História Revolução. - De volta.

“Uma gota no oceano. Uma mudança no tempo. Eu estava rezando, para que eu e você, pudéssemos ficar juntos. É como desejar a chuva, enquanto eu estou no meio do deserto. Mas estou te segurando, mais perto do que nunca. Porque, você é o meu céu.”
— A Drop In The Ocean.

Point View Justin bieber

Minha respiração estava completamente desregulada, assim como a de Violeta que me olhava amedrontada. Meu cabelo estava grudado na testa, eu suava frio enquanto a segurava com o punho firme.

- Ainda não.. – Murmurei olhando minimamente dentre a pequena fresta da pedra em que estávamos apoiados. – Não acha melhor nos entregarmos? Vai ser melhor assim.

- Não! – Tentou se soltar de mim irritada. – EU.NÃO.QUERO.VOLTAR!- Falou pausadamente se soltando imediatamente começando a correr.

-Merda! – Praguejei quando a mesma começou a ser seguida imediatamente pelos drones. – VIOLETA! – Gritei correndo atrás dela.

Eu conseguia ouvir as batidas do meu coração enquanto respirava ofegante, minhas pernas doíam durante o percurso, na verdade, tudo, extremamente tudo, doía. Mas naquele momento nada importava!

Antes que eu consegui-se a alcançar, meus pés foram imobilizados por cordas de aço lançadas por um deles. Gritei pela dor do aperto chamando sua atenção. Ela olhou para trás rapidamente, assustada. Aquilo foi o suficiente para que os mesmos a prendessem também.

-´´ Vai ficar tudo bem´´- Sussurrei para ela de longe, enquanto nossos corpos eram carregados.

(...)

- Eu sabia que iam achar você, meu deus como eu senti sua falta! – Margoth dizia eufórica enquanto me enchia de beijos e abraços calorosos. – Eu te amo tanto... – Murmurou contra meus lábios.

Sorri entre o beijo a apertando mais contra mim. Quando a mesma se afastou, vi de canto de olho Violeta nos fitar. No momento em que nossos olhares se encontraram pude perceber a decepção e o ciúme, ela até mesmo tentou disfarçar desviando o olhar, mas era tarde demais, eu já havia captado aquilo. Holf nos olhava calado de braços cruzados, parecia também ter captado aquilo.

Kleman apareceu segundos depois. Margoth se afastou me mandando um sorriso de canto.

- Bem vindos de volta! – Gargalhou ironicamente. – Seus fugitivos malditos.

Se aproximou de Violeta, completamente acorrentada. – Você volta para cúpula. E você – Apontou para mim com ódio e autoridade. – Vamos ter uma conversinha mais tarde.

Sorriu sacana agarrando o braço esquerdo de Violeta a levando.

- Justin? – Holf me chamou sério. – Podemos conversar um minuto?

Assenti. Havia uma garota desconhecida á seu lado. Achei curioso aquela aproximação, me fez refletir do quanto as coisas mudaram nesses dias que eu estive perdido.

Ele se afastou dela me levando até nossos dormitórios, caminhamos silenciosamente pelos corredores iluminados. As portas se abriram assim que chegamos de frente ao quarto. Ele entrou primeiro se mantendo de pé, me sentei na cama ainda me sentindo completamente angustiado e confuso.

- O que houve? – Perguntei completamente perdido, minha cabeça doía e tudo parecia girar ao meu redor.

- Existe algo entre você e essa hibrida? –Foi direto ao ponto me pegando totalmente desprevenido, minha cara denunciava isso. Descruzou seus braços se sentando ao meu lado. – Como pode ter sido tão irresponsável?!

- O que? – Engoli seco pigarreando logo em seguida tentando inutilmente disfarçar. Holf me conhecia o suficiente para saber se eu estou mentindo ou não. – Eu sei que fui.. Ta legal?

- É. Você foi! E ainda é por estar se envolvendo com essa ´´ garota ´´ Justin, isso é suicídio!

- Eu não..

Me interrompeu alterado. – PARE COM ESSAS MENTIRAS! PARE DE AGIR COMO UM BABACA IMATURO!

Permaneci calado.

- Sinto que não posso mais confiar em você, parece outra pessoa desde que fugiu daqui. – Murmurou se levantando. – Me procure quando voltar a ser o Justin que costumava ser. – Se virou.

 - Ah qual é? Ta falando sério?- Tentei rir para descontrair, mas o mesmo continuou se afastando enquanto negava. - HOLF, ESPERA! – Segurei um de seus longos braços esverdeados. – Não conte á ninguém, principalmente á Margoth.. Por favor!

Ele se soltou com brutalidade. Me olhou sério por alguns segundos negando logo em seguinte.

- Se ao menos conseguíssemos enxergar a infinita cadeia de consequências que resulta das nossas pequenas decisões..- Soltou um leve ruído decepcionado. - Mas só percebemos tarde demais, quando desistir já é inútil. – Soltou um longo suspiro. – Não me procure quando descobrir que já é tarde demais.

Abri a boca para responder, o mesmo não esperou minha resposta, apenas se virou saindo do quarto.

Point view Margoth

Eu me sentia totalmente aliviada por ver Justin novamente. Só queria beijá-lo e o prender no nosso próprio mundinho, mas infelizmente Holf fez o pequeno favor de levá-lo para uma conversa particular (o que eu não gostei nem um pouco por sinal) Holf estava estranho desde á noticia do desaparecimento de Justin, além do mais, não estou mais suportando esse grude com Lize, isso esta me irritando profundamente.

A mesma permanecia calada, assim como eu, provavelmente presa em pensamentos. Após alguns segundos a encarando ela me olha de volta, confusa.

- Acho que já podem se retirar.Tiraremos o dia de folga por hoje. – Falei em alto e bom som para os soldados que ali estavam presentes.

Aos poucos todos se separaram se retirando dali, menos Lize que permaneceu intacta, ainda pensativa.

- Ouviu o que eu disse? – Questionei grosseira.

- Sim. Não vou sair daqui, esperarei por Holf. – Me olhou por cima, confiante.

Eu simplesmente detesto quando me olham desse jeito, como se minhas ordens não valessem de nada. Quem ela pensa que é?

Ri irônica me aproximando bem dela. – Não estou pedindo, estou MANDANDO. Além do mais.. – Coloquei minhas mãos para trás arqueando uma de minhas sobrancelhas. – Não estou gostando nada dessa sua aproximação com Holf.

- Não recebo ordens suas. Quem manda e desmanda aqui é somente Kleman. – Continuou com a mesma postura petulante. – Você não tem que gostar de nada. – Deu os ombros. – Se puder não me incomodar.. – Me olhou de cima a baixo. – Eu agradeceria muito, Sargento Margoth.

Fechei meus punhos, pronta para á esmurrar quando escuto passos firmes. Desviei meu olhar do dela vendo ser Holf voltando do quarto. Ele parecia extremamente nervoso, o que ainda não fazia sentido. Todos pareciam agir estranho, e eu me sentia perdida sem saber ao certo o que estava acontecendo.

- O que esta acontecendo? – Esbravejei. – Vocês estão todos loucos? – Ri nervosamente. – NÃO É SÓ PORQUE VOCÊS ESTÃO DE NAMORICO QUE PODE ME TRATAR COMO QUISSER GAROTA! EXIJO RESPEITO!

- Namorico? – Questionou confusa.

- Pare de falar asneiras. – Bufou Holf. - Não estou no meu melhor dia. – Ele disse sério. –E pare com essa maldita implicância com Lize, isso esta me irritando!

- PARE DE DEFENDE-LÁ! – Gritei alterada.

Ele revirou seus grandes olhos. – Esta com ciúmes?

Gargalhei. – Ah Faça me o favor.. – Cruzei os braços. – Morram juntos! – Me virei pisando fundo para longe dali.

Ouvi Holf me chamar, mas ignorei indo direto para o quarto onde Justin estava. Eu odiava ser substituída. O sentimento da derrota para mim é o pior de todos, eu simplesmente não nasci para perder sou extremamente apegada á Holf e Justin. Eles são minhas propriedades!

Entrei vendo Justin deitada de barriga para cima na cama, parecia estar em outro lugar, estranhamente pensativo. O que há com todos ao meu redor?

 Deitei-me ao seu lado colocando minhas mãos em seu peitoral beijando demoradamente sua bochecha.

- Doeu demais quando você partiu e me deixou sozinha.. – Sussurrei em seu ouvido.

- Eu sei. Desculpe-me. – Sussurrou de volta colocando meu cabelo atrás da orelha.

Sorri. Adoro quando ele meche no meu cabelo, me lembra os velhos tempos.. Os bons tempos.

- Esta pensativo.. O que houve? – Franzi as sobrancelhas contornando sua tatuagem de cruz no peito.

Ele suspirou colocando sua mão sobre a minha. – Não é nada, só estou cansado. – Sorriu de lado.

Dei os ombros sorrindo de volta. – É tão bom te ter de volta.. Com você as coisas são mais fáceis, você tem um monte de problemas e eu também tenho os meus, mas quando você esta comigo parece não existir nada ruim, as coisas são fáceis de ser resolvidas e eu tenho medo de acordar um dia e você não estar mais aqui, de novo. – Falei sendo totalmente sincera. - Vou estar sempre aqui por você. – Entrelacei nossos dedos. – Senti tanto medo de te perder, doeu como o inferno ficar sem você.. E isso me fez perceber o quanto você é importante na minha vida. – Suspirei. - Eu amo você, amo você como eu nunca amei, e nem vou amar, alguém na minha vida.

- Eu te amo muito mais. – Deu um pequeno sorriso me puxando novamente para seus braços.

Fechei meus olhos tentando mentalizar algo bom, algo que me tirasse todas essas paranóias que existiam em minha cabeça, que me relaxasse quanto a todas essas turbulências que haviam em minha vida.

Pense Margoth! Pense... É só mais uma turbulência, vai passar, só tenha paciência.