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História Ridin' - Boa ação: bluf


Escrita por: iwantsomemilk__

Capítulo 2 - Boa ação: bluf


Fanfic / Fanfiction Ridin' - Boa ação: bluf

Estacionando a sua Yamaha YZF-R6 perto dos outros carros no parque de estacionamento ao ar livre, pôde ver as luzes que espreitavam pelas janelas para o lado de fora, acompanhado pelas vibrações agitadas da música extremamente altíssima. Podia ver que o lugar era enorme por fora, imaginaria pelo lado de dentro. 


— Então? — Uma voz suou há sua frente, tendo de abaixar o olhar que estava preso no estabelecimento, encontrando Lucas dentro do seu carro chique — Vais continuar a olhar 'pá morte da bezerra? 


— Guarda aí o meu capacete e cala-te — Mandou, entregando-lhe o capacete, e Lucas, sem opinar, guardou-o.


— Hum... Mandão chato 'pra caralho — Resmungou estacionando e saindo do carro, ajeitando o seu vestuário e o cabelo. 


— Tanto gel... — Arrugou a sua expressão, demonstrando nojo — Porque não usas o cabelo natural? Tipo o meu. É bem mais atrativo... — Sorriu, deixando as mãos nos bolsos das calças jeans claras — É por isso que eu beijo mais rapazes do que tu numa noite — Sorriu sacana. Amava provocá-lo.


— Eu sou fiel ao Jungwoo — Sorriu inocentemente. Jaemin entortou a boca.


— Tsc. Sem graça — Emburrou e cruzou os braços. 


— Vamos lá, criança. Tenta não beber demais. — Começaram a caminhar em direção há entrada.


— Se me servirem um copo já fui. — Riu. 


— Por isso que vou manter os meus olhos em ti esta noite. 


— Porquê? — Arqueou as sobrancelhas.


— Vamos fazer o seguinte: hoje não podes beber, e eu vou estar de olho em ti. Quero ver se aguentas uma noite sem álcool no teu organismo de feto. 


— Queres provar o quê? 


— Tenta beijar alguém sem estar sobe o efeito do álcool, Jaemin. — Alertou-o, beliscando. — Qualquer dia isso vai dar merda...


— E se der merda é merda 'pra mim e não 'pra ti, por isso deixa-me. — Resmungou.


— Não. Eu já falei com os que trabalham aqui: "Nada de servir uma gotinha de álcool que seja ao melhor condutor de Busan esta noite". Não vais conseguir persuadi-los, eu paguei caro aos funcionários, por isso, deixa-me fazer uma boa ação. — Sorriu cínico.


— Tu sabes que eu vou beber de alguma forma...


Quando saíam à noite para os bares, era normal para Jaemin querer beber até cair — chamava isso de diversão; dançava colado a todo o mundo que se aproximava, com um copo na mão, gritava e dançava até não puder andar mais — chamava isso de diversão sim, porque se divertia bastante com os desconhecidos que não faziam parte do mundo ilegal e que não sabiam da sua fama. 


Quando Lucas e Jaemin iam para algum bar para se divertirem, iam para àqueles em que não tinha muita gente e que eram considerados "normais" — sem ações ilegais ocorrendo lá ou qualquer assunto relacionando. Isso evitava muitos problemas que dariam a todos do mundo ilegal, incluindo os amigos chegados. Se divertir por, pelo menos, uma noite sem ser reconhecido como o "Melhor condutor de Busan" e o "Emplastro" — como Kun gostava de se referir ao Lucas —, era muito satisfatório e relaxante. 


Por vezes desejara nunca ter aprendido o significado da palavra fama e nem a ter conhecido. 


Adentrando o bar, pôde ver a quantidade de pessoas no local. Estava cheio, mas não ao extremo. Tentavam passar entre a multidão logo na entrada, conseguindo ver o bar direitinho depois de ultrapassar aquela barreira. 


Vários grupos de conhecidos: os que apostavam nos condutores para quem achavam que iria conseguir a vitória na próxima corrida, estavam sentados nas cadeiras ao redor de várias mesas se divertindo com poker, bebidas e dinheiro. O barulho das vozes e da música alta mesclavam-se e isso fazia os ouvidos e a cabeça de Jaemin doerem. Gostava muito da música alta quando estava com um humor bom, mas, naquele momento, se sentia incomodado com tal som sonoro. 


Precisava de álcool.


Apesar de Lucas ter dito que nenhum dos funcionários iriam lhe dar uma gotinha de álcool que fosse, valia a pena tentar. Lucas era bom em fazer bluf às vezes, porque não desta vez? Não sabia se conseguiria passar uma noite num bar sem álcool no organismo, pensava que seria extremamente difícil. 


Encontrando o bar e perdendo Lucas de vista, sentou-se num banco perto do móvel. Beberia sem estar no campo de visão do amigo; não sobreviveria àquela noite se não bebesse, pelo menos, um copo de vodka. Estava prontíssimo para abrir a boca e fazer o seu pedido, mas fora interrompido. 


— Olha só quem está aqui... — A voz que menos esperava que seria dirigida a si naquela noite, adentrou o seu canal auditivo. — Pensava que não voltarias a arriscar a correr.


— E o que isso te interessa? — Arqueando a sobrancelha, Jaemin dirige o seu olhar para um dos seus piores adversários na pista e na vida.


— Preocupo-me com a tua reputação, meu bem. — Sorriu cínico, e Jaemin deixou um riso anasalado sair.


— Não me queiras ver irritado, Moon. — Fez sinal ao barmen para lhe trazer uma vodka, recebendo o seu pedido. Afinal Lucas havia feito bluf de novo.


— Ah, Jaemin... Deixa-te de formalidades, conhecemo-nos à anos! Onde se enfiou o conforto? — Sorriu.


— Nas corridas que te ganho, ou seja, em todas. — Bebericou da sua vodka atiçando as suas vitórias em Moon Taeil. 


Desde pequenos, Jaemin e Taeil eram bastante próximos um do outro, originando uma boa amizade e conforto. Depois de Jaemin ter começado a entrar para este mundo ilegal e sujo, também começou a treinar para participar em corridas para se divertir e sentir a adrenalina percorrendo as suas veias. Taeil já estava neste mundo há muitos anos, e pela diferença de idade, o mais velho estava há muito mais tempo que Jaemin. Moon presenciou seus treinos, viu como o Na ficava cheio de determinação quando começavam os treinos e aulas para ele saber tudo sobre o mundo da corrida; ele presenciou todo o progresso de Jaemin. 


Contudo, enquanto via o mais novo evoluir a cada derrapagem e a cada vitória, vendo-o superar as estatísticas e apostas, Taeil teve a certeza de uma coisa: Jaemin entrara neste mundo para ganhar e destruir tudo em sua volta, fazendo com que o seu nome fosse motivo de conversa em tudo que era canto. A inveja e falsidade foram adentrando os sentidos do mais velho, vendo o mais novo como um suposto inimigo, cortando laços e todos os acontecimentos desde novinhos quando Jaemin correu contra Taeil pela primeira vez numa corrida importantíssima, onde o mais novo ficara em primeiro lugar, e o mais velho em segundo. 


Perdera contra uma criança, sentira-se super envergonhado por isso. Não conseguira olhar na cara de ninguém, apenas sentir raiva da pessoa que lhe era querida, por um novato acabadinho de entrar para este mundo, inocente. Nunca perdoaria Jaemin por tê-lo feito perder a cabeça e a si mesmo. O orgulho sempre fora um sentimento que reinava a alma de Taeil, e foi por isso que enlouqueceu por ter perdido o seu título de "Melhor condutor de Busan" para uma criança bem mais talentosa que si. 


Depois disso, Jaemin continuara ganhando e sendo almejado por todos, ganhando mais fama e sendo o motivo da razão de descontentamento dos perdedores, incluindo Taeil. O mais velho parara de concorrer várias vezes, tentando melhorar a sua estrutura nas competições, voltava tentando derrubar o título do Jaemin, e falhara com sucesso em todas as tentativas. Chegara num momento em que ambos originaram mais ranço e raiva um pelo outro, tornando-se inimigos pela imprudência do mais velho, em quem Jaemin tanto confiara. 


Mentiria se dissesse que não ficara desiludido por tal coisa, mas era inevitável. 


— Não tens medo das detenções, não é? — Aproximou-se, transformando o seu tom de voz para um mais sério. Jaemin sabia que havia fodido com o seu humor em questão de segundos. 


— Nada me impede de continuar a conduzir. 


— Em quantas já vais? Uma? Duas? — Riu, dominado pelo ódio. — E se fores apanhado pela terceira vez? Como te safarás de ir para outro país? — Sussurrou. 


Jaemin sabia mais do que ninguém das consequências de ser detido pela terceira vez consecutiva por nunca conseguir fugir a tempo antes de ser apanhado pela polícia. Não podia ser preso por ser menor de idade, mas isso não o impedia de sofrer as consequências se fosse apanhado pela terceira vez — que era o limite de quantas vezes podia ser apanhado e sofrer por isso. Era verdade; estava arriscando tudo: a sua vida em Busan, as suas amizades, a sua paixão pela corrida. Se fosse apanhado pela terceira vez, restaria-lhe ir para a terra do seu pai, e essa possibilidade não lhe agradou nem um pouco. 


Sabia que, se arriscasse correr na competição que irá-se realizar daqui sete dias no centro do país e fosse apanhado — não perderia tudo, mas uma parte sua ficaria em Busan para sempre. Poderia voltar, como era óbvio, mas só com a autorização do seu familiar — e custava acreditar de que tivesse tal permissão tão cedo. O seu pai daria-lhe uma lição e uns bons sermões. 


Se a polícia aparecesse, teria de fugir rapidamente. 


— Tentar-me afastar da Coreia não te vai fazer voltar ao topo, Moon. Lembra-te disso. — Cansado de dar Taeil à letra, pegou no copo de vodka sorrindo-lhe, saindo do seu campo de visão. 


Trocar mínimas frases com o mais velho deixava a sua boca dormente.


Parando de caminhar e olhando ao redor, teve a visão de várias pessoas a dançar, a beber, a socializar e uns a socializar de uma maneira diferente. Jaemin queria pegar alguém, estava com saudades. Mas em noites como aquela, era melhor ficar no seu lugar e assistir às apostas que eram feitas e demonstradas no televisor pregado na parede, com os valores subindo e subindo até ao infinito. Como não havia limites, era muito mais fácil ganhar uma fortuna, e quem fez esta "regra" — não era considerado uma regra, apenas uma abertura para os milionários fazerem as apostas e perderem o dinheiro apostado no escolhido. Era um desperdício para os doadores, mas era um ganha pão para os recetores. 


Quando apostam nessa pessoa e se o recetor conseguir os três primeiros lugares — os mais importantes — o dinheiro fica para os vencedores dessas três posições, e isso dava uma brecha para os que apostaram nesse corredor para fazerem parceria ou acertos de contas — os doadores podiam ganhar o dinheiro apostado dessa forma. Eram as primeiras cinco posições que angariavam o dinheiro apostado (se tivessem apostado nesses cinco primeiros vencedores), se não, era devolvido. Na quarta e quinta posição, o dinheiro ganho era obrigatoriamente dividido entre o doador e o recetor — ambos saíam a ganhar, pouco, mas ganhavam, apesar da quantia ser reduzida pela partilha. 


— Ah... — Lucas murchou um pouco a expressão ao ver que o seu amigo não havia caído na sua tentativa de fazer uma "boa ação" pela milésima vez. — Vejo que já molhaste os lábios. 


— És péssimo em fazer bluf. Óbvio que já deves saber disso — Bebericou a vodka — O valor não para de subir, não é mesmo? — Sorriu de lado.


— Não — Olhou para o televisor, entreolhando-o — Vi-te a falar com o Taeil. 


— E?


— Ele voltou a te foder a cabeça? 


— Isso não é novidade, Lucas. — Olhou para o televisor com mais atenção, lendo o nome dos participantes da competição, franzindo o cenho. — Taeil não vai correr? 


— Vês ele na lista? — Brincou, bebendo um pouco do negroni olhando para a entrada do estabelecimento, recebendo correspondência com dois pares de olhos — Lamento abandonar-te, mas vai ter de ser. — Afastou-se do amigo, enrolando Jungwoo nos braços sorrindo admiravelmente. 


Jaemin olhando para ambos com mais calma, pôde ver como se olhavam, deixando um sorriso se manifestar na face. 


— É. Até que não ficam mal.



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