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História Retales de mi vida - Duas semanas e contando


Escrita por: didilicia

Notas do Autor


Oi gente,estou tentando levar na brincadeira os comentários no insta dos atores, mas creio que algumas leitoras começaram a passar dos limites. Isto é uma fan fic, não é a realidade. Espalhar rumores e fazer comentários que possam vir a difamar uma dessas pessoas, não é certo. Já cheguei a abandonar a fic uma vez por conflitos morais, embora tenha repensado e retornado à coautoria por finalmente concordar que se tratava de uma brincadeira girando em torno da ficção, mas o que está sendo deixado em comentários nas fotos dos atores,tem me preocupado e me deixado mal, inclusive me fazendo pensar novamente em abandonar Retales. Espero que este tipo de comportamento não continue se repetindo e possamos continuar curtindo essa obra de ficção, de forma saudável. Obrigada pela atenção. ~Belinha1992

Queria complementar dizendo que o lugar pra comentar é aqui, no site onde a fic está sendo postada. Entendo a euforia (eu mesma me encontro neste grupo) e alguns comentários até são bem engraçados e aceitáveis , mas por favor, sem citar as palavras fic+retales e nossos nomes lá... sensatez “irmãzinhas”. ~Didilicia

Capítulo 28 - Duas semanas e contando


POV ÁLVARO

Quanto tempo leva para esquecer uma paixão? Pesquisas dizem que em seis meses não haverá mais vestígios e o fogo estará extinto. Haviam se passado duas semanas e eu não via sinais de que meus sentimentos por Itziar mudariam a longo prazo. Mas eu estava tentando, realmente tentando seguir em frente.

Não mais a procurei; a tratava como colega/amiga dentro dos estúdios e não fiz nenhuma tentativa de vê-la fora dali. Ocorre que mesmo sem expressar o que sentia, meus olhares se perdiam em admiração por ela nos momentos mais inocentes do dia a dia.

 Itziar gravaria com Pedro, Ursula e todo o grupo de bandidos. Estavam todos na saleta de maquiagem preparando-se para a cena. Eu estava ali de intruso, conversando com eles. Já havia passado pela maquiagem mais cedo. Alba e Ursula haviam posto uma música para tocar enquanto dançavam e gravavam vídeos como loucas. Pedro interagia com elas da cadeira; eu sentado a um canto admirava aquela brincadeira das duas. Então Itziar levantou-se agora já arrumada com a calça verde escura de Raquel e uma blusa preta. O terno da inspetora ela deixou jogado na cadeira. Surpreendentemente juntou-se às meninas e improvisou uma dança do ventre que eu até então só havia visto quando ela ‘dançava’ movimentando os quadris em cima de mim; E de outra forma nem desconfiaria de mais este talento.

Meus olhos acompanharam seu rebolado e suas curvas e por um momento desviei o olhar tentando não cair novamente em tentação. Pedro me fitava através do reflexo do espelho com uma sobrancelha arqueada e uma cara que deixava claro o que dizia. Me fez um pequeno bico com a boca e expressou um “Oh” silencioso.

Itziar terminou a dança aos risos e sobre aplausos, meus incluso. “Obrigada, pra que tanto?”, ela coçou o nariz sorrindo e pegou o terninho na cadeira. Ao debruçar-se para alcançá-lo, cruzou seu olhar com o meu e sorriu rapidamente no breve segundo de conexão entre nós dois.

Ela deixou a sala com Alba e Ursula. Ficamos apenas eu e Pedro e a moça da maquiagem que limpava uns pincéis sem nos dar muita atenção.

Pedro virou a cadeira para mim. “E como é que vais?”

Arregalei os olhos, assoprei o ar enquanto levava as mãos pra cima como se quisesse alcançar qualquer graça divina que me permitisse viver sem desejar aquela mulher. “Tentando…”, falei baixinho.

“Estas indo bem”. Ele me afirmou balançando a cabeça. Conversamos em códigos, sem mencionar nomes ou dar a entender o assunto. “Por quanto tempo já não sei”, ele disse e completou, “afirmo-te depois disto que és um verdadeiro guerreiro por resistir”.

Troquei olhares com ele chamando sua atenção para a maquiadora que podia muito bem estar ligada em nossa conversa. Pedro tratou de disfarçar. “… desde ontem nesta correria de gravações! Uh!”, soltou o ar, “não é para qualquer um. Grande herói eres tu!”.

“E pensas que não sei?”

“Deseje-me sorte! Minha vez de atuar”

“Pedro!”, o recriminei.

“Sabes que estou brincando”, ele me deu um beijo no rosto e bagunçou meu cabelo deixando também a sala para gravar suas cenas com ela.


POV ITZIAR

Estávamos no estúdio, aguardando que o diretor desse início às filmagens, enquanto isso, Pedro se aproximava de mim, que aguardava num canto do cenário fumando um cigarro.

-Finalmente uma cena juntos,bela!

-Pois sim! Já passava da hora.

-Como estás?

-Bem,bem...E Tu?

-Vivendo e observando,como sempre.

-E o que observas agora?
-Teus dedos tremendo enquanto seguram o cigarro...Me pergunto se é apenas o nervosismo por estar gravando comigo... (Ele riu com seu tom charmoso de deboche)

-Tu...

-A sério...Como vai com meu irmãozinho?

-Alvaro?

-A menos que tenha feito meu irmao gêmeo se apaixonar por ti...Sim,o próprio.

-Bem...Muito bem...Sabes que, não nos falamos mais como antes...Mas, acredito que bem, ele parece ter superado tudo isso, não? Tu estás próximo dele, já deve ter notado.

-O que exatamente?

- Bem...Que não...Não parece mais sofrer com aqueles sentimentos...O que é ótimo,não? Assim...Assim podemos levar isso aqui à frente como profissionais...Coisa que devíamos ter feito desde o início. Então é isso...Ele superou, está bem e...

O diretor nos avistou num canto e nos chamou para darmos início à cena,interrompendo meu raciocínio que na verdade parecia ter zero racionalidade. Saímos então em direção às marcações e eu tentava evitar os olhos de Pedro, que pareciam me analisar a alma, pensando "Mas que diabos fui dizer a ele?!"

 

POV ÁLVARO

Não se esquece uma mulher como Itziar, por mais que se tente. E alguns podem achar que a paixão atonta, digo-lhes que é exatamente assim. Quem nunca foi um bobo apaixonado? E mesmo quando já não fazes tantas loucuras e te conformas em apreciar o objeto amado a distância, sabes lá no fundo que cometerias outra vez todos os erros se eles te conduzissem aos braços do seu amor.

Outra semana havia se passado. Eu teria uma cena com ela aquela manhã. Uma externa. Raquel e professor seguiriam uma pista até a casa de Toledo aonde um cenário todo armado aguardaria a inspetora. Nossa primeira cena seria dentro de um carro. Nos encontramos todos nos estúdios da Antena 3 de onde sairíamos junto com a equipe para o local de gravações. Óbvio, não era Toledo, mas um sítio aberto muito bonito onde tive o prazer de gravar por alguns dias. Dias muito felizes junto à meus companheiros de gravação. E para lá voltávamos.

Dei bom dia a todos e após passar por maquiagem e figurino, fiquei no pátio do estacionamento aguardando junto à algumas pessoas da equipe de filmagem, a van que nos levaria ao local de gravações. Dali a pouco Itziar chegou sorridente e já caracterizada como a inspetora que roubou meu coração.

“Bom dia Álvaro”

“Bom dia Itziar”

Ela me cumprimentou com um beijo no rosto e após isso encostou-se no carro com as mãos no bolso. De repente virou-se para um câmera man que também aguardava o transporte e pediu “terias um cigarro por favor?”

“Sim. Seguramente”.

E completou já com o cigarro entre os dedos. “Estava morrendo por um desses”. Então tragou, olhou-me por alguns segundos sem desviar o olhar e disse “como estas indo?”.

“Bem”, respondi sem compreender ao certo a profundidade da pergunta.

Ela balançou a cabeça e tragou outra vez o cigarro. Chutou uma pedrinha no chão com a cabeça baixa, pensativa. Puxou a manga comprida da blusa preta que usava até o meio do braço e cruzando-os um sobre o outro, manteve o cigarro pendido entre os dedos e seu olhar pousou sobre mim.

“Vejo que vais bem. Seguistes em frente…”

Fiquei alguns segundos sem reação. Não era isso que ela queria?

“Como tu pedistes que eu fizesse”

“E seguistes à risca”, ela levou o cigarro a boca e deu um meio sorriso.  Nosso motorista chegou e anunciou nossa partida. Entramos na van. Sentamos lado a lado. Ela jogou o cigarro pela janela e encostou o braço no parapeito olhando para o lado de fora. Observei seu perfil sério e tive vontade de fazê-la sorrir, mas controlei o ímpeto e foquei os olhos no calhamaço de textos no meu colo.


POV ITZIAR

Nossos braços roçavam com a proximidade, embora houvesse espaço suficiente, Álvaro sentara junto a mim, tão próximo que eu podia sentir seu perfume como se estivesse em seu pescoço cheirando-o e sabia com toda certeza que seu cheiro ficaria em mim como das outras vezes, me fazendo lembrar…

Ele repassava seus textos concentrado e bem à vontade. Sua perna cruzada ocupava o espaço que era meu e me forçava a ficar encolhida no banco. “Pra que tu precisas de tanto espaço?”

Ele me fitou por cima dos óculos de leitura e sorriu. “Desculpa senhorita Ituño. Acho que fiquei muito à vontade”. Sorri enfezada e o afastei com o ombro. Ele riu e afastou-se poucos centímetros. Abri as pernas forçando-o a recolher a dele e o encarei seria. Mas não de verdade. “Chatinha” Ele se ajeitou no banco e desistiu de continuar a leitura. Debruçou-se sobre o banco da frente e iniciou uma conversa com os companheiros da outra fileira de bancos.

Observei sua nuca. Seus cabelos negros e as pintinhas no pescoço que eu sabia que continuavam nas costas. Revirei os olhos e encostei a cabeça no encosto do banco, olhando para o teto. Álvaro deu uma virada para trás olhou para mim, sorriu e  entreteu-se outra vez com a conversa.  Fiquei ali de olhos fechados até chegarmos ao local de gravação.

Desci da van primeiro que ele. Respirei o ar daquele dia gelado e vi o carro vermelho já estacionado no local. Dois câmera man terminavam de instalar as câmeras no banco de trás. Parei ao lado com as mãos na cintura e creio que visivelmente agoniada, pois eu mesma sentia uma necessidade de relaxar de alguma forma. O escape do momento era o cigarro. Vasculhei o bolso da calça e lembrei que era o figurino, minha carteira estava nas minhas roupas no camarim. Olhei em volta e dei de cara com Álvaro me olhando.

“Vai com calma! Até o final do dia vais ter fumado o maço inteiro”.

“E que? Isso te incomoda?”

“Nunca foi problema”, ele sorriu meio de lado e seus olhos se demoraram mais que o necessário sobre os meus.


POV ÁLVARO.

“Ayee! Vamos rodar!”, gritou nosso diretor enquanto nos convidava a entrar no carro. Sentei no motorista, ela ao meu lado e dois câmera man atrás. Nosso diretor nos deu as instruções do lado de fora.

Chequei se a marcha estava no ponto P. “Que bom que sou eu no volante! Já me disseram como sabes conduzir bem…”, provoquei, relembrando de quando ela se atrapalhou em dirigir o carro automático da polícia em uma cena com Fernando.

“Andas engraçado, Álvaro. Aposto que me saio melhor que tu em milhões de coisas!”

“Oh! Disto não duvido!”, sorri e voltei a folhear meu texto. Itziar disfarçou uma risada e voltou sua atenção ao diretor que agora estava em sua janela dando instruções.

Keila, nossa fotógrafa, quis registrar o momento e sugeriu que Itziar segurasse a claquete enquanto fazia uma pose sorridente para a câmera. Perdi o momento entre folhas de roteiro.

“Me passas essa foto depois?”, ela pediu.

“Seguramente”.


POV ITZIAR

A cena rodou Uma, duas, três vezes...A tomada enfim ficou perfeita e passamos para nós preparar para a cena seguinte.

Tentei me manter fiel as minhas resoluções, não queria parecer infantil ou contraditória,mas a realidade é que seu comportamento tranquilo me incomodava. Queria sentir a tensão novamente. Que diabos eu estava pensando? Não fui eu quem resolveu dar fim a Tudo?

Ele conversava com a maquiadora que secava seu rosto e lhe aplicava batidas de pó na testa. Seu sorriso era encantador, capaz de derreter o coração de quem quer que fosse...Havia atingido o meu desde o primeiro momento, mas não podia permitir que esse poder que tinha sobre mim transparecesse. Estava sendo vitoriosa? Não sabia mais dizer.  

Fixei meus olhos nele, em seu figurino patético e os óculos desengonçados. Eu o estava desejando como nunca e me recriminava a cada vez que meus pensamentos me levavam à cama, com ele, lembrando de como era ter seus dedos percorrendo minhas costas enquanto fazíamos amor...Fazer amor...Que lembranças traiçoeiras para um dia qualquer...Meu corpo esquentou,pude sentir minha face em brasa e meu ventre formigar.

Não...Não iria admitir nem para mim, quanto mais para ele!


POV ÁLVARO

Eu acabava de levar batidas de pó no rosto quando notei a energia de seud olhos sobre mim. Era um peso conhecido, uma eletricidade que eu bem conhecia e sabia muito bem que efeitos podia gerar em mim.

Não quis flagra-la e apenas fingi nada perceber,até nao aguentar mais negar meu olhar a ela, e assim, nos encontramos. Eu sorri em sua direção e Itziar demorou alguns segundos com o semblante sério, como que aérea, até retribuir com um sorriso sem graça e me dar as costas caminhando sabe Deus pra onde, já que teríamos outra cena em poucos minutos.
Então fui em sua direção.

-Aonde vais?

Que? (Perguntou num susto ao notar que eu a seguia)

-Aonde vais? Dar um passeio?

-Nao...Estava...Estava a ver...

-Ver o que?

-Nao estás sendo preparado para a próxima cena?

-Um pouco de pó para acabar com a oleosidade... (Disse apontando para minha própria testa enquanto ela franzia a dela na expressão confusa, que tanto me encantava)

-Estou admirando a paisagem. É isso. E vim fumar outro cigarro...

-Estás nervosa?

-Porque estaria?

-Teus dedos tremem...

Ela olhou para a própria mão e fechou a cara num bico que não pude levar a sério.

-Estou com frio.

-Bem, neste caso, sugiro que venha para o trailer e te aqueça um pouco antes da próxima tomada.

E dei-lhe um beijo na cabeça, saindo em seguida e deixando-a ali paralisada com uma má postura e um cigarro queimando entre os dedos.


Notas Finais


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