História Revival (Taekook/Vkook) - 13

Alguns dias depois

Estava escondido atrás do sofá, quando em um súbito a luz é ligada. Nesse instante todos pulamos de onde estamos e se ouve um coro de "Surpresa". O mais novo parecia não esperar por isso e Namjoon (que havia sido encarregado de distrair JungKook enquanto organizamos tudo) estava o abraçando e rindo. Então todos os meninos vão em direção à ele para dar os parabéns.

Não havia visto Jungkook durante a semana, e agora, olhando para seu rosto as palavras de Hoseok pareciam ainda mais frescas em minha mente.

Jin vem da cozinha com um bolo em mãos, e logo começa a se cantar o parabéns. O mais novo parecia estar radiante, e não consigo evitar o sorriso ao ver seus olhos brilharem enquanto apagava as velinhas do bolo.

- Tae, pode pegar os pratos para nós? - Jin me pede um favor, que apenas concordo com a cabeça.

Vou até a cozinha pequena da casa de Jin e Namjoon e procuro pelos pratos. Procuro em praticamente todos os armários, mas não encontrava.

- Estão no armário de abaixo. - JungKook aparece de repente na cozinha, e senta encima da pequena bancada. - Você não me deu parabéns.

- Desculpe, me distraí. - Me abaixo para pegar sete pratos, e solto os mesmos sobre a bancada onde o mais novo está sentando, e o puxo para um abraço. - Parabéns, Jungkook.

- O melhor presente que ganhei hoje... - Ele faz uma pause para olhar em meus olhos. - Foi um abraço seu.

Quando vou falar algo, os meninos aparecem na cozinha. Estou pronto para me afastar de Jungkook, mas seus braços me prendiam à ele. Hoseok olhava atentamente para nós dois.

- Precisamos ir. As surpresas ainda não acabaram. - Jimin fala referindo-se à outra parte da surpresa.

Havíamos organizado uma grande festa no estacionamento. Não sei dizer o que havia mais lá dentro, bebida ou convidados. Fico impressionando com a quantia de pessoas que Hoseok e Yoongi conhecem.

Quando JungKook chega todos erguem seus copos vermelhos e gritam alguma coisa, mas logo se voltam para o que estavam fazendo antes da chegada do mais novo. Hoseok vem em nosso direção, com dois copos em mãos e nos entrega. O mais novo não parecia muito interessado na bebida, e muito menos na festa. Quando estou indo em sua direção, um garoto muito alto chega e aperta sua mão, mas Jungkook parecia muito desconfortável com a situação.

- Quem era? - Pergunto enquanto me aproximo dele. Quando seus olhos se encontram com os meus ele dá um sorriso, e não posso evitar fazer o mesmo.

- Lembra o dia em que estava com um machucado? - Eu concordo com a cabeça. Não poderia esquecer daquele dia. - Foi ele que fez aquilo.

- Mas ele tem duas vezes a sua altura. Por que ele não bate me alguém do tamanho dele?! - Fico um pouco irritado, como alguém tão grande pode bater nele?

- Está tudo bem. Eu tive um bom médico. -Podia afirmar que tinha um tom de malícia em sua voz. Não consigo evitar o sorriso em pensar nisso.

Pego JungKook pela mão e o puxo para dançar comigo. No início ele foi relutante mas logo de entregou para a música.

Observo seus olhos, mesmo dançando seus olhos pareciam me observar, a maneira com que ele sorria demonstrava sua felicidade no momento.

Posso dizer que bebi mais do que uma pessoa normal poderia aguentar. Quando vou até o bar improvisado peço mais um drink. Quando coloco em minha boca e sinto o gosto da vodka que continha naquele copinho com líquido azul, logo sinto aquela velha sensação... Aquele sabor trazia a tona tantas memórias, memórias das quais rezo para um dia conseguir esquece-las.

Minha cabeça começa a latejar, e agora estava doendo muito. Sinto meus olhos e pernas falharem, e quase caio no chão. Então dois braços fortes me seguram e me colocam sentado em um dos degraus da escada.

Olho para Jungkook parado do meu lado, via sua boca se mexer, mas eu não conseguia assinalar as palavras ditas por ele. O mais novo parecia perfeito com todas aquelas luzes em seu rosto, e seu estilo combinava com tudo à sua volta.

Me aproximo dele, fazendo com que ficássemos tão próximos que poderíamos nos beijar, ainda assim diamantes o sufiente para não fazermos isso.

Nesse instante coloco minhas mãos em seu rosto, e ele fecha seus olhos e encosta sua testa na minha, fazendo com que nossos rostos ficassem mais próximos do que antes.

Encosto nossos lábios, e no início ele fica surpreso com minha atitude.

Seus lábios eram macios, e suas mãos quentes estavam descendo para minha cintura. Ele me assegurava firme contra si mesmo, talvez com medo que eu me distânciasse.

Toda a música, as pessoas e as luzes pareciam entrar em sincronia com aquele momento. Tudo parecia em câmera lenda, como se o tempo não passasse. Nunca me senti dessa forme em minha vida. O que ele está fazendo comigo?

Apesar de ter bebido muito, eu ainda conseguia caminhar até o quarto, mas não iria recusar a ajuda de Jungkook.

- A onde você vai? - Falo quando o vejo saindo pela porta. Queria sua presença ali. Não queria ele saisse. Talvez eu estivesse realmente muito bêbado.

- Não seria uma boa coisa eu ficar aqui. Já que você está bêbado. - Havia um tom de brincadeira em sua voz. - Eu vou dormir no sofá. - Ele fala e sai do quarto.

Quando ele finalmente fecha a porta, começo a olhar para as paredes e sorrir como um bobo. Nunca tinha beijado um menino, e nunca havia me sentido daquela forma. Seu beijo era tão diferente de todas as experiências que já tive, era mil vezes melhor. Fico sorrindo para a parede até cair no sono.

Eu tinha oito anos novamente, estava  me escondendo debaixo da cama. Eu esperava e rezava para ele não me encontrar. Mas então eu vejo pés sobre o piso de madeira, quando ele entra no quarto a garrafa que estava  em sua mão se transforma em caquinhos brilhando no chão.

Ele então  me encontra, e me segura pela minha camiseta. Em meu rosto tinha tantas lágrimas, e  elas molhavam o chão. Em seus olhos tinha tanta raiva. Eu me perguntava o que tinha feito.

Ela surge na porta porta e tenta convencer ele a me soltar, mas ele apenas a empurra. Ela cai no chão mas logo se recompõe e tenta empurra-lo. Ele vira um tapa em seu lindo rosto.

Então volto a ser adulto e avanço em sua direção. De repente minhas mãos estão cheias de sangue, tal qual como minhas roupas. Ouço os gritos dela tão altos...

Então sinto mãos me segurando e falando meu nome.

- Tae, acorde. - Ouvia Jungkook repetir para mim. - Foi só um pesadelo. Eu estou aqui com você.  Está tudo bem, fique calmo.- Ele fala me puxando para seus braços.

Minha testa estava suada, assim como minha cama. Eu estava chorando denovo. Droga.

O mais novo me mantinha perto de seu corpo, e eu o aproximo ainda mais.

Depois de alguns longos minutos, eu o solto e volto a me deitar na cama. Ele continua sentado me observando.

- Você vai ficar bem? - Ele pergunta olhando bem em meus olhos. Quando ele vai se levantar, eu pego sua mão e o puxo para mais perto.

- Você disse que aquela não seria a última vez que dormiria em minha cama, você deve honrar com suas palavras. - Enquanto falo isso ele já estava se ajeitando na cama de solteiro, ficando com seu rosto quase colado no meu.

Começo a passar a mão em seus cabelos, ele estava quase dormindo quando lembro de falar algo.

- Eu não estava bêbado. - Falo muito baixinho. Ele murmura um "Hum?" - Eu não estava bêbado quando te beijei.

- Não estava? - Enquanto falava seus olhos permaneciam fechados. Mas eu queria que ele olhasse para mim, queria que visse que eu estava falando a verdade.

- Não te beijei por que estava bêbado. Te beijei por que gosto de você. - Nesse momento seus olhos we abrem, e ele estava analisando cada palavra minha. - Achei que você deveria saber disso.

- Eu gosto de você, Tae. - Ele fala e então volta a fechar os olhos. - Achei que deveria saber disso.

As palavras de Hoseok voltam à minha cabeça. Agora eu sei, sei que gostava de Jungkook, e que faria de tudo para não machuca-lo.