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História Retalhos - I - Hospital Marui


Escrita por: EmilyCSouza

Notas do Autor


Essa historia é uma previa de um livro original de minha autoria.

ALERTA: Contém cenas pesadas de Mutilação, assassinato, violência domestica, Suicídio e auto-mutilação, caso algum desses assuntos seja gatilho ou cause mal-estar é recomendado que não leia. Sua saúde vem sempre em primeiro lugar.

Capítulo 2 - I - Hospital Marui


OITO MESES ANTES

 

 

 

 

 

I
Hospital Marui


 

 

 



Hospital Marui. Cidade Minaku. 15 de fevereiro.

A fita com os dizeres “Não Ultrapasse” estava por todo o Hospital.

Uma multidão de curiosos ocupava a entrada, observando a ação da polícia e os passos daqueles que são responsáveis pela preservação da cena do crime e pelo corpo da vítima. A imprensa, excitada em anunciar o possível caso de um maníaco, sufocava a todos que entravam e saiam do local, fazendo inúmeras perguntas sem obter resposta alguma. Passar entre os curiosos e a imprensa, se identificar e adentrar os locais que deveria investigar sempre era um trabalho árduo e cansativo para o detetive.

Uchiha Sasuke detestava essa parte de seu trabalho, o moreno de olhos escuros e pele pálida detém o título e o prêmio Kagayaku de melhor detetive do governo, portanto, o melhor do país, a sua fama começou no ano de 2028 quando o moreno descobriu quem era o perigoso Doll killer, o assassino de modelos famosas.

Doll Killer não apenas matava seus alvos, ele limpava as garotas e as vestia como bonecas, sempre marcando o “nome” da boneca no pescoço da vítima. Kankuro fora descoberto e, em seguida, encontrado em uma cabana no nordeste de Shinguru pelo detetive Uchiha após sua oitava vítima, Sarui; uma ruiva muito bonita, mas que, por ser considerada imperfeita pelo assassino por ser míope, fora morta brutalmente e descartada como boneca por Kankuro. Sarui foi encontrada próximo a agência Beauty Model, onde trabalhava quando estava viva. A repercussão do caso atingira o país todo, causando o apelido de Uchiha Sasuke como “Lord Intelligence”.

Sasuke não era um homem modesto, ele trabalhara muito no caso e havia ficado sem dormir por dias atrás de pistas para encontrar o infeliz assassino, mesmo assim o apelido não era de seu gosto, quando pronunciavam “Lord Intelligence” – senhor inteligência – para se referir a sua pessoa sempre soava como uma sarcástica chacota, desdenhando da sua real inteligência e total comprometimento com seu trabalho.

Sua fama, no entanto, não sumira como esperado igual aos de muitos outros detetives que resolvem um grande caso e após algum tempo caem no esquecimento. O moreno havia sido novamente alvo da imprensa em 2032 quando uma garota de cabelos rosados se auto denominou como sua esposa e passou a usar o sobrenome “Uchiha” como seu. A repercussão fora ainda maior quando a garota passou a distribuir fotos de Sasuke em momentos íntimos com nudez explícita. Haruno Sakura, a garota de cabelo róseos, passou a ser chamada de “A Obcecada” ou “Obsessão Rosa” pelo público e fugiu da capital quando sua ordem de prisão preventiva fora decretada.

Meses depois da garota postar o vídeo onde o detetive fazia sexo com sua namorada na época, ela postou um vídeo onde transava com um garoto parecido com Sasuke enquanto o degolava. A policial estadual fora convocada para prendê-la, mas a garota conseguiu fugir através de uma embarcação ilegal para Koneky, parte sul da capital. Sasuke decidiu desde então investigar todos os passos de Sakura e descobriu que a mesma mantinha notas máximas na escola e que realizava o curso de qualificação para ser policial, a mãe dela informou que a garota o amava e que sempre dizia que casaria com ele, mas Sasuke assumiu o namoro com Ino, uma linda modelo que havia sido salva por Sasuke do assassino Doll Killer, sendo ela a próxima vítima de Kankuro, e a oficialização do relacionamento de Sasuke e Ino havia deixado uma obcecada Sakura possessa. Sasuke percebeu então que para prender a garota bastava ele ser a isca e montou seu plano.

Uma semana depois, Sakura foi presa no apartamento do detetive.

Os detetives do governo trabalhavam a mando do próprio presidente de Shinguru, Senju Tobirama. Assim que o chamado com o código 1479; utilizado para possíveis maníacos ou serial killers, foi realizado pela polícia de Nangoku, Sasuke foi escolhido para assumir o caso.

Quando Sasuke entrou na recepção do hospital abandonado imediatamente soube que não era um simples assassinato ou um acerto de contas. Ninguém se daria ao trabalho de +-arrastar a vítima para um lugar onde a entrada é estritamente proibida, não, o assassino escolheu o local contando justamente com esse detalhe. Havia policiais por todos os lados e o barulho de dentro do hospital sobrepunha ao do lado de fora. O sentimento de todos era de apreensão, eles ainda se lembravam da tenebrosa caçada ao último assassino bizarro.

Ele teve que subir pela escada de emergência, pois os elevadores já não funcionavam, e ao chegar no segundo andar Sasuke notou que o corredor estava mais conservado do que as do primeiro, o que fazia sentido sendo um local dificilmente acessado por quem quer que entrasse ali, a pessoa teria que ter coragem suficiente para subir mais um lance de escadas quando o primeiro andar já era assustador o suficiente.

Sasuke andou pelo corredor se desviando dos escassos marcadores de provas e policiais até chegar no terceiro quarto da direita, o local estava relativamente mais silencioso com apenas quatro pessoas ocupando o espaço e Sasuke caminhou lentamente observando toda a cena do crime. Se antes o local lhe dizia anteriormente que a probabilidade era de 50% que o assassino fosse um Serial Killer, o cenário que observava lhe mostrava os outros 50%.

— Detetive Uchiha. — o moreno, que anteriormente mapeava o quarto com receptores a laser, caminhou em sua direção, parando em sua frente. — Sou Nara Shikamaru, químico com bacharelato em teorias físicas. — apresentou-se fazendo uma pequena mesura como cumprimento.

Ambos passaram a caminhar juntos pelo quarto.

— Fui designado pelo Agente Uchiha Madara para atuar com análise de matérias e elementos no local do crime e técnico de laboratório. — Shikamaru explicou e ambos pararam na frente do corpo que estava pendurado pela corrente ao gancho pregado no teto. — Há marcas do momento em que a vítima fora arrastada pelo chão, elas começam na entrada do Hospital, seguem pela recepção, passam pelas escadas e acabam aqui. O que indica que a vítima foi deixada no meio do quarto — o moreno de cabelos amarrados em um coque agachou-se mostrando sem tocar onde as marcas terminavam e apontou para o local. — Exatamente embaixo de onde o corpo está pendurado, mas, por algum motivo, há marcas do corpo da vítima ao lado da parede mais próxima também, o que nos diz que a vítima estava acordada e se deslocou de onde havia sido deixado até a parede oposta à porta do quarto, onde se apoiou.

Sasuke observava o ponto com atenção. Por mais que o homem estivesse acordado para se deslocar, por que ele fora arrastado? Mesmo que as mãos estivessem amarradas, os pés não estavam. Ele se aproximou do corpo pendurado — havia sido uma exigência sua que deixassem o corpo intacto para que pudesse ver o crime como um todo — o corpo estava arranhado no braço direito, no calcanhar e lateral dos pés e nas laterais das mãos, somente.

— Onde foram encontradas as roupas dele? — perguntou ainda examinando as escoriações provocadas por uma faca no rosto da vítima.

— A calça jeans foi encontrada em cima da maca, estava suja de terra indicando que a vítima foi arrastada pelo lado direito do corpo e pelas costas; a blusa foi rasgada verticalmente e retirada, o samba-canção fora encontrado sem danos ao lado da maca.

Sasuke abotoou o sobretudo cinza escuro que lhe cobria o corpo e calçou suas luvas de couro. A temperatura de Shinguru havia caído para menos três graus, o obrigando a utilizar as roupas mais pesadas do seu guarda-roupa, até mesmo o cachecol que ganhara da ex namorada — mesmo que a peça de lã incomodasse seu pescoço, irritando a pele. O moreno rodeou o corpo, as costas estavam machucadas, mas não continha nenhuma escoriação causado pelo atrito com o chão, o que indicava que o homem estava vestido até o momento em que entrou no hospital.

— A faca foi encontrada? — questionou deslocando-se para o canto em que a vítima se apoiou anteriormente.

— O assassino a deixou em cima da calça da vítima.

Sasuke acenou — Em que estado o objeto estava?

Shikamaru, que até o presente momento estava parado ao lado do corpo, caminhou em direção ao detetive.

— Coberta de sangue e resíduos do que acreditamos ser do corte realizado no peito e abdômen da vítima. A faca em si está muita enferrujada.

Sasuke retornou ao corpo e observou o corte, não poderia determinar com precisão a profundidade, mas sabia que fora fundo o bastante para atingir os órgãos internos. Cruzou os braços e apoiou o queixo com a mão direita olhando com atenção; o corte havia sido fechado com linhas que pareciam ser barbante, a pele estava amarelada ao redor das linhas e o cheiro da ferida infeccionada era forte. O corpo já estava em fase de decomposição, mas o que o incomodava mesmo era: por que o assassino o cortou? E mais importante, por que se preocupou em fechar a ferida depois?

— O que poderia ter causado a queimação na pele? — o detetive questionou virando-se para o técnico.

— Encontramos um pote contendo ácido – Shikamaru indicou o canto do quarto. — Havia uma boa quantidade dentro, então assim que Mito verificar as propriedades químicas e definir que tipo de ácido o assassino utilizou, ela vai realizar um relatório e conversar pessoalmente com o senhor.

Sasuke perguntou-se quem seria Mito. Com base no que Shikamaru lhe disse, ela provavelmente era responsável pela parte de bioquímica da sua equipe, por isso decidiu que não o questionaria sobre ela. Voltando-se para o corpo, ele observou com atenção as pontas queimadas dos dedos das mãos, seguindo o olhar para baixo no corpo da vítima notou que as pontas dos dedos dos pés estavam intactas. Haviam várias marcas arroxeadas e lineares de hematomas cobrindo todo o corpo da vítima.

— Os hematomas não parecem terem sido feitas através de socos ou chutes, — Sasuke indicou um em específico no braço esquerdo que se formou logo abaixo do ombro. — Essa marca lembra algo grande e esta reta demais para ter sido feita por mãos ou pés.

— Realmente — Shikamaru respondeu sem sair do lugar, — Provavelmente os hematomas foram feitos pelo taco de beisebol que encontramos ao lado da poça de sangue da vítima.

 Sasuke rodeou o corpo da vítima, parando para observar a falta dos olhos.
— Onde estão os olhos?

Shikamaru empertigou-se.

— Não há sinal deles.

A resposta chamou a atenção do detetive que questionou calmamente: — O que quer dizer com “não há sinal deles”?

O técnico se pôs ao lado do Uchiha.

— Houve uma busca pelo prédio inteiro, mas não encontramos nenhum vestígio dos olhos da vítima. O mais provável é que o assassino os tenha levado consigo. — explicou o moreno.

O detetive franziu o cenho e voltou a observar o rosto com dois fundos ocos onde deveriam estar as orbes oculares. Os próprios olhos escuros do Uchiha viraram fendas; mesmo que o objetivo fosse atrasar o reconhecimento da vítima, arrancar os olhos e levá-los implicava em uma prova irrefutável. Todo o cenário era intrigante.

Sasuke olhou ao redor, as paredes, apesar de sujas, não continham nenhuma mancha de sangue, nenhum recado infame ou alguma pista do porque o local ter sido escolhido. Não havia muitas pistas no chão do quarto também, ele localizou o samba-canção da vítima ao lado da maca, viu um pote ao lado da parede esquerda, em paralelo a porta, havia também um recipiente de vidro contendo um líquido incolor e mais distante, quase imperceptível, ele viu uma colher coberta de sangue caída perto do corpo.

 — Essa colher — o detetive apontou com a cabeça para o objeto. — Alguma ideia de para o quê ela foi usada?

Shikamaru o fitou intensamente. — Acredito que para retirar os olhos.

Sasuke observou o objeto em questão por mais alguns minutos quando sua atenção foi dirigida para o isqueiro deixado entre o pano que cobria a boca da vítima e o rosto da mesma. A forma em que cada objeto havia sido deixado meticulosamente espalhado pelo quarto assim como o corpo sendo pendurado no meio do quarto lembrava a Sasuke o cenário de uma peça. A morte daquele homem foi planejada de tal forma que lembrava um roteiro escrito para ser interpretado em um teatro.

— Termine o escaneamento do quarto e envie a vítima para o legista e todos os instrumentos utilizados para o crime devem seguir para o laboratório. Quero as análises químicas prontas o mais rápido o possível.

Shikamaru limitou-se a assentir, voltando a mapear o quarto para o escaneamento.


Notas Finais


A opinião dos meus leitores é de suma importância para mim. Não deixem de comentar, preciso saber se essa historia tem futuro de acordo com a visão de vocês.
Beijocas


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