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História Rieseltia - Capítulo 1 - Chegada a Rieseltia


Escrita por: Hellfick

Capítulo 2 - Capítulo 1 - Chegada a Rieseltia


O barulho de uma carroagem ecoa pela estrada vazia. A frente dela, dois cavalos brancos são conduzidos por um cocheiro. Dentro, um homem, com vestes verde claras, cabelos marrons e luvas pretas estava sentado.

— Chegaremos em Rieseltia em alguns minutos. — Anunciou o cocheiro.

Rieseltia, o único instituto de ensino existente no mundo. Uma colaboração entre todos os países para ensinar as jovens com poderes, mas algumas vagas para homens com ou sem poderes são abertas a cada ano.

Sim, jovens com poderes. No passado, coisas como poderes não passavam de fantasia, mas uma mutação em um gene dos seres humanos fez com que novas crianças desenvolvessem poderes sobrenaturais. No entanto, esse gene só é ativo em mulheres. Existe algumas excessões, mas mais de 99% dos homens não manifestam nenhum poder.

Isso fez com que o controle do mundo mudasse. Mulheres assumiram os postos importantes, que anteriormente eram ocupados por homens. No entanto, o preconceito nunca morre. Por culpa de suas habilidades inferiores, homens passaram a ser considerados inferiores.

— Chegamos aos portões da escola. — Anunciou o cocheiro.

Ravel olhou pela janela da carroagem. Os muros eram gigantes e o portão não devia ter mais de três metros. Dentro dele, a visão era de encher os olhos. Construções imponentes estavam por todos os lados. Gramados, bosques e até mesmo uma praça com chafariz.

Parecia mais uma cidade do que uma escola. Mais a frente estava uma grande construção, a maior que Ravel conseguia ver. Devia ter de seis a sete andares e o garoto deduziu que fosse o prédio onde ocorriam as aulas.

Com um solavanco, a carroagem parou. Fora dela um garoto de olhos azuis e cabelos negros estava esperando.

— Você por acaso seria o Ravel? — Disse ele olhando para uma folha cheia de anotações na mão. — Meu nome é Luca e eu fui instruido pela professora a lhe mostrar a escola e explicar as regras. Espero que possamos nos dar bem.

Luca deu um sorriso sincero e Ravel também sorriu.

— Estou em suas mãos. — Disse ele tranquilo.

Ravel desceu da carroagem e começou a seguir Luca, que deu as costas começou a andar.

— Aqui em Rieseltia os estudantes são divididos em facções. Mas não pense nisso como um sentido ruim. — Reforçou Luca vendo a cara sombria que Ravel tinha feito. — Pense nelas como famílias. Você mora junto com as pessoas das outras facções e faz várias atividades escolares. Os territórios da escola são divididos entre as facções.

Luca apontou para o gramado, para o bosque e para a construção principal. Ravel notou que todos os lugarem tinham várias câmeras.

— Tudo na escola, com excessão dos dormitórios de cada facção, são territórios que podem ser disputados em desafios. Para passar por um território que não é da sua facção é cobrado uma certa taxa. Consegue ver as câmeras em todo lugar? Elas deixam registrado que você passou por tal lugar e no final do mês você recebe uma certa quantidade de dinheiro ou uma dívida por isso.

— Então nesse exato momento estão cobrando por estarmos caminhando por aqui? — Perguntou Ravel desconfiado.

— Não. Você só será cobrado depois que entrar em uma facção, mas depois falamos sobre isso. — Disse Luca balançando as mãos. — As facções recebem a dívida total de seus membros e todos os lucros de seus territórios e pagam no fim do mês. Algumas fazem parcerias para ter redução de preços por trocas de favores.

— São como se fossem empresas, certo? — Perguntou Ravel enquanto observava os arredores interessado.

— Pode-se pensar por esse lado. Como eu falei antes, os teritórios são disputados por desafios, que podem ser desde uma luta mortal até um jogo de pedra-papel-tesoura. Os membros de cada facção também podem ser apostados nos desafios.

— Nos desafios podem-se ser apostados os membros das facções e os territórios. É isso? — Perguntou Ravel para confirmar.

— Exatamente. Fico feliz que esteja prestando atenção. — Comentou Luca enquanto ria. — Mas não é só isso. Também pode-se apostar a própria facção, mas ninguém faz isso. É muito perigoso.

Enquanto os dois caminhavam pelo que Ravel chamaria de praça, uma garota de cabelos castanhos com mechas verdes se aproximou.

— Luca! Pensei que você tinha aula agora. O que faz por aqui?

— Lana! Que bom te ver. A professora me pediu para mostrar a escola para o novo aluno. Ravel, essa é Lana Vester, a líder da facção Lamia Escarlate. Lana, esse é Ravel, o novo aluno.

Ravel levantou a mão e acenou cordialmente e Lana levantou a mão com um sorriso.

— Seja bem vindo a escola. Espero que possamos nos dar bem. Ah! Alyssa! Me espere!

Lana saiu correndo atrás de uma garota de cabelo negros e ondulados.

— Interessante. Não pensei que iria ter alguma menina que não desprezasse homens aqui. — Disse Ravel olhando para as costas da menina.

— Ela é uma pessoa sincera. Posso te garantir que lhe tratará bem.

— E também forte certo? Afinal, ela é líder de uma facção. — Comentou Ravel pensativo.

— Depende do que você quer dizer com forte. O poder dela é invisibilidade. Não é algo com poder ofensivo muito alto, mas em questão de estratégia é uma habilidade muito útil. A outra é Alyssa, uma membra da facção da Lana. Não tenho certeza do poder dela.

Os dois continuaram a caminhar pela escola, e Luca continuou a explicação.

— Agora vamos para a parte mais complicada. Atualmente você está em uma situação de Agente Livre, e ficará assim por no máximo uma semana. Se alguma facção te recrutar, bom para você. Caso ninguém te recrute em uma semana, você é expulso da escola. — Falou Luca coçando a cabeça.

— E deixe-me deduzir... Dificilmente um homem como eu conseguiria uma facção, certo? — Perguntou Ravel com olhos calculistas.

— Provavelmente. Principalmente porque você não tem poderes, certo? E me desculpe a pergunta, mas por quê você está usando luvas em um calor desses? Fiquei curioso. — Disse Luca com uma cara de sincera curiosidade.

— Tenho um machucado na mão — Ravel tirou a luva da mão direita e mostrou um curativo cercado por uma bandagem. — e para não ficar estranho usar em só uma mão eu coloquei nas duas.

— Hum, melhoras. Ah, agora sobre as regras da escola. Em primeiro lugar, uma facção pode recusar até dois desafios por semana. Você só pode desafiar a mesma facção uma vez por semana. E por último, a facção desafiada escolhe como vai ser o desafio. Simples, não?

— Simples no papel, mas não na prática. E qual a probabilidade de deixarem criar uma nova facção? — Perguntou Ravel curioso.

— Quase zero. Você tem que ser reconhecido pelos professores e pela diretora. As chances de isso acontecer com um novato são muito baixas.

Os dois andaram pelo resto da escola e quando começou a anoitecer, eles pararam em frente a uma casa bonita, de estilo ocidental e com dois andares.

— Essa é a casa dos Agentes Livres. Você é o único nela, então pode aproveitá-la sem problemas. Te entreguei um mapa da escola e o seu guia de aulas, certo? Amanhã estaremos juntos a maioria do dia, então se tiver alguma dúvida pode me chamar.

— Muito obrigado pela explicação. Tenha uma boa noite — Ravel falou enquanto abria a porta da casa e entrava. — Ah, só uma dúvida, mas não sei se você pode me falar. Qual o seu poder?

— O meu poder? Como você percebeu que eu tenho poderes? — Perguntou Luca desconfiado.

— As mulheres pelas quais passamos não te olharam com cara de desprezo, pelo contrário, elas tinham uma expressão amigável no rosto. E o principal motivo... Você ainda está aqui, não é? — Ravel falou com um sorriso amargo.

Luca esboçou uma cara de perplexidade, mas soltou uma risada do fundo do coração.

— Não me espanta que você tenha entrado no meio do ano por aquela prova. Suas capacidades de percepção e dedução são altas para ter percebido isso em tão pouco tempo. Meu poder é detecção. Consigo sentir a presença de pessoas ao meu redor. Mas não vou ser tão legal para falar os limites dele.

— Obrigado. — Ravel entrou na casa e ergueu a mão enquanto de costas para Luca. — Nos vemos amanhã.

Luca saiu e Ravel fechou a porta. Sua bagagem já tinha sido levada para a casa e estava aos pés da escada.

— Estou aqui. Rieseltia... Consegui chegar nessa escola graças a você mestra. Muito obrigado. Nell... Não importa quantos anos passem, eu vou arranjar um jeito de lhe encontrar. Me espere.

Com o juramento feito, Ravel pegou as malas e levou para o quarto. Uma nova aventura começava para ele.

 



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