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História Ricchezza dellamore. - Chegando no território inimigo?


Escrita por: Miss_Byun

Notas do Autor


Yoyo! ~
Eu estou com muito sono e dor no corpo para dizer algo coerente aqui ;_; Então vou só desejar uma boa leitura e agradecer a todos que forem ler, bem como à minha beta por corrigir! <3

Capítulo 10 - Chegando no território inimigo?


Fanfic / Fanfiction Ricchezza dellamore. - Chegando no território inimigo?

Lu Meiling encarava atônita a figura em sua porta, olhando da cabeça aos pés um Sehun vestido em uma calça social preta e terno na mesma cor por cima de uma blusa branca; jogava o cabelo para trás enquanto olhava-a como quem dizia que queria entrar logo.

 

- O que... Você está fazendo aqui?

 

- Vim entregar umas coisas para o Luhan e pegá-lo para ir ao aeroporto... – Falou, jogando mais uma vez o cabelo. – Será que posso entrar? – Pediu impaciente, devido aos minutos que já se encontrava do lado de fora, parado em frente à porta.

 

- Você sabe que meu marido está em casa, não sabe? Como pode simplesmente aparecer aqui? – Seu tom mostrava a surpresa e o inconformismo com a audácia do coreano.

 

- Sra. Lu, eu estou com seu filho... Sei que não querem isso, mas eu estou. Então minha presença é algo que, ao menos, vão ter que tolerar.

 

- Essa é a nossa casa!

 

- E a do Luhan. Eu só quero entregar isso a ele antes de nós dois irmos para o aeroporto, sim? – Pediu rolando os olhos, como se a atitude da senhora à sua frente fosse demasiadamente exagerada.

 

Enquanto a mãe de Luhan pensava em uma maneira de expulsar o coreano dali para evitar desentendimentos com o marido, ela e Sehun ouviram a voz de Luhan perguntar quem era, e a cabeça do mesmo apareceu atrás da mulher.

 

- Sehun? – Fitou-o preocupado, passando na frente da mãe e ficando cara a cara com o outro. – O que você veio fazer aqui? – Disse empurrando o corpo do maior, afastando-o da porta. – Quer mais discussão com meu pai?

 

- Por favor, vai agir como um adolescente medroso? Você já tem trinta anos, Luhan...

 

- Não estou agindo como adolescente medroso, só não quero criar um mal-estar pior com meu pai. Será que você não tem tato para as coisas, Sehun?! Ele ainda não fala nem comigo direito e você aparece aqui? É muito cedo para você ficar visitando cordialmente a casa dos seus ‘sogros’... – Dizia fazendo aspas na palavra referente a seus pais e ainda com um sorrisinho falso nos lábios. – E outra, eu já estava indo te encontrar no aeroporto...

 

- Eu vim visitar você e não meus ‘sogros’. – Deu de ombros e usou o mesmo tom de Luhan ao se referir aos pais do mesmo. – De qualquer forma, só queria entregar isso.

 

- Que isso?

 

- Se abrir vai saber. – Falou irritado, fazendo o outro bufar.

 

- Roupas? – Falou ao esticar as extremidades da sacola de papel.

 

- Você me vestiu no dia do passeio, eu te visto agora...

 

- Sehun...

 

- Olha, eu sei que não quer isso e nem gosta dessas coisas. Mas, você vai enfrentar o meu pai...

 

- E eu tenho que parecer rico para enfrentar o seu pai?!

 

- Não, mas que pareça mais adulto. – Dizia rindo e apontando para a calça jeans preta rasgada nos joelhos e um blusão preto com o rosto de um Rottweiler. – Na verdade, só quero que aprenda a se vestir condizente à situação.

 

- Você não aceita como eu sou?

 

- Aceito! Mas você não aceita o mundo que eu pertenço, Luhan. Se quer ficar comigo, vai ter que aceitar que uma noite jantaremos em um lugar caro para meus negócios e vai ter que usar terno e roupa social, vai me acompanhar em viagens e coisas de negócios... Falar com meu pai vai ser quase como uma viagem importante de negócios... Luhan, eu vou ter que aceitar parte do seu mundo e você terá que aceitar parte do meu, mas isso não vai significar que terei vergonha do que você é... Agora resta saber se você não tem vergonha de pertencer ao meu mundo. Se você não se importa mesmo em ficar com um cara como eu...

 

O chinês calou-se por alguns minutos fitando a sacola de papel com roupas de marcas em suas mãos, olhou para Sehun mais uma vez e indagou: - Você jura que não é vergonha de mim?

 

- Luhan... – Revirou os olhos. – Eu beijo você na rua, Luhan. Sem ter medo de que achem ruim o fato de eu beijar um homem, sem tentar esconder quem você é. Aliás, meu pai sabe muito bem quem você é...

 

- É... Ele sabe...

 

- Luhan, não quero te mudar, não tenho vergonha do que você é, muito pelo contrário. Mas eu aprendi que existem ocasiões para algo formal e algo menos formal e que existem posturas para lidarem com certas pessoas. Eu conheço o pai que tenho, Luhan. Meu pai é daqueles que julgam se conversa ou não com certas pessoas dependendo da roupa que está vestida, você lembra! Quantas vezes ele me fez mudar de roupa para falar com ele, o próprio filho?! Pedir que use um terno e uma camisa social, porque é tudo que tem aí, não é porque quero te mudar, eu só aprendi que somos seres que se adéquam aos diversos habitats que encontramos...

 

- É como uma entrevista de emprego em uma empresa, temos que ir engravatados para passar boa impressão? – Perguntou rindo seco, e não deu tempo do outro responder. – MAS, isso não vai adiantar com seu pai... Sabe, ele nunca vai me aceitar, mesmo que eu esteja vestindo a roupa mais cara do mundo.

 

- Ok, se não quiser vestir, não veste. Me dá essa merda aqui... – Falou ao tentar puxar a sacola, mas Luhan evitou que ele pegasse.

 

- Eu vou vestir, porque eu entendo e concordo que temos que nos adequar ao mundo um do outro para isso dar certo. Eu não vou ser mais aquele idiota turrão que não aceitava as coisas do ‘mundo dos ricos’ e falar coisas como eu dizia naquela época... Mas eu não vou ser o único a ceder nesse relacionamento, Sehun.

 

- Entendido. – Falou com um mínimo sorriso, se aproximando de Luhan e selando seus lábios. – Eu vou fazer parte do seu mundo e você do meu, Luhan. É isso que eu quero... E... Você vai poder escolher qualquer roupa para mim nos nossos passeios ou encontros com seus amigos.

 

- Vou deixar anotado isso. – Sorriu minimamente.

 

- Mas sem aquelas suas bermudas ridículas de quando era adolescente...

 

- Vai se fo—Não terminou a frase porque Sehun roubou mais um beijo seu. – Vou me vestir, e você fica aqui.

 

- Eu tenho que fazer parte do seu mundo, não tenho?

 

- Nem vem, senhor espertinho. Esse mundo é perigoso ainda. – Apontava para a casa. – Meu pai não pode passar por estresses, Sehun. Depois, quando ele se recuperar de vez... Você terá passe livre na casa, ok?

 

- Terei? Mesmo com dois votos contra? – Perguntou divertido.

 

- O Yuan está a favor de você, então deu empate. – Riu, selando os lábios do mais novo. – Me espera no carro que logo desço com minha mala.

 

- Certo.

 

◊◊◊◊

 

Sehun resolveu tudo referente ao aluguel do carro que providenciou dias atrás – já que as regalias que Sr. Peng lhe deu acabaram assim que eles terminaram de fechar os negócios – na própria empresa perto do aeroporto. Puxou Luhan para um abraço e ficou andando com ele assim por todo o local, não se importando se existia alguém os olhando e julgando.

 

- Vai conseguir comprar passagens de última hora? – Luhan perguntou assim que pararam na fila da empresa aérea e viu o outro sorrir de canto de maneira convencida.

 

- Claro que vou. – Respondeu simplesmente. E quando foi a vez deles de ser atendido Luhan entendeu o motivo da certeza e confiança, viu que realmente existiam coisas que o dinheiro poderia garantir em um piscar de olhos.

 

◊◊◊◊

 

Durante todo o voo da China à Coreia Luhan e Sehun trocaram o mínimo possível de palavras visto que o coreano estava ainda mais calado que o normal. Aquele silêncio era angustiante para Luhan porque ele sabia que o outro só se encontrava assim por causa do nervosismo e preocupação que sentia, e isso não o ajudava a lidar com seus próprios medos, nervosismos e preocupações.

 

- Chanyeol já está nos esperando. – Sehun disse ao pegar sua mala na esteira e Luhan apenas acenou enquanto olhava o equipamento na espera de sua própria bagagem.

 

Assim que Luhan pegou seu pertence, Sehun caminhou com ele até o local aonde Chanyeol os esperava. Assim que chegaram, viram o rapaz alto vestindo uma camisa branca adornada por uma gravata preta e terno de mesmo cor encostado na porta do motorista com os braços cruzados em frente ao corpo, e Luhan pensou no quanto Baekhyun tinha bom gosto.

 

Os traços bem fortes e marcantes de Chanyeol não o faziam passar despercebido; seus olhos eram mais abertos do que o normal dos coreanos e seus lábios bem desenhados e carnudos; as ondas de fios negros do pequeno topete lateral reluziam dando um brilho charmoso no cabelo; o porte alto havia combinado perfeitamente com o estilo engravatado e ao mesmo despojado que ele se portava em frente do carro. Chanyeol era realmente um rapaz muito bonito e essa beleza criava um contraste que combinava muito com a aparência e beleza de Baekhyun.

 

- Não acha que está o olhando demais? – Sehun perguntou próximo do ouvido de Luhan e este revirou os olhos.

 

- Ciúmes? – Brincou ao passar o braço por trás do corpo de Sehun e andar junto dele. Ouviu um estalar de língua em desagrado por parte do empresário e apenas riu. – Só o achei bonito e pensei que ele combina bastante com o seu amigo Baekhyun. Fazem um belo casal. – Deu de ombros e se virou para Sehun, sorrindo. – Não precisa ficar com ciúmes, uh? Não sou daquelas pessoas fracas que se entregam só porque acham alguém bonito. – Elogiava a aparência alheia mais de uma vez para provocar com Sehun, que revirava os olhos sempre que ouvia tais elogios.

 

Já o motorista particular, ao ver seu patrão ao lado daquele rapaz de postura ereta e elegante que estava usando um despojado terno cinza com azul que podia parecer até uma jaqueta em cima da blusa branca com a figura de uma caveira estilizada e uma calça jeans de tom escuro e colado ao corpo; só pensou que os dois combinavam demais e formavam um dos casais mais bonitos que tinha visto.

 

A forma confortável que Sehun se postava ao lado de Luhan, principalmente quando fora abraçado pelo chinês, era tão inédita para o motorista que precisou se segurar para não demonstrar sua surpresa. Quem o conhecia conseguia perceber, por mais que fosse difícil de notar, que ele estava diferente. Estava mais leve... Mais... Feliz.

 

É, acho que feliz é a palavra certa. – Chanyeol pensou antes de descruzar os braços e caminhar até os dois.

 

- Olá, Sr. Oh! Boa tarde! Fez boa viagem? Esse é o Luhan? Prazer! – Comentou com um sorriso animado no rosto.

 

- Uhum. – Sehun murmurou para todas as respostas e saudações do motorista, logo depois passou a bagagem para o maior colocar no porta-malas.

 

- Sehun, você não tem mão? – Luhan disse revirando os olhos e colocando sua bagagem dentro do carro. – E fale melhor com ele! – Revirou os olhos, indo até Chanyeol e se curvando. – Prazer, Park Chanyeol, não é? – Disse de maneira extremamente educada e o outro apenas acenou sorrindo.

 

- Ele é meu empregado, Luhan...

 

- Ele é motorista e não o substituto dos seus membros. Você tem braços e mãos, coloque ali dentro. – Falou sério e Chanyeol se segurou para não rir.

 

- Não se preocupe, Sr. Lu.

 

- Viu, não se preocupe! – Sehun alfinetou, arqueando uma sobrancelha. Mas mesmo assim, o próprio empresário guardou sua mala, fazendo Chanyeol e Luhan rirem minimamente enquanto se entreolhavam. – Aliás, Park, você não usou esse carro para suas aventuras, usou? – Perguntou arqueando uma sobrancelha enquanto abria uma das portas traseiras do carro.

 

- N-Não, senhor! Nunca mais vai acontecer algo assim!

 

- O que aconteceu? – Luhan perguntou confuso e curioso.

 

- Encontrei uma camisinha uma vez. Ainda bem que não estava usada, ou, nem os pedidos de Baekhyun para não te mandar embora adiantariam. Aliás, sei muito bem por qual motivo Baekhyun pediu isso... – Olhou inquisitorialmente para o outro.

 

- P-Porque foi ele quem me indicou ao trabalho, Sr. Oh.

 

- Aham, sei. – Disse gesticulando a mão impaciente. – Vamos logo que tenho muito o que resolver hoje.

 

- Para onde, Sr. Oh? – O maior perguntou assim que os dois entraram e sentaram no banco traseiro.

 

- Casa da ChoHee. Vou terminar essa dor de cabeça primeiro.

 

- Sim, senhor.

 

◊◊◊◊

 

Luhan sacudia a perna e tamborilava os dedos pela porta do carro, já que estava com seu braço encostado na janela aberta. Olhava incessantemente para a frente da mansão aonde o carro estava parado e para o relógio em seu pulso, ficando angustiado.

 

- Que demora... – Bufou jogando a cabeça para trás, encostando no estofado do banco de passageiro, já que havia pulado pra frente do carro para conversar com Chanyeol.

 

- Você sabe que tem apenas vinte minutos que ele entrou né? – O chofer comentou divertido. – Relaxa, o Sr. Oh vai terminar com a Srta. ChoHee e ficará ileso. É mais fácil ela sair machucada...

 

- Você está insinuando que o Sehun, ele...

 

- Oh, não! Ele não vai bater nela... Mas certamente vai falar coisas que ela não vai gostar. – Sorriu fraco.

 

- Ele não pesa muito as palavras, às vezes... – Comentou sem graça.

 

- É... O que você viu nele? – Perguntou virando-se para Luhan e o viu ficar ainda mais sem graça. – Oh, não me leve a mal, não quero dizer que ele não merece alguém apaixonado por ele... Na verdade, vejo muita gente caindo de amores por ele. – Riu ao ouvir Luhan tossir incomodado. – Mas muitas vezes se apaixonam pela beleza e, claro, algumas pelo dinheiro. Você não é assim... Você viu algo a mais nele, não viu?

 

- Sehun não figura entre as melhores pessoas do mundo e eu sei disso. Sei que ele é difícil, rabugento, grosso, esnobe, metido... Mas eu também sei que ele pode ser carinhoso do jeito dele. – Sorriu nostálgico ao se lembrar dos carinhos peculiares de Sehun. – Ele sempre mostrou para mim um lado que poucas pessoas viam, sabe?

 

- Sei... – Concordou, incitando-o a continuar.

 

- Ele tentava se manter forte e não chorar perto das pessoas, inclusive de mim, mas nem sempre conseguia... Então, quando ele estava triste ele corria para o lugar que sabia que me encontraria, me abraçava e às vezes chorava. Ficávamos em silêncio enquanto ele descarregava todas as dores da sua alma chorando naquele abraço... Eram momentos raros, mas quando aconteciam eu me sentia importante na vida dele. Eu conheci lados que pessoas não conheceram, como quando ele juntava a sua mesada, que não era pouca diga-se de passagem, para cuidar de animais abandonados na rua...

 

- Ele fez isso?

 

- Sim! Ele dizia que queria ser veterinário... Se não tivesse que ser empresário. – Suspirou ao falar. – Ou médico... Ele queria salvar as pessoas ou então os animais... – Sorriu.

 

- Quantos anos ele tinha?

 

- Quando dizia isso... Uns doze, eu acho. Era criança e ainda não entendia completamente o peso de ser um herdeiro Oh. – Disse com um timbre pesaroso. – Mas mesmo depois, quando cresceu e percebeu que não poderia ser o que queria, ele continuava cuidando dos animais. Começou às escondidas, um dia de chuva ele estava voltando do curso de inglês que fazia desde os cinco anos e achou um gatinho na rua; ele cuidou. Correu em casa pedindo leite para minha mãe e saiu com mais pressa do que entrou. Eu, claro, o segui... E vi...

 

“Assim como essa cena, vi muitas outras em segredo, dele cuidando de gatos ou cachorros, até que ele começou a me levar junto dizendo que confiava em mim, então não precisava me esconder nada. Quando vi, eu vivenciava todos esses momentos com ele, somente nós dois... Acho que isso me ajudou muito a me encantar com ele... Eu pude conhecer um Oh Sehun que ninguém mais viu. E eu acho que mesmo depois de tantos anos... Isso não mudou.”

 

- Também acho... – Chanyeol comentou sorrindo. – Ele fica diferente perto de você... – Falou mudando seu foco de atenção de Luhan para o volante. – Isso é muito bonito e incrível de se ver, porque nunca imaginei possível. – Riu.

 

- O-Obrigado... Eu acho. – Falou sorrindo sem graça e fitando a casa de ChoHee. – E você e Baekhyun?

 

- Ahm... O que?

 

- Olha, não precisa manter segredo, o próprio Sehun já sabe. – Riu. – Ou o Baekhyun que quer manter segredo por...

 

- Não, ele não se incomoda de namorar um pobre como eu. – Sorriu. – A família dele talvez.

 

- É por isso?

 

- É... Por enquanto. Nem todo mundo é corajoso de tacar o ‘foda-se’ como o Sr. Oh está fazendo... – Lançou um sorriso triste para o chinês que engoliu em seco.

 

- Sehun nem sempre foi assim... Não sei se sabe, mas nossa história foi às escondidas no começo e quando o pai dele descobriu... – Interrompeu sua própria narrativa.

 

- Pelo menos decidiu agir diferente agora e não vai se importar com a pressão familiar. – Falou baixo, fitando o lado de fora do carro e Luhan achou melhor encerrar aquele assunto. Logo depois Sehun apareceu no carro, batendo a porta irritada e praguejando ChoHee de todas as formas possíveis.

 

- Você me perguntou dias atrás se eu não apanho, não é? Isso é suficiente para você? – Perguntou para Luhan, mostrando a face avermelhada. – Tive que me segurar muito para não revidar naquela louca!

 

- Você está bem? Deu certo?

 

- Deu. Bem, mesmo se ela não quisesse eu ia desnoivar de qualquer forma. – Deu de ombros e mostrou o anel de compromisso que ela usava. – Quase arranquei o dedo dela para tirar esse anel, mas tirei.

 

- Você não a agrediu, né Sehun?

 

- Não, Luhan. Não agredi. Mesmo que ela tenha me estressado com os gritos dela!

 

- Sehun! – Chamou a atenção, fazendo o outro bufar.

 

- Não sou de bater em mulher, você sabe! - Rolou os olhos. - Park avise Baekhyun que já cheguei e que estou indo para casa. Quero que ele vá comigo falar com meu pai, caso seja necessário das intervenções dele.

 

- Sim, senhor. Eu já avisei e ele deve estar chegando em sua casa.

 

- Ah é, esqueci que vivem trocando mensagens amorosas quando estão longe. – Revirou os olhos enquanto usava um tom de deboche misturado com descaso.

 

- Por acaso não usará de mensagens amorosas para se comunicar comigo quando estivermos longe, Sehun? – Luhan implicou, defendendo Chanyeol que estava, até então, sem graça. Mas logo o chofer riu ao ver pelo retrovisor que seu patrão estava sem saber o que dizer, enquanto bufava baixinho. Algo que era inédito para Chanyeol, já que Oh Sehun sempre dava respostas secas e grossas para as pessoas.

 

- Impressionante... – Murmurou baixinho.

 

- O que é impressionante, Park?

 

- Nada, senhor. Nada... – Respondeu controlando o riso.

 

◊◊◊◊

 

Luhan passou pela entrada da cobertura e olhou tudo ao redor com olhos admirados e ao mesmo tempo surpresos pela beleza do lugar, era com poucos objetos, um local mais limpo e calmo, mas sem deixar de mostrar que pertencia a alguém rico como Sehun.

 

- O que foi? – Sehun perguntou ao aparecer atrás de Luhan.

 

- É... Bonito.

 

- Não quis um lugar muito grande como uma mansão.

 

- Seu pai ainda mora na mansão?

 

- Sim. – Deu de ombros, tirando o terno e subindo as escadas. – Vem, o quarto é lá em cima.

 

- Sr. Oh! – Ouviu a voz mansa de uma senhora de meia-idade lhe chamar e parou no meio da escada. – Oh, prazer. – Curvou-se para Luhan, que apenas retribuiu ao gesto.

 

- Esta é a Sra. Kang. Trabalha para mim desde que saí da casa do meu pai.

 

- Olá, prazer. Sou Luhan. – Disse calmo.

 

- Por que me chamou Sra. Kang?

 

- O Sr. Byun está na cozinha te esperando...

 

- Está comendo de novo?

 

- Ah sim, ele não aguenta ficar sem meus bolos... – Disse com um sorriso feliz nos lábios que fez Luhan querer sorrir também. – Aliás, quer bolo, Sr. Luhan?

 

- Oh, adoraria. – Luhan respondeu sorrindo gentil.

 

- Nós já vamos descer para comer um pedaço de bolo e eu conversarei com o Sr. Byun. – Sehun falou voltando ao subir os degraus e Luhan acenou sorrindo. – Sinta-se à vontade. – Falou assim que ele e Luhan entraram no quarto. – Vou tomar um banho e trocar de roupa, se quiser fazer o mesmo...

 

- Aceito... Eu vou assim que sair.

 

- Por que não toma junto comigo? – Abraçou Luhan por trás e passou a pontinha do nariz na bochecha alheia.

 

- Hmmm, só um banho?

 

- Só, porque não teremos muito tempo agora, mas mais tarde... Quem sabe? – Falou com tom provocante que fez Luhan sorrir torto enquanto se deixava levar para o banheiro com Sehun.

 

◊◊◊◊

 

Luhan desceu e se dirigiu para a cozinha, aonde encontrou Baekhyun sentado num banco de cozinha e comendo um bolo que parecia ser de chocolate.  O coreano usava uma camisa de cor azul-escuro que se assemelhava com um tecido jeans e estava por dentro da calça clara segurada por um cinto preto.

 

- Olá. – O advogado comentou ao ver o chinês e este o respondeu com um sorriso cortês e um aceno. – Aonde está o Sehun?

 

- Está vindo... Ele quis tomar um banho antes de trocar de roupa...

 

- Hmmm... – Comentou com um sorriso indecente nos lábios que fez Luhan pigarrear nervoso e sem jeito. – Está muito bonito assim, Luhan. Essa roupa combinou com você... – Disse ao analisar Luhan dos pés à cabeça. O chinês usava uma calça preta de tecido mole com três enfeites de zíper na coxa, um sapato social também preto além da camisa social de manga longa na cor escura.

 

- Obrigado... Sehun sabe que não curto muito ternos, mas arrumou uma roupa social que me fizesse sentir bem. Achei que iria com a que cheguei, porque pensei que passaríamos na casa do Sr. Oh desde logo, mas ele quis terminar com a ChoHee primeiro...

 

- É, ela já me ligou e para o Sr. Oh também.

 

- Sério?

 

- Sim... – Suspirou. – ChoHee sabe ser menininha mimada quando quer. Ela ligou choramingando e o Sr. Oh já me telefonou perguntando o que Sehun tinha na cabeça... – Revirou os olhos com tédio.

 

- Será que ligou para Sehun também? – Comentou preocupado, mordendo o lábio inferior logo após sua indagação.

 

- Sim... – Sehun quem respondeu ao chegar na cozinha. O coreano estava com uma calça jeans branca segurada por um cinto bege, por dentro da calça camisa social de tecido enrugado e cor pistache. – Mas eu atendi dessa vez e falei que logo estaria na casa dele para conversar.

 

- E ele?

 

- Reclamou mais algumas vezes, e então eu desliguei. – Disse simplista, dando de ombros. – É bolo de que?

 

- Chocolate com amêndoas. – Baekhyun respondeu empurrando a bandeja do bolo na direção de Sehun. – Sra. Kang se supera nesse bolo.

 

- Qual vinho seria bom para tomar com essa sobremesa, Luhan? – Sehun perguntou cortando um pedaço do bolo e depois passou a bandeja para o chinês.

 

- Chocolate combina com vinho? – Baekhyun perguntou curioso antes de levar mais um pedaço à boca.

 

- De fato o chocolate é um dos alimentos mais difíceis para casar com um bom vinho, devido à sua grande complexidade aromático-gustativa, por essa harmonização parecer uma tarefa complicada, chocolate é normalmente indicado com destilados encorpados do sabor quente como rum, conhaque ou brandy. Mas vinhos e chocolates não estão fora de cogitação como pensam... – Luhan comentou se sentando em uma banqueta e vendo Sehun e Baekhyun prestarem atenção em suas palavras, o primeiro ainda tinha aquele olhar orgulhoso que aparecera tantas outras vezes quando o chinês falava sobre vinho.

 

- Eu realmente não sabia disso, ouvi meu velho pai dizer que não poderia combinar em um jantar de negócios ou um encontro romântico, vinho com chocolate...

 

- Acho que como sommelier, seu pai é um bom advogado, Baekhyun. – Sehun respondeu com um tom de ironia e um mínimo sorriso torto em seus lábios que fez Baekhyun revirar os olhos.

 

- Então... Quais vinhos poderiam combinar com chocolate, Luhan? – O outro coreano perguntou, ignorando o amigo e cliente.

 

- A harmonização vinho e chocolate tem que ser feita respeitando os dois princípios básicos: por semelhança, por exemplo, juntar sabor doce com doce, ou por contraste, casar gordura com a acidez. Simplificando mais ainda, para casar com o chocolate sem se sobrepor, nem ser sobreposto, basicamente o vinho tem que ter um elevado teor alcoólico; taninos macios e elegantes; açúcar residual o menos elevado, intensidade aromática e gustativa e final longo em sua boca.

 

- Com isso tudo, podemos então arriscar quais vinhos? – Baekhyun perguntou, mostrando-se cada vez mais interessado.

 

- Uns tintos de certa espessura, mas é evidente que vamos obter melhor resultados com os vinhos ditos “de sobremesa” ou fortificados. A harmonização clássica, e vale ressaltar que é sempre bem-sucedida, é com o Vinho do Porto, melhor se for vintage. Os vinhos do Porto harmonizam excepcionalmente com chocolate. Um outro par perfeito do chocolate é o Banyuls, típico do sul da França.

 

- Banyuls é bom... – Sehun comentou encostando o cotovelo na mesa e fitando Luhan dar a sua aula particular de vinhos.

 

- Sim, é. Os vinhos denominados Banyuls são considerados “vins doux naturels”, ou vinhos doces naturais. Na realidade, são fortificados com aguardente de vinho e o processo de produção, conhecido na França como mutage, é semelhante ao usado para preparar o vinho do Porto. De cor púrpura profunda, possui aroma sutil de frutas cristalizadas e baunilha, já sua boca apresenta grande pureza aromática com a dominância de geleia de amora e toques de verbena fresca. Esse é um vinho que acompanha muito bem carnes e frutas caramelizadas, queijos secos e queijos azuis, mas, acima de tudo, é um vinho muito recomendado para a harmonização com chocolate, que como eu disse, é considerada entre as mais difíceis.

 

- E existem outros vinhos além desses, para tomar com chocolate?

 

- Sugiro experimentar também com uns bons italianos tipo Recioto della Valpolicella, Barolo Chinato, ou um Passito... Para uma pedida espanhola, acho o Jerez Pedro Ximenez uma boa escolha...

 

- Incrível. – Baekhyun comentou sorrindo enquanto dava algumas palminhas no ombro de Luhan.

 

- Ele é realmente incrível. – Sehun dizia olhando firmemente dentro dos olhos de Luhan, passando para o chinês todo o encanto que sentia por ele, fazendo-o ficar um pouco sem graça com aquela admiração.

 

- Falando em vinhos e como você é chinês... É verdade que na China produzem um licor com um uma... Mistura de pênis de cão, cervo e foca?

 

- Ah... – Riu sem graça, coçando a nuca. – É, dizem que o efeito seria benéfico para o desempenho sexual...

 

- Que nojo, cara. – Baekhyun comentou enrugando a testa e fingindo um vômito. – Você já tomou isso?

 

- Não, não tenho essa coragem. – Riu sem graça.

 

- Aonde viu sobre isso, Baekhyun? – Sehun perguntou.

 

- No National Geografic TV... – Deu de ombros ao responder. – Vi também um vinho de... Rato. – Comentou com mais nojo ainda em sua expressão.

 

- Ah... É, tem isso também. – Franziu a testa e sorriu sem graça. – Segundo a crença chinesa local, o vinho de rato é útil na cura para quase qualquer doença imaginável, incluindo asma e problemas no fígado, entre outras. Eles acreditam que este vinho faz bem à saúde como um tipo de fortificante... São vendidos até em supermercados...

 

- Por favor, diga que nunca tomou um desses para degustar e vender... – Sehun comentou, fazendo Baekhyun rir alto.

 

- Não! Nunca tomei e nem pretendo tomar, acho que prefiro os remédios e fortificantes indicados pelos médicos mesmo...

 

- Na reportagem tinha vinho de cobra, ou lagarto, não me lembro direito. Poderia ser lagartixa também...

 

- Já chega Baekhyun! – Sehun falou balançando a cabeça em negativa e com cara de nojo. – Não tem nada mais agradável do que ver essas coisas? – Perguntou e mais baixo murmurou coisas confusas e irritadiças que fez Luhan rir baixinho. – E sua gente não tem mais nada de interessante para inventar? – Indagou Luhan ao ouvir a risadinha dele.

 

- Cada um com sua crença, cultura, loucura... – Luhan respondeu dando de ombros e rindo.

 

- Falando de outra coisa menos nojenta... – Baekhyun interrompeu. – Você mencionou a cor do vinho... Eu sou curioso para saber, qual a importância da cor? Eles são classificados quanto às cores que possuem?

 

- Quanto à cor os vinhos são classificados segundo as uvas que lhes dão origem ou de acordo com o processo de produção do vinho; os vinhos brancos, por exemplo, são produzidos a partir de uvas brancas ou tintas desde que estas tenham suas cascas retiradas logo no começo do processo de elaboração, para que sua pigmentação intensa não entre em contato com o vinho... A cor influencia no tipo da uva ou da produção do vinho e quando fazemos a análise visual do vinho, devemos inclinar a taça sobre um fundo branco para avaliar cores, reflexos e fluidez...

 

- Gosto de tomar vinhos perolados ou amarelados... Sabe?

 

- Sei... A coloração amarelada, além dos sabores e aromas de frutas, dá aos vinhos brancos um caráter ensolarado e tropical, invocando alegria e jovialidade...

 

- Oh, não sabia disso! – Baekhyun comentou entusiasmado, e de mesmo modo perguntou: - Como é feito o Vinho Rosé?

 

- Vinhos Rosés são produzidos de duas maneiras; através da mistura de vinho tinto e branco ou diminuindo o tempo de contato da fermentação com as cascas durante a produção do vinho tinto.

 

- É muita informação aí dentro, como consegue?! – Baekhyun comentou rindo.

 

- Bem, assim como consegue saber de tantas coisas que envolvem leis... – Riu um pouco tímido. Mas a conversa entre e Baekhyun foi interrompida pela Sra. Kang que adentrou a cozinha com o telefone sem fio em mãos e os olhos em pânico.

 

- O que aconteceu? – Sehun perguntou ao fitar o estado emocional da empregada.

 

- Seu pai... Disse que é para você parar de ignorá-lo e atender... Ou ele aparecerá aqui.

 

- Meu pai sempre conseguindo estragar os momentos tranquilos, não? – Sehun perguntou com sarcasmo enquanto alternava seu olhar entre Luhan e Baekhyun; logo depois pegou o telefone. – O que foi?

 

- Como assim... O que foi?! – A voz fraca, porém alterada, dizia do outro lado da linha sendo cercada por algumas tosses e um fungar que demonstrava que o homem tentava recuperar o fôlego. – Oh Sehun você está se achando muito livre e espertinho ultimamente, mas eu ainda sou seu pai! E não pense que é por ficar a maior parte do meu tempo deitado e sendo cuidado por essa equipe imprestável de médicos e enfermeiras que vou deixar você fazer... – Uma pausa para tentar respirar. – Fazer essas merdas! Você está me saindo um moleque imprestável!

 

- Se estou saindo um moleque imprestável não tem que perder seu curto tempo de vida comigo, não acha?

 

- Olha como... Olha como fala comigo, seu idiota!! – Tossiu e tentou puxar o ar algumas vezes. – Quero que venha aqui imediatamente ou eu juro que apareço aí e junto forças para lhe dar aquelas surras de quando era jovem. Porque é isso que está merecendo seu imprestável!

 

- Não precisa se preocupar com isso... Eu já disse que estava planejando ir aí para conversamos. Se não estivesse tão ocupado me xingando teria prestado atenção e poupado o tempo e o estresse dessa ligação. Logo estou aí. – Disse com frieza enquanto encerrava a ligação sem esperar que seu pai dissesse mais alguma coisa.

 

- Parece que chegou a hora, uh? – Luhan comentou andando até Sehun e acariciando o braço dele. – Como você está?

 

- Normal. – Disse dando os ombros e entregando o telefone para a empregada. Mas mesmo que respondesse assim, Luhan sabia que o coreano não estava normal. – E você, como está sabendo que vai entrar em território inimigo depois de seis anos?

 

- Eu... Eu estou bem. – Sorriu querendo passar força para Sehun. Sabia que por mais que estivesse ansioso e temeroso, que por mais que quisesse ficar longe daquele homem, ele devia ser forte para estar ao lado de Sehun.

 

Nesse novo capítulo de sua história com Sehun não haveria mais um lado sozinho e desamparado, havia Luhan e Sehun juntos e um dando apoio ao outro. Pelo menos era isso que ele dizia mentalmente para si mesmo quando o coreano passou o braço ao redor de seu pescoço e o fez caminhar para fora do apartamento.


Notas Finais


Chanyeol: http://ww3.sinaimg.cn/large/beb1ae2fjw1ev8wndkiq8j21kw1z4x1l.jpg

Roupa do Sehun no aeroporto: http://ww4.sinaimg.cn/large/9f9162c8gw1ew3e5kcbd8j22bc1jke82.jpg
e http://ww2.sinaimg.cn/large/005E09Cqgw1ew0wzbsk62j30w01ejq64.jpg

Roupa do Luhan no aeroporto: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/d8/04/3b/d8043b1c5ddcd3d21c252f00b97d7823.jpg

Baekhyun: http://40.media.tumblr.com/9e69e969200653d6fd6554053c5222da/tumblr_nluqt6nd4n1riav2to1_1280.jpg (o look original é uma Bermuda, mas aqui é calça qq)

Roupa Luhan: http://ww4.sinaimg.cn/large/6de39d21jw1ew6edggte8j20ca0m840v.jpg

Roupa do Sehun: http://36.media.tumblr.com/74f229516e090358e3237511d4a67827/tumblr_nluqkcf9Ee1riav2to1_1280.jpg
Se quiserem conferir sobre os vinhos de rato e pênis (aloka) aqui o videozinho bacana, vai um vinhozinho aí? –nnn https://www.youtube.com/watch?v=xFRyb5s2lbU (eu nunca teria a coragem desses homens, nunca q)


Agora que são elas, eles vão finalmente enfrentar a fera moribunda do Sr. Oh -qqq


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