16 de setembro de 2018.
Bakugou Katsuki sempre foi o mais inteligente, o mais esforçado, mas também o mais esquentado entre todos. Sua maior ambição na vida era ser o herói número 1, superar All Might, e todos os outro que se puserem em seu caminho, podia parecer uma visão egoísta para alguns, mas aqueles que conheciam Katsuki sabiam que aquilo significava que ele seria o melhor em tudo que se dispusesse a fazer, para o bem maior. Era bonito na teoria, mas isso acarretava as vezes em uma extrema impulsividade de sua parte, como no incêndio de dois dias atrás.
O herói Ground Zero tinha agora uma agência, ele era um ótimo patrão, mesmo que as vezes tivesse suas crises e acessos de raiva. Por isso, Midoriya Izuku, seu amigo de infância e super-herói Deku, juntamente com Shouto, o filho rebelde de Todoroki Enji o ajudavam na gerência do negócio como seus sócios. Shouto e Izuku haviam se casado após a formatura na U.A., deixando Katsuki como o terceiro pilar do relacionamento informal deles, eles eram bem funcionais, num equilíbrio torto que só eles entendiam.
Katsuki escrevia em seu computador, fazendo mais um relatório para a polícia sobre os ocorridos no hospital, Todoroki Shouto, por ser irmão de Touya, não podia envolver-se no caso, no entanto ele não era impedido de ajudar o loiro no armazenamento e organização dos arquivos, seria meio impossível até.
- Kacchan, amor, venham jantar, vocês estão trancados nesse escritório desde cedo. - Izuku apareceu na porta, usando uma calça de moletom cinza, braços cruzados e os cachos verdes característicos presos num elástico, ele caminhou lentamente para os dois, abraçando os ombros de Bakugou e beijando a bochecha do marido, lendo de relance o que os dois analisavam. - De novo isso? Pensei que nosso trabalho no caso já tivesse sido encerrado.
O loiro suspirou, fechou o computador com sua típica irritação, que dessa vez não se dirigia a nenhum dos dois outros rapazes presentes na sala, mas sim a si mesmo, por estar impotente na situação. Não tinha nenhum vilão, mas sim médicos e uma vítima, que ironicamente era práticas seu "cunhado". Quando Shouto propôs o casamento eles haviam conversado bastante sobre o assunto antes, Katsuki não queria se casar, não sentia que precisava daquela responsabilidade no início de sua carreira, apesar de amar os dois, ele não queria aprofundar-se no que era incerto para ele mesmo. Podia ser bom em tudo, mas definitivamente não em mostrar o que sentia.
- Eu acho que o meu pai está passando dos limites com a idéia do processo, estávamos lá na noite, vimos a maioria dos profissionais quase morrer para salvar as pessoas... E aquele médico que salvou Touya, quase morreu nos braços do Katsuki... Ele vai ser processado também? Não é certo. - A face imparcial de Shouto havia sido substituida por uma ruga de preocupação entre suas sobrancelas bicolores.
- Ele quer chamar atenção, obviamente. Os holofotes para a grande tragédia que All Might não conseguiu impedir a tempo, é fácil de raciocinar. - Midoriya complementou, virando-se para Bakugou. - Kacchan, sei que você está irritado com isso, mas remoer os fatos não esclarecidos e importunar a polícia só vai atrapalhar, você sabe. - Izuku estava certo, por mais que ele odiasse admitir. O sorriso iluminou o rosto do rapaz de cabelos verdes, que sentou no colo de Shouto, e puxou a cadeira com rodinhas do outro para perto. - Vamos esquecer isso um pouco? Aliviar esse estresse de uma forma bem gostosa...
O sussurro safado de Midoriya foi o suficiente para fazer Katsuki jogar os pensamentos para o ar, e avancar nos dois namorados como um lobo faminto, beijando o esverdeado enquanto acariciava o peito de Shouto. O clima esquentava cada vez mais, os obrigando a procurar um quarto o mais rápido possível. A hora do jantar fôra esquecida, afinal.
-X-
17 de dezembro de 2018.
- Hoje é uma das audiências de Enji. - Shouto caminhava ao lado de Katsuki no prédio da agência, ambos uniformizados, voltavam de uma ronda matinal, eles estavam na cola da liga dos vilões. - Ele marcou uma reunião conosco, vai tentar negócio de novo segundo Fuyumi.
- Esse filha da puta não cansa? - Bakugou respirou fundo, se dirigindo a sala de Hatsume, a mulher de cabelos rosa e invenções malucas havia os chamado para mostrar as novas armas e uniformes adaptados. Katsuki tentava retirar as granadas de seus braços, perdendo a paciência quando o feixe engalhou em seus dedos enluvados, ele então puxou com força, jogando o aparelho do outro lado do corredor e xingando antes de escancarar a porta de Hatsume.
- Fica tranquilo, Kacchan, sabemos lidar com o meu pai. - Shouto o beijou, ele era o calmo da relação, Midoriya era o otimista, o raio de sol dos dois, e Bakugou... bem, todos sabiam que ele era o explosivo. - Bom dia, Hatsume-san, como vai?
- Hm? Vocês já chegaram, que rápido! - Ela saiu de dentro 'duma pilha de latas e fios, no canto da sala tinha alguns manequins cobertos por um lençol laranja berrante, a garota tinha vários acessórios em seu cinto de utilidades, inclusive uma latinha de refrigerante. - Serão só vocês dois?Cadê o marido mais fofo?
- Eu estou aqui a mais ou menos vinte minutos. - Izuku levantou de uma cadeira ao lado da porta guardando o celular no bolso de seu jeans, assustando as três pessoas presentes no laboratório.
- Porra, Deku! Tá aprendendo com a Hagakure, caralho? - Katsuki levou uma mão ao peito, e a outra deu um tapa no braço musculoso do esverdeado, que riu.
- Aww, que bonitinho meus patrões, os maridos mais lindos do Japão, blá-blá-blá etc e tal, mas-
- Eu não sou casado com esses dois idiotas, não fazem meu tipo. - Katsuki desdenhou, seus dois namorados revirando os olhos e acompanhando a cientista.
- Eu realmente não me importo, quero mostrar para vocês o que acabei essa semana, casados ou não, vocês estão sempre colados, então eu fiz várias modificações nos uniformes, os mantendo clássicos, é claro. - Hatsume abriu a latinha de refrigerante, bebendo e caminhando para os manequins. - Vejamos bem, este é o seu, Shouto. - Puxou um dos lençóis, mostrando o design da roupa azul conhecida por todos. - É composta por camadas de tungstênio em liga, foi difícil achar alguém que trabalhasse com esse metal, eu melhorei também suas botas, o solado é composto por pontos específicos sensíveis a sua individualidade, ou seja de acordo com onde você pisa, ela direciona o gelo ou fogo para onde você quiser, o mesmo nas luvas. - Era um trabalho incrível realmente, ajudaria muito mais em ação.
Mais alguns detalhes sobre a composição do uniforme, Katsuki fingia não se importar, mas guardava cada informação dada pela mulher de cabelos rosa.
- Este é do Deku, eu gosto do coelhinho, mas quis inovar, sua individualidade é bem parecida com a do All Might, o que é sensacional, então por que não assemelhar o design seu ao dele? Bom, uma malha mais flexível e aderida aos músculos te dá mais suporte nos socos, sem romper e sem sobrecarregar seu próprio corpo já que sabemos ser um problema. - De fato, Midoriya teve problemas com a individualidade, seus braços quebravam, seus tendões quase não suportaram por muito tempo. - Esse macacão é composto por uma espécie de gel, ele absorve os impactos de dentro 'pra fora, tipo um catalisador de força, te torna quase invencível.
- Ouviu isso? O Deku vai ficar insuportavelmente gostoso nessa roupa. - Bakugou sorriu malicioso cutucando Shouto, Izuku olhou para ambos com as bochechas vermelhas.
- Não fique com inveja, Bakugou-kun. - Disse Hatsume puxando o lençol para revelar o último uniforme.
- Não 'tô... tô sendo gay mesmo. - Ele retrucou colocando a mão nos bolsos e se desencostando de onde estava para analisar sua própria vestimenta.
- Tá, tá, tá... Ground Zero, eu modifiquei o seu quase completamente, por que venhamos e convenhamos aquelas granadas estavam bregas, e você parecia um adolescente, não um homem de negócios. - Hatsume reclamou, e mostrou o macacão preto totalmente diferente do que aquele que estava usando agora. - É mais apertado, e mais seguro, tem um suporte nos joelhos para pouso, essas manoplas irão além de conservar sua nitroglicerina, direcionar as explosões por estes orifícios. - Eram dois braceletes prateados com três pontos de abertura cada. - Tem o mesmo sistema aqui, nessa gola acoplada. O design continua clássico, com este X sem sentido na frente, um cinto de granadas mais discreto, já que coloquei mini-explosivos invés daqueles aparelhos rudimentares que você estava acostumado, por fim uma arma especial, este aparelho deve ficar atrás das suas orelhas, - Ela mostrou dois aparelhos pretos com um formato anatômico adaptável, um fio os ligava por trás da cabeça. - Ele vai captar todo o ruído das suas explosões, e remanescentes, além de proteger sua audição, ele pode criar uma onda sonora semelhante a da Jiro Kyoka, com menos intensidade, mas mesmo assim...
- Eu sinto um favoritismo ridículo seu, Hatsume-san. - Midoriya disse aproximando-se do amigo de infância e estirando a língua para ele.
- Ah, eu esqueci de mencionar, em cada um dos uniformes eu adicionei um sistema de localização precisa, por casos de emergência, ele está sempre ativado, e vocês podem acessar por estes aparelhos. - Ela finalizou seu refrigerante, jogando a lata ma pilha que as outras estavam, e pegando três dispositivos semelhantes a um celular. - Coloquem dentro dos bolsos internos, - Ela puxou uma aba no uniforme de Katsuki, mostrando a abertura. - E podem acessar a qualquer momento.
Os três homens se entreolharam, e concordaram, Hatsume-san era a melhor no que fazia.
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