseguia sustentar a máscara de frieza sempre que sentia Sarada. A primeira vez que ele a sentiu mexer era algo que Sakura teria para sempre guardado em memória, como o rosto dele expressou toda a surpresa e depois todo o contentamento. Depois desse dia virou costume ele passar algum tempo com a mão pousada na barriga redonda, atento a qualquer movimento, com tanto orgulho e amor no olhar, que Sakura imaginava não poder ser mais feliz.

– Não fique tanto tempo no sol, o calor pode não te fazer bem – Quem visse de fora, podia até pensar que era uma ordem, mas Sakura sabia que por traz da frieza tinha um marido e pai preocupado.

– Vou com Izumi e Mikoto para o banho – Falou e Sasuke assentiu satisfeito, sabia perfeitamente que sua esposa não era de ficar parada, e por isso tinha como preocupação constante o fato dela acabar exagerando, principalmente por estar no final da gestação.

– Vamos? – Mikoto perguntou para a Hime, que ainda observava o marido acariciar sua barriga – Meu filho, vá tomar um banho também, você parece tão cansado.

– Era minha intenção – Falou e indicou o os três que ainda discutiam.

– Bem, vamos na frente então! – Izumi anunciou e colocou o filho no chão, ao lado de Sanosuke – Mais tarde eu busco Ryou – Falou para Itachi, mas tinha certeza que o marido não havia escutado, compenetrado na discussão – Oyabun-sama, não deixe seu irmão esquecer o filho para trás – Pediu ao cunhado.

Sasuke assentiu, vendo o sobrinho ficar de pé e tentar chamar a atenção de Sanosuke. E de repente percebeu que a quantidade de crianças a sua volta aumentaria consideravelmente.

•  •  •  •  •  •  •

Era a primeira vez que Sasuke levava Sanosuke ao banho coletivo. 

O pequeno não continha a empolgação ao passarem pela cortina noren com o simbolo do clã e entrarem no local abafado pelo vapor.

Nos dois lados da sala haviam armários, onde o grupo começou a se despir e guardar seus pertences. Sasuke ajudou o filho, que não parava de saltitar, querendo ir logo para a água.

– Temos que passar no chuveiro antes – Alertou ao entrarem na área onde ficava o banho, vários chuveiros ficavam alinhados com banquinhos onde deveriam sentar. Foi necessário pegar Sanosuke nos braços, antes que ele corresse para a banheira e o colocar sentado entre suas pernas para poder se limpar – Feche os olhos – Sasuke pediu ao pegar o shampoo e espalhar pelos cabelos do filho.

– Depois vai fazer a tatuagem mesmo? – Kakashi perguntou, ao sentar ao lado do Oyabun.

– Sim, duas e já deixei avisado – Comentou passando shampoo nos próprios cabelos, enquanto Sanosuke fazia um moicano em si mesmo aproveitando a espuma que ainda não havia sido enxaguada – Merda! Fique com os olhos fechados! – Exclamou ao ver o filho sacudir os bracinhos e choramingar com o shampoo nos olhos. Imediatamente direcionou a água, passando os dedos de leve, com medo de machucar o filho – Vou terminar de tirar o shampoo, não abra os olhos.

Kakashi adorava presenciar esses pequenos momentos entre pai e filho. Gostava de ver o lado mais humano do Oyabun, e como ele se derretia por seu pequeno. Era notório o carinho que ele tinha com o filho, a forma como se preocupava e agia com menos rigidez quando com ele. Sentia orgulho de ver o que Sasuke havia se tornado.

Ao terminar de tirarem o sabão do corpo e estando limpos, o grupo já estava pronto para usar a banheira, onde alguns outros membros do clã já estavam acomodados. Era como uma piscina, grande e espaçosa, de pedra e com a água quente que exalava um aroma de ervas. O vapor dominava todo o cômodo, mas não era sufocante, ao contrário disso, deixava todos relaxados.

Antes que Sasuke pudesse impedir, Sanosuke saiu correndo, derrapando um pouco no chão de azulejo e em um impulso, pulou dentro da banheira, espalhando água para todos os lados.

Ryou tentou ir atrás do primo, mas Itachi conseguiu segurar o filho a tempo. Ainda era pequeno, mas tentava imitar Sanosuke em tudo.

– Esse é dos meus! – Naruto comentou, mas não se atreveu a pular também, visto que Sasuke o olhou ameaçadoramente.

– Sanosuke, não pode correr e nem pular na água – Repreendeu, entrando na água e se acomodando sentado com as costas apoiadas na parede da banheira.

Naruto ficou de pé, ajudando Itachi com Ryou, até reparar como Sai encarava suas partes intimas atentamente. Como reflexo largou a criança no ar e se tampou, furioso.

– NARUTO! – Itachi gritou, acudindo o pequeno Ryou que tossia após ter engolido um pouco de água – Cuidado com meu filho, porra!

– Desculpa! Mas esse tarado fica olhando meu pau! – Apontou para Sai, enquanto sentava de uma vez afim de esconder o alvo dos olhares do Uchiha.

– Não sou tarado – Sai protestou claramente indignado – Estava apenas observando.

– Observando o que?!  – Esbravejou irritado, apontando o dedo acusadoramente na direção do outro – Vai observar outra coisa!

– Apenas comprovando, é realmente pequeno! – Mostrou com os dedos o tamanho, que não correspondia ao real – Pequenininho.

– PEQUENININHO É O CARALHO! – Naruto ia levantar, mas Sasuke colocou a mão em seu ombro, impedindo que os dois se envolvessem em mais uma discussão sem fundamento – Hinata não reclama, ela gosta...  – O loiro se afastou um pouco resmungando.

– Admita Sai, você faz isso apenas para provocar – Kakashi falou divertido.

– Sim – O Uchiha sorriu e deu de ombros – É divertido, e eu li certa vez que devemos manter conversas divertidas para fazer amizade – Comentou ainda sorrindo de um jeito estranho – Apesar de não ser nada excecional, devo admitir que diminuo o tamanho propositalmente apenas para proporcionar ao grupo um momento leve e descontraído.

– Não vejo nada leve e descontraído aqui – Itachi resmungou ainda irritado, Ryou agora seguia Sanosuke, nadando pela banheira como se fosse uma piscina. 

Sasuke já havia desistido de repreender o filho, só tomava o cuidado de não perde-lo de vista. Entretanto, a água proporcionava um relaxamento tão grande, que acabou por fechar os olhos momentaneamente. Estava muito cansado.

O pequeno tempo que Sasuke permaneceu daquela maneira foi o suficiente para Sanosuke sair da banheira, na intenção de pular novamente. Naruto viu o exato momento em que o pequeno pegou impulso na corrida e acabou por escorregar no azulejo molhado.

– SANO! – O Uzumaki gritou e Sasuke quase pulou, abrindo os olhos e ficando de pé no mesmo instante.

Sanosuke já estava sentado no chão, o joelho ralado e um pouco de sangue. Não era uma criança de chorar, mas talvez a ardencia do machucado e o fato de saber que iria ser repreendido pelo pai, fez com que o pequeno começasse a chorar em alto e bom som, assustando a todos.

Do lado de fora, naquele mesmo corredor, Sakura e Izumi saiam do banho feminino, Mikoto havia ficado para trás, entretida nos assuntos comentados pelas outras mulheres.

– É um absurdo, o nosso é tão pequeno enquanto o masculino tem uma banheira tão grande que parece mais uma piscina – Izumi comentou indignada.

– É tão diferente assim? – Sakura pergunta curiosa. Estava se sentindo nova em folha depois do banho. Agora usava um vestido fresco e solto, nos pés chinelos confortáveis.

– A banheira é de pedra, e não um ofurô de madeira como o nosso. Tem mais chuveiros e é tão espaçoso!

– Mas como você sabe tanto? – Perguntou e instantaneamente as bochechas de Izumi se avermelharam, como poucas vezes a Hime havia visto.

– Hm, talvez eu tenha tomado um banho com Itachi certa vez – Admitiu envergonhada – Era madrugada – Acrescentou rapidamente.

As duas riram e Sakura se sentiu a vontade o suficiente para fazer algumas piadas. Nesse clima descontraído encontraram Ino e Hinata. 

– Ah, achei que ia chegar a tempo de ir no ofurô com vocês! – A Yamanka lamentou e Hinata concordou. Por conta de seu casamento com Naruto, a Uzumaki agora podia andar livremente pelo clã, já Ino não quis ficar de fora e atormentou tanto o pobre Sai que também já frequentava a sede junto das amigas.

– Acabamos de sair – Sakura se desculpou e juntas voltaram a andar, mas ao passarem em frente ao banho masculino conseguiram escutar com clareza a confusão.

– SANO! – Foi a voz de Naruto e logo depois o choro de Sanosuke.

Sem pensar duas vezes Sakura invadiu o banheiro, passando por quem quer que estivesse no vestiário, e entrando na área do banho. Ao ver o filho chorando no colo de Sasuke, avançou neles tão preocupada que nem reparou que os outros homens presentes no lugar estavam nus.

Entretanto, assim que se deram conta da presença da esposa do Oyabun, os homens se desesperaram, pulando afoitos na banheiro afim de esconder suas partes. Já Sasuke olhava atônito para Sakura e depois, como se desse conta da situação, mirou seu pior olhar ao redor, como se dissesse “Fiquem onde estão ou mato vocês”.

– Eita, mas que saúde! – Ino, que entrou logo atrás de Sakura, acompanhada por Izumi e Hinata, não conseguiu deixar de reparar nos atributos avantajados do Oyabun que pouco se importava com sua nudez – Amiga, sua sortuda!

Izumi, desviou o olhar e foi em direção ao marido, enquanto Hinata permanecia petrificada no lugar, mais vermelha que um tomate.

Sasuke nem dava atenção para a comoção que sua falta de roupa estava causando, tudo o que importava era Sanosuke. Ver o filho chorando, mesmo que por uma simples queda, era algo que odiava. Só conseguiu relaxar quando Sakura se afastou e depois voltou com duas toalhas, pegou uma e enrolou na cintura enquanto via a esposa envolver o filho com a outra. Tentou impedir que ela o pegasse no colo, mas a Hime parecia mais do que decidida a ninar seu pequeno, que já não chorava mais, mas aproveitava a atenção recebida para fazer manha.

– Papai, você não tinha falado que era errado pular na banheira? – Sanosuke falou depois de Sakura limpar o narizinho dele, que estava escorrendo pelo choro, com a toalha.

– Sim – Sasuke respondeu, terminando de ajeitar a própria toalha na cintura.

As bochehcas de Sanosuke inflaram na hora, o rostinho contorcido em algo como revoltada, parecendo verdadeiramente chateado com o pai.

– Então por que eles podem e eu não? – Perguntou, cruzando os bracinhos.

Sasuke ficou sem palavras, olhando do filho para a esposa.

Hinata no auge da vergonha, mais vermelha do que nunca, soltou uma exclamação e caiu para trás, desmaiada. Naruto na mesma hora correu na direção da esposa, Sakura fechou os olhos, Ryou começou a chorar e Ino aproveitava para olhar com atenção cada um dos que levantavam da banheira.

– Sai, mas Naruto não é pequeno não – A Yamanaka fez questão de comentar com o namorado – Opa, Itachi também está de parabéns! Wow, Kakashi! – Continuou falando, até que Sai tampasse seus olhos.

– Acabei de perceber que não me sinto confortável com você observando os órgãos genitais alheios, prefiro que veja apenas o meu, ok? – Falou conduzindo a loira para a área dos armários.

•  •  •  •  •  •  •

A suíte do Oyabun mudou um pouco depois que Sakura assumiu como Hime. Agora haviam roupas dela por lá também, assim como um berço montado no canto, apenas esperando por Sarada. Sanosuke dormia na cama, o joelho machucado estava devidamente tratado e com um band-aid de super herói. Depois de se certificar que o filho estava dormindo, Sakura resolveu esticar um pouco as pernas. Caminhar pelos longos corredores da sede da Sharingan era algo que a fazia relaxar e ajudava na circulação das pernas inchadas pela gravidez.

Todos que encontrava pelo caminho a reverenciavam, o título “Hime-sama” era repetido tantas vezes por dia que ela já estava acostumada agora. 

– Onde está meu marido? – Perguntou para Shisui e Obito, assim que os encontrou próximos ao refeitório.

– Hm, ouvi dizer que vai fazer uma tatuagem nova – Obito respondeu.

– Passe por aquela porta, siga direto, logo depois da sala de treinamentos – Shisui indicou e Sakura agradeceu, se despedindo dos dois.

Apesar do calor, era agradável andar pela grande mansão de aparência tradicional japonesa, não tinha muito movimento e Sakura sabia que estavam ocupados com o carregamento de armas. 

Se aproximando da sala indicada por Shisui, Sakura começou a ouvir alguns resmungos e gemidos. A porta estava aberta e ao espiar por ela, viu Sasuke sentado, sem camisa, e um senhor de idade com uma especie de agulha nas mãos. Os gemidos vinham de outro homem, deitado em um futon, tendo as costas tatuadas da mesma forma que acontecia com Sasuke. Mas ao contrário do colega, o Oyabun nem parecia sentir a agulha entrando em sua pele, nem mesmo uma reação no rosto sempre sério.

Ele olhava tranquilo para frente, parecendo apenas entediado por estar a muito tempo na mesma posição.

– Está doendo? – Não conseguiu se impedir de perguntar, vendo os contornos em tinta preta serem desenhados no peito do marido – Parece tão dolorido.

– Não – Respondeu com tranquilidade, voltando sua atenção para a esposa, a observando sentar com um pouco de dificuldade ao seu lado. O olhar dela voltava hora ou outra para o outro homem, que parecia sentir muita dor.

A tatuagem que era feita era grande como a que Sasuke tinha nas costas. Era uma carpa colorida e muito bonita, rodeada por flores e a cada agulhada um novo grunhido de dor escapava dos lábios do pobre rapaz. A cada fincada da agulha, feita manualmente e não com as costumeiras maquinas, Sakura parecia sentir na própria pele, tamanha era a agonia que o homem expressava no rosto.

Os olhos verdes de dela logo se enxeram de lágrimas, e não demorou muito para Sakura chorar, como se sentisse a dor do rapaz.

– Algum problema com Hime-sama? – O tatuador perguntou preocupado, parando seu trabalho e olhando do Oyabun para a Hime.

O outro tatuador também parou seu trabalho e o rapaz, mesmo sentindo as costas queimar pela dor, olhou para a mulher que chorava copiosamente.

– Hormônios da gravidez – Sasuke respondeu, estendendo a mão e envolvendo a de Sakura. Ela chorava como se alguém estivesse sendo torturado em sua frente, e o Oyabun nunca sabia exatamente como agir naqueles momentos.

Entretanto, Sakura parecia realmente sensibilizada pela dor alheia e não desviava o olhar compreensivo do homem que ainda resmungava um pouco.

– Vai ficar tudo bem – A Hime segurou a mão dele, o fazendo olhar assustado e temeroso para o Oyabun, que apenas balançou a cabeça. Não tinha muito o que fazer afinal, ela estava mais sensível. 

Não era a primeira vez que ela demonstrava carinho e empatia excessiva com alguma pessoa aleatória. E Sasuke já havia se acostumado.

Alguns minutos foram necessários para que Sakura se acalmasse, assim como um pêssego com chocolate, que Sasuke mandou buscar para a esposa. E logo ela já observava novamente o que o marido tatuava.

Ela vinha tendo alguns desejos durante a gravidez, mas algo que parecia recorrente era chocolate. Entretanto, para a infelicidade do Uchiha, tomates pareciam faze-la enjoar com facilidade, e por esse motivo haviam sido abolidos do cardápio de suas refeições.

Sentiu a agulha voltar a perfurar sua pele. Apenas um incomodo, mas nada que o fizesse dar grande atenção. Já Sakura observava atentamente, percebendo que aquela era uma das coisas que poucos tinham a oportunidade de presenciar.

Com precisão o senhor, que só naquele momento Sakura percebeu ser extremamente tatuado, batia a agulha na pele branca do Oyabun, repetidas vezes até que a tinta fosse inserida. 

E ao se dar conta das palavras que ganhavam forma na pele do marido, Sakura voltou a chorar.

Contrastando com as grossas lágrimas, um sorriso largo e bonito adornava seus lábios, os olhos verdes brilhavam ainda mais e a admiração que ela sentia pelo marido apenas aumentou.

Marcado em tinta preta, logo abaixo de onde ficava o coração, duas palavras, discretas em tamanho, mas gigantes em significado.

“Sanosuke”

“Sarada”

•  •  •  •  •  •  •

Um dos momentos preferidos de Sasuke era poder relaxar em sua casa após um dia cansativo. 

Chegar em casa e encontrar o aconchego de um lar era o que fazia tudo valer a pena.

Da porta para dentro não era Oyabun ou CEO da Uchiha Corp., mas um marido e um pai. Era reconfortante ser recebido por Sakura e Sanosuke, poder tomar um banho relaxante, vestir roupas confortáveis e jantar em família. 

Gostava de sentar na sala para ver o noticiário ou um jogo de baseball, mas também gostava de assistir algum desenho com o filho, mesmo que não entendesse muito do que acontecia. As vezes também não se importava de jogar algum jogo, deixar Sanosuke ganhar ou então passar algumas horas assistindo uma série sobre vampiros com Sakura.

Por conta da esposa descobriu apreciar séries de zumbis e que tudo bem acordar atrasado por ter passado a madrugada vendo Vikings.

Não se importava de largar o que estivesse fazendo para ajudar o filho com alguma atividade da escolinha, ou então para opinar sobre alguma coisa para o quarto de Sarada. Percebeu que para aqueles dois sua paciência era infinita, e que nada era melhor e mais recompensador do que vê-los felizes.

Trocava tranquilamente seu momento de descanso por algumas horas empurrando moveis e pendurando decorações femininas na parede cor de rosa. Conseguia até achar graça da indecisão de Sakura quanto a posição do berço, ou como ela tentava repreender Fluffykins e Aoda por dormirem nele, mesmo que no instante seguinte estivesse tirando fotos em diferentes ângulos para postar nas redes sociais.

Redes sociais essas que agora era recheada de fotos deles como família. 

Se viu não se importando quando ela se aproximava disposta a fotografar um momento, e não se incomodou tanto quando ela usou um filtro de orelinhas em uma foto. O sorriso dela compensou qualquer piada que Naruto fizesse a respeito.

Os dias passavam e Sasuke via seu apartamento cada vez mais parecido com uma casa de família. As fotos aumentavam, assim como os brinquedos e as decorações bonitinhas. O cheiro já não era o mesmo, e o ambiente parecia mais leve. Mais eles, e menos ele. 

Entretanto, isso não era ruim.

Era bom, e aquecia o coração conhecido por ser de pedra.

Era como se ao passar pela porta, Sasuke pudesse ser ele mesmo, e isso o deixava verdadeiramente feliz, mesmo que nunca tivesse admitido tal coisa em voz alta.

A cada dia o impiedoso Oyabun via sua vida cinzenta se tornar colorida. Assistia cada vez mais coisas cor de rosa ocuparem seu espaço. O quarto reservado para sua filha tão cheio de detalhes femininos, que a realidade de que teria uma filha se fazia cada vez mais presente.

Certo dia havia encontrado a esposa dormindo na cadeira que futuramente seria usada para amamentação, ela parecia cansada e Fluffykins dormia em seu colo, enquanto Aoda ocupava o berço. O ambiente destoava completamente do resto da casa, com o papel de parede cor de rosa e com estampa floral, o berço branco e as prateleiras com ursinhos. O cheiro ali já era de bebê, mesmo que Sarada ainda estivesse na barriga da mãe.

O closet estava aberto, e por curiosidade Sasuke entrou, observando as roupinhas e sapatinhos escolhidos com carinho. 

Pegou um par nas mãos, eram brancos e lustrosos, com um lacinho na ponta.

Tão pequeno que cabia na palma de sua mão. 

E de repente, Sasuke se viu completamente despreparado para receber aquele pedaço de gente, tão pequeno e tão frágil.

Não havia tido a oportunidade de conviver com Sanosuke naquela idade e por mais que fizesse suas pesquisas secretas a respeito de como ser um bom pai, não se sentia preparado para segurar um ser tão indefeso. Aquele pequeno sapato em suas mãos mostrava o quão delicada seria sua filha. Ele poderia carrega-la? Conseguiria ter a delicadeza necessária para não machuca-la?

Devolveu os sapatinhos para o lugar e viu mais ao lado alguns vestidinhos. Passou os dedos por eles, reparando como eram femininos e cheios de babados. Podia imaginar uma miniatura de Sakura usando aquilo. E apesar de achar a ideia maravilhosa, não se importava com a aparência da filha, ou a quem ela puxaria. Tudo o que queria é que viesse com saúde e que tivesse capacidade de ser um bom pai para ela. De ser um pai que não foi para Sanosuke.

– Sasuke-kun? – Escutou a voz sonolenta de Sakura e ao sair do closet a encontrou se espreguiçando – Aconteceu  alguma coisa?

– Não – Respondeu tranquilo e a ajudou a levantar – Estava só olhando.

Sakura sorriu e andou pelo quarto, admirando o resultado e passando a mão pela barriga com carinho.

– Está lindo, não é? – Perguntou orgulhosa e Sasuke a abraçou por trás, apoiando o queixo no topo da cabeça dela e as mãos na barriga arredondada, como já era de costume.

Como se sentisse a presença do pai, Sarada chutou e sem que ninguém pudesse ver, um sorriso discreto se abriu nos lábios do Oyabun. Era sua menininha dizendo que estava feliz por tê-lo por perto.

– Sim – Respondeu sincero. Não entendia de coisas de menina e sabia que tudo ali refletia mais o gosto de sua esposa do que o que talvez sua filha tivesse no futuro, mas era definitivamente um quarto de bebê, com tudo de melhor que pode comprar para ela.

•  •  •  •  •  •  • 

Cada dia que passava, Sakura se sentia mais ansiosa para ver o rosto de sua filha. Passava horas imaginando como seriam os olhos, os cabelos e com quem ela se pareceria mais. Ao mesmo tempo que os dias pareciam se arrastar, ela se surpreendeu por estar já em seu último mês, a barriga agora tão redonda, que a Uchiha se sentia enorme e pesada.

Se olhava no espelho e não conseguia enxergar toda a beleza que Sasuke via. O Oyabun parecia maravilhado com a esposa gravida. Era comum Sakura o pegar a observando, não importava o quão ocupado estava, os olhos dele sempre desviavam hora ou outra para ela, se demorando na barriga, e ela podia jurar que os olhos escuros brilhavam nesse momento.

Nunca esperou que ele fosse se tornar um marido tão atencioso e um pai tão carinhoso. 

Parecia um sonho e ela só podia agradecer, pois apesar de ser quem era, Sasuke permitia que ela e Sanosuke vissem o lado humano dele.

Naquela manhã bonita havia acordado inquieta.

Não tinha aula, mas não estava feliz por isso. Sentia a necessidade de se distrair, mas seu livros e trabalhos passados durante a semana não eram suficientes para distrai-la. Nem o sorvete de menta com chocolate que um dos seguranças foi obrigado a buscar para ela foi capaz de deixa-la contente. Se sentia sufocada, e nem Sanosuke estava em casa para fazer companhia.

Felizmente o pequeno estava indo muito bem na escolinha. Ele adorava e tinha muitos amiguinhos, assim como facilidade para fazer todas as atividades passadas. Sasuke parecia sempre arranjava tempo para ajuda-lo ao chegar do trabalho, e com carinho guardaria na memória a cena do Oyabun ajudando o filho a colorir ou fazer um trabalho de colagens. Sanosuke sempre contava empolgado sobre seu dia na escolinha e mostrava todos os trabalhinhos que fazia por lá. Entretanto, naquela manhã Sakura queria muito que o filho estivesse em casa para fazer companhia. Ino havia voltado para Konoha, estava ajudando Tsunade e Tenten com a mudança do Café para Tóquio, e Hinata estava em Osaka, vistando o pai, tentando melhorar a relação entre ele e o marido.

Precisava arranjar algo para fazer antes que enlouquecesse.

– Vou para o Magekyou! – Anunciou ao abrir a porta da frente do apartamento.

Os seguranças lá parados sobressaltaram assustados, com as mãos em suas armas.

– Oyabun-sama deixou avisado que a senhora não sairia de casa hoje – O mais alto deles falou de maneira profissional.

– Sim, mas decidi sair – Falou saindo e trancando a porta atrás de si – O motorista já está me esperando, então não se preocupem.

Os seguranças se entreolharam, mas deram de ombros. Ela era Hime afinal de contas, e tinha tanta autoridade quanto o Oyabun. O mais baixo avisou através do ponto eletrônico, e logo um outro segurança surgiu pelo elevador para conduzir Sakura até o carro.

A segurança ao redor da família do Oyabun era tão alta quanto a de um politico importante, e Sasuke só conseguia sair com tranquilidade por saber que sua esposa e filho estavam seguros.

O rolls-royce estacionou em frente ao restaurante Magekyou e o segurança abriu a porta, auxiliando em seguida Sakura a sair. O salão não estava muito cheio, mas um cheiro delicioso pairava pelo local. Por estar próximo ao horário de almoço a cozinha estava a toda, e por isso Sakura já se animou para ajudar onde podia, ainda mais que Mikoto não estava presente naquele dia.

Não demorou para a casa lotar e as coisas ficarem ainda mais corridas. Sakura ajudou um pouco na cozinha, e depois começou a ajudar no salão, recebendo os clientes mesmo que todos tentassem dissuadi-la da ideia. Ela não se importava de fazer tarefas de menor importância, e nessas horas se enfadava de toda essa pompa que o título de Hime trazia.

Se ocupou na recepção, organizando a agenda e dando algumas instruções a quem estava por lá.

– Bem vindo ao Magekyou! – Ela sorriu ao virar, mas se encolheu um pouco ao encontrar o olhar frio de Madara – Mesa para um? – Perguntou simpática, tentando não se intimidar por estar a frente do único Uchiha que parecia não ir com sua cara.

– Sim – A resposta veio seca, e ela podia sentir ele analisar cada um de seus movimentos.

Como reflexo arrumou seus cabelos e ajeitou a roupa, não querendo passar uma má impressão para o homem, e após inspirar e expirar algumas vezes, sorriu mais confiante, como se estivesse atendendo qualquer cliente.

O conduziu para uma das melhores mesas, que ficava reservada para membros do clã quando vinham sozinhos. Em grupos costumavam ficar na sala privativa.

Desconfiava que ele soubesse o cardápio de cor, assim como todos os outros que frequentavam o local, mas mesmo assim estendeu para ele, já sinalizando logo em seguida para que um garçom se aproximasse.

– Sente e almoce comigo – Quase tropeçou nos próprios pés ao ouvir a voz dele. Foi mais uma ordem do que um convite, mas Sakura sentiu que deveria se entender logo com o tio de seu marido. 

De qualquer forma já estava pensando em parar para comer, por isso afastou uma cadeira e sentou da maneira mais confortável que sua barriga deixou. Tentaria manter uma conversa tranquila com ele, e quem sabe não conseguisse entender da onde vinha tanta rejeição.

Os olhos escuros de Madara observaram cada movimento dela, até por fim desviarem para o garçom.

Fizeram seus pedidos e um silêncio desconfortável dominou a mesa.

Sakura se sentia incomodada com o olhar dele e já se arrependia de ter aceitado o convite, quando o Uchiha resolveu puxar assunto.

– Ouvi dizer que é uma menina – Comentou.

– Sim, Sarada – Anunciou orgulhosa, passando a mão pela barriga.

Madara apenas balançou a cabeça, não tecendo nenhum comentário a respeito, mas olhando atentamente para a barriga de Sakura. E apesar da intensidade do olhar, ela não sentia hostilidade vindo dele, e isso a deixava mais relaxada na presença de Madara.

Os pratos chegaram e o silêncio voltou. Era estranho estar na presença de uma pessoa que ela sabia desaprovar completamente sua existência dentro do clã. Ainda lembrava de seu primeiro encontro com ele, e apesar de não guardar ressentimentos, sabia que não havia sido aprovada pelo homem.

– Você me lembra minha esposa – Madara falou de repente, surpreendendo Sakura que deixou os hashis caírem no prato, espalhando arroz pela mesa – Principalmente quando ela estava grávida – Comentou tão casualmente, que por um momento ela até pensou estar imaginando coisas.

– Tenho certeza que ela era uma pessoa incrível – Sakura comentou sorrindo gentil ao se recompor – É uma honra saber que te lembro ela – Não conheceu a esposa de Madara, e nem ouviu nada a respeito dela, mas alguma coisa na forma que ele falava dela a fazia ter certeza que era uma boa pessoa.

Apesar de se sentir feliz por tal comparação, Sakura também se sentia confusa, pois não entendia o motivo dele a tratar de forma tão ruim se o fazia lembrar de alguém tão querida.

– Ela era gentil demais e não combinava com esse mundo – A voz do Uchiha era em tom melancólico, o olhar meio desfocado, como se estivesse mergulhado em uma memória triste – Você também não deveria estar metida com a Yakuza, não deveria ser Hime.

– Sinto muito por sua esposa – Falou compreensiva e tocou a mão dele cautelosa, tentando passar força. Não sabia exatamente o que aconteceu com a esposa de Madara, mas parecia ter sido algo que o marcou de uma forma profunda, o tornando a pessoa amarga que era – Consigo ver o tanto que o senhor a amava, e tenho certeza que ela também te amava – Madara agora a olhava, e mesmo um pouco intimidada, continuou a falar – Mas não me arrependo de ter me casado com Sasuke e nem de ter aceitado ser Hime.

– Entendo – Madara suspirou e bebeu um gole de água – É realmente uma pena.

Sakura percebeu os olhos do Uchiha se enxerem de lágrimas, e quando ele olhou para o lado, tentando fazer com que a Hime não percebesse sua fragilidade, ela decidiu deixa-lo sozinho. Uma coisa que havia aprendido com Sasuke é que membros da Yakuza, ainda mais Uchihas, eram orgulhosos e não gostavam de mostrar fraquezas na frente dos outros. Aquele era um momento que com certeza Madara não gostaria que ela presenciasse.

Com um pouco de dificuldade levantou da cadeira, pedindo licença e depois de dar alguns passo paralisou.

Madara passou a mão pelos olhos e bebeu mais um gole de água. Lembrar de sua espoa sempre o machucava, e infelizmente era algo que não saia de sua mente. Todos os dias, todos os momentos, sua adorada esposa nunca era esquecida.

Colocou o copo na mesa e levantou o rosto, estranhando a Hime estar parada no mesmo lugar.

– Algum problema? – Perguntou desconfiado e como resposta teve um choramingo – Hime-sama? – O chamado saiu mais alarmado, ao ver o corpo pequeno tremer um pouco.

– Sarada... Sarada vai nascer – Ela virou o rosto e o Uchiha viu que ela chorava, as mãos apertadas contra a barriga e um liquido molhar o chão do restaurante.

•  •  •  •  •  •  •

Mesmo ainda sendo dia, Sasuke, Naruto e Sai estavam no porto de Tóquio, acompanhados por mais alguns homens da Sharingan.

O carregamento de armas que estavam recebendo era o maior até agora, e mais algumas caixas chegavam. O navio vindo do Hawaii era discreto e não chamava atenção em meio a todos os outros que estavam no porto. 

Fazia tempo que não compravam uma mercadoria tão cara, mas de tão boa qualidade. Infelizmente com a ameaça de Orochimaru Sasuke sentiu a necessidade de reforçar o arsenal da Sharingan, assim como o dos clã aliados. Em uma semana já tinha marcada uma reunião com Minato, Gaara e Hiashi a respeito disso.

– Acho que com isso acabou – Naruto anunciou depois de fazer uma contagem rápida. Mais ao longe Sai conferia outras caixas. Estava tudo certo.

O Oyabun então sinalizou e vários homens começaram a transportar as caixas para o caminhão parado em posição estratégica.

– Mandem transportar para a sede, vão pelo sul que tirei a policia do caminho e o transito está livre – Sasuke recomendou conferindo a hora no relógio rolex – Itachi vai receber.

– Onde o senhor vai? – Sai perguntou ao se aproximar, vendo o Oyabun parecer inquieto.

– Sakura está no Magekyou, estou pensando em ir almoçar com ela – Respondeu um pouco contrariado – Último mês e ela insiste em ficar fazendo mais que o recomendado, ela não para quieta – Desabafou, e os outros dois perceberam que era algo que realmente afligia Sasuke, visto que ele não costumava fazer aquilo.

– Sakura-chan sabe seus limites, afinal não é a primeira gravidez – Naruto opinou confiante – Dê um pouco mais de credito para ela.

– O senhora então vai direto para o restaurante? – Sai perguntou.

– Vou passar em um lugar antes, Sakura queria batatas fritas com chocolate – Deu de ombros e passou as mãos pelos cabelos – Vou levar para ela comer.

– Desejo de grávida – Naruto concluiu – Hinata ainda não tem isso – Comentou ao lembrar da esposa, que ainda nas primeiras semanas de gravidez estava bem tranquila e nem parecia estar esperando um bebê.

– Parece uma experiência estranha – Sai opinou pensativo – É verdade que elas comem coisas estranhas?

– Sakura parece ter uma fixação com batatas e chocolate – Sasuke falou, contorcendo o rosto em uma leve careta – Ela come ao mesmo tempo e diz ser uma delicia.

– Hime-sama é estranha – Sai concluiu.

Naruto achou graça e antes que pudesse comentar mais alguma coisa, o celular de Sasuke tocou. O Uzumaki não conseguiu escutar a conversa, mas viu a feição de Sasuke fechar, se tornar mais séria, o corpo todo ficar tenso e então, logo em seguida, o Oyabun começar a andar em passadas largas para fora do porto.

– Teme, o que aconteceu? – Naruto teve que correr para acompanhar os passos do amigo.

Sai ficou para trás auxiliando no carregamento do caminhão, mesmo que olhasse confuso para os dois que se afastavam.

Sasuke agora praticamente corria em direção ao carro, o celular no ouvido e palavras de ordem sendo gritadas, enquanto Naruto ainda o acompanhava confuso. 

Aproveitando que o amigo desligou o aparelho, o segurou pelo braço, mostrando em seu rosto toda a preocupação. Precisava saber o que estava acontecendo.

– Sarada vai nascer! – Sasuke anunciou, em seu rosto sempre austero todo o nervosismo estampado – Minha filha está nascendo!


Notas Finais


ATENÇÃO, MUITO IMPORTANTE!

O capítulo de hoje foi pequeno e bem leve, mas eu espero de coração que vocês tenham gostado ❤
Hoje eu não vou falar sobre o capítulo, mas sim sobre a fic. Então peço que leiam até o final, ok?
Vocês que acompanham Resiliência devem ter percebido que já fazem alguns dias que venho sofrendo com uma super falta de inspiração e insegurança quanto a minha escrita. É algo bobo, mas que eu não tenho conseguido contornar e isso tem afetado a forma que construo os capítulos, me fazendo achar que nada está bom o suficiente e com medo de não agradar.
Sempre recebo muitas palavras positivas e cheias de carinho de todos que acompanham, principalmente nos últimos capítulos postados, mas infelizmente eu não tenho conseguido me sentir bem com minha fic como costumava me sentir.
O capítulo passado foi o ponto alto de tudo isso que venho sentindo, pois depois de ter atualizado a fic, me bateu uma insegurança tão grande que eu nem consegui dormir. A falta de confiança em mim mesma e no que eu estava apresentando para vocês foi o suficiente para me fazer passar horas e horas relendo o que havia postado. Devo ter mudado mil coisas mesmo depois do capítulo estar visível para todos, mas mesmo assim não consegui me sentir bem com ele.
As ideias estavam todas em um rascunho, eu sabia o que tinha que escrever, mas tudo parecia errado e negativo demais depois de escrito.
A forma que cada coisa foi escrita foi um espelho da negatividade que eu estava sentindo, e isso não me agradou quando vi o resultado final.
Por um momento quis deleta-lo e até toda fic junto, para vocês terem uma ideia do que eu estava sentindo. :x
E foi durante essa madrugada tensa que percebi que isso estava realmente me fazendo mal.
Essa semana refleti bastante e enquanto escrevia o capítulo de hoje eu tomei essa decisão pensando no que seria melhor a fazer nessa situação, não só para mim, mas para vocês que acompanham também.
Tudo isso pode ser algo passageiro, é algo que sei que vou conseguir melhorar com o tempo pois tenho o apoio de muita gente legal, não só amigos como leitores que acompanham e aguardam cheios de ansiedade novos capítulos, mas nesse momento eu sinto que preciso de um tempo para respirar.
Não é minha intenção abandonar Resiliência, nunca! É a minha primeira fic e vou leva-la até o fim, que nem está tão longe assim!
Está praticamente em reta final, e já adianto que não devem passar de 5 capítulos para que Resiliência chegue ao fim.
São incríveis 1111 pessoas acompanhando aqui no Spirit e 124 no Nyah, e NUNCA que eu imaginei que tantas pessoas fossem gostar da minha história!
O meu amor por Resiliência é tão grande que é impossível eu esquece-la ou deixa-la incompleta.
Nem chego a falar que vou coloca-la em hiatus! Na verdade quero que entendam como um tempo um pouco maior entre uma atualização e outra, como acontece com várias outras fics.
Quero ter um tempo maior para caprichar mais nos capítulos, para poder responder os comentários (Principalmente! Visto que estou super atrasada com isso e é algo que me deixa muito chateada!) e dar mais atenção para os leitores, coisa que não estava sendo possível ultimamente!
Pretendo aproveitar esse tempo maior para melhorar mais ainda a qualidade do que apresento para vocês e também interagir mais, seja por comentários, mensagens ou na timeline, afinal quem já conversou comigo deve ter percebido o tanto que demoro para responder, e isso é algo que realmente me chateia.
E é por ter tomado essa decisão que estou escrevendo essa mensagem, para avisar para todos aqueles que acompanham Resiliência que vou ficar um tempo ausente, mas que não vou abandonar minha fic.
Não vai ser uma pausa longa, não se preocupem com isso, mas não quero deixa-los sem uma justificativa pelo meu sumiço.
Estou chateada, não só por tudo que estou sentindo esses dias, como por estar decepcionando vocês.
Entretanto, acho que todo mundo precisa de um tempo as vezes, e dessa vez fui eu.
Prefiro tirar um tempo do que continuar forçando capítulos que eu mesma não estou gostando.
Atualizar toda semana não é fácil e eu realmente estou precisando desse tempo, e espero que vocês me entendam.
Agradeço antecipadamente a compreensão e paciência de vocês que acompanham minha fic.
E principalmente todo o amor que vocês tem por ela, que é demonstrado todo domingo e que sempre me deixa muito feliz!
Peço desculpas se estou decepcionado ou chateando alguém, e torço para que não desistam de mim ou de Resiliência.
Vocês são os melhores leitores do mundo e sou eternamente agradecida por tudo <3
Até algum domingo ❤


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