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História Rewrite the stars, oneshot. - What if we rewrite the stars?


Escrita por: jennluv

Capítulo 1 - What if we rewrite the stars?


Em meio ao mundo violento, o homem moreno corria. Tropeça, cambaleia e seu corpo ameaça cair. A corrida contra as dificuldades, que se tornaram sua vida, não queria o deixar vencer.

Atrás de si, vinha outro homem. Este que usava chapéu e gravata. Tinha os sapatos polidos molhados, cabelos e terno. A chuva fina o encharcava aos poucos, mas de maneira considerável.

O primeiro homem corria contra o tempo, já o segundo corria pelo tempo do primeiro. 

Era um corrida contra a realidade.

Hoseok ofegava. As mãos esquentavam enquanto segurava com força a alça da maleta envelhecida pelos anos. Controlava e media os pulos que usava para desviar os sapatos também antigos das poças que a chuva causara. Ele buscava em seu bolso alguns trocados para se locomover dali. Definivamente, esta era a saída para si.

Tinha pouco, mas achava que serviria para pagar uma passagem de trem. Para onde iria? Ele não sabia.

Taehyung se despedia de algumas das muitas peças de roupa que usava a medida que caminhava. Jogara a gravata longe, esta que o sufocava. Deixou os sapatos, que estavam pesados por conta da água. Mas o chapéu ele manteu, o levando nas mãos.

Ele tinha pouco tempo. Corria até mais rápido que seu corpo o permitia correr. Ele não poderia deixar que o homem fosse sem ao menos tentar faze-lo ficar, ou se culparia pela chance perdida durante o todo o resto de sua vida.

Seu coração podia ser escutado bater por ele mesmo. Era alto e forte. O medo de não conseguir era grande, e de uma chance significante. Perder o homem seria devastador.

Hoseok já estava próximo a estação quando sentiu seu pulso ser segurado firmemente, mas com certa delicadeza. Parou devagar, ainda sem virar-se para trás. Esperou alguns segundos em silêncio, mas não escutou nada vir de quem o parava. De todas as formas, ele já sabia quem era. A pele macia mas ao mesmo tempo rígida e cansada era do homem de quem tentava escapar.

Finalmente virou-se. A figura a sua frente era um tanto engraçada. Um homem descalço, as roupas formais e caras desajeitadas, molhadas e faltando pedaços. Costumava o ver arrumado, sempre ajeitando a gravata cinza amarrada no pescoço pálido.

— Realmente pensastes em ir somente com a roupa do corpo? — Taehyung falou pausadamente enquanto os dentes batiam emitindo um som relativamente alto.

— Pensei, sim — O sujeito mais  simples se coloca — Se me der licença, preciso ir.

Faz um movimento vazio para soltar-se do mais alto. O que antes segurava, por sua vez, não insiste e observa o que o outro fazia.

O silêncio entre os dois prevaleceu pelo espaço que dividiam.

— Você sabe que eu lhe quero.

As palavras agora eram acompanhadas por uma melodia leve.

— Isto não é um segredo que tento guardar.

Lentamente, Taehyung deixou que o olhar pesado e sincero caísse sobre o homem virado de costas para si. A voz grave terminava de ecoar ali, quando o primeiro trem deu partida.

— Não cante — A frase saiu seca dos lábios de Jung, sem que se virasse.

— Eu sei que você me quer.

Vendo que o homem mais baixo não avançara mais, apenas sorriu triste escutando as proprias palavras o rodearam.

Hoseok fechava os olhos com força, sentindo que não conseguiria sair dali.

— Então, não diga que nossas mãos estão atadas — Fechou o conjunto de notas.

Taehyung apenas deixou que o silêncio prevalecesse outra vez na pequena distância que estavam um do outro.

— Pare, Taehyung — A frente, o homem murmura em meio a escuridão da noite de outono.

O mais alto alisou a face molhada devagar, suspirando e dando um passo a frente.

— Você afirma que não está nos convites.

Hoseok agora fechava os olhos com mais força.

— O destino leva-te até mim, você está no meu coração.

Mais uma vez, Taehyung deixou que a melodia e a voz aveludada terminassem de ecoar, dando lugar ao silêncio noturno, somente acomphando  pelo barulho da água caindo das nuvens carregadas.

— Não continue — O homem mais simples ainda se encontrava na mesma posição de minutos atrás.

— Então, quem pode me impedir de decidir que você é o meu destino? — Mesmo assim, Taehyung continua, se aproximando mais ainda do outro.

Devagar, andou até a frente de Hoseok. As mãos tremiam, não somente por conta do frio. Lentamente, Taehyung abaixou a cabeça, estendendo uma das mãos ao homem moreno. Com a outra mão, ele segurava o chapéu contra os cabelos negros.

O sujeito que tinha o rosto sardento levemente iluminado pela luz dos lampiões da estação não moveu-se. A respiração regulava-se conforme o tempo passava, o permitindo sentir o cheiro característico de onde estava e o orvalho misturar-se com a chuva, assim molhando sua face.

Sentindo a pele macia e leve entrar em contato com a sua, Taehyung voltou a erguer a cabeça.Os olhares se encontraram em completo vazio a volta. O Kim apenas sorriu, movimentando o braço junto ao do homem.

— E se reescrevermos as estrelas?

Girou o corpo jovem junto ao seu, iniciando uma dança. Outra vez, ele voltava a cantar. As batidas dos corações se sincronizavam a medida que se movimentavam.

O homem simples apenas deixava que o outro o contagiasse com a atmosfera sempre pura que levava consigo. Deixou que ele o guiasse, podendo sentir seu peito se contrair e a respiração falhar levemente. Estar com Taehyung era único.

— Diga que você foi feito para mim — Cantarolou a melodia mais uma vez.

Hoseok aproveitava, apesar de antes estar indo embora para longe, a presença do Kim.

— Não cante, Taehyung — Falou baixo, ainda movendo-se em sincronia perfeita com o citado.

— E porque?

— Como poderei ir embora desta forma?

O homem alto sorriu meigo, voltando a girar o amado pelo espaço escuro.

— Depende de mim, e depende de você.

— Ninguém pode dizer o que vamos ser — Hoseok soltou algumas poucas notas, conhecendo a letra da música e completando-a.

— Então, por que não reescrevemos as estrelas? — Pela primeira vez, eles cantaram em uníssono.

Os olhares voltaram a se encontrar após o som terminar de soar entre ambos. Encantados e cheios de paixão.

— Talvez o mundo pudesse ser nosso, esta noite — Taehyung acrescenta, apoiando uma das mãos sobre o peito molhado do Jung.

— Mas você acha que é fácil? Pensa que não quero correr para você? — Agora, a voz do mais baixo era a que dominava a pequena distância que tinham os rostos.

Esperou alguns segundos em silêncio.

— Há montanhas, portas que não podemos passar. Afinal, ninguém pode reescrever as estrelas — Encarou o mais alto lentamente, deixando que o peso das palavras e a emoção que usava para cantar cada uma delas passassem sobre o outro — Tudo nos mantém separados.

— Diga que o mundo pode ser nosso — Taehyung cantou com certa convicção.

— Parece impossível.

— Não é impossível.

— Isso é impossível!

— Diga que é possível.

— Como podemos reescrever as estrelas, Taehyung? — Hoseok indaga, sendo conduzido pelo mais alto.

A noite caía cada vez mais sobre eles. O céu de uma cor próxima ao preto completo, mas ainda assim, repleto de estrelas. Outro trem havia partido. Somente restava um naquela noite.

— Diga que você foi feito para ser meu — Girou o homem, sorrindo ladino.

—  Somos muito diferentes.

— Diga! — Taehyung sorria ainda mais, tendo o rosto jovem iluminado pelo lampião.

— Fomos feitos um para o outro?

— Isso!

— Você decide — Hoseok agora sorria, confiando nos movimentos realizados com delicadeza  pelo homem desarrumado.

Outro silêncio se fez.

— Mas eu não posso ter você — Afastou -se devagar — Estamos prestes a quebrar e minhas mãos estão amarradas.

Hoseok virou-se. Sentia dor a cada passo. Eles eram diferentes demais, a sua visão. Ricos e pobres eram dividos na época como água e óleo.

— Nós podemos reescrever as estrelas — Ficando cada vez mais para trás, Taehyung cantou lentamente, sentindo um nó se formar em sua garganta.

Hoseok parou. Encarou a frente vazia. Ele era completamente destruído por emoções aos poucos.

Sem que pudesse piscar os olhos, sentiu as mãos tão características o acolherem de forma carinhosa. Elas, por si, tocaram seu rosto e Taehyung se contentou em apenas selar os lábios nunca seus.

Por entre o ato, Hoseok sorriu.

— O último trem partiu —  murmurou.

— Me concede uma chance? — Taehyung abaixou-se outra vez, estendendo uma das mãos ao homem.

— Concedo.


Notas Finais


<3


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