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História Livro 1: Dangerous Reality|Fred Weasley - Capítulo 30- O "Quase" Beijo.


Escrita por: analuna_w

Capítulo 31 - Capítulo 30- O "Quase" Beijo.


AVISO: NESTE CAPÍTULO CONTÉM LINGUÁGEM IMPRÓPRIA, CASO NÃO SE SINTA A VONTADE COM ESTE TIPO DE CONTÉUDO, POR FAVOR, NÃO LEIA.
  22 de dezembro de 1995

 Fred andava extremamente irritado nas semanas que se passaram, a começar pela chegada de Cedrico que para a surpresa de todos, era membro da Ordem da Fênix. Fred não desgostava dele, o lufano era respeitoso, e não costumava se intrometer nos assuntos alheios, o problema para o garoto, eram as investidas dele em sua namorada, sempre a chamando para conversar, e demonstrando afeição até demais com ela. Catherine por sua vez, mantinha-se afastada de todos (o que ele achava ótimo quando se tratava de Cedrico). Na maior parte do tempo, evitava que a tocassem, e se recolhia cedo para dormir, ou fazia as refeições em horários mais tarde para evitar estar perto dos outros. Harry agia praticamente da mesma forma, se esgueirando pela casa mantendo-se recluso a maior parte do tempo, e essa situação já estava deixando-os extremamente irritados.

O ruivo se levantou sem ânimo algum de sua cama, depois de uma péssima noite de sono, onde, George seu irmão gêmeo, tinha roncado com um trator quebrado a noite inteira, ele chegou a arremessar um tênis em cima do dele na esperança de fazê-lo calar, mas não havia resolvido absolutamente nada.

Ele olhou para George que dormia de boca aberta num sono profundo, ao olhar para o pequeno despertador na cabeceira de sua cama, o relógio marcava sete horas em ponto. Fred espreguiçou-se de forma bem preguiçosa e andou até seu malão e pegou uma muda roupa simples, uma blusa preta sem estampa, e uma calça jeans escura, o rapaz pegou a toalha azul, e foi em direção ao banheiro do corredor.

Ao que parecia somente alguns membros da ordem estavam acordados, e para infelicidade dele, Cedrico também, o garoto estava parado em frente a porta do banheiro, encostado no corrimão de madeira.

– Bom dia! – Cedrico o cumprimentou bocejando alto em seguida.

– Dia! – Fred respondeu de um jeito nada simpático. Já não bastava ter que aturá-lo por Hogwarts, agora ele precisava lidar com o garoto enquanto estava de recesso. – Quem está usando o banheiro?

– Acho que é a Catherine...– Cedrico falou com indiferença. –  Já tem mais de trinta minutos que ela está lá dentro...

– Então vamos ter que esperar uma eternidade! –  O garoto respondeu impaciente. Era uma luta fazer com que a garota saísse mais rápido do banho, se ela pudesse ficaria horas e horas debaixo da água.

– EU OUVI ISSO, WEASLEY! – A voz da garota ressoou abafada devido ao som da água do chuveiro. Cedrico riu com o tom de indignação na voz dela. Fred, no entanto, permaneceu sério, ele sentia um grande desconforto quando estava perto de Diggory, era como se ele tivesse levado um grande soco na boca do estomago, e seu sangue parecia estar em ebulição toda vez que estava por perto.

Alguns minutos depois, Catherine finalmente abriu a porta do banheiro fazendo a fumaça do banho quente sair do local espiralando. Ela saiu com a toalha na cabeça, e vestia uma calça de moletom um pouco justa em seu corpo usando um casaco que combinava. Era perceptível a cicatriz no pescoço dela, apesar de que tivesse parado de crescer, a cicatriz parecia cair de um jeito bonito e aterrorizante nela. Catherine subiu o casaco um pouco, ao ver que Fred encarava.

Ele não ligava que a garota estivesse com aquelas marcas, Fred sabia que ela não era uma pessoa ruim, e faria de tudo para mostrar a ela que não havia nada para se preocupar. O jovem achava que Voldemort queria fazer com que ela pensasse que era perigosa, assim Catherine se afastaria de todos, e sozinha o Bruxo das trevas poderia agir da forma que quisesse.

– Bom dia meninos! – Ela disse sorrindo fraco. Os dois a cumprimentaram, Cedrico exibiu um sorriso grande ao vê-la. "Puta merda, esse cara é bonito mesmo...", ele pensou. Ele percebeu que a namorada tinha olheiras mais fundas de quem não havia dormido bem há meses, e tinha a feição cansada, era de se esperar... Catherine tinha pesadelos frequentemente, o que dificultava ela ter uma boa noite de sono.

– Quer ir primeiro? – Cedrico perguntou para ele chamando a sua atenção.

– Não. Pode ir! – Fred respondeu com certa rispidez. "Eu não vou deixá-lo sozinho com a minha namorada...", o garoto pensou levemente irritado.

Catherine ergueu uma sobrancelha e reprimiu um riso, mas não disse nada até Cedrico entrar no banheiro.

– "Puta merda, esse cara é bonito mesmo..." – Ela repetiu a frase em voz alta, em tom de brincadeira.

– Você não deveria bisbilhotar os pensamentos alheios, Riddle! – Ele disse aproximando-se dela. – Ou pode não gostar do que vai ver... – Ele tentou se aproximar mais da garota, mas ela se afastou.

– Desculpa... É que...– Ela não precisou terminar a frase. Fred sabia que ela tinha medo de machucá-lo, mas o que de fato estava fazendo isso, era a falta de contato com ela, aquilo estava dilacerando-o por dentro. Ela pareceu notar que o garoto havia ficado sentido com isso.

Catherine respirou fundo, ficou na ponta dos pés e deu um beijo no canto da boca dele.

– Eu quero mais um bem aqui...– Ele disse apontando para a própria boca.

– Depois que você tomar um banho, e escovar os dentes, eu penso no seu caso! – Ela disse sorrindo.

– Eu não estou fedendo! – Fred resmungou, levantando o próprio braço e cheirando a axila.

– Está sim... Está cheirando pior do que bosta de dragão...– Catherine respondeu, enquanto se afastava para o próprio quarto. – Nos falamos depois, cascão!

"Que diabos é cascão?", ele pensou confuso.

Ele riu sozinho no corredor, mas ao vê-la se afastando sentiu-se de modo estranho, era como se algo estivesse faltando. Todas as vezes que Catherine saia de perto, a impressão que lhe dava era que a garota desapareceria para sempre, deixando-o com certa angústia em seu peito. "Não.", ele pensou tentando afastar os pensamentos ruins.

Fred ficou esperando o lufano sair do banheiro, enquanto pensava em diversas formas de fazer uma pegadinha com ele. Claro que ele não faria isso, pois sabia que a namorada não gostaria, mas isso o fazia sentir-se melhor. Ele deu uma gargalhada ao imaginar Diggory coberto por uma poção de fazer inchar, vendo o rosto do garoto ficar o triplo do tamanho natural.

– Ei, bafo de bunda! – George falou em um tom brincalhão. – Quem está no banho?

– Diggory. – Ele respondeu revirando os olhos.

– Ah, o seu grande amigo, Cedrico! – George debochou. – Ainda tendo acesso de ciúmes, por conta da chegada dele?

– Eu não tenho ciúmes, de ninguém... E confio plenamente na minha namorada! – Fred disse zangado.

É claro que o rapaz estava mentindo de forma descarada, ele não sabia esconder bem os seus sentimentos. Sempre que Cedrico aparecia, o ruivo ficava agindo de forma mais grudenta com a namorada, beijava-a com mais frequência, era mais carinhoso, e passava ou tentava ficar mais tempo por perto.

– Claro, maninho... – George disse dando tapinhas no ombro do irmão, ele então, parou de repente e começou a mexer nos cabelos de Fred.

– Que porra você tá fazendo? – Fred falou colocando a mão na cabeça.

– Eu acho que...– O irmão começou a dizer. – Não, não pode ser...

– Não pode ser, o que? – Ele perguntou irritado, a voz levemente aguda.

– Acho que... acho que está nascendo um chifre! – George falou as gargalhadas. Fred parou de sacodir o cabelo, e olhou de um jeito carrancudo para o irmão que estava vermelho de tanto rir. – Devem ter começado a crescer quando o Diggory chegou...

– Escuta aqui...

A porta do banheiro se abriu e Cedrico saiu do banheiro com a testa franzida ao ver George curvado com o braço envolvendo o próprio abdômen enquanto ria de Fred que não estava achando a menor graça da situação. Fred pegou as roupas e a toalha que estavam apoiadas no corrimão, e então entrou no banheiro passando por Cedrico com violência.

– O que deu nele? – Cedrico perguntou curioso, ainda com a testa franzida.

– Meu querido irmão está tentando virar animago..., mas só apareceram os chifres...– George disse caindo na gargalhada novamente. – Cuidado pra não arrebentar o chuveiro, Gred!

– Vai á merda George! – Fred falou em tom de voz alto, alto até demais, o quadro da Sra. Black começou a berrar.

– Eu já não disse para não ficarem gritando aqui! – A voz da Sra. Weasley ressoou no andar debaixo.

Fred se despiu, entrou no box, girou a torneira e deixou que a água quente caísse em seu corpo. "Catherine jamais iria me trair...", ele pensou com convicção. "Mas e se ele investir nela?", ele pesou apreensivo. "Não, deixe isso pra lá...", ele afastou aqueles pensamentos ruins. Catherine o amava, e ele a amava também, nada iria estragar isso, nem mesmo Cedrico Diggory.

(...)

Com a chegada de Cedrico, as coisas começaram a ficar um tanto quanto caóticas, Fred passara a querer ficar grudado com a garota toda vez que o futuro Auror estava por perto. Cedrico por sua vez, a deixava irritada com constância, já que basicamente todas as vezes que a via queria conversar e ela não estava no melhor animo para isso. Por isso, ela passava a maior parte do seu tempo enfiada em seu quarto ou alimentando o hipogrifo, lá era o único lugar onde ninguém a importunava com perguntas, além de que Bicuço era uma companhia adorável.

Catherine estava deitada em sua cama, lendo "O Morro dos Ventos Uivantes", por mais que estivesse faminta ela não queria descer as escadas e encarar a todos. Ela ainda tentava evitá-los, tinha medo de que em algum momento machucasse alguém igual havia feito com Sirius, e possivelmente o Sr. Weasley.

Os pesadelos ainda se mantinham presentes e cada vez mais confusos, ela costumava acordar mais de uma vez nas madrugadas e demorava para pegar no sono novamente, o que lhe resultou um belo par de olheiras escuras e densas.  Enquanto ela folheava o livro, Catherine ouviu o som da campainha tocando, não demorou muito para que a Sra. Black começasse a berrar alto no corredor, a princípio ela pensou que era Mundungo, mas ela então escutou a voz de Hermione ressoar no corredor logo depois. Catherine largou o livro na cama, virou-se de costas para a porta, torcendo que ninguém a incomodasse, não que ela não gostasse da companhia das pessoas, mas ela ainda tinha muito receio de ficar próximo das pessoas desde que tudo acontecera. Ouviram-se batidas na porta de seu quarto, e logo depois o rangido dela sendo aberta.

– Pode parar de fingir que está dormindo, você não me engana! – Hermione falou ligeiramente zangada. Catherine fingiu não ouvir, e continuou deitada. Naquele momento ouviu-se um "CRAQUE". Fred e George apareceram sentados na cama dela, fazendo com que as molas fizessem um barulho alto, assustando a garota, ela sentou-se na cama com rapidez, os batimentos cardíacos acelerados.

– Por que vocês fizeram isso? – Catherine reclamou.

– Porque eu pedi! – Hermione respondeu com o olhar impassível. – Você não pode simplesmente sair se isolando, Catherine! Você e o Harry estão agindo iguais a dois idiotas!

Naquele exato momento, Gina apareceu puxando Harry pela mão, o garoto parecia confuso e irritado.

– O que é isso? – Ele disse irritado.

– Vamos fazer um julgamento para saber se vocês são dignos ou não de levarem um cascudo! – George falou dando uma risadinha.

A garota permaneceu séria, assim como Harry.

– Você bem que está merecendo um! – Catherine disse levantando-se com violência da cama. – Olha, eu não tenho nada para conversar, estou bem.

– Ah, senta o rabo aí! – Gina com falou rispidez, ignorando o comentário de Catherine.

Ela lançou um olhar carrancudo para a mais nova que não deu a menor importância. Não demorou muito para que Rony e Cedrico aparecessem também, o que a deixou menos confortável ainda. Diggory se recostou na porta, o que lhe dava a impressão de guarda costas bonitão, enquanto Rony sentou-se no chão do quarto com as pernas cruzadas.

– Olha, sei que vocês estão passando por uma situação complicada, mas me contaram que vocês andam se escondendo pela casa desde que voltaram do hospital...– Hermione começou a dizer. – Honestamente, isso é ridículo!

– Concordo! – Rony falou. – Não faz o menor sentido vocês ficarem se escondendo pela casa, vocês não tiveram nada a ver com essa situação...

Catherine continuou em silêncio, apesar de estar irritada. No fundo ela sabia que só estavam querendo ajudá-la, mas isso não descartava o fato de que Catherine sentia-se extremamente perigosa nos últimos dias.

– Ah, que bom que pense assim. Posso ir agora? – Harry retrucou olhando feio para os que estavam no quarto.

– Não! – Gina disse parando na frente dele. – Você vai sentar essa sua bunda seca aí, e vai escutar! Vocês estão agindo iguais a dois idiotas!

– Eu acho que tenho motivos suficientes para me manter longe de vocês. Viram o que aconteceu com Sirius? – Catherine falou, havia um toque de desespero em sua voz. Harry olhou para Catherine de um modo que a deixou desconfortável, como se ele estivesse com uma vontade imensa de lançar uma maldição imperdoável nela, o que era totalmente compreensível, já que Sirius era seu padrinho.

– Ah, me poupe. Foi um acidente! – Gina disse.

– Que poderia ter facilmente matado ele! – Catherine retrucou irritada. – Vocês precisam parar de amenizar os fatos.

– Ninguém está amenizando os fatos, acidentes acontecem...– Fred falou calmo. – O que estamos querendo dizer, é que você e o Harry não podem ficar se culpando por tudo de ruim que acontece. O que aconteceu com o papai, não tem nada a ver com vocês.

Catherine não respondeu.

– Você não entendeu, Fred... Eles acham que realmente estão sendo possuídos por Você-Sabe- Quem. – Gina cuspiu as palavras. Catherine sentiu como se tivesse levado uma bofetada no rosto. – Só se esqueceram que eu sou a única pessoa que sabe como é.

– Me desculpe... Eu esqueci...– Harry disse encabulado.

– Sorte sua! – Gina disse, apesar de aparentar estar calma, Catherine conseguia sentir que ela estava levemente ofendida.

– Você não acha que estou sendo possuído? – Ele perguntou. Catherine não ousou perguntar aquilo, ela estava convicta de estava sendo possuída por Voldemort, gradativamente, ele só estava esperando o momento correto para possui-la de vez.

– Bom... Você consegue se lembrar de tudo o que faz? Tem longos períodos de ausência em que não é capaz de dizer o que andou fazendo?

– Não. – Harry respondeu.

– Então ele nunca possuiu você! – Gina falou. – Quando ele fez isso comigo, eu não conseguia lembrar como havia parado em determinados lugares, era bem confuso.

Catherine não ousou olhar para nenhum deles, seu rosto estava pálido, a respiração pesada e ela sentia que a qualquer momento poderia desmaiar. Ela sabia que os olhares de todos estavam nela.

– Catherine... – Harry começou a dizer. – Você...

– Eu não sei ao certo...– Ela disse com a voz trêmula. – É tudo muito confuso, talvez seja eu...

– Que? – Rony falou confuso. – Olha, você pode ser filha dele, mas.... Por que ele iria querer possuir você?

– Impossível! – Gina e Hermione falaram ao mesmo tempo.

– Na verdade não tão impossível assim...– Cedrico comentou.

– Cedrico, sem querer ofender, mas fica na sua...– Gina falou revirando os olhos. – Catherine não teve nada a ver com o acidente do papai, ela estava no quarto o tempo inteiro!

– É verdade, você só ficou se debatendo e chamando os nossos nomes...– Hermione estremeceu ao lembrar da cena.

A garota levantou o olhar por um instante, aliviando-se por um momento. Mas ela ainda tinha dúvidas, afinal de contas, ela tivera acessos de ausência em Hogwarts, mais de um vez.

– Catherine é uma bruxa poderosa...– Cedrico disse pensativo. – Você-Sabe-Quem adora poder, e faria qualquer coisa para ter alguém como ela ao seu lado.

– Que ela é fodona, nós já sabemos! – Rony falou como se fosse uma coisa óbvia. O rosto do rapaz ficou levemente avermelhado. – Mas podemos arrumar um jeito de acabar com isso, não?

– Poderíamos tentar monitorar, assim ficaria mais fácil para saber se ela está ou não sendo possuída.

Os pensamentos dela estavam um turbilhão, ela mal conseguia prestar atenção no que os outros conversavam, ela precisaria tomar uma decisão rápida.

– Olha, eu tenho monitorado ela desde o primeiro dia em Hogwarts...– Cedrico falou chamando a atenção dela. – Ela apenas saiu duas vezes pelo que eu sei. E nas vezes em que ela estava em transe, não machucou ninguém, não acho que seja um perigo. Mas de qualquer forma podemos continuar prestando atenção, e caso aconteça algo alarmante, falamos com o resto do pessoal, mas por enquanto isso fica entre nós.

Ela sentiu-se um pouco melhor, talvez estivesse exagerando demais a situação, talvez fosse apenas o estresse dos acontecimentos recentes.

– Tudo bem... Vamos nos manter alertas. – Catherine disse forçando um sorriso ao final da frase.

– Catherine, posso falar com você a sós? – Cedrico perguntou. Ela assentiu com a testa franzida, pelo canto do olho ela viu Fred fazer uma careta de irritação, quando George levantou as duas mãos com os dedos indicadores para cima, formando dois chifres. Catherine revirou os olhos.

– Conversamos mais tarde, então...– Hermione falou, lançando um olhar de quem iria fazer muitas perguntas. – Vamos... – Ela puxou Rony e Harry pelo braço que estavam ainda parados no mesmo lugar.

Todos foram saindo, um por um com o rosto cheio de confusão. Fred continuou sentado na cama de Catherine com os braços cruzados, enquanto fitava o chão fingindo não ter escutado o que Hermione dissera.

Catherine pigarrou alto chamando a atenção do garoto.

– Fred... pode nos dar licença por um momento? – Catherine falou prendendo o riso, ela sabia que o garoto estava com ciúmes, o que era ridículo, afinal de contas seu coração pertencia apenas a ele.

– Ah! Claro...– Ele disse forçando um sorriso. Antes de sair do cômodo, ele puxou Catherine e deu lhe um beijo longo e apaixonado, que deixou a garota tonta e surpresa pelo ato. Ao soltá-la, o garoto caminhou até a porta passando com violência por Cedrico, que encarava o chão.

Assim que eles foram deixados a sós. Catherine se voltou para o rapaz.

– Então, o que você queria falar comigo? – Catherine perguntou sem fazer rodeios. Há alguns dias ela estava achando estranha as investidas de Cedrico, e os pensamentos do garoto pareciam uma nuvem densa, estavam confusos demais chegando a deixá-la com dor de cabeça todas as vezes em que tentava ver alguma coisa.

– Umbridge não ficou nenhum pouco contente, quando soube que você tinha saído antes do recesso...– Ele começou a dizer, andando em direção a uma pequena poltrona que havia no quarto. Catherine gargalhou, até parece que ela realmente ligava para o que Umbridge pensava, e ela daria tudo para ver o rosto da mulher contorcido de raiva. – Com isso...ela arrumou um jeito de me suspenderem, não vou voltar a Hogwarts depois do fim do recesso.

Ela ficou em silêncio, completamente estagnada no local, como se seus pés tivessem formado raízes profundas no chão de madeira. Cedrico não era seu melhor amigo, mas também não era um estranho, e não o ter mais por perto pelo resto do ano letivo, seria péssimo, Catherine havia se acostumado com a presença dele, e agora não o teria mais por perto. Ela se sentia completamente atordoada, como se um pedacinho de seu coração mesmo que pequeno tivesse sido arrancado dela.

– Ela... ela não pode fazer isso...– Catherine murmurou. – Não... você não teve culpa... E Dumbledore? Ele não fez nada?

Cedrico se remexeu na poltrona.

– Eu pedi a ele que não fizesse nada. – Aquilo realmente a pegou de surpresa, Catherine estava pronta para argumentar, mas o rapaz fez um gesto com as mãos, interrompendo-a.– Dumbledore já tem muito com o que se preocupar no momento, e a relação entre ele e o Ministro da Magia anda esquisita, não seria justo da minha parte meter o diretor em mais problemas. – Ele fez uma pausa. – E vamos dizer, que... eu estava começando a misturar as coisas... Não seria bom para mim, ou para você isso...

– Mas, não é justo aquela megera colocar você para fora, por uma coisa na qual você não tem controle! – Ela falou em tom de voz elevado. – Isso não é justo! – Seus olhos ardiam, ela piscou com força para tentar aliviar a sensação péssima. – Eu vou fazer a vida do próximo que ela escolher um inferno...

– Você, não vai fazer nada! – Cedrico disse levantando-se, o garoto foi até ela e deu-lhe um abraço apertado. Mais uma vez ela foi pega de surpresa, Cedrico nunca havia abraçado ela, e o contato repentino fez com que ela se assustasse. Diferentemente de Fred, Cedrico tinha um cheiro mais adocicado com um toque de canela, seu corpo era quente, e um pouco rígido, ela conseguia sentir os músculos do rapaz tensionados contra o seu corpo.  – A única coisa que eu quero de você, é que tire uma nota altíssima nas N.O. M's e nos N.I.E. M's. Mostre a todos que a quão inteligente, incrível e talentosa você é.

Ela assentiu com um pequeno sorriso nos lábios, enquanto abraçava ele de volta.

– Vou fazer isso...– Catherine respondeu se afastando alguns centímetros do rapaz.

Ele a encarou por um momento com um brilho em seus olhos, e inconscientemente—ou não — Cedrico começou a aproximar-se dela, ela conseguia sentir a respiração dele muito próxima de seu rosto, seus lábios estavam cada vez mais próximos dos seus. Depressa a garota o empurrou afastando-se dele o mais longe possível, aquilo não poderia acontecer, isso não era certo.

Cedrico coçou a cabeça encabulado, em seguida bateu com a mão na própria testa.

– Me desculpe...– Ele disse envergonhado, mas ela sabia que havia uma parte dele que estava frustrada. – Não vai acontecer novamente, prometo.

Catherine estava atordoada demais para lhe dar uma resposta, ela tinha certeza absoluta de que Cedrico ainda amava Cho, então por que ele tentara beijar ela?

– Olha... Isso não pode acontecer, Cedrico...– Ela disse tentando ficar calma. –  Eu estou com o Fred e eu o amo, você não pode simplesmente aparecer aqui e tentar me beijar!

– Eu sei... É que... desculpa! – Ele disse confuso. – Eu não sei o que deu em mim...

Catherine estava irritada e confusa demais para respondê-lo, a garota lançou um olhar carrancudo para ele. A mais nova conseguia sentir um fluxo intenso de energia começar a fluir pelo seu corpo, o que acontecia com frequência nos últimos dias.

Naquele instante a Sra. Weasley apareceu na porta. Olhando para os dois de forma desconfiada.

– Está tudo bem? – Ela perguntou franzindo a testa.

– Sim. – Catherine respondeu um pouco ríspida. O problema não era com a Sra. Weasley, e sim com a atitude imprudente do rapaz, ele poderia colocar o relacionamento de Catherine na lama por conta da falta de noção dele.

– Só vim avisar, que o jantar está pronto...– A Sra. Weasley olhou ligeiramente para Cedrico que evitava olhar Catherine nos olhos.

– Obrigado, Sra. Weasley. – Cedrico falou saindo do quarto. A mais velha sorriu para ele, quando passou ao lado dela.

Catherine estava irritada e confusa com a atitude de Cedrico, por que ele tentaria beijá-la, sabendo que ela está num relacionamento com Fred? Por mais que gostasse do garoto, não era daquela forma, e por isso, ela iria se manter longe dele. Catherine já tinha problemas suficientemente complicados em sua vida, ela não precisava de mais um.

– Querida, posso conversar com você antes de descermos? – Molly perguntou de modo simpático.

– Claro, Sra. Weasley! – Ela disse dando um sorriso.

A Mais velha entrou no quarto e fechou a porta com cuidado para que ela não batesse.

– Eu não estou querendo ser intrometida...– A Sra. Weasley começou a dizer de forma nervosa. – Mas parece que o Sr. Diggory tem uma certa atração por você... Venho notando que desde que ele chegou só pergunta sobre você, e bem... sei que você namora o meu filho...

Catherine precisou prender o riso, mas ao mesmo tempo ela se sentiu um pouquinho ofendida.

– Com todo respeito Sra. Weasley, ele pode ser bonito, e é um rapaz gentil...– Catherine falou com a voz calma. – Mas ele não é o Fred, eu o amo. O seu filho é a pessoa mais incrível que apareceu na minha vida, eu nunca pensei que alguém pudesse me fazer sentir o que eu sinto quando estou com ele, no meio de todo esse caos, ele tem sido o meu porto seguro, é a pessoa mais importante na minha vida, e eu jamais faria algo que o machucasse.

Molly assentiu e então deu um grande sorriso, com pequenas lágrimas se formando em seus olhos, a mulher lhe deu um abraço apertado, que ela devolveu com gosto.

– Muito bem, muito bem...– Molly disse emocionada. – Acho melhor descermos para o jantar....

– Com toda certeza! Estou faminta! – Catherine respondeu dando um sorriso.

Cada palavra proferida pela garota, era verdade. Fred foi a melhor coisa que aconteceu, ele trazia alegria para ela no meio de toda aquela confusão, e sempre tentava ao máximo fazer com que ela se sentisse acolhida, mas Catherine não podia negar que a dependência que ela sentia por tê-lo por perto não era algo bom, depender emocionalmente de alguém poderia ser a ruína dela, afinal, nada dura para sempre, nem mesmo o amor...

(...)

 



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