História Reunião de família - Namjin - Passo 3: Dividir o quarto

Namjoon avisou a Seokjin que sua mãe iria buscar os dois no aeroporto; e que ela poderia ser um pouco demais às vezes.

Ainda não o havia preparado para ver uma mulher baixinha com alguns cabelos brancos, porém desconstruída, que dá um abraço de urso apertando Namjoon assim que ela o vê.

— Ei mãe, senti sua falta também. — Namjoon diz quando ela afrouxou o abraço e se afasta. A atenção da mulher muda para Seokjin segundos depois.

— E você deve ser Seokjin.

— Sim, senhora. — Seokjin estende a mão para ela apertar, e ela a pega, mas o puxa para um abraço com força surpreendente.

— Nenhum tipo de merda formal por aqui, somos do tipo que abraçamos. — Ela se afasta um pouco, mas não o solta antes de dar uma olhada em Seokjin e depois olha para Namjoon e sorri.

— Você fez uma boa escolha com este. — Namjoon suspira envergonhado quando Seokjin lhe dá um olhar confuso sobre a cabeça de sua mãe.

— Mãe, podemos ir agora?

— Certo. Vocês estão com suas coisas? — Namjoon acena com a cabeça, o mais novo e o Seokjin a seguem a caminho do estacionamento.

Ela levou o casal para uma caminhonete que costumava ser vermelha, mas agora está quase toda marrom com ferrugem. Namjoon joga suas malas na caçamba primeiro, depois pega as de Seokjin e faz o mesmo.

Embora a caminhonete não pareça boa, pelo menos tem um banco traseiro confortável, no qual Seokjin desliza (atrás da mãe de seu namorado, pois ela tem as pernas mais curtas), e o mais novo fica no banco da frente por insistência de sua mãe. Namjoon franze a testa enquanto se acomoda.

— Mãe, eu pensei que tinha dito para você aposentar este caminhão há muito tempo. Venda as peças dessa sucata. — A mãe de Namjoon acena com a mão para ele enquanto pega a chave do carro.

— E eu pensei que tinha dito a você que ela funciona muito bem. — São necessárias três voltas da chave na ignição antes que o carro dê partida. — Além disso, pensei que você teria boas lembranças deste carro. Qual era o nome do garoto que pegamos você beijando na caminhonete?

— Mãe! — Namjoon não pode acreditar que ela trouxe esse incidente agora, na frente de Seokjin. Ou melhor, Namjoon não quer que ela conte a história completa. O sorriso provocador se alargando no rosto da senhora Kim e o olhar cheio de riso que o mais novo recebe de Seokjin no espelho retrovisor fazem ele esconder seu rosto em suas mãos.

— Não era aquele garoto estadunidense? O Mark? Você vê Seokjin, nosso menino aqui falou para nós que ia viajar com uns amigos por algumas semanas e que seria como uma despedida para entrar na faculdade…— Ela continua enquanto olha para Seokjin no espelho retrovisor. — … Mark era nosso vizinho e ele iria dirigindo porque meu filho nunca aprendeu a dirigir e embora Joonie possa pensar que sim, meu filho não é exatamente sutil quando ele gosta de alguém, então quando ele nos disse que estava 'só saindo' com o Mark, não ficamos surpresos quando eles chegaram tarde da noite em casa depois dessa viagem e os vimos se beijando no banco da frente da caminhonete.

Namjoon geme quando espia por trás de seus dedos, Seokjin tentando não rir enquanto acena com a cabeça, mordendo o lábio inferior e sorrindo.

— Esta vai ser uma longa viagem. — Namjoon reclama no ar enquanto sua mãe ri e dá um tapa em seu ombro.

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Leva uma hora para ir do aeroporto até a casa dos seus pais, então a mãe de Namjoon passa a maior parte do tempo contando histórias embaraçosas sobre o mais novo de quando ele era mais jovem, e Namjoon tenta distraí-la fazendo-a falar sobre coisas mais atuais.

Funciona apenas parcialmente, então, quando a senhora Kim sai da estrada e entra na longa entrada que leva à grande casa de fazenda que é a casa de sua família, Namjoon pensa que Seokjin tem muita munição para envergonhá-lo na frente da equipe, se ele quiser. Não que Namjoon ache que ele faria isso, mas nunca se sabe.

A mãe de Namjoon mantém a velocidade do carro baixa, em parte por causa dos buracos na estrada, mas Namjoon também sabe que ela quer que Seokjin veja um pouco da fazenda. Há alguns cavalos do lado de fora nos piquetes à direita, e à esquerda os campos estão cheios de várias colheitas. Seokjin absorve tudo, agora ouvindo apenas metade das conversas no automóvel. Até que chegam a um prédio branco de três andares com uma varanda envolvente.

A senhora Kim estaciona o carro no lugar de sempre, ao lado da casa, e todos saem. Namjoon pega suas malas na caçamba e Seokjin pega as dele enquanto olha para a casa.

— Você tem uma bela casa.

— Obrigada! Acabamos de pintar a varanda na semana passada, então está tudo bonito e pronto para todos. —  O sorriso da mãe do mais novo é largo e caloroso, e Namjoon sabe que ela adora quando as pessoas elogiam a fazenda de alguma forma. O que Namjoon sabe que Seokjin percebe, já que sua mãe leva o casal para o quarto em que eles vão dormir nos próximos dias, o mais velho continua dando-lhe pequenos elogios sobre a decoração ou coisas ao redor da casa.

No segundo andar e no final do corredor, a senhora Kim abre uma porta branca, que revela o que costumava ser o quarto de Namjoon, mas agora é um quarto de hóspedes pintado de azul profundo, embora alguns de seus posters antigos ainda permanecem.

— Aqui está! Vou deixar os garotos se acomodarem antes do almoço.

— Mãe, tenho 35 anos, eu não sou mais um garoto.

— Você sempre será meu garoto, não importa a idade que tenha. — Ela diz com um sorriso doce enquanto belisca a bochecha de Namjoon e sai do quarto, fechando a porta atrás dela. O mais novo suspira, mas sorri para si mesmo.

— Sua mãe é muito legal. — Seokjin comenta, e Namjoon sorri para ele.

— Ela é, e uma força da natureza mas é amável. — Namjoon joga suas malas no chão, sentando-se na beirada da cama enquanto percebe que um dos cadarços de seus sapatos se soltaram.

— Você é fã do epik high? — Namjoon olha para cima depois de amarrar os cadarços para encontrar Seokjin olhando para os poucos posters na parede, todos eles apresentando o epik high de alguma forma.

— Eu era e ainda sou. Tenho certeza que você me ouviu cantarolando algumas de suas músicas várias vezes ao longo dos anos. — Seokjin acena com a cabeça, olhando pela janela. Namjoon sabe exatamente o que, ou melhor, quem, ele pode ver do lado de fora e sorrir.

— Eu vou te apresentar alguns dos cavalos mais tarde, talvez possamos até dar um passeio um dia desses. — Um plano já está se formulando na cabeça de Namjoon e o quando ele abre a boca para falar é interrompido por sua mãe gritando para eles descerem as bundas por que o almoço está pronto.

Seokjin ri, e uau, esse é um som que Namjoon não ouve com frequência suficiente. Parece bom vindo dele e ele parece bem também, muito mais relaxado do que Namjoon já viu.

Seokjin sorri e oferece uma mão, puxando o mais novo para cima quando ele a pega. O mais velho mantém sua mão na de Namjoon enquanto o leva para fora, e Namjoon tem que engolir para que seu coração não salte pela garganta. Porém o mais novo se lembra de que demonstrações públicas de afeto são uma coisa que os dois precisam fazer juntos agora, e dar as mãos é uma coisa fácil para começar.

Mesmo sabendo que é tudo fingimento, Namjoon acha que a mão de Seokjin fica bem na sua, firme e quente.

Namjoon não o solta mesmo quando precisa tomar a liderança, pois Seokjin não sabe onde fica a cozinha. O mais novo se pergunta se Seokjin pode sentir que seu coração está na garganta, mesmo com algo tão simples como segurar a mão.

Namjoon só solta a mão de Seokjin quando entra na cozinha. Sua mãe vê os dois sorrindo.

— Aí estão vocês, estava preocupado que eu teria que enviar seu pai para procurar vocês dois. — Falando no diabo, o pai de Namjoon entra na cozinha segundos depois, largou as chaves do carro em uma tigela sobre o balcão e dá um beijo na bochecha da senhora Kim.

— Oi pai. — O pai de Namjoon acena com a cabeça, rosto neutro e severo.

— Oi filho. — O senhor Kim só consegue manter o rosto sério por mais alguns segundos antes de abrir um sorriso largo.

— Venha aqui. — Namjoon ri e o abraça, o abraço dele tão acolhedor quanto o de sua mãe.

— E este deve ser Seokjin, o homem do momento.

— Sim senhor. — A mãe de Namjoon aponta para o Seokjin, o rosto sério, mas o efeito severo um pouco arruinado pelo bule de café e xícaras na outra mão.

— Eu pensei que tinha te avisado que nada dessa merda formal por aqui. — A mãe de Namjoon diz enquanto coloca as xícaras e a panela na mesa.

— Desculpe, força do hábito. — Seokjin sorri para a mais velha e Namjoon não pode deixar de admira-lo quando vê sua mãe retribuindo o sorriso. Seokjin é encantador de sogras.

A próxima hora é gasta conversando com os pais de Namjoon, durante a qual ele fica sabendo que sua irmã e seu irmão estão chegando em breve. E como ambos são casados ​​e têm filhos, a casa logo ficará muito mais animada e barulhenta novamente.

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E isso acontece. Apenas algumas horas depois, o irmão do meio de Namjoon chega, ele tem 32 anos pelas informações que Namjoon deeu a Seoul e ele está trazendo sua esposa e duas filhas de 11 e 13 anos. Namjoon disse a Seokjin todos os seus nomes ao explicar sua família enquanto planejava a viagem.

Embora Jangmi de 13 anos seja uma criança reservada quando lhe diz olá, Jina de 11 anos não tem esse escrúpulo e corre para Namjoon exigindo um abraço tão alto quanto sua voz de criança pode assim que ela o vê.

A mãe dela e o irmão de Namjoon riem quando o mais novo pega Jina e a gira enquanto ela grita de alegria.

Seokjin sorri observando a imagem.

Namjoon contou a Seokjin um pouco sobre seus irmãos e suas famílias, e o mais velho sabia que Namjoon os amava muito só pela maneira como falou sobre eles, mas ver isso é outra coisa.

Aquece o coração Seokjin ver como Namjoon está despreocupado com eles enquanto balança Jina e a coloca no chão e bagunça o cabelo de Jangmi. A menina de 11 anos bufa e afasta a mão do tio, mas há um pequeno sorriso ali que ela não consegue esconder. Seokjin se segura um pouco, deixando Namjoon dizer olá para seu irmão e sua cunhada primeiro, e então ele acena para eles.

— Jiae e Jungkook, este é Seokjin. Seokjin, estes são Jungkook e Jiae. Jungkook é meu irmão, e Jian é sua adorável esposa que ele de alguma forma enganou para se casar com ele. — Seokjin aperta a mão deles e o Jungkook dá um soco no ombro de Namjoon pelo seu comentário, mas Namjoon apenas sorri apresentando Seokjin para as crianças em seguida. Jangmi aperta a mão de Seokjin, enquanto Jina insiste em um soco, que Seokjin retribui com uma risada.

— Sabe, você me lembra um pouco do meu filho. Ele também adora socos nos punhos.

— Você tem um filho? — Jungkook pergunta.

— O nome dele é Moonsik e ele é adorável, quase tanto quanto seu pai. — Namjoon responde antes que Seokjin o faça, passando o braço pela cintura do mais velho e sorrindo. O coração de Seokjin pula em seu peito e ele não precisa fingir o sorriso caloroso que ele envia para Namjoon. (Ele não tem certeza se é porque Namjoon elogiou o seu filho ou ele, não que isso importe.)

A partir daí, é fácil entrar em uma conversa sobre Moonsik, enquanto os quatros adultos conversam as crianças correm para cumprimentar seus avós.

Apenas alguns minutos de conversa, outro carro chega e estaciona, e sai o que Seokjin percebe ser a irmã mais nova de 28 anos e a família dela pela descrição deles que Namjoon fez.

Desta vez Seokjin não fica tanto para trás, não que ele realmente pudesse. Não com a maneira como Namjoon não o solta, em vez disso, o mais novo movendo-se para segurar a mão de Seokjin para que possa arrastá-lo com ele e apresentá-lo.

— Seokjin, esta é minha irmã Jihyo e seu marido Yejun. — Seokjin aperta as duas mãos e depois se agacha para ficar mais no nível da criança, que está se escondendo atrás da mãe.

— Oi Doyun, seu tio me falou muito sobre você. — Seokjin estende o punho para dar um soco. A criança troca um olhar com a mãe, e então o corajoso menino de cinco anos, bate com o punho. Seokjin sorri.

Jihyo e o Yejun sorriem para Seokjin enquanto ele se levanta.

— Que charme. — a irmã de Namjoon comenta e Seokjin não consegue evitar o calor que sobe em suas bochechas até às orelhas. Antes que ele possa dizer qualquer coisa, no entanto, a mãe de Namjoon grita para que todos se movam, para que não bloqueiem a entrada para o resto das pessoas que chegam. E que todos eles são obrigados a ajudar a preparar as coisas para o churrasco hoje à noite.

Jihyo e Namjoon suspiram em uníssono.

— Prepare-se Seokjin porque churrasco é talvez a única coisa que mamãe e papai levam a sério. — Namjoon explica para Seokjin depois que ele lhe manda um olhar confuso.

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No final da noite, depois de comer demais e beber algumas cervejas, Namjoon e Seokjin vão para a cama cedo. Bem, se pouco antes da 1 da manhã pode ser chamado mais cedo.

Jungkook tenta provocar Namjoon sobre isso, mas sua resposta é apenas bocejar alto enquanto lhe dá o dedo do meio e se afasta.

É tentador simplesmente cair direto na cama quando Namjoon entra no quarto, mas, em vez disso, ele encontra seus produtos de higiene pessoal e se prepara adequadamente para dormir. Namjoon acaba escovando os dentes ao mesmo tempo que Seokjin, de pé ombro a ombro no pequeno banheiro ao lado do seu quarto. Parece estranhamente doméstico e calmo de alguma forma. O que faz o coração do mais novo entrar na garganta pela enésima vez hoje.

Saindo do banheiro, Seokjin deita primeiro na cama, enquanto Namjoon abre a janela e fecha as cortinas, deixando entrar um pouco de ar fresco e o som de muitos de seus parentes que ainda estão acordados.

Seokjin está deitado de costas para a parede. Namjoon só hesita por alguns segundos antes de ir para a cama e espelhar a posição do mais velho.

Isso não é nada estranho, Namjoon se lembra.

Namjoon já dividiu a cama com amigos e colegas antes, não é nada novo.

Mas de alguma forma é.

Porque é Kim Seokjin. O Seokjin.

Na casa dos seus pais. No seu antigo quarto de infância.

Namjoon tenta não pensar nisso enquanto ouve Seokjin bocejar.

— Boa noite. — Seokjin diz.

— Boa noite. — Namjoon diz de volta, mais acordado do que estava minutos atrás. Não demora muito para Seokjin adormecer e Namjoon só ouvir a respiração dele fica mais lenta.

Para Namjoon, no entanto, demora um pouco, enquanto ele tenta não pensar muito sobre isso.

Em que Namjoon falha.

Miseravelmente.

Os pensamentos do mais novo indo a cem milhas por hora.

Namjoon se força a respirar com calma, para caso Seokjin acorde antes que ele consiga adormecer.

Ele começa a olhar para a parede e encontra novos padrões que Namjoon nunca tinha visto antes.

Era uma forma de se distrair.

O que faz Namjoon eventualmente adormece; sonhando com o sol de pirulito e as nuvens de marshmallow.